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my city ISSN 1982-9922

abstracts

português
Este é o terceiro de uma série de cinco artigos que descrevem, em cinco pausas, o Pateo do Collegio, no Centro Histórico de São Paulo. A terceira pausa são os sobrados da aristocracia.

english
This is the third of a five-paper series that describe, in five pauses, the Pateo do Collegio, in the São Paulo History Center. The third pause are the houses of the aristocracy.

español
Este es el tercero de una serie de cinco artículos que describen, en cinco pausas, el Pateo do Collegio, en el Centro de Histórico de São Paulo. La tercera pausa son casas de la aristocracia.

how to quote

FORTUNATO, Ivan. Geopoética no Centro Histórico de São Paulo. A terceira pausa do Pateo do Collegio, os sobrados da aristocracia. Minha Cidade, São Paulo, ano 16, n. 188.04, Vitruvius, mar. 2016 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/16.188/5974>.


Terceira pausa: os sobrados da aristocracia
Foto Ivan Fortunato, jan. 2012


Este é o terceiro de uma série de cinco artigos que descrevem, em cinco pausas, o Pateo do Collegio, no Centro Histórico de São Paulo (1).

Depois de explorar o Museu Anchieta e a Praça Ilhas Canárias, continua-se o percurso de reconhecimento do Pateo pela sua face sudeste até a terceira pausa. Trata-se do local em que o traçado da Rua Roberto Simonsen torna-se curvo, onde há duas construções que destoam na paisagem do centro paulistano porque são coloridas e muito bem cuidadas. Tratam-se dos sobrados Casa Número Um, e Solar da Marquesa de Santos; este, no ano de 1971, se tornou a primeira edificação tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, o Condephaat.

Entre as duas construções, há uma passagem que faz parte do circuito cultural de São Paulo: uma ligação entre o vale do Tamanduateí e o alto da colina onde está o Pateo do Collegio, que é o Beco do Pinto. Este nome que homenageia o proprietário original da Casa Número Um, o Brigadeiro José Joaquim Pinto de Moraes Leme. Desde 2011, a Casa Número Um abriga o Museu da Imagem de São Paulo. Desde 1991, o Solar da Marquesa de Santos é a sede do Museu da Cidade.

De acordo com João Oliveira (2), não há documentos sobre a origem ou história da Casa Número Um, onde, provavelmente, teria funcionado a primeira delegacia de polícia da cidade (na última metade do século XIX), e até teria sido requisitada como sede da Academia Paulista de Direito, na década de 1970, fato que não se logrou. Desde 2011, depois de obras de restauro, a Casa Número UM abriga o Museu da Imagem de São Paulo.

Segundo Mange (3), o Solar da Marquesa de Santos foi uma mansão da aristocracia paulistana de meados dos anos 1800, sendo uma construção originada pela fusão de dois sobrados em taipa. Afirma o autor que solar, possivelmente, sofreu inúmeras transformações morfológicas e de ocupação, tendo sido casa de Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, até meados de 1860; mais tarde, tornou-se sede da San Paulo Gás Company e Comgás, respectivamente em 1909 e 1967, vertendo-se sede da Secretaria da Cultura entre 1975 e 1984, quando seria fechada para restauro e reaberta em 1991, como a sede do Museu da Cidade.

Enquanto museus, seus acervos guardam memória fotográfica e iconográfica da cidade, mas também, por meio das obras de restauração e conservação histórica, tentam manter a imagem original de casarões da aristocracia. São pontos turísticos interessantes, mas, a atmosfera de nobreza que se mantém em seus cômodos e fachadas, remetem à uma lamentável a constatação apresentada por Eclea Bosi, em seu estudo das memórias paulistanas por intermédio do patrimônio construído. Segundo a autora, a vida paulistana também acontecia “em sobrados da pequena classe média, que não merecem tombamento porque lá não morou barão algum, mas foram adquiridos com prestações custosas, privações sem fim, que resultaram nessas casas adoráveis que conhecemos” (4). Com isso, mesmo que de forma invisível na paisagem, estes sobrados-tombados permitem refletir sobre a história da cidade de São Paulo, que se tornou metrópole por uma complexa trama geográfica-econômica-demográfica, da qual participaram ricos, pobres, estrangeiros, brasileiros, padres, barões, marquesas, bancários etc.

notas

1
Este é o terceiro de uma série de cinco artigos que descrevem, em cinco pausas, o Pateo do Collegio, no Centro Histórico de São Paulo. Os artigos da série são os seguintes:

FORTUNATO, Ivan. Geopoética no centro histórico de São Paulo. A primeira pausa do Pateo do Collegio. Minha Cidade, São Paulo, ano 16, n. 186.01, Vitruvius, jan. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/16.186/5868>.

FORTUNATO, Ivan. Geopoética no centro histórico de São Paulo. A segunda pausa do Pateo do Collegio, a Praça Ilhas Canárias. Minha Cidade, São Paulo, ano 16, n. 187.02, Vitruvius, fev. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/16.187/5923>.

FORTUNATO, Ivan. Geopoética no Centro Histórico de São Paulo. A terceira pausa do Pateo do Collegio, os sobrados da aristocracia. Minha Cidade, São Paulo, ano 16, n. 188.04, Vitruvius, mar. 2016 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/16.188/5974>.

FORTUNATO, Ivan. Geopoética no centro histórico de São Paulo. Geopoética no Centro Histórico de São Paulo. A quarta pausa do Pateo do Collegio, a Igreja Anchieta. Minha Cidade, São Paulo [no prelo].

FORTUNATO, Ivan. Geopoética no Centro Histórico de São Paulo. A quinta pausa do Pateo do Collegio, o Largo Pateo do Collegio. Minha Cidade, São Paulo, ano 16, n. 190.02, Vitruvius, maio 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/16.190/6024>.

2
OLIVEIRA, J. G. Pátio do Colégio no 1. Revista do Arquivo Municipal, São Paulo, vol. 187, ano 37, 1975, p. 179-194.

3
MANGE, Ernest Robert de Carvalho (org.). Pátio do Colégio. São Paulo, Instituto Cultural Itaú, 1993.

4
BOSI, Ecléa. Memórias da cidade: lembranças paulistanas. Estudos Avançados, São Paulo, v. 17, n. 47, 2003, p. 204.

sobre o autor

Ivan Fortunato tem pós-doutorado em Ciências Humanas e Sociais pela UFABCS. Doutor em Geografia pela Unesp. Líder do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Ensino, Ciência, Cultura e Ambiente (NuTECCA). Editor da revista Hipótese e coeditor da Revista Internacional de Formação de Professores e da Revista Brasileira de Iniciação Científica. Professor do IFSP/Itapetininga.

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