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interview ISSN 2175-6708

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GUERRA, Abilio; et. al. Gilberto Gil, o homem que sabe ouvir. Transa Marieta – episódio 7. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 084.01, Vitruvius, out. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.084/7902>.


Gilberto Gil
Foto Gérard Giaume

Gilberto Gil

O artista inicia sua carreira no acordeom, ainda nos anos 1950. Inspirado por Luiz Gonzaga, pelo som do rádio, pelas procissões na porta de casa. No interior do Nordeste a sonoridade que explorava era a do sertão, até que surge João Gilberto, a bossa nova, e também Dorival Caymmi, com suas canções praieiras e o mundo litorâneo, tão diferente do mundo do sertão.

Influenciado, Gil deixa de lado o acordeom e empunha o violão, e em seguida a guitarra elétrica, que abrigam as harmonias particulares da sua obra até hoje. Suas canções desde cedo retratavam seu país, e sua musicalidade tomou formas rítmicas e melódicas muito pessoais. Seu primeiro LP, Louvação, lançado em 1967, concentrava sua forma particular de musicar elementos regionais, como nas conhecidas canções Louvação, Procissão, Roda e Viramundo.

Em 1963, ao conhecer o Caetano Veloso na Universidade da Bahia, Gil inicia com o novo amigo uma parceria e um movimento que contempla e internacionaliza a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e toda a arte brasileira. A chamada Tropicália, ou movimento tropicalista, envolve artistas talentosos e plurais como Gal Costa, Tom Zé, Rogério Duprat, José Capinam, Torquato Neto, Rogério Duarte, Nara Leão entre outros. Esse movimento gera descontentamento da ditadura vigente, que o considera nocivo à sociedade com seus gestos e criações libertárias, e acaba por exilar os parceiros.

O exílio em Londres contribui para a influência ainda maior dos Beatles, Jimmi Hendrix e todo o mundo pop que despontava na época na obra de Gil, que grava inclusive um disco em Londres, com canções em português e inglês.

Ao retornar ao Brasil, Gil dá continuidade a uma rica produção fonográfica, que dura até os dias de hoje. São ao todo quase sessenta discos e em torno de quatro milhões de cópias vendidas, tendo sido premiado com nove Grammys. Entre LPs, CDs e DVDs, como Expresso 2222, Refazenda, Viramundo, Refavela, Realce, UmBandaUm, Dia Dorim, Raça Humana, Unplugged MTV, Quanta, Eu Tu Eles, Kaya N`Gandaya, Banda Dois, Fé na Festa, Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmo com Orquestra, entre tantos outros, Gil criou uma vasta e abrangente obra musical e audiovisual. Um de seus mais recentes trabalhos, Gilbertos Samba, é uma reinterpretação de canções gravadas por João Gilberto e uma homenagem do “discípulo para o mestre”.

Em 2015 e 2016 celebrou com Caetano Veloso os cinquenta anos de carreira em um show histórico – Dois Amigos, Um Século de Música – registrado em CD e DVD. Em 2017 a Trinca de Ases foi lançada à mesa: Gil, Nando Reis e Gal Costa percorreram os palcos das principais cidades do Brasil e da Europa. Registrado também em CD e DVD.

Em 2018, lançou o álbum Ok Ok Ok que traz a família, a doença que experimentou e o questionamento do posicionamento que a sociedade lhe exige. O álbum foi vencedor do Grammy Latino em novembro de 2019 na categoria Melhor Álbum de Música Brasileira.

Cada novo projeto de Gil tem suas formas consolidadas em diversas turnês pelo mundo. Todo disco vira show e muito show vira disco. Sempre disposto a realizar turnês nacionais e internacionais para cada novo projeto, Gil é presença confirmada anualmente nos maiores festivais e teatros da Europa. Realizou diversas turnês pelas Américas, Ásia, África e Oceania. Gil tem um público cativo em seus shows no exterior, desde suas primeiras apresentações internacionais em 1971, a partir da sua marcante participação no festival de Montreux, em 1978.

Em 2002, após sua nomeação como Ministro da Cultura, Gil passa a circular também pelo universo sociopolítico, ambiental e cultural internacional. No âmbito do MinC, em particular, desenha e implementa novas políticas que vão desde a criação dos Pontos de Cultura até a presença marcante do Brasil em fóruns, seminários e conferências mundo afora, trabalhando temas que vão desde novas tecnologias, direito autoral, cultura e desenvolvimento, diversidade cultural e o lugar dos países do sul do planeta no mundo globalizado.

Suas múltiplas atividades vêm sendo reconhecidas por várias nações, que já o nomearam, entre outros, de Artista da Paz pela Unesco em 1999, Embaixador da FAO, além de condecorações e prêmios diversos, como Légion d’Honneur da França, Sweden’s Polar Music Prize, entre outros.

Um Embaixador musical único, movido pela convicção cultural.

“Eu soube que a música era minha linguagem, mesmo. Que a música ia me levar a conhecer o mundo, ia me levar a outras terras. Por que eu achava que tinha a música da terra e a música do céu”.
Gilberto Gil

Chico César
Foto José de Holanda

Chico César

Nascido em Catolé do Rocha PB, em 1964, Chico César é compositor, cantor, jornalista e escritor. Chico explicita a irreverência, a criatividade e a poética, características de sua obra ao longo de sua trajetória. Autor de sucessos consagrados pelo público, como "Mama África" e "À Primeira Vista", o paraibano tem nove álbuns lançados. Já recebeu diversos prêmios como Revelação do Prêmio Sharp (1995) e Melhor Compositor pela APCA (1996), Grammy de Melhor Performance Vocal Pop Masculina (2001) e Prêmio da Música Brasileira – categoria Melhor Álbum POP/ Rock/ Reggae/ Hip Hop/ Funk (2018). A obra de Chico César condensa o infinito cordão umbilical que o une às suas raízes.

Djamila Ribeiro
Foto divulgação

Djamila Ribeiro

Natural de Santos, nascida em 1980, Djamila Ribeiro é mestre em filosofia política pela Unifesp e colunista do jornal Folha de S.Paulo, foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Coordena a coleção Feminismos Plurais, da editora Pólen, e é autora dos livros O que é lugar de fala (2017) e Quem tem medo do feminismo negro? (2018).

Keyna Eleison
Foto Fabio Souza

Keyna Eleison

Curadora, escritora, pesquisadora, herdeira Griot e xamãnica, narradora, cantora e cronista ancestral, Keyna Eleison é mestre em História da Arte e especialista em História da Arte e da Arquitetura; bacharel em Filosofia. Membra da Comissão da Herança Africana para laureamento da região do Cais do Valongo como Patrimônio Mundial (Unesco). Curadora da 10aBienal internacional de Arte SIART, na Bolívia. Atualmente cronista da revista Contemporary & Latin America, e Professora do Programa Gratuito de Ensino da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro e Diretora Artística do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em dupla com Pablo Lafuente.

Luiz Fernando de Almeida
Foto divulgação

Luiz Fernando de Almeida

Mineiro de Santa Rita de Sapucaí, nascido em 1962, Luiz Fernando de Almeida é arquiteto; ex-coordenador do Programa Monumenta, ex-presidente do Iphan; ex-diretor do Museu de Arte do Rio de Janeiro e atual diretor do Instituto Pedra, onde coordena o projeto de recuperação da Vila Itororó em São Paulo. Fundador da revista Óculum em 1985, com Abilio Guerra e outros membros.

Abilio Guerra
Foto Marcelo Scandaroli

Abilio Guerra

Nascido em São Paulo em 1959, Abilio Guerra é arquiteto, mestre e doutor em História, professor da FAU Mackenzie. Membro fundador do Marieta, é editor da Romano Guerra Editora e do Portal Vitruvius ao lado de Silvana Romano. É autor dos livros Rino Levi – arquitetura e cidade (com Renato Anelli e Nelson Kon, 2001), O primitivismo em Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Raul Bopp (2010), Arquitetura brasileira: viver na floresta (2011) e Arquitetura e natureza (2017).

Giovanni Pirelli
Foto Tommaso Protti

Giovanni Pirelli

Nascido em Milão, em 1989, é gestor cultural e curador, sócio-diretor da empresa de consultoria cultural Cactus, diretor executivo e coordenador de atividades do centro cultural Marieta. Italiano, frequentou cursos de Literatura Contemporânea da Universitá degli Studi di Milano e, entre 2012 e 2013, fundou e coordenou o Cubo, incubadora de artistas e projetos culturais, localizada no centro de Milão. Desde 2009 é conservador e promotor do acervo da obra da artista italiana Marinella Pirelli, sua avó. Especialista em gestão cultural pelo Sesc-SP (2020).

Entrevista

A entrevista com Gilberto Gil ocorreu no dia 6 de outubro de 2020, terça-feira, das 17h00 às 18h15. O encontro ocorreu virtualmente, via Zoom, e foi transmitido ao vivo no Facebook, na página do projeto Marieta (www.facebook.com/projetomarieta), com as participações dos entrevistadores Chico César, Djamila Ribeiro, Keyna Eleison e Luiz Fernando de Almeida, com mediação de Abilio Guerra e Giovanni Pirelli e participação do público, que encaminhou antecipadamente perguntas por escrito, material que serviu de base e referência para as perguntas.

Caio Guerra, Helena Guerra, Silvana Romano, Abilio Guerra e Giovanni Pirelli, fundadores do Coletivo Marieta
Foto divulgação

Agradecimentos

O projeto Marieta agradece Brenno Tardelli, Fábio Cypriano, Giacomo Pirazzoli, Maria Gil, Maristela Garcia e Paula Sacchetta, que ajudaram a fazer as pontes com os convidados para a entrevista.

Episódios do Transa Marieta

Todas as transas são gravadas e publicadas posteriormente em parceria com o portal Vitruvius. As anteriores foram as seguintes:

#1 – Milton Hatoum (com Abilio Guerra, Augusto Massi e Julia Bussius)

#2 – Arrigo Barnabé (com Abilio Guerra, Carla Camurati, Luiz Gê, João e Paulo Sampaio)

#3 – Erminia Maricato (com Abilio Guerra, Celso Aparecido Sampaio, João Sette Whitaker e Lizete Rubano)

#4 – Danilo Santos de Miranda (com Abilio Guerra, Giovanni Pirelli e Marta Bogéa)

#5 – Ailton Krenak (com Abilio Guerra, Isa Grinspum, Marco Altberg e Suely Rolnik)

#6 – Zé Celso Martinez Corrêa (com Giovanni Pirelli, Cafira Zoé, Casé Angatu, Marcelo Dalourzi e Marília Gallmeister)

Projeto Marieta

O projeto Marieta é um centro cultural comunitário colaborativo, fundado em 2015 com a proposta de ser um espaço de pesquisa, difusão e produção de arte e cultura contemporânea. A diretoria e conselho curatorial é da responsabilidade do coletivo formado por Abilio Guerra, Caio Guerra, Giovanni Pirelli, Helena Guerra, Silvana Romano Santos. Atualmente conta com as participações de Lucas Minari (tuttofare), Magaly Corgosinho e Neliane Simioni (assessoria de imprensa); Marcella Arruda e Marina Frúgoli (pesquisadoras residentes); Ana Júlia Travia, Julia Rantigueri, Julia Zylbersztajn, Pedro Santiago e Paula Monroy (colaboradores internos); André Scarpa, Bianca Leite, Felipe Rodrigues, Marina Dias Teixeira e Pablo Figueroa (colaboradores externos); Lírios Spacca (design gráfico). O grupo conta com a adesão fundamental de Claudia Romano, Emiliana Romano Santos, Norma Romano Santos (apoio moral) e de Garibaldi Maria Pirelli Guerra, Martino Pirelli Guerra, Piero Pirelli Guerra, Tom Guerra, Francesca Tosi, Francesco Pirelli (apoio emocional). Nos tempos atuais de pandemia, o espaço está se mantendo aberto e atuante (virtualmente) graças ao apoio de amigos do Marieta, via apoio cultural no website benfeitoria.com/marieta.

ficha técnica

programa
Transa Marieta – episódio 7

entrevistado
Gilberto Passos Gil Moreira (Gilberto Gil)

mediadores
Abilio Guerra e Giovanni Pirelli

entrevistadores
Chico César, Djamila Ribeiro, Keyna Eleison e Luiz Fernando de Almeida

organizadores
Abilio Guerra, Giovanni Pirelli, Helena Guerra, Caio Guerra e Silvana Romano Santos

pesquisa
Helena Guerra, Giovanni Pirelli e Abilio Guerra

edição
Helena Guerra

produção
Coletivo Marieta / Abilio Guerra, Caio Guerra, Helena Guerra, Giovanni Pirelli e Silvana Romano Santos
Gege Edições / Maria Gil e Fafá Giordano

data
06 de outubro de 2020, 17h

divulgação
transmissão ao vivo via Facebook
publicação posterior no portal Vitruvius

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084.01
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084

084.02

Pierre Fernandez, l'Ecole Nationale Supérieure d'Architecture à Toulouse

Sérgio M. Marques

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Oscar Eduardo Preciado Velasquez

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José Miguel Wisnik, profissão indefinida

Abilio Guerra, Eucanaã Ferraz and Evandro Camperom

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