Elaborada a partir do debate no qual participaram o Arquiteto e urbanista Milton Botler, o Professor de Arquitetura do Centro de Artes e Comunicação da UFPE Gílson Gonçalves, e o Professor de Filosofia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE Érico Andrade.
A Diretoria do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento Pernambuco (IAB PE) afirma sua colaboração e compromisso permanentes com a qualificação do ensino de arquitetura e urbanismo nas universidades do Brasil e manifesta:
1. Apoio total ao ensino da cultura arquitetônica e urbanística local e universal, promovendo sempre a difusão irrestrita do conhecimento como instrumento de formação, discernimento e qualificação dos profissionais em arquitetura e urbanismo.
2. Apoio e contribuição à formação integral e intensiva do arquiteto e urbanista brasileiro nos aspectos teóricos e práticos, estimulando sempre a melhoria de projetos e a construção de espaços qualificados para a vida das pessoas e para o desenvolvimento do país, assim como para o melhoramento e qualificação dos espaços públicos das cidades brasileiras.
3. Apoio irrestrito à formulação de planos de estudos que visem à integração dos conteúdos acadêmicos com os problemas arquitetônicos, urbanísticos e sociais locais, assim como estímulo à extensão e contribuição da universidade com a sociedade.
4. Apoio e contribuição à formação de uma consciência crítica que permita o discernimento entre o conhecimento derivado da cultura universal e as solicitações da realidade local, assim como à interpretação da complexa trama de interesses que intervêm na configuração das cidades no Brasil.
5. Apoio e estímulo ao reconhecimento e difusão da arquitetura local, à valorização dos profissionais atuantes no Brasil e à consciência relacionada com a solução dos problemas derivados das condições sociais, geográficas, climáticas e culturais da região.
6. Apoio e estímulo à pesquisa, estudo e desenvolvimento de tecnologias adaptadas e apropriadas aos recursos e à cultura local.
7. Apoio e estímulo ao conhecimento e integração com o contexto latino-americano, assim como, ao intercambio de experiências tecnológicas, urbanísticas e de atuação em realidades econômicas e sociais semelhantes às brasileiras.
8. Estímulo à participação no contexto acadêmico de profissionais atuantes na produção de arquitetura, tendente a complementar a formação teórica com a prática.
9. Estímulo à sensibilização com a realidade das urbanizações informais no Brasil, à procura de soluções ao problema social e habitacional e ao acesso aos serviços de arquitetura e urbanismo para 80% da população brasileira, hoje excluída deles.
10. Restrição ao egresso de formandos em arquitetura e urbanismo que não possuam os conhecimentos e atitudes mínimas à altura dos requerimentos da sociedade brasileira.
11. Apoio à qualificação dos processos de admissão de professores capacitados nos aspetos teóricos e práticos do exercício da profissão de arquiteto e urbanista.
12. Apoio e estímulo irrestrito às atividades didáticas presenciais relativas ao ensino da prática de projeto arquitetônico, incluindo, quando necessário, criteriosa utilização de instrumental tecnológico não presencial apenas para conteúdos teóricos.
13. Apoio e estímulo a sistemas de estágios monitorados e capacitação continuada para graduados, especialmente na produção de projetos adequados às necessidades sociais e urbanísticas do país.
14. Apoio à instrumentação de mecanismos de avaliação pós-acadêmica para a outorga do registro profissional de arquiteto e urbanista.
15. Apoio à construção e difusão da consciência do valor da arquitetura como manifestação cultural da sociedade brasileira e do arquiteto como agente de cultura, assim como do respeito ao patrimônio edificado nas cidades do Brasil.
16. Apoio à sensibilização e conscientização da realidade dos centros históricos de muitas cidades brasileiras, que hoje sofrem processos de esvaziamento, degradação e gentrificação, assim como à contribuição acadêmica para a reversão do problema.
17. Apoio irrestrito às manifestações livres das ideias relacionadas com questões acadêmicas e sociais da prática da arquitetura e urbanismo, assim como repúdio total às manifestações agressivas ao patrimônio construído.
Recife, 09 de março de 2017.
sobre o autor
Roberto Ghione, arquiteto, é formado pela Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. Pós-graduado em Preservação do Patrimônio, Crítica Arquitetônica e Planejamento Urbano pela Universidad Católica de Córdoba. Titular do escritório Vera Pires Roberto Ghione Arquitetos Associados e presidente do IAB PE.