Apropriações – extensões, substituições e outros casos afins
A obra do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, será mote deste texto como caso mais evidente do raciocínio. A escolha se deu por dois motivos. Por sua obra ilustrar com bastante clareza o tema, o que transparecerá com maior vigor na segunda parte deste texto. E por ser uma presença constante na cidade de Salvador; em boa parte devido à sua dedicação ao projeto e construção de equipamentos urbanos (desde peças para micro-drenagem a estações de transbordo).
O que abordo é somente uma nota de rodapé nos devidos estudos de avaliação pós-ocupacional. O ponto central são as transformações que os espaços criados por Lelé sofreram ao longo dos anos; como se deram e se dão as acomodações em cima de seus projetos, independente do porte (2).
As escadas drenantes são do caso mais flagrante dessa apropriação. Pensadas originalmente como solução para locomoção nos taludes íngremes das favelas e sua drenagem pluvial, integrava-se a equipamentos de transporte de massa como um mesmo sistema de locomoção geral do município (figuras 1 e 2). Suas peças operavam por encaixe simples. Feitas de argamassa armada, podiam ser transportadas por dois homens, não necessariamente mão-de-obra qualificada, a locais de difícil acesso, dispensando maquinário, além de adequar-se ao solo de baixo suporte do fundo dos vales.
O problema surgiu quando os habitantes passaram a usá-lo como drenagem cloacal. Pode-se argumentar contra ou a favor: ora da ignorância dos moradores com a tecnologia que lhes foi passada, ora da falta de alternativas (à época o serviço de esgotamento não lhes alcançava; hoje alcança, mas é um ônus financeiro que muitos optam por não arcar). De qualquer modo, há um desajuste, uma transferência de tecnologia que não se efetuou. As escadas drenantes foram substituídas paulatinamente por escadas de alvenaria, mais simples.
A Escola Oswaldo Cruz, no bairro do Rio Vermelho, ilustra um tipo curioso de apropriação. A entrada possui uma cobertura em policarbonato (figura 3). E um anexo feito com alvenaria e telhado cerâmico de duas águas (figura 4) entre 2004 e 2005. Há uma falta de domínio da tecnologia empregada ou faltam as condições para sua aplicação? A resposta é a segunda alternativa. Á época, o órgão responsável, a DESAL – Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador, praticamente deixara de confeccionar as pessoas por conta da transferência de sua fábrica. Julgou-se mais rápido e melhor usar a tecnologia construtiva convencional, até por conta das limitações dos recursos.
Na Sede do Tribunal de Contas da União no Estado da Bahia, belíssima obra do arquiteto, de 1995, uma alteração deste começo de ano: o espelho d´água que cercava o auditório foi substituído por um gramado (figura 5). Um dos motivos foi a ineficiência do sistema de ventilação projetado para o auditório (figura 6), onde o espelho d´água resfriava o ar que entrava no prédio pelo rés-do-chão. Sem conseguir esfriar o ambiente, e ainda por cima fazendo ruído e levantando a poeira (3), o exaustor está sendo substituído por condicionadores de ar e luminárias (a iluminação projetada também foi tida como insuficiente). O arquiteto previu que:
“No Auditório, cujo perímetro é envolvido por um jardim aquático, o ar fresco penetra através de aberturas localizadas junto ao piso. O ar quente, mais leve, sobe e é extraído por exaustor colocado no topo da cobertura. Em períodos de verão, nebulização mecânica da própria água do lago acelera a evaporação, possibilitando eventual resfriamento do ar insuflado em cerca de 3ºC” (4).
No entanto essa recomendação não foi empregada, pelo menos nos últimos anos. As brechas nas paredes ao rés-do-chão, de onde viria o ar, foram cobertas por um rodapé. Conseqüentemente, o espelho d´água tornou-se inútil. Independente disso, fora esvaziado já no final de 2005 – após onze anos de funcionamento, argumentou-se que sua manutenção era cara. Seu revestimento de concreto aparente obrigava à sua limpeza a cada 15 dias com escova de aço. E como perderia sua função...
A mesma ineficiência da ventilação vertical fez com que fossem postas, nas salas do mesmo prédio, aparelhos de ar condicionado (figura 7) – até pela dificuldade alegada para uma central de refrigeração. Há projetos, vale dizer, onde o arquiteto previu a possibilidade desse tipo de aparelhos, e reservou um espaço para os mesmos, como na Sede do Tribunal de Contas da União no Estado de Espírito Santo, em Vitória (1998), e o do Estado de Rio Grande do Norte, em Natal (1998) (5). Mas isso após o caso do TCU de Salvador.
Ora, uma vez abandonado o princípio de ventilação por convecção, a forma e a construção do edifício inteiro perdem boa parte de seu sentido.
A Estação de Transbordo do Iguatemi foi feita em 1988, para um sistema de transporte de massa que incluiria ônibus articulados, canaletas exclusivas nas avenidas de vale e passarelas. Mal foi construído e já era ruína (6). Foi reabilitado na primeira gestão do prefeito Antônio Imbassahy (1997-2000).
Seu vão livre suportou a intrusão de um posto de coleta emergencial da Hemoba (Fundação de Hematologia e Hematoterapia da Bahia), previsto para funcionar por seis meses e que já tem mais de dois anos (figura 8). A Estação não se vê transtornada funcionalmente por essa intervenção, embora visualmente seja algo espúrio.
A cobertura da Estação tinha lamelas de ferro galvanizado, como brises acima e abaixo de telhas de fibra de vidro, com uma paleta de cores que reproduzia as do arco-íris (figura 9), articulando-se por sua vez com as passarelas da cidade, cada uma de uma cor diferente. Por problemas de falta de manutenção e conseqüente deterioro, causando goteiras na área coberta, foi substituída por nova cobertura. Do ponto de vista da paisagem, a mudança foi enorme: o que antes era uma superfície irisada com uma textura horizontal virou uma enorme superfície branca (figura 10). Internamente, há ainda as lamelas coloridas, que revestem as telhas de alumínio. Porém não mais filtram a luz antes oriunda de cobertura de fibra de vidro, portanto perdendo o destaque no ambiente, já que seu fundo atual é escuro.
Na Estação da Lapa, obra de Lelé de 1986, foram postos anexos por conta da obra da primeira linha do metrô, no ano de 2001 (figura 11). Até hoje não foram removidos. O motivo: escassez de verbas para a conclusão das obras do metrô. A provisoriedade se estabeleceu como norma.
Sendo justo com o arquiteto, o Palácio Thomé de Souza (7), atual sede da Prefeitura de Salvador, e alvo de tantas polêmicas, não está hoje como constava no projeto original.
Em vez da transparência do atendimento, uma película reflexiva o torna um volume opaco que espelha o que há ao redor. Ela foi posta em 1990 no corpo do prédio: mesmo com os brises e o ar refrigerado, a carga térmica do sol do poente comprometia o conforto. O mesmo painel de vidro fora antes pintado nos sanitários, porque os usuários se viam expostos aos transeuntes. Revestiu-se a recepção térrea em 1998. Ainda que em área de sombra a maior parte do tempo, os usuários queixavam-se do calor quando os raios os atingiam (8). Então, a operação compositiva de abrir a visual para a Baía de Todos os Santos foi parcialmente alterada (figura 12).
Pouca coisa permanece do projeto original. Os pilares de aço, sac´90, autoprotegidos por oxidação prévia, passaram depois por pintura anticorrosiva, e mesmo assim alguns estão sendo atacados (figura 13). Quase todas as divisórias internas foram alteradas; os revestimento de piso também. Por conta de novo piso cerâmico nos sanitários e copa, novas longarinas foram postas, com um leve rebaixo do piso.
A central frigorígena correria pelo cilindro amarelo, que demarca o prédio, como o foi pelos primeiros 4 anos. Após sucessivas quebras no aparelho, a empresa que se contratou, a Frigeral, que até hoje presta serviço à DESAL, responsável pela manutenção do prédio, alterou a lógica de operação. Optou por splits, com 16 módulos de refrigeração independentes. Dessa maneira os problemas não paralisariam mais o prédio inteiro; fora isso, o condicionamento central tinha problemas de dimensionamento de espaço e da estrutura portante, para o maquinário (9). Os condensadores ficaram na laje do piso do pavimento superior, com saída de ar, e de ruído, para a praça térrea (figura 14). Por um lado, o cilindro, elemento compositivo fundamental na leitura da prédio e da praça Thomé de Souza, tornou-se uma forma oca. Por outro, o espaço público criado com a elevação do prédio ficou desconfortável.
Por situação semelhante, à primeira vista, passou o edifício da Governadoria, de 1973, no Centro Administrativo. Uma de suas recepções recebeu há pouco película de coloração mais intensa, junto com algumas das janelas dos pisos superiores, por conta da exposição ao sol poente. Prejudica-se em muito a força da suspensão do prédio, e a transparência que unia o edifício aos bosques do entorno, em um nível elegantemente atirantado. Agora ele se tornou uma massa violácea: perde a implantação, perde a elegante composição cromática do prédio (figura 15).
A mesma recepção, sem os vidros, também não estaria tão livre assim: gabinetes, com suas divisórias, a ocuparam:
“Os aspectos abordados acima [da implantação] adquirem maior importância quando sentimos que, devido à natural fragilidade dos programas, esses prédios necessariamente terão de crescer. (...) Assim, além das possibilidades de crescimento linear e de multiplicação dos edifícios proporcionadas pelo tipo de implantação estabelecido, nosso modelo permite a ampliação também por pavimentos” (10).
O que não podia imaginar que em vez de pavimentos novos, se ocuparia o térreo. O que, afinal, é muito mais barato.
Cada caso mereceria ser averiguado a fundo. Em cada situação, há uma trajetória tortuosa onde é difícil determinar onde começa a decisão de mudança e quais as suas transformações. As mudanças (anexos, substituições, supressões) saltam à vista na cidade, mas não as entranhas que levaram a que isto ocorresse. Já não basta o próprio processo de construção, onde o projeto do arquiteto sofre injunções desde sua concepção até a construção. Então, a princípio, não se trata de imputar responsabilidades gerais. De todo modo, necessitaria uma pesquisa mais exaustiva. Na sua falta, ficam os exemplos apenas como um mostruário de uma miríade de outros casos que seguramente acontecem: só de 1984 a 1986 foram feitas mais de 200 escolas (11).
Interpretações Possíveis
Há duas posturas extremas que desejaria evitar. Uma, de julgar que o arquiteto equivocou-se completamente nos projetos, não soube entender as demandas e contextos dos usuários, apostou em alternativas falidas, não teve poder de antevisão do futuro próximo. A outra, de denegrir automaticamente o usuário ou gestor, julgá-lo incompetente no trato da arquitetura, ignorante dos mecanismos e sistemas propostos e insensível no tocante à forma ou aspectos espaciais. As transformações raramente se situarão nesses extremos.
Experimentarei dar um sentido aos exemplos através de uma tríade conceitual: saber, querer e poder. Já que uma ação se realiza caso se saiba como fazer, se queira fazer, e se possa fazer (12).
No caso do saber, entramos no mérito da transferência tecnológica. Que é o caso da escada drenante: ora foi ignorância (sem nenhum cunho pejorativo no termo) ou uma escolha dentre o menor dos males (com uma perceptível visão de curtíssimo prazo). Esta última também pode ser considerada como uma forma de ignorância, visto que o uso da escada drenante como despejo de esgoto é algo insustentável. Pertence, então, ao campo do saber.
O caso do Tribunal de Contas foi um nítido querer: optou-se por um sistema de controle de temperatura mais oneroso, porém julgado mais eficiente. Evidente que em uma análise pontual, o que estaria posto em cheque é a própria eficiência, do sistema em si, e da lógica de ventilação natural preconizada pelo arquiteto, referência no assunto.
No caso da Estação de Transbordo, quanto ao posto da Hemoba, foi um querer justificado pelas circunstâncias: seria algo passageiro, não requerendo uma intervenção mais pesada. Bastaria o uso dos elementos típicos de um stand de eventos.
O mesmo no que diz respeito à cobertura. Ao contrário do que poderia parecer, foi uma decisão do próprio João Filgueiras Lima. A cobertura original revelou-se de difícil manutenção, por um lado. Por outro, com os deslocamentos das lamelas de ferro (figura 16), as placas ficavam ainda mais expostas. Seu material se deteriorava com a exposição ao sol, e permitia infiltrações. A solução foi proposta por Lelé, inclusive sua cor, que em vez do arco-íris, representaria a soma das cores. Porém, deveria vir acompanhada da pintura de branco das cobertas das passarelas, o que não aconteceu. Isto é: recursos havia para a recuperação da cobertura antiga, como já acontecera. Decidiu-se por uma cobertura mais simples e eficaz às demandas existentes, e por uma coloração com outro significado (13).
O caso da Escola Oswaldo Cruz é um caso de poder. Não havia a oferta das peças que necessariamente compõem o sistema construtivo. A terceirização demandaria tempo e a qualidade dos sucedâneos é duvidosa. Diante da verba limitada e sempre emergencial, a saída foi uma providência ditada pelas circunstâncias.
Os casos mais sutis pertencem ao prédio da Governadoria e ao Palácio Thomé de Souza. No primeiro, temos uma demanda por mais espaço e por conforto. A construção de mais um pavimento, destarte a estrutura sobre-dimensionada para isso, significa um custo muito superior ao de simples divisórias, ainda mais se levando em conta o processo construtivo do prédio.
Quanto ao Palácio Thomé de Souza, as questões se somam. O fato é que a oxidação e o insolejamento são fatores das quais não se pode escapar sem alterar substancialmente a aparência do prédio. As dúvidas ficam por conta do sistema de refrigeração. Há alternativas que atendem à qualidade do espaço público abaixo do prédio, ainda que com um custo adicional. Por outro lado, há uma nítida decisão entre o sistema de refrigeração adotado. E a dúvida quanto à capacidade física do local destinado à central, para o maquinário.
Perceberemos que tanto o saber quanto o poder revelam uma limitação concreta do usuário. O campo do querer é o que abriga a ambigüidade: houve desajuste da arquitetura, no momento do projeto e da construção, com as demandas do usuário? Ou esses desajustes surgiram posteriormente (como no caso do laboratório de informática)? Esses desajustes são de ordem funcional ou simbólica, entrando neste questões de gosto e preferências?
Assim como a difícil demarcação entre o querer e o poder. É comum em uma alteração polêmica advogar-se a falta de alternativas, a sua impossibilidade. Ao deslocar a decisão do campo da vontade para o da viabilidade, o agente se exime das responsabilidades inerentes à vontade, e de alvo de possíveis críticas torna-se um homem presto na solução de problemas.
No caso do patrimônio público, o entrelaçamento das decisões se torna mais complexo pela descentralização dos gestores (ex.: a DESAL é responsável por vários imóveis da Prefeitura, incluindo o Palácio Thomé de Souza); pela terceirização (ex.: a empresa que presta serviço do condicionamento de ar do mesmo prédio) e pela volatilidade de seus gestores mais imediatos e importantes (os governantes eleitos e os seus indicados).
A tônica geral tem sido a ausência de dignas apropriações das obras de Lelé. O raciocínio vale para qualquer edifício, especialmente naqueles onde se reconheça qualidades materiais e imateriais. Porém, na obra de Lelé isso se torna mais sensível pela extrema unicidade entre a tecnologia constituinte de sua edificação e a forma final, apreendida pelos sentidos.
Para não ficar em situações depreciativas, temos um bom exemplo, realizado por profissionais vinculados ao Poder Público. Trata-se do modelo de abrigo de ônibus RENURB (chamado assim porque produzido pela Companhia de Renovação Urbana de Salvador – RENURB), datado de 1978. Apesar de oficialmente aposentado, se faz presente ainda em boa parte de Salvador, especialmente nos subúrbios – por conta da desculpa oficial do vandalismo (figura 17). A proposta é simples e adequada, atendendo à demanda de assento – a rigor, um paliativo diante de um outro problema, o grande tempo de espera em um sistema de transporte coletivo. E considerando que os modelos de bancos pré-moldados existentes não seriam os mais convenientes (figura 18).
Ou ainda o caso da Biblioteca da FAU-USP, reformada em 1998 sob projeto do Grupo Piratininga Arquitetos Associados. Uma de suas pérolas é o conduíte, o modo que acharam de transpor os cabos do teto às máquinas: por uma elegante mola de aço inox. Sintético, eficiente, e uma invenção ao sabor do espírito de todo o prédio (figura 19).
Estes exemplos se dão nos mesmos contextos das maiorias dos órgãos públicos. Nada neles torna a questão da intervenção algo especial, exceto a adequação das propostas. Exceto que, de um modo geral, nas entidades públicas a questão do saber não emerge.
Ou seja, as adaptações a mudanças tecnológicas ou de demandas não implicam necessariamente em deformações das obras. Porém implicam necessariamente em uma sensibilidade ao fato arquitetônico. Independente da ambigüidade entre vontade e viabilidade.
notas
1
O título é uma óbvia referência ao título de outro artigo: “Favelas Upgrading. A cidade como integração dos bairros e espaço de habitação”. FRANÇA, Elisabete e BAYEUS, Gloria. Arquitextos n.027. Portal Vitruvius, ago 2002. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq027/arq027_00.asp>. Acesso em 31 mar. 2006, 20:26:02. Mais pela perspicácia da metáfora e sua sonoridade. De resto, não tem mais nenhuma relação com o outro artigo.
2
Metodologicamente é o que justifica a ausência de depoimentos do próprio arquiteto, somente no caso em que ilustram detalhes e conceitos de projeto. Importa mais como se dá a relação pós-ocupação pelos usuários, cientes ou não das características do projeto e da obra. O único caso em que o responsável pela direção geral da transformação foi o próprio autor foi a Estação de Transbordo Iguatemi.
3
Segundo depoimento concedido por Amauri Pereira dos Santos, Técnico de Finanças do Tribunal de Contas da União no Estado da Bahia.
4
LATORRACA, Giancarlo (org). João Filgueiras Lima Lelé. São Paulo: Editorial Blau/ Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, 1999, p. 219.
5
Essa é uma postura recente do arquiteto. O escalonamento de prioridades é claro: sempre que possível, ventilação natural. Quando o verão é mais forte e a ventilação mais escassa, abre-se a alternativa de aparelhos menores nos vãos dos sheds, como em Natal e Vitória. Quando não há ventilação (como para os TCUs de Teresina e Cuiabá), refrigeração central, com fan-coil. A lógica que preside esse processo decisório, ao meu ver, é o da evolução técnica, defendida no texto.
6
Tema de uma pichação na obra recém-construída, à época, citando a música Fora da Ordem, de Caetano Veloso: “ainda em construção e já é ruína”.
7
Se a grafia do dito Palácio é Thomé de Souza (nome original do Governador Geral) ou Tomé de Souza, a própria Prefeitura Municipal de Salvador usa em seus documentos as duas grafias, incluindo sua homepage: www.pms.ba.gov.br. Optei por manter a grafia original do personagem histórico, como na da Praça onde se situa, do mesmo nome.
8
Dados obtidos em depoimento do eletricista Odilon Teixeira, funcionário mais experiente do Palácio Thomé de Souza, em 3 de abril de 2006.
9
Dados obtidos em depoimento de Nestor Martins, gerente da Frigeral Climatização Ltda, em 5 de abril de 2006.
10
LATORRACA, Giancarlo (org). Op. cit., p. 55
11
EKERMAN, Sérgio Kopinsky. “Um quebra-cabeça chamado Lelé”. Arquitextos n° 064.03. Portal Vitruvius, set 2005. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq064/arq064_03.asp>. Acesso em 30 mar. 2006, 22:55:18.
12
A tríade foi elaborada pelo arquiteto Carlos Vicencio Zirpel, para outros fins.
13
Segundo depoimento do Engenheiro Luciano Valadares, Assessor Técnico do Superintendente de Transportes Públicos, em 19 de abril de 2006. Por sinal, extremamente solícito e dedicado, como em outras ocasiões. Um verdadeiro exemplo de funcionário público, que generosamente cedeu ainda fotos anteriores à obra na Estação de Transbordo. E de quem foi ainda a iniciativa de consultar o autor da obra sobre os problemas de manutenção, de onde veio a sugestão do arquiteto para a nova cobertura.
sobre o autor
Daniel J. Mellado Paz é arquiteto e urbanista, formado pela Faculdade de Arquitetura da UFBA.