A influência da arquitetura de Richard Neutra na arquitetura brasileira ainda está por ser devidamente estudada. Sua visita ao Brasil, em1945, a serviço do Departamento de Estado dos Estados Unidos, resultou na publicação, em 1948, de livro bilíngüe fartamente ilustrado, reunindo os projetos do arquiteto para o programa de educação e saúde do governo de Porto Rico, além de alguns projetos habitacionais na Califórnia. Elaborados para o governo daquele país, são, no entanto,orientados, como afirma o título do livro, ... para países de clima quente ... e pobres, ainda que não mencionado no título.
O impacto do livro, apesar de pouco referido, parece ter sido significativo: veio a representar uma importante referência para a elaboração de projetos de edificações públicas, sobretudo para as redes de ensino. Este artigo analisa um exemplo significativo da influência dessas idéias no Brasil: o Instituto de Educação de Pernambuco, projeto dos arquitetos Marcos Domingues da Silva e Carlos Falcão Correia Lima, ganhadores de concurso público nacional, realizado em 1956. Os autores confirmam a importância do livro na fundamentação do esquema vencedor, da interpretação do problema à solução do conjunto. É no bloco destinado ao jardim de infância, no entanto, onde residem mais claramente as referências aos preceitos expressos no livro, inclusive com a introdução pioneira de salas de aula que se prolongam para um pátio exterior, através de portas pivotantes que se abrem horizontalmente, como recomendado por Neutra. O conjunto é protegido por lei municipal,porém sua concepção original encontra-se bastante alterada. Mais um exemplar moderno à espera de uma ação restauradora.
Arquitetura social de Richard Neutra
O fim da segunda guerra mundial apresentou o cenário apropriado para a aplicação em larga escala de várias concepções arquitetônicas e tecnológicas desenvolvidas na Europa nas décadas de 20 e 30 do século XX. Problemas de racionalização e pré-fabricação da construção foram equacionados com a integração entre indústria e canteiro de obras, sobretudo relacionadas às obras de caráter social, como habitação, escolas e equipamentos de saúde.
Richard Neutra esteve entre os arquitetos europeus que mais se destacaram neste movimento. Tendo estabelecido residência nos Estados Unidos, ainda nos anos 20, Neutra, entre outros, materializou suas experiências de racionalização da construção na Califórnia, cujas condições climáticas em muito diferiam daquelas do seu país de origem, a Áustria. Sensível a estas diferenças, suas obras apresentam uma conciliação entre racionalização e adequação climática.
É esta conciliação que torna atrativa a incorporação de suas idéias no Brasil, podendo-se observar uma certa identidade entre as experiências desenvolvidas por arquitetos brasileiros e a arquitetura californiana do pós-guerra, principalmente através das Case Study Houses (McCoy, 1962), programa experimental idealizado por John Entenza, editor da revista Arts and Architecture, que objetivava o desenvolvimento de uma arquitetura residencial moderna para a uma democrática América. Neutra participou integralmente deste programa, projetando, inclusive, a própria residência de Entenza. Segawa (1998) e Amorim (2000) referem-se ao reconhecimento dado por arquitetos brasileiros ao programa de Entenza, tanto no sudeste como no nordeste brasileiro, e Loureiro (2000) observa a relevância da arquitetura escolar de Neutra na elaboração de projetos de escolas públicas pernambucanas.
Neutra esteve na América Central e do Sul, a serviço do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Sua visita ao Brasil, em 1945, resulta na publicação de livro bilíngüe, em 1948, intitulado Arquitetura Social em Países de Clima Quente, fartamente ilustrado, reunindo os projetos do arquiteto para o programa de educação e saúde de Porto Rico, além de alguns projetos habitacionais na Califórnia (Neutra, 1948).
No prefácio do livro, que tem introdução de Gregori Warchavchik, o editor define, com as seguintes palavras, o seu escopo: arquitetura social é aquela que se situa acima do nível individualista. Segundo ele, a relevância da obra de Neutra não reside apenas na sua beleza, mas na sua procura em ser útil à coletividade do lugar no qual será construído o novo prédio, ainda que o cliente seja um particular (Neutra, 1948: 6). Igual movimento no pós 2ª guerra na Inglaterra também leva a arquitetura escolar à inserção na classificação de arquitetura social, significando a produção de edificações para o real benefício da sociedade (Saint, 1987).
O impacto do livro, apesar de pouco referido, parece ter sido significativo: veio a representar uma importante referência para a elaboração de projetos de edificações públicas, sobretudo para as redes de ensino e saúde no Brasil. O mesmo se dá em relação à divulgação das experiências de Neutra no campo da arquitetura escolar por meio das revistas especializadas, conforme afirma Saint, discorrendo sobre as experiências de pré-fabricação na Inglaterra dos anos 30 (Saint, 1987: 53):
“Jovens arquitetos eram obrigados a lançar olhares invejosos às fotografias publicadas na imprensa de escolas leves projetados por Richard Neutra, e uma ou duas outras no clima mais ameno e na mais adequada atmosfera econômica da Califórnia, onde idéias arquitetônicas e educacionais, de alguma forma, se aproximavam” (2).
A influência de Neutra parece ter se dado em diversos níveis:
1. Do ponto de vista da metodologia: O projeto arquitetônico é visto de forma integral, com procedimentos sistemáticos que incluem desde o tratamento de dados, até a elaboração criteriosa de programa arquitetônico, definição de gráficos de relações funcionais até o dimensionamento e desenho de mobiliário;
2. Do ponto de vista da organização espacial: Neutra estabelece procedimentos de classificação e ordenamento das funções em setores funcionais, refletidos nos arranjos espaciais das edificações. Esse procedimento classificador estabelece formas de controle das ações sociais na edificação, e ordena formas de interação entre as diversas categorias de usuários;
3. Do ponto de vista da adequação climática: A preocupação em oferecer amplas aberturas e áreas sombreadas, já experimentadas nos seus projetos californianos, afirmam a necessidade de adaptar as edificações às condições climáticas de cada lugar.
4. Do ponto de vista da técnica construtiva – coordenação modular e racionalização da construção: Suas soluções, simples e eficazes, demonstram a possibilidade de se projetar edificações modernas de baixo custo de construção e manutenção. Para tanto, o arquiteto se valeu de sua experiência em pré-fabricação e aplicação de componentes modulares na construção de unidades habitacionais e edificações públicas tanto na Europa como nos Estados Unidos.
Segundo Lamprecht, no entanto, a inegável contribuição de Neutra para a consolidação da idéia de uma arquitetura social se aplica apenas aos seus projetos para escolas. É ai, segundo a autora, onde o arquiteto revela toda sua genialidade, com proposições que chegam a ser revolucionárias. A autora ressalta: (Lamprecht, 2000: 72): “Nas suas escolas ele foi radical. Aqui sua arquitetura tornou-se o veículo de um novo projeto social que colocou em cheque não apenas a imagem do edifício escolar, mas também como o aprendizado deveria ocorrer” (3).
Biorrealismo e arquitetura escolar
Os edifícios escolares de Neutra apresentavam uma nova concepção de espaço educacional. Suas revolucionárias idéias estavam atreladas ao seu agudo senso de observação do comportamento humano em relação às características do ambiente natural e, digamos assim, arquitetônico e fundamentadas em uma abordagem própria da arquitetura, chamado por Neutra de biorrealismo. Decorriam, ainda, de sua observação sobre o processo de ensino/aprendizagem e o comportamento dos alunos em sala de aula, apoiados no estudo de documentos científicos da época, como aqueles que apontavam a necessidade de crianças de um volume de oxigênio duas ou três vezes maior do que um adulto. Daí decorrem os sistemas engenhosos, empregados nas escolas, para a constante troca de ar nas salas de aula. Em muitos casos, sua intuição sobre as características mais adequadas para o ambiente escolar foi posteriormente comprovada por estudos científicos (Lamprecht, 2000: 80).
O conceito de biorrealismo de Neutra tem por base os escritos de de Wundt e Fechner, considerados os fundadores da psicologia experimental. A idéia básica é que arquitetura deveria estar ligada ao corpo e à mente, ou seja, físico e psicológico interdependentes. (Lamprecht, 2000). Segundo Frampton, o melhor da obra de Neutra se deu exatamente quando o programa arquitetônico pôde ser interpretado de modo a contribuir de forma direta para o bem-estar psico-fisiológico do usuário (Frampton, 1997: 249).
Para Neutra, luminosidade, ventilação e visibilidade são aspectos particulares que envolvem o processo educacional e a arquitetura deve responder adequadamente a eles. É no projeto para a Ring Plan School, de 1925-1932, que sua idéia germinal do que deveria ser um moderno edifício escolar se expressa (4). Neste projeto, a tradicional estrutura do edifício escolar, definida pela agregação de salas de aula ao longo de corredores, em planos sobrepostos, é substituída por um esquema horizontal, com corredores abertos, conectando as salas em uma de suas faces, permitindo uma iluminação homogênea e adequada no interior das salas de aula. Mais significativa, no entanto, é a abertura das salas de aula para a área externa, permitindo uma perfeita integração entre as atividades pedagógicas no interior e no exterior do edifício.
Ainda segundo Lamprecht, Neutra acreditava que o contato com a natureza era importante para a formação das crianças, porém o que parece evidente, é que a solução espacial encontrada por Neutra possibilitava a realização de procedimentos pedagógicos menos formais. O acesso ao exterior permitia o desenvolvimento de atividades pedagógicas mais dinâmicas, superando a ortodoxa e estática relação aluno/carteira – professor/quadro negro. A mesma dinâmica Neutra imprimiu no desenho do mobiliário, nunca fixo, permitindo que muitas atividades fossem desenvolvidas no pátio, extensão natural da sala de aula, e na possibilidade de eliminar o quadro negro, já que, segundo ele, as crianças teriam um melhor aprendizado próximo do chão, como os primeiros Homo sapiens o fizeram (Lamprecht, 2000: 80).
A escola Corona (atualmente conhecida por Bell Avenue School), em Bell, Califórnia, foi a primeira realização das idéias expressas na Ring Plan School. O plano consiste de dois blocos dispostos perpendicularmente, unidos por passarelas abertas. Um bloco abriga o conjunto de 5 salas e o outro o jardim de infância. Nesta primeira experiência, as portas que dão acesso ao pátio são totalmente envidraçadas e de correr, não permitindo a abertura total das salas de aula, mas garantindo a integração desejada entre interior e exterior. É curioso observar que as fotografias divulgadas por Neutra da sua escola recém inaugurada mostram cadeiras e carteiras estudantis dispostas na soleira na porta, invadindo deliberadamente o espaço exterior. São também comuns as imagens de aulas em pleno pátio, com crianças e professores interagindo nas mais diversas situações.
Segue-se à esta experiência, a Ralph Waldo Emerson Junior High School, de 1937/38, em Westwood, Los Angeles, conjunto significativamente mais complexo, com dois pavimentos e com corredor central, como as escolas tradicionais, sugerindo uma necessária adaptação do modelo horizontal e permeável de Neutra ao programa. No entanto, importantes modificações são introduzidas ao esquema espacial tradicional. As salas de aula do térreo, por exemplo, são integradas ao pátio externo por meio de grandes portas envidraçadas de correr, desenhadas para abrir o vão do piso ao teto. No pavimento superior as salas são dotadas de grandes aberturas para o exterior, garantindo uma forte integração visual com o exterior e janelas superiores e sheds oferecem uma iluminação mais uniforme nas salas e corredores. Na época de sua construção, a escola foi considerada, por membros do Los Angeles School Board e do Board of Education, como o perfeito ambiente para o desenvolvimento de um modelo educacional mais progressista (Lamprecht, 2000: 140).
A experiência de Porto Rico de certo ofereceu a oportunidade para a realização de outras experiências, tanto em solo americano, como a Kester Avenue Elementary School, de 1951, em Van Nuys, Califórnia, como em Guam, possessão americana no Pacifico. Ali, Neutra e seu sócio Alexander, atuaram como consultores por mais de 10 anos, realizando projetos de diversas naturezas (Lamprecht, 2000: 242-243). A Adelup School é um dos exemplos desta colaboração e do amadurecimento dos estudos realizados em Porto Rico.
A Kester Avenue Elementary School é composta por vários blocos, destinados aos diversos níveis de escolaridade, unidos por passarelas cobertas por lajes planas. As salas de aula podem ser ampliadas para o exterior por meio de varandas formadas pelo simples prolongamento da laje de cobertura. Persianas horizontais fixas de alumínio garantem a proteção contra a forte insolação do verão californiano. As salas contíguas são sutilmente isoladas por depósitos para a guarda de material pedagógico utilizado nas atividades externas, confirmando o grande investimento do arquiteto em garantir um efetivo aproveitamento do potencial educativo de atividades menos formais.
O Instituto de Educação de Pernambuco e as idéias ‘neutraianas’
Um exemplo significativo da influência da arquitetura de Neutra na arquitetura brasileira está no Instituto de Educação de Pernambuco, localizado no centro do Recife, projeto dos arquitetos Marcos Domingues da Silva e Carlos Falcão Correia Lima, ganhadores de concurso público nacional, realizado em 1956.
O concurso foi amplamente discutido na coluna que o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de Pernambuco mantinha na Folha da Manhã e, depois, no Jornal do Commércio, intitulada Modulando, prestando-se tanto como instrumento para a defesa de concursos para a elaboração de edifícios públicos, como para a demonstração da capacidadedos arquitetos pernambucanos em atender de forma satisfatória aos mais complexos problemas arquitetônicos. Em 1956, o Governador do Estado nomeou uma comissão para estudar e planejar o novo Instituto de Educação. A comissão foi formada, sem o concurso de nenhum arquiteto, por um engenheiro e quatro professores, o que motivou severas críticas do departamento local do Instituto de Arquitetos do Brasil, advogando a necessidade, primeiro, de um arquiteto na equipe, e, posteriormente, da necessidade de um concurso público de projeto (Lima, 1985).
O projeto vencedor propunha um conjunto composto por quatro edificações, cada uma delas destinada a um nível de atenção. O Jardim de Infância Ana Rosa Falcão é abrigado em um edifício térreo. As demais edificações (a Escola Primária Cônego Rochael de Medeiros, o Colégio Estadual do Recife e o IEP) foram organizadas em blocos sobre pilotis, de dois pavimentos, articulados por rampas. Um quinto volume, infelizmente nunca construído, abrigaria um auditório.
O arranjo do conjunto claramente favorece a melhor orientação para as salas de aula, todas elas recebendo iluminação natural através de grandes planos de vidro, devidamente protegidos por quebra-sóis, ora horizontais, ora verticais. Os longos blocos sobre pilotis são interconectados por um edifício térreo, abrigo das atividades administrativas e de espaços de uso comum (biblioteca, laboratórios, vestiários).
A circulação vertical é toda feita através de rampas, protegidas da forte insolação poente por brises verticais. Destaca-se, na solução geral do conjunto o cuidadoso tratamento dado à captação de iluminação natural, criando uma atmosfera muito próxima daquela preconizada por Neutra, nos seus primeiros estudos de edifícios escolares, em que a captação e distribuição de luz nos ambientes eram essenciais para oferecer as melhores condições de aprendizado.
Outro aspecto particular do conjunto educacional está na curiosa solução para as salas de aula da escola de aplicação. Sendo uma escola de formação docente, as salas de aula ofereciam ambientes para a supervisão e avaliação do desempenho das chamadas professorandas, localizados numa galeria no pavimento superior às salas de aula, que tinham, desta forma, o pé-direito duplo.
É na edificação que abriga o jardim de infância onde residem mais claramente as referências aos preceitos expressos em Arquitetura Social em Paises de Clima Quente. O edifício tem, como foco central, o playground e recreio coberto. Em torno deste núcleo se organizam, em alas, os espaços didáticos e os espaços administrativos. São quatro conjuntos de sala de aula, compostos, cada um, por um sanitário, uma área que serve de guarda-volume e vestíbulo de entrada para o conjunto e uma sala que se prolonga para um pátio exterior, através de uma porta pivotante que se abre horizontalmente, tal como proposto por Neutra (1948: 43):
“A sala de aula ... aumenta pela instituição da “área de instrução combinada de espaço interior-exterior”. Aberta e adequadamente orientada para o lado da brisa, a área instrucional interior possui a necessária ventilação. A porta que se abre horizontalmente, não só permite comunicação livre entre o espaço interior e exterior, mas aumenta a “área de sombra”. Livre ventilação em baixo do teto e refleção (sic) natural da luz são outras vantagens do desenho”.
O Jardim Ana Rosa, desta forma, dá substância aos preceitos pedagógicos inspirados nas idéias de Fröbel, e sobretudo, de Montessori e Dewey, bastante difundidas na década de 30, cuja ênfase estava nas oportunidades para interação social e em métodos que se estruturavam em torno das atividades da criança. O foco da edificação nas áreas de recreação, além do uso de cores alegres e dimensão de mobiliário e instalações adequadas ao tamanho da criança, sugere uma escola que cria um mundo de brincadeiras, mas que um agrupamento de salas de aula.
De volta à sala de aula
A concepção mais significativa da arquitetura para escolas de Neutra – a da integração entre espaços – dá suporte a um espaço escolar potencialmente favorável à interação entre alunos e professores. Esta propriedade, no entanto, foi sendo eliminada ao longo do tempo, justificada pelo aumento da violência urbana – as generosas aberturas tornavam as edificações vulneráveis. As maiores modificações nas escolas da Califórnia se deram exatamente pela eliminação, ou mudança de função, das portas que possibilitavam a integração interior/exterior. Em Recife não seria diferente.
Assim sendo, atualmente, na Ralph Waldo Emerson Junior High School, as portas das salas de aula do pavimento térreo encontram-se fechadas por motivo de segurança (5) demonstrando sinais de mudanças pedagógicas ou adaptação às novas condições sociais americanas.
Da mesma forma as esquadrias das salas de aula da Kester Avenue foram modificadas. Em seu lugar foram instaladas esquadrias de madeira e vidro, tipo guilhotina, mas uma porta de madeira maciça ainda permite o acesso ao espaço exterior, que, pela presença de bancos, cadeiras, armários e brinquedos, parece continuar sendo utilizado, como previsto por Neutra.
No Jardim de Infância Ana Rosa, as quatro salas de aula foram transformadas em 8: quatro têm acesso pela galeria que circunda o pátio interno e quatro, pelo exterior da edificação. Todas as portas são complementadas por grades. Mudanças na orientação pedagógica? Tudo indica que sim – em nome da segurança, a configuração espacial resultante destas reformas mais se assemelha a uma instituição reformadora que formadora.
Por outro lado, apesar da proteção legal dada ao conjunto arquitetônico do Instituto de Educação, classificado como Imóvel Especial de Preservação, o conjunto sofreu, e vem sofrendo, várias alterações. Ainda na década de 60, a área entre o Jardim Ana Rosa e o IEP foi parcialmente ocupado com a construção da Biblioteca Pública Estadual, também resultado de concurso público, desta feita ganho pelos arquitetos Reginaldo Esteves e Maurício Castro. Nos anos 90, a área entre o IEP e o colégio é ocupada, agora por uma quadra coberta, intervenção extremamente infeliz. Porém, a sua importância, por expressar de forma exemplar algumas idéias contemporâneas de arquitetura e educação, deve ser protegida por lei estadual. Dessa forma, o Estado de Pernambuco terá a dupla responsabilidade de manter o edifício como bem próprio e como patrimônio arquitetônico, e ainda como patrimônio educacional.