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my city ISSN 1982-9922

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MASSAD, Fredy; GUERRERO YESTE, Alicia. Madri 2012. Minha Cidade, São Paulo, ano 05, n. 049.01, Vitruvius, ago. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/05.049/2003/pt>.



Como para toda capital que tem o desejo de se incorporar ao mapa das cidades olímpicas, a apresentação desta candidatura implica em levar a cabo uma profunda intervenção sobre seu tecido urbano e a criação ou renovação de diferentes infra-estruturas desportivas. Não apenas para assegurar e demonstrar eficiência organizativa e projetar ao mundo uma imagem atrativa e impecável, mas também para reequilibrar e revitalizar as condições presentes da cidade para seus próprios cidadãos.

O projeto Madrid 2012 se caracteriza fundamentalmente pela intervenção em estruturas já existentes e pela construção de novas instalações para competições de alto nível. Optou-se por traços contidos, traduzidos em resultados arquitetônicos corretos.

Esta intervenção coloca um conceito para orientar o futuro imediato da vida urbana de Madrid para além da candidatura aos Jogos Olímpicos e sua possível celebração na cidade dentro de oito anos.

O escritório Cruz y Ortiz é responsável por dois projetos relevantes: a planificação do Anel Olímpico e a ampliação da capacidade de público do Estádio de Madri. O Anel Olímpico se situa a poucos minutos de distância do aeroporto e do centro da capital, conectado também com outros pontos aonde se implantariam os espaços destinados ao uso dos meios de comunicação e outros usos, aonde ocorreriam competições. A planificação da Vila Olímpica se define como uma operação de regeneração meio-ambiental e centralidade. Pretende-se que após os Jogos, os edifícios residenciais que se construíram para a concentração dos desportistas, sejam convertidos em campus universitário.

As cerimônias de inauguração e clausura de os Jogos se realizariam no remodelado Estádio de Madrid, no núcleo do Anel Olímpico, cuja arquibancada – popularmente chamada “La Peineta” [o pente] – será ampliada para dar lugar a cinqüenta e cinco mil espectadores. Para os eventos olímpicos, outro anel de arquibancada coberta ampliará a capacidade em vinte mil assentos.

Outra estrutura passível de uma intervenção notável para sua ampliação e melhoria estrutural é o Palácio de Desportes Felipe II, reconstruído por Paloma Huidobro e Enrique Hermoso, que se ampliaria para abrigar até quase dezessete mil espectadores. Recinto polivalente, capaz de abrigar cerimônias desportivas e espetáculos, se encontra nas imediações do Parque do Retiro, portanto trata-se da instalação olímpica mais central.

O Rockódromo Arena Casa de Campo, encomenda do Escritório Cano Lasso, surge com a finalidade de se converter em um pavilhão de suporte para atividades desportivas, artísticas, musicais, equipamento dinamizador de seu entorno. Sua localização obrigou aos arquitetos a realizarem uma intervenção respeitosa em relação à memória histórica, de maneira que o edifício se define como um elemento de silencioso impacto.

Juan José Medina é o responsável pelo Centro Aquático Olímpico, que acolherá as competições de desportes aquáticos. O projeto é definido pela transparência da vedação de seus três blocos, em alusão à imagem e sensação da água.

O Centro de Tênis Parque Manzanares, concebido por Dominique Perrault, foi batizado como a Caixa Mágica. Esse nome se deve ao fato de que sua silhueta poderá variar em função do tipo de evento que acolhe, mediante coberturas e fachadas móveis, criando um espaço aonde se poderão realizar eventos ao ar livre ou coberto, entretenimentos e compras.

Os Jogos Olímpicos, como grande evento mediático desportivo e cultural, transformaram-se em um perfeito argumento para gerar uma forma específica de estratégia de intervenção sobre as grandes cidades contemporâneas, redesenhando-as e reciclando-as, colocando assim um idêntico modelo de ação urbanística teoricamente capaz de operar em um nível global.

O pretexto de um grande evento deve servir para resolver os problemas específicos de uma urbe e não para mascará-los suntuosamente. Em não poucas ocasiões, esplêndidos equipamentos não têm sido capazes de integrar-se a uma dinâmica urbana real e acabam abandonados no espaço de pouco tempo. Ainda que se possa observar no conjunto da candidatura arquitetônica de Madrid algum excesso de expressividade e risco, se esta intervenção se fusiona eficazmente com outras das interessantes ações arquitetônicas que estão acontecendo na cidade agora mesmo, Madri ganhará umarenovada presença no mundo.

nota

1
Ver www.madrid2012.es
[Artigo publicado originalmente no suplemento Cultura/s do periódico La Vanguardia, Barcelona, 07 jul. 2004]

sobre o autor

Fredy Massad e Alicia Guerrero Yeste são autores do livro Enric Miralles Arquitetura do sentimento, que será publicado em breve pela editora Testo & Immagine.

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