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my city ISSN 1982-9922

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Apresentação de Silvia Wolff no II Encontro sobre Patrimônio Cultural, Arquitetura e Urbanismo do CAU/SP, com participações de Nadia Somekh, Leonardo Castriota, Renato Anelli, Silvio Oksman, Sabrina Fontenele, Sylvia Ficher, Monica Junqueira e outros.

how to quote

WOLFF, Silvia Ferreira Santos. O papel do arquiteto em conselhos de preservação. Apresentação no II Encontro sobre Patrimônio Cultural, Arquitetura e Urbanismo do CAU/SP. Minha Cidade, São Paulo, ano 23, n. 274.01, Vitruvius, maio 2023 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/23.274/8773>.


Em primeiro plano, o Edifício Caetano de Campos, de 1894, onde funcionou a Escola Normal da Praça da República até 1978, sendo ocupado desde então pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Foto Nelson Kon


Cumprimento os presentes.

Agradeço muito o convite para participar desse encontro. Ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU e ao Departamento de Patrimônio Histórico – DPH da cidade de São Paulo (departamento desde sempre presente em minha trajetória profissional, com vários momentos de intensas trocas com colegas daqui). E não é de pouco significado falarmos nas instalações da Biblioteca Mario de Andrade, berço de tanto conhecimento, geradora das políticas culturais que até hoje nos orientam; programas que são frutos dos primeiros rascunhos de seu patrono, Mário de Andrade, nunca suficientemente lembrado e homenageado.

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1899. Arquiteto Ramos de Azevedo
Foto divulgação [Acervo Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo]

Refleti muito sobre como interpretar esse convite que me honra muito. Em momento em que não sou mais uma arquiteta que atua junto a um conselho de preservação, nome dessa mesa.

Creio que revela reconhecimento pelo que pude atuar em meu prolongado vínculo com o Condephaat, do qual me retirei pela aposentadoria recentemente, depois de mais de quatro décadas. E é nessa chave que pretendo, quem sabe, contribuir para as reflexões sobre como arquitetas e arquitetos podem atuar hoje e no futuro, junto a conselhos de preservação.

Teatro Pedro LL, Ribeirão Preto, 1930. Arquiteto Hyppolito Gustavo Pujol Júnior
Foto divulgação [Arquivo Público de Ribeirão Preto]

Falando da preservação que vi se efetuar nessas décadas, também das perdas e equívocos, e de como atuei como parte do corpo técnico junto ao conselho estadual de patrimônio. Desde já, peço desculpas por falar muito na primeira pessoa do singular. Escrevi conduzida pelas lembranças, não por documentos.

Advirto, contudo, falo de minha trajetória, mas, raras vezes, ainda bem, trabalhei sozinha. Exerci meu papel acompanhada por colegas e estagiários, que não poderia nominar sem injustiças, de tantos que foram e que estão registrados nos autos. Sempre tive o apoio para a reflexão que antecede a ação. Sempre pude trocar ideias, discutir, testar hipóteses.

Mercado Municipal de São Paulo, São Paulo, 1933. Arquiteto Felisberto Ranzini, Escritório Ramos de Azevedo
Foto divulgação [Arquivo Histórico de São Paulo]

Necessário dizer que as propostas feitas pelos técnicos nem sempre foram aceitas pelos consecutivos conselhos; e ainda, mesmo quando aceitas, nem sempre lograram ser efetivamente concretizadas. Trabalhar com a preservação, talvez ser arquiteta/o de modo geral, é projetar sempre com altas expectativas, nem sempre realizadas.

Opto por falar de aspectos da preservação que eu vi acontecer, das situações, e das realizações de que pude participar nesse período. E não podendo muito prever o futuro, ameaçado por um presente em que os sempre existentes conflitos de interesses inerentes ao campo da preservação do patrimônio vêm se manifestando de forma muito ameaçadora, em processo em que agressivamente se vem demolindo conquistas antes obtidas a muito custo.

Escola Prática de Agricultura Getúlio Vargas, posteriormente Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 1942. Arquiteto Hernani do Val Penteado
Foto divulgação [Acervo Faculdade de Medicina USP Ribeirão Preto]

Dentre as agressões hoje sofridas está o aparelhamento crescente da composição dos Conselhos, redução das possibilidades de seus componentes exercerem seu papel de representação pública e a diminuição dos corpos técnicos e de seu poder de voz. Conflitos, ameaças sobre o patrimônio sempre estiveram presentes. Por vezes puderam ser enfrentadas com conhecimento técnico, mas nem sempre. Ilustro os extremos dos embates que os órgãos públicos de preservação viveram no passado com dois exemplos de resultados distintos.

O ainda recente Condephaat, acabou por afirmar-se e mesmo fortalecer-se nos anos 1970 em conflito com a também jovem companhia do Metrô de São Paulo. Embate no qual saiu vitorioso ao salvar a antiga Escola Normal da Praça da República da tecnicamente alegada necessária demolição. O reconhecimento do valor cultural e memorial do espaço, para além da sua então pouco valorizada arquitetura, foi fundamental para o salvamento do bem cultural, mas não apenas. Para valorização do próprio Condephaat, da preservação em geral e para a revisão das avaliações pejorativas sobre o ecletismo então vigentes. Que grande feito!

Matéria sobre a volta às aulas, Suplemento em Rotogravura, O Estado de S. Paulo, março de 1937
Imagem divulgação [Acervo Estadão]

Talvez valha lembrar que nesse caso a comunidade de antigos estudantes e professores envolveu-se fortemente. Aí talvez resida a chave: nem sempre as comunidades percebem, como nesse caso, a importância que determinados bens tem para eles próprios. Cabe aos técnicos saber reconhecer, expor e justificar a importância da preservação para ganhar apoiadores.

Mais de quinze anos depois deste caso, por outro lado, a preservação foi desrespeitada no município. O conselho municipal, já fato por decreto, tardou em ser efetivado por um prefeito que, ainda por cima, demoliu, sem qualquer consideração ou respeito ao Departamento de Patrimônio Histórico e ao Conpresp, o casario das ruas Jandaia e Assembleia (1). De quantas idas e vindas se faz o caminho da preservação em São Paulo!

Esses são marcos ocorridos nos dois conselhos dentro do panorama que assisti nas décadas em que atuei.

Tendo me aposentado em 2021, depois de ter trabalhado desde o fim da graduação junto ao Conselho do Condephaat, assisti diferentes visões sobre qual seria o papel de um técnico do Conselho.

Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, 1900. Arquitetos Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi. Pinacoteca do Estado, reforma dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Colonelli e Weliton Ricoy Torres, 1993
Foto Nelson Kon

Quando conselheira no período de redemocratização a socióloga, professora da USP, Eunice Durham – em ato falho que talvez indicasse sua vivência acadêmica – referia-se aos técnicos como o “pessoal do DCE”, confundindo a sigla STCR – Serviço Técnico de Conservação e Restauro com a do diretório dos combativos estudantes da universidade. De fato, nos anos 1980, éramos quase tão jovens quanto seus alunos e, também, quase tão audaciosos.

Na década de 1980 os técnicos elaboravam seus pareceres e manifestavam-se nas reuniões do conselho com bastante liberdade. Eram muitas vezes mesmo chamados a opinar durante as reuniões. Audácia que progressivamente foi sendo limitada, conforme os conselhos foram estabelecendo protocolos e procedimentos padronizados. Manifestações que passaram a ser refreadas por uma presidente em momento posterior que, limitava o serviço técnico a “o braço operacional do conselho”. Como tal os técnicos deveriam “operar” apenas segundo o que o conselho demandasse. O que nunca ocorreu bem assim, mesmo porque frequentemente os conselhos não tinham políticas claras que se traduzissem em pedidos consistentes.

Ver os técnicos apenas como um braço operacional, contrariava a visão, várias vezes expressa por Ulpiano Bezerra de Menezes, por longo período ligado ao conselho e formulador teórico de textos fundamentais para a reflexão sobre a preservação do patrimônio em geral. Ulpiano dizia que a reflexão sobre os rumos da preservação estava fortemente ancorada nas proposições e atuação dos técnicos, corpo permanente do Condephaat.

O que está por trás dessas diferentes visões?

Os técnicos, sendo majoritariamente funcionários públicos, o que defendo como fundamental, permanecem por períodos longos, nos quais vão sedimentando teorias e práticas e consolidando procedimentos à luz do conhecimento proveniente da vivência. Os conselhos, por sua vez, compostos por membros que se renovam a cada dois anos, custam a dominar as sutilezas das conflitantes demandas que cercam a tarefa da preservação. Além de serem continuamente pressionados por instâncias do poder executivo, como os relativos ao planejamento territorial e econômico, não sensibilizados para as possibilidades de ganhos para as políticas de governo por meio da preservação, inclusive nas suas próprias áreas. Exemplifico: edificações preservadas podem acomodar novos programas; novos programas podem render economicamente, gerar empregos...

A tarefa de convencimento para o raro, mas tão almejado e fundamental, apoio do executivo será sempre mais possível se técnicos e conselhos trabalharem solidariamente. Sedimentando possivelmente políticas mais duradouras. Utopia?

Até aqui falei sempre de técnicos e não de arquitetos. E não vai daí nenhum desrespeito a minha antiga carteirinha do Crea, ou ao CAU que me fez esse honroso convite (2). É que, de fato, acredito que a arquitetura tem sua especificidade fundamental e necessária no campo da preservação, mas, no conjunto com outros profissionais que compõem a identificação, preservação e proposições pela permanência de bens culturais. Elaborei muitos pareceres sozinha, não por opção, pois sempre que pude contar com historiadores, o sentido da preservação foi mais completo. Aliás diria que me formei, e muito, ao partilhar por anos a mesma sala exclusivamente com historiadoras. Beneficiada por este convívio, lamentei sempre não ter o concurso de profissionais de ainda outras áreas, pleito nunca atendido pelas administrações.

Museu do Ipiranga, São Paulo, 1922. Arquiteto Tommaso Bezzi. Modernização e restauro do escritório H+F Arquitetos, 2022
Foto Nelson Kon

Nesse sentido, além de buscar sensibilizar as administrações para a sempre necessária ampliação dos quadros funcionais com arquitetos, lembrar a necessidade de outras profissões que formam a atuação de técnico do patrimônio cultural.

Após esse longo preâmbulo, um pouco de como atuei.

Por opção, ou privilégio, trabalhei sobretudo com identificação e estudos de tombamentos. E, com frequência, nas discussões sobre projetos de intervenção em bens de cujos tombamentos participei. Por que privilégio? Porque busquei aparelhar-me estudando na pós-graduação para melhor atuar, dentro de limites do que acreditava possível realizar – identificar e preservar espaços que são suporte da memória coletiva.

E consciente dos limites de obter êxitos em outras áreas da atuação do conselho logrei não me dedicar tanto a elas. Como calar sem sofrer por não ter apoio legal suficiente para limitar reformas insensíveis ou demolições de arquitetura de qualidade situada em áreas envoltórias? Por outro lado, porque impedir uma reles caixa d’água ou uma churrasqueira cujas dimensões excediam rígidos limites legalmente impostos pela regulamentação de tombamento de uma casa? Regulamentos feitos com outros objetivos, que pouco alterariam a paisagem ou a preservação efetivamente desejada, mas que incidiam fortemente sobre a vida de desavisados?

A área de aprovação de intervenção em grandes setores urbanos preservados e nas chamadas áreas envoltórias considero grande equívoco ainda não equacionado. Desperdício de energia da capacidade técnica com parcos resultados. Considero que esta área é a ferida exposta da incapacidade de diálogo do campo da preservação com a área de urbanismo. A meu ver, se as áreas continuarem segregadas, vamos continuar sofrendo as destruições da paisagem urbana, como a legalizada pelo último plano diretor de São Paulo. Enquanto visamos conservar pequenas manchas ou listas de bens culturais isolados a cidade, a preservação continuará perdendo.

É um desafio, me parece, de bem-intencionadas, mas apartadas e excludentes visões técnicas sobre as cidades: as das áreas de preservação e as de urbanismo. Não apenas nas secretarias de governo, mas também nas faculdades de arquitetura, quando os dois setores ministram aulas separadamente. Um desafio que não sei como pode resolver-se. Adensar eixos “providos de infraestrutura” e tombar bens ou conjuntos isolados não está preservando a cidade da perda de sua identidade e de seu patrimônio. Nunca pensei, depois de tanto lutar por salvaguardar espaços, que iria viver para não me reconhecer em ruas antes tão familiares como nos últimos tempos...

Estádio do Pacaembu, São Paulo,1940. Arquiteto Ricardo Severo/Escritório Ramos de Azevedo. Museu do Futebol, reforma do arquiteto Mauro Munhoz, 2008
Foto Nelson Kon

No passado até tentei entender como proceder e melhor aparelhar-me por meio de pesquisas históricas. Foi o que pretendi em meu estudo sobre bairros jardins. O que poderia ser preservado dessas paisagens, o que era essencial, como transformá-las? Entendi bem a história, mas como preservá-las, não!

Já a área de restaurações e obras, que ainda existia no Condephaat quando iniciei na profissão, morreu totalmente naquele conselho. E de todo modo não me preparei para tais tarefas com o devido rigor.

Mas volto ao privilégio. Estudar as origens de bens culturais que nos foram legados, que sobraram, que eram objeto de solicitações de tombamento por grupos variados e ainda lutar pela manutenção de características essenciais de construções e paisagens quando foram adaptadas para o presente, foi muito rico e variado.

Para exemplificar estive vinculada a tombamentos de conjuntos de obras públicas e privadas, escolas fundamentais, universidades, hospitais, bancos, mercados, centros urbanos e arquitetura e urbanismo de segmentos inteiros. Trabalhei com a cultura material produzida desde o império até manifestações da arquitetura moderna do século 20. Fábricas de taipa e UTIs do século 21. Vistoriei galerias subterrâneas de infraestrutura, barragens e hidrelétricas, usinas, estradas de ferro e locomotivas, estradas de rodagem sem ou com pavimentos, hangares...

Voltando às atribuições de arquitetos atuando na preservação do patrimônio cultural, creio que cabe desenvolver-se com a ferramenta que significa sua formação: atuar nos espaços com competência. Identificar, selecionar, classificar, intervir para manter, elaborar diretrizes legais para intervenção, elaborar manuais, planejar, comunicar o sentido do que está preservado e buscar ao máximo vincular edificações com a paisagem em que se inserem.

Sempre que pude, ampliei pedidos de tombamento de edificações isoladas para uma paisagem ou para uma série. Para tal, a pesquisa quantitativa pode contribuir para a formação de séries e compreensão de tipologias de bens culturais arquitetônicos e, portanto, de juízos críticos mais consistentes. Famílias de bens culturais que, à semelhança dos conjuntos de séries museológicas, possibilitam análises comparativas, avaliações qualitativas e valorações cujos sentidos podem tornar-se acessíveis à compreensão do público em geral, não apenas a de especialistas. Aspecto a meu ver primordial. É necessário comunicar a relevância e o sentido do que está sendo preservado. Essa tarefa mal começou.

Instituto Sedes Sapientiae, São Paulo, 1940. Arquiteto Rino Levi
Foto Nelson Kon

Por fim, outra esfera fundamental, buscar contribuir nas adaptações e utilização dos bens tombados. Esse é outro desafio com grande potencial de atuação para o CAU, me parece. Concursos de ideias que se afastem dos habituais programas culturais. O estoque de prédios de arquitetura moderna nos centros das cidades, por exemplo, a serem convertidos em habitação social; de sanatórios de doenças debeladas, que progressivamente devem ser empregados para programas públicos de outras naturezas, inclusive o habitacional. Equipamentos fabris e ferroviários.

Nem falei de tantas demandas trazidas com a ampliação do campo do patrimônio cultural para além das estruturas edificadas de valor reconhecido. Há quem venha trabalhando, e bem, inclusive no fomento a manifestações de grupos até pouco excluídos. Que isso seja uma ampliação que não signifique uma alternância de valores, mas sim um alargar de horizontes é aspecto para o qual se deve estar muito atento.

Finalizando, tento deixar um alento para campo tão desafiador como o nosso. Haver hoje tantos conselhos municipais, uma reunião como essa, é a prova de que muito se caminhou e que há sim futuro.

notas

NE – Texto proferido no “II Encontro sobre Patrimônio Cultural, Arquitetura e Urbanismo do CAU/SP”, Biblioteca Mário de Andrade, 23 de agosto de 2022. Participaram do evento os profissionais Nadia Somekh (presidente do CAU/BR), Catherine Otondo (presidente do CAU/SP), Leonardo Castriota (vice-presidente do Icomos Internacional), Renato Anelli (Instituto Bardi/Casa de Vidro), Silvio Oksman (comitê do Icomos), Érica Machado (empresa Concrejato), Sabrina Fontenele (IAB/SP), Sylvia Ficher (professora UnB), Silvia Ferreira Santos Wolff (UPPH/Condephaat), Maíra de Camargo (Condephat-Tatuí) e Maísa Fonseca (Comdephaasc-São Carlos/ Compphara-Araraquara), Miguel Buzzar (Docomomo-SP) e Monica Junqueira (Docomomo-SP), os dois últimos por teleconferência.

1
O casario das ruas Jandaia e Assembleia foram demolidos em 1987 por ordem do então prefeito de São Paulo, Jânio Quadros. Ver: NASCIMENTO, Douglas. A demolição da rua da Assembleia. Instituto São Paulo Antiga, São Paulo, 29 mai. 2015 <https://bit.ly/41GfZa9>.

2
Os arquitetos e urbanistas brasileiros tiveram sua atuação profissional orientada, disciplinada e fiscalizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Crea até o ano de 2010, quando foi criada a autarquia Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU através da Lei federal n. 12.378/2010.

sobre a autora

Silvia Ferreira Santos Wolff, docente e pesquisadora da FAU Mackenzie, é arquiteta aposentada da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico UPPH/Condephaat, Governo do Estado de São Paulo.

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