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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Nesta entrevista, Francisco Ribas Barangé, arquiteto espanhol titular do escritório Ribas y Cia, fala do contexto em que surgiu o escritório, suas influências e trajetória

english
En esta entrevista, Francisco Ribas Barangé, arquitecto español titular del estudio Ribas y Cia, habla del contexto en que surgió el estudio sus influencias y trayectoria

español
In this interview, Francisco Ribas Baranger, Spanish architect office holder Ribas y Cia, talks about the context in which emerged the office, his influences and professional path

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COTRIM, Marcio; GUÁQUETA, Mónica Cruz. Francisco Ribas Barangé. Entrevista, São Paulo, ano 09, n. 033.02, Vitruvius, jan. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/09.033/3289>.


Perspectiva da sala de estar de uma casa em La Cerdanya, 1960
Desenho de Francisco Ribas

Marcio Cotrim e Mónica Cruz Guáqueta: Você se formou no início dos anos 1960? Qual era o panorama arquitetônico que podia esperar um recém formado em Barcelona naqueles anos?

Francisco Ribas Barangé: Era um momento de uma nítida transformação arquitetônico. Passava-se de obras neoclássicas, “a la Bruneleschi”, a um campo muito mais aberto, devido em grande parte ao Grup R e sobretudo a Coderch na Catalunha; a Francisco Javier Sáenz de Oiza, Luis Gutiérrez Soto e Miguel Fisac em Madri.

MC/MCG: O momento crucial que significou esta época para a construção de Barcelona foi uma motivação inicial?

FRB: Sem dúvida, para mim e para toda mina geração, estas mudanças foram de grande motivação. É curioso que nesta época, ainda se vivia um momento complicado na Espanha, ainda estávamos bastante isolados do ponto de vista cultural com relação a outros países da Europa. Tive que contrabandear a primeira poltrona que tive dos Eames. Tive que trazê-la de Andorra por peças, pouco a pouco... Houve um grupo inicial, no qual me incluo, que foi buscar fora, sobretudo no norte da Europa, informações e maneiras de dar continuidade ao que tinha sido feito aqui nos anos 1950.

MC/MCG: Quais foram as pessoas mais próximas com as que pode trabalhar durante estes anos?

FRB: Trabalhei com Duran i Reynals, um escritório importante de Barcelona, totalmente decimônico, desordenado e boêmio, mas com uma enorme sensibilidade. Assinei algumas obras com ele, ainda que não estivesse totalmente de acordo com estes projetos. Com Miguel Milá iniciamos a Tramo S.A. Miguel era um homem muito inquieto e interessado por desenho. Nestes anos estive trabalhando no Colégio de Arquitetos de Catalunha e criamos uma espécie de centro de desenho onde tentamos aglutinar aos designers daquele momento. Fiz algo com Bonet, com Fisac, e com Terradas... Terradas era naqueles anos diretor da Escola de Arquitetura, onde eu também dava aulas.

MC/MCG: Qual foram os arquitetos que serviram como referências iniciais?

FRB: Fernández Alba e M. Fisac em Madri, foram referências importantes. Gutiérrez Soto é um exemplo destes arquitetos que passaram do período do GATPAC a uma arquitetura neoclássica e logo voltou a fazer coisas interessantes. Rafael Moneo, que é da minha geração e sem dúvida um grande arquiteto. Fora da Espanha, gosto particularmente de Frank Lloyd Wright, Gio Ponti, Carlo Scarpa, Mies... Coderch é uma referência local muito importante. Ele fez arquitetura de forma muito unitária sem deixar-se influenciar por ninguém; sem dúvida foi a influencia mais forte. Em paralelo estava o Grup R, mas nunca ninguém na Espanha teve uma personalidade arquitetônica tão definida como Coderch.

Os nórdicos nos interessavam muito. Estive duas vezes no escritório de Aalto, e segui muitas de suas obras. A arquitetura japonesa também, tanto a popular de Kyoto como a arquitetura moderna em madeira e concreto aparente, sempre me pareceram muito sérias...

Cartão postal do Hotel Myako, Kyoto, viagem de Francisco Ribas ao Japão, anos 1960

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