O 27º Congresso Mundial de Arquitetos, promovido pela União Internacional de Arquitetos – UIA, e o Centro Cultural Marieta apresentou à sociedade em geral – e não só os profissionais da área de Arquitetura e Urbanismo – mais uma sessão para discutir temas relacionados à vida urbana: a mesa redonda A cidade e seus simulacros – o livro e o urbano, que ocorreu no dia 18 de julho de 2021, a partir das 19h30, com as presenças de Angelo Bucci, Augusto Massi, Milton Hatoum, Sonia Marques e Abilio Guerra (moderador).
A ideia original da mesa é de Margareth da Silva Pereira, professora da FAU UFRJ e membro da organização do Congresso UIA 2021 Rio, que me convidou para organizar o evento. O que me veio à cabeça foi a recordação da mesa redonda “O livro como forma de divulgação da produção científica: o lugar da A+U no mercado editorial”, que ajudei a organizar para 3º Seminário Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo: Produção bibliográfica em Arquitetura e Urbanismo, ocorrido nos dias 26-27 de agosto de 2013.
No primeiro dia do evento, logo após a abertura oficial, se apresentaram Abilio Guerra (Romano Guerra Editora), Fernando Serapião (Editora Monolito), Shoshana Signer (Editora Oficina de Textos) e Augusto Massi (ex-editor da CosacNayf e professor da USP), com moderação de Maísa Veloso (UFRN, presidente da Anparq na ocasião). A conversa não só deu conta do escopo inicial proposto pela organização, mas se enveredou por interessantes relações entre o livro a cultura.
Assim, a concepção do evento para o congresso carioca da UIA – realizado virtualmente devido a pandemia de Covid-19 que aflige o mundo desde o início de 2020 – partiu desse encontro ocorrido em Natal há quase uma década e se apoiou na experiência e logística desenvolvida pelo coletivo Marieta acerca de encontros virtuais. Os convidados foram selecionados a partir de critérios diversos – faixa etária, origem geográfica, temas de predileção –, mas foi determinante a qualidade e profundidade da escrita de cada um. E o encontro, em minha opinião, foi um memorável, com interação entre os autores e seus temas.
A conversa foi pautada pela leitura, por parte de cada convidado, de trecho de livro de sua autoria. Os participantes, todos eles em alguma medida envolvidos com a produção editorial – como autor, organizador e/ou editor –, trataram de temas inerentes ao ato de escrever: a inspiração e as referências, a artesania da escrita, a interlocução com os leitores, os temas de afinidade e, principalmente, as múltiplas relações entre a imaginação e a realidade urbana.
A proposta era revelar a experiência pessoal no exercício do trabalho da escrita, o território de onde cada um observa, se apropria e se expressa na forma de texto a experiência na cidade. Quatro trajetórias de vida, com exercício profissional e fruição da cultura particulares, que se encontraram para compartilhar o ato de escrever e se comunicar. Uma mesa redonda que pretendeu ser o espaço imaginário habitado por palavras, onde os percursos individuais se encontram.
Mas, o mais importante é o leitor entrar no segundo módulo dessa matéria e se deliciar com a conversa solta e interessante. E, para quem quiser saber mais detalhes, estão disponíveis no módulo 3 as informações do evento e de seus participantes.