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drops ISSN 2175-6716

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Leia o artigo de Joana Mazza e Milton Guran, sobre a exposição “Eu me desdobro em muitos”, da qual são curadores

how to quote

MAZZA, Joana; GURAN, Milton. Eu me desdobro em muitos. A autorrepresentação na fotografia contemporânea. Drops, São Paulo, ano 12, n. 046.02, Vitruvius, jul. 2011 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/12.046/3956>.


Orlan, 1999 [ver nota 1]
Foto divulgação


O retrato talvez seja a face mais importante da fotografia, como o foi para a pintura durante vários séculos. Isso porque foi o retrato fotográfico que deu um rosto – leia-se uma individualidade – para a população como um todo, já que até então só os mais ricos e poderosos tinham direito a ter sua figura representada, devido ao alto custo da produção de um retrato. A força simbólica e material deste ato foi tão grande que até hoje, no senso comum, a palavra “retrato” é sinônimo de fotografia.

A auto-representação no retrato contemporâneo se impõe num movimento de superação evidenciado nas modalidades de expressão surgidas ao longo do século passado, como a body art e a performance. Coloca no centro da obra não apenas o autor como motivo, como sugeria a tradição do auto-retrato, mas o revela como instrumento e elemento catártico de sua própria expressão.

O sujeito se vê ante uma imagem que lhe devolve o olhar com outras imagens num processo contínuo de multiplicação de eus, de onde surge uma nova individualidade . O reflexo da imagem em forma de retrato, a visualização de si como outro, a ruptura, a cisão , o corte são marcas desse novo tipo de retrato que guarda muito pouco da tradição do retrato clássico herdeiro da individualidade aristocrática, na pintura, e burguesa, na fotografia.

Aqui apresentamos um panorama geral da vanguarda internacional neste campo da arte contemporânea ao lado dos trabalhos mais expressivos em curso no Brasil. Estão contemplados artistas pioneiros neste campo entre nós, ao lado dos mais contemporâneos, que trabalham com as ferramentas digitais em diálogo com as tendências expressivas atuais. Reunimos também alguns dos principais nomes do panorama internacional, com obras que exploram as diversas possibilidades de representação de si, da performance à alteração física do próprio corpo.

O vídeo se tornou uma mídia incontornável na arte contemporânea, dialogando intensamente com a fotografia. Assim sendo, completa a mostra uma seleção de vídeos curtos, com curadoria de Jean-Luc Monterosso.

A seleção das obras é resultado de um investimento levado a efeito nos últimos dois anos e, para chegarmos a esse conjunto, contamos com o apoio dos próprios artistas e das galerias e instituições às quais estão ligados. Dentre essas, destaca-se a Maison Européenne de la Photographie de Paris, que participa com um número expressivo de obras das mais valiosas.

notas

1
ORLAN (França – EUA)- Influenciada pela obra de Duchamp e pelas correntes revolucionárias do Maio de 68, ORLAN trabalha performances blasfêmicas onde o seu corpo encarna e molda diferentes personagens. Por conta de uma gravidez extra-uterina fez com que fosse operada de emergência, filmou e enviou de imediato para o Centro de Arte Contemporânea de Lion para ser exibida, numa performance quase em simultâneo. Agora ORLAN passa a esculpir na sua própria carne, agindo impiedosamente sobre ela através de operações plásticas. Não seriam operações normalizadas feitas à porta fechada, mas sim sob a forma de performance mediática e ensaiada onde se mistura música, literatura, dança, fotografia e vídeo.

2
Alisson Gothz – artista e performer paulista, Alisson é um exemplo de como obra e artista estão interligados no conceito e na forma. Suas “produções” para sair na noite de São Paulo são registradas em imagens e todas estas transformações são postadas na internet, de forma que quem não viu ao vivo tem a oportunidade de conferir quase on-line. Ele utiliza diversos canais na rede como Fotolog, Flickr, Facebook ou mesmo através do próprio site.

3
Helenbar – artista, designer e professora da Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ, a carioca Helena Barros, e seu alter-ego virtual Helenbar, elabora sofisticadas imagens utilizando recursos contemporâneos como câmera digital e photoshop, entretanto com visível referência à pintura, tendo como inspirações desde o movimento Pré-Raphaelita, o Barroco as pinups do ilustrador Vargas. Seus auto-retratos ganharam o mundo através da internet e hoje seu site pessoal é o maior instrumento de exposição.

sobre os autores

Joana Mazza e Milton Guran são curadores da exposição “Eu me desdobro em muitos”, Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, de 30 de maio a 10 de julho de 2011.

Alisson Gothz [ver nota 2]
Foto divulgação

Helenbar, Fruto Proibido [ver nota 3]
Foto divulgação

 

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