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PORTAL VITRUVIUS. Concurso de Estudantes do VII ENEPEA. Projetos, São Paulo, ano 04, n. 043.02, Vitruvius, jul. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.043/2376>.


"Urbanização e paisagem na bacia do rio Cotia"

Introdução

O município de Cotia se localiza dentro da região metropolitana de São Paulo, no eixo da  Rodovia Raposo Tavares, à oeste da capital. A intensificação de sua ocupação ocorreu em meados do século XX, a partir do aparecimento de loteamentos residenciais destinados à classe média, e da instalação de indústrias nas zonas adjacentes à rodovia.Paralelamente, observou-se a expansão da habitação para a população de baixa e média-baixa renda que se fixou em terrenos, muitas vezes, desprovidos da devida infra-estrutura, ou em áreas inadequadas ao assentamento, que em grande parte são irregulares. Esses fatores são agravados pelas condições naturais do local, caracterizadas por um relevo acidentado e pela presença da bacia do Rio Cotia. Nesse quadro, existe uma questão ambiental e social a ser resolvida, que envolve a ocupação de zonas de risco de desmoronamento, e a preservação da várzea do rio e de suas nascentes.

Diagnóstico

Para o desenvolvimento do estudo da área, foi escolhida uma região específica do município, localizada na altura do quilômetro 30 da Rodovia Raposo Tavares, que servirá de exemplo para o tratamento das questões abordadas. Nessa região, encontra-se o maior trecho de várzea ainda não ocupada do Rio Cotia.

Nos meses de abril e maio de 2003, foram feitas algumas visitas para estudo do campo, das quais resultou o mapa de manchas de ocupação abaixo. A partir desse mapa, e com a ajuda da análise de fotos, foi possível fazer um diagnóstico da área, do qual se pode identificar três cenários principais. O primeiro é o centro urbano de Cotia, que se situa numa área de relevo escarpado e que abriga densidades populacionais mais altas. É um pólo atrativo de indústrias e serviços devido à sua oferta de infra-estrutura.

Apresenta ainda um sistema viário precário, e poucas áreas livres destinadas para o lazer e para a drenagem das águas.

O segundo cenário encontrado é a grande várzea do rio que ainda não foi totalmente ocupada, e que poderia se tornar uma boa opção de lazer para a população. Porém, esse espaço é inacessível e sofre com o processo de poluição e assoreamento da bacia, que se encontra em estágio inicial. A habitação de baixa renda, que já ocupa as áreas acidentadas próximas à várzea, agora está começando a se dirigir para os terrenos planos adjacentes ao rio, sufocando-o.

O último cenário característico é composto pela Mata Atlântica nativa e pela mata de reflorestamento. Elas se encontram mais afastadas das principais vias de acesso e estão desconectadas do núcleo urbano do município. Existem nesse cenário algumas manchas arborizadas preservadas, circundadas por loteamentos de alto padrão destinados à chácaras de lazer.

Esse trecho de Cotia apresenta áreas em situação preocupante, já que os assentamentos ameaçam ocupar a várzea e as encostas, fato que é perigoso tanto para as populações residentes dessas regiões quanto para o meio ambiente, sua fauna e flora. O aumento desorganizado desses assentamentos ao redor das franjas das áreas preservadas atua como predador das espécies originais diminuindo a sua variedade. 

Quanto ao rio e à sua bacia, pode-se prever questões ambientais comuns aos rios das cidades brasileiras, que devido à poluição e à ocupação desordenada de sua margem, sofrem com enchentes e com o processo de assoreamento.

A situação ambiental conflitante e a falta de uma unidade paisagística do trecho estudado são resultados de um crescimento urbano não planejado e desvinculado da situação ambiental.

A partir dessa análise diagnóstica propõe-se um plano de intervenção paisagística na área, exposto a seguir.

O plano da paisagem

O plano proposto parte de um projeto para a criação de um sistema de espaços livres que é gerador do desenho da paisagem da região. Para isso, considerou-se a potencialidade da  área da várzea em  transformar-se em um parque de uso e administração pública. Esse parque abrange toda a área ainda não-ocupada, seguindo a linha da várzea e das nascentes dos rios da Bacia do Cotia (ver o esquema do partido do projeto ao lado). Através dos limites do parque se delimita três situações distintas no plano. A primeira situação é o cenário próximo à Raposo, mais adensado com ocupações já consolidadas e/ou ocupações irregulares, que recebe um plano de reconfiguração de espaços sem alteração significativa de uso e densidade. A segunda situação é representada por uma zona de transição, que está passando por um processo acelerado de ocupação, e que portanto, recebe um zoneamento que direciona a configuração dessa ocupação e restringe o adensamento. A última situação é um cenário pouco ocupado que deve receber um plano de adensamento controlado para ocupar manchas próximas ao parque sem interferir nas áreas com presença de mata nativa (ver o estudo de densidades ao lado).

Para o parque foram determinadas áreas de conservação da vegetação com uso de lazer e contemplação e áreas de preservação da mata nativa e de reflorestamento. Sua gestão foi pensada como pública partilhada entre a Prefeitura de Cotia e o Governo do Estado de São Paulo. Algumas partes das áreas de conservação do parque devem  ter sua cobertura vegetal  reconstituída, para possibilitar a integração com as partes mais preservadas.

Como forma de viabilizar o acesso ao parque da várzea e integrar as zonas urbanizadas, estudou-se a remodelação do sistema viário existente. Essa remodelação cria vias hierarquizadas e redesenha algumas vias já existentes como a avenida principal da cidade, na qual se localiza a sede da prefeitura. As vias criadas circundam toda a extensão do parque, e o conectam diretamente com a rodovia. Para essa conexão direta sugere-se a passagem em desnível com relação à avenida principal, aproveitando o relevo acidentado (na perspectiva são representados modelos dessa passagem em desnível). Esse mesmo sistema de vias com passagem em desnível é utilizado para favorecer a travessia de tráfego pela várzea.

O estudo de densidade acima é uma projeção das densidades que deverão ser alcançadas, ou mantidas, com a implantação do plano proposto. Elas se baseiam nos valores já encontrados atualmente na região e visam criar manchas populacionais que justifiquem o enriquecimento da infra-estrutura do local, e não provoquem a superutilização da mesma.

Para tal, foram estabelecidas zonas de ocupação relativamente mais densas, próximas às maiores vias de acesso; zonas de ocupação com densidades medianas, que se localizam numa área de transição; e zonas com densidades baixas, inseridas nas áreas de maior preservação da várzea e da mata nativa.

O partido do projeto tem a linha do parque da várzea como ordenadora do espaço urbano. Ela determina a inserção de áreas verdes na zona mais urbanizada do município; e a consolidação de manchas de ocupação bem definidas num cenário predominantemente natural (áreas verdes mais preservadas).   Dessa forma, o projeto pretende criar um modelo de urbanização que garanta a sustentabilidade ambiental da expansão urbana na várzea do Rio Cotia.

Tipologias de Ocupação

As tipologias escolhidas para a ocupação da região são variadas,  ajustando-se às tipologias encontradas no município, ou propondo novas formas de ocupação do solo.

As formas de ocupação foram distribuídas respeitando as faixas de densidades pré-estabelecidas, as características sociais dos diferentes trechos e a sua topografia.

As novas tipologias propostas prevêem a verticalização que, mantendo as densidades desejadas, possibilita a liberação de solo invertendo o seu processo de impermeabilização, e preservando os canais de drenagem do solo. A determinação do número de andares dos prédios, bem como a quantidade de torres implantadas no lote foram os meios utilizados para induzir um certo tipo de ocupação desejada. Esses fatores também se relacionam com padrão social de ocupação e uso dos diferentes cenários de Cotia, possibilitando que grupos sociais variados usufruam do parque e das mudanças proporcionadas pelo plano.

Acima, pode-se ver a planta com as manchas de ocupação e de espaços livres, e com o traçado viário básico proposto. As legendas em números e cores explicitam os padrões de ocupação que podem ser vistos ao lado. Abaixo, uma perspectiva da previsão do projeto ocupação no trecho de legenda 8.

ficha técnica

Nome do projeto
Urbanização e Paisagem na Bacia do Rio Cotia

Autores
Alexandre Hepner, Bruna Benvenga, Denis Cossia, Júlia França

Orientador
Prof. Dr. Silvio Soares Macedo

Escola
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAUUSP

Local do projeto
Município de Cotia SP

Data do projeto
1º semestre de 2004

source
Alunos premiados
São Paulo SP Brasil

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original: português

source
Organização
Belo Horizonte MG Brasil

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