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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
Os procedimentos denominados mapas de fluxos, em museus, são processos avaliativos de espaços que permitem verificar as condições de adequação destes às formas como os visitantes realizam os percursos e se comportam em relação ao uso proposto.

english
The flow mapping are procedures for evaluating museum spaces that allow us to verify the conditions of their adaptation to the ways in which visitors make the routes and behave in relation to the proposed use.

español
Los procedimientos denominados mapas de flujo, en los museos, son procesos evaluativos de los espacios que permiten verificar las condiciones de adecuación de estos a las formas en que los visitantes realizan los recorridos.

how to quote

SILVA, Victor Hugo; ORNSTEIN, Sheila Walbe . Sobre museografia e fluxos. Drops, São Paulo, ano 23, n. 180.05, Vitruvius, set. 2022 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/23.180/8596>.



Os Mapas Comportamentais e de Fluxos (MCFs) têm como premissa apresentar de forma sistêmica e por meio de uma representação espacial bi ou tridimensional, os comportamentos e os deslocamentos (fluxos e contra-fluxos, nos diversos sentidos, por exemplo, nos sentidos horário e anti-horário) dos visitantes em um determinado espaço expositivo (1). Estes mapas tem como objetivo verificar e apresentar aos projetistas e tomadores de decisão, relativamente às propostas museográficas, as principais interfaces que moldam as relações s estabelecidas entre usuário (no caso, visitantes de museus abrigados em edifícios com 50 ou mais anos de vida útil), ambientes em uso e a própria edificação. Este mapeamento leva em consideração o paradigma determinístico da arquitetura como influenciador da percepção ambiental pelo usuário e, de forma dialética, a apreensão do visitante sobre os espaços interiores (e da edificação museal, no sentido mais amplo) e dos objetos expostos na visitação. Nesta condição biunívoca, entende-se que é necessário considerar os fluxos, contrafluxos e comportamentos destes usuários temporários em museus (visitantes), não só por conta dos requisitos de segurança e de acessibilidade, mas também por conta dos acervos e da edificação (muitas vezes patrimoniada e de valor histórico) no que se refere aos requisitos de desempenho ambiental.

Atualmente é frequente encontrar registros bibliográficos de MCFs representados de forma única e integrada, uma vez que enquanto o mapa de fluxos registra o percurso realizado pelo visitante, num dado espaço expositivo, desde a entrada, até a saída, o mapa comportamental registra as atividades realizadas por ele naquele dado espaço tais como os principais pontos de parada, as interações – passivas ou ativas (se possível) – com as obras de arte, tempo de permanência no ambiente e junto a cada item de acervo exposto e assim por diante. Ou seja, a representação de ambos os mapas sobrepostos torna mais amigável a compreensão das interações psicoespaciais desenvolvidas no ambiente, pois ressalta a eventual visualização de conflitos (nós) nos pontos de circulação e de paradas (aglomerações), permitindo, inclusive, possíveis ajustes de leiautes e reposicionamento de itens de acervo no decorrer da própria temporada de exposição, se necessário. Desta feita, o principal resultado da aplicação dos MCFs, em um ambiente construído e em uso é na maioria dos casos, uma representação gráfica sobreposta e legendada, a planta arquitetônica do referido espaço. Por esta razão, surgiram, então inúmeros modos de apresentar os dados os quais variam de acordo com os pontos de vista do pesquisador-observador e do enfoque da pesquisa (objetivos) a ser desenvolvida. Tais procedimentos avaliativos, a partir de levantamentos manuais, eletrônicos, fotográficos (estáticos) e até por meio de vídeos (dinâmicos), permitem aplicações in loco e num dado período pré-definido dos MCFs, porém requerem a definição de parâmetros para futuras replicações, com vistas a construção de MCFs, como subsídios para projetos museográficos e considerando que há ainda poucas pesquisas sobre o tema, sobretudo no Brasil.

Com este propósito foi organizado um guia “passo a passo” que explica e instrui a aplicação dos MCFs com um enfoque direcionado a espaços museais. Este guia foi composto de uma base teórica formada por informações coletadas (2) e com a posterior aplicação piloto em dois museus diferentes (Fundação Ema Klabin, FEK, uma casa-museu e onde predominam exposições permanentes e o Museu da Imagem e do Som, MIS, onde predominam exposições temporárias) para verificar a efetividade das informações levantadas. A aplicação piloto na casa-museu Ema Klabin abrangeu todos os espaços expositivos e no caso do MIS, o espaço expositivo da exposição temporária Archipélago. A aplicação piloto ocorreu no primeiro semestre de 2022.

O guia contempla um roteiro a ser seguido e dividido em três etapas de aplicação dos mapas (pré-mapeamento; levantamento in loco e pós-levantamento, e, elaboração dos mapas definitivos). Foi incluído como exemplo uma planta hipotética de uma sala de museu contendo esculturas, pinturas e um mural, dispostos em diferentes posições e painéis expostos em divisórias periféricas e limítrofes da referida sala. Desse modo foram consideradas diferentes possibilidades de deslocamentos e comportamentos, considerando três visitantes simulados, onde foram previstos seus percursos, pontos de permanência e tempo de visita. Com a integração destes dados foi então produzido um MCFs síntese ilustrativo, que posteriormente serviu de base para os registros in loco e nos dois casos reais (FEK e MIS) e para a realimentação do próprio guia. Um mapa síntese foi desenvolvido de forma mais detalhada após a realização da aplicação piloto na casa museu FEK que teve como teste inicial a aplicação dos mapas de forma manual e, posteriormente, de forma digital, este último com a utilização de um aplicativo para a sua produção que além de apresentar os principais fluxos, pontos de conflito na circulação e pontos de parada dos visitantes (para contemplação dos ambientes e dos objetos de acervo), apresentou também as obras do acervo relacionadas aos pontos verificados, permitindo compreender as principais motivações destas paradas.

O estabelecimento de padrões sistemáticos propostos no guia permitiu a comparação entre ambos os MCFs sínteses (FEK e MIS). Notou-se, então, que os mapas, quando aplicados em um museu permitem aos arquitetos e/ou designers possibilidades de melhorias dos leiautes expositivos com base em experimentos anteriores reais e efetivos.

Os MCFs, de origem multidisciplinar, são instrumentos que podem colaborar com as premissas museográficas e, portanto, com a programação de necessidades dos espaços expositivos.

notas

NA – Os autores agradecem a Fundação Ema Kabin, SP e ao Museu da Imagem e do Som de São Paulo por terem acolhido e colaborado com a pesquisa.

1
SILVA, Victor Hugo. Métodos observacionais: mapas comportamentais aplicados em espaços museológicos: conceitos, desenvolvimento, possibilidades de aplicação e análise. Relatório final de Iniciação cientifica. São Paulo, FAU USP/CNPq, 2022.

2
ARSAN, Taner; KEPEZ, Orcun. O. Early Steps in Automated Behavior Mapping via Indoor Sensors. Sensors. v. 17. p. 2, 2017 <https://bityli.com/JWCWkkR>; ASSONI, Aline D.; ORNSTEIN, Sheila Walbe. Museus interativos sob a ótica dos usuários. Avaliação Pós-Ocupação aplicada no caso do Museu Catavento, SP. Coleção Cadernos PROARQ, Rio de Janeiro, FAU Proarq UFRJ, 2019, p. 111-132 <https://bityli.com/koODHmk>; CANSADO, Julia Ascencio A. Ambientes museológicos para a aprendizagem e a construção do conhecimento: a contribuição da avaliação pós-ocupação a partir de um estudo de caso. Iniciação Científica. Relatório Final Processo Fapesp n. 2019/14681-6. São Paulo, FAU USP/Fapesp, 2021.

sobre os autores

Victor Hugo Silva é graduando na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e realizou pesquisa de iniciação científica no período 2021-2022 com apoio do CNPq número 138962/2021-9.

Sheila Walbe Ornstein é professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, bolsista produtividade CNPq número 304131/2020-2. Atua em áreas do conhecimento como a Avaliação Pós-Ocupação, gestão do processo de projeto e tecnologia da construção.

 

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