“O teatro, veja você, é uma coisa extraordinária [...] E o que é interessante, nesta mágica de trabalho que move as emoções dos outros, que procura convocar e trabalhar a emoção das pessoas, é não representar de modo visível o óbvio. Fazer deste “veja você” uma coisa extraordinária [...] Uma coisa maravilhosa. De um realismo brutal...”
Paulo Mendes da Rocha
No processo de pesquisa para minha dissertação de mestrado, ao tentar compreender a forma como Paulo Mendes da Rocha via a questão expositiva, tomei conhecimento dos incríveis cenários projetados por ele, principalmente, para a diretora Bia Lessa. Foi Bia que, em 1990, introduziu o arquiteto no mundo da cenografia para teatro e ópera e com quem ele estabeleceu relevante produção cenográfica por cerca de quase uma década. Esta parceria, enquanto obra, nos interessou pela refinada reflexão teórica e crítica que resultou em cenários com forte carga social e humana.
Ao todo, Paulo Mendes da Rocha projetou sete cenários para teatro e ópera. Além deles, o arquiteto projetou ainda a cenografia para o show de Marina Lima em 1996 e o desfile “Corpo Público” na SPFW (1999), da M. Officer.