1. Os ambientes das áreas terciárias e sua evolução
O estudo da evolução da organização funcional das áreas destinadas a escritórios e da organização tipológica do edifício em questão põe em evidência as formas de interpretar o espaço construído e o espaço urbano, o papel da técnica e a função no senso mais genérico.
Desde os arquétipos Tayloristas até os escritórios paisagem, abertos e automatizados do pós segunda guerra mundial, a função -aquela que associada à técnica determinou a metodologia “objetiva” do projeto moderno- passou a ser irrelevante na definição construtiva e tipológica do edifício mecanizado, abstraída da equipe e da isotropia energética ofertada. O espaço equipado homogeneizou os usos e com eles a viabilidade de uma classificação tipológica.
As novas formas de organização
Com a mecanização das tarefas burocráticas e a eliminação progressiva do papel, a conexão dos postos de trabalho ficou confinada não tanto ao princípio de contigüidade, mas à incorporação de uma nova rede de informática que conecta os postos entre si, desaparecendo a necessidade de organização física de grupos de trabalho. O fluxo de informação se produz por outros canais, muitas vezes distintos do contato físico tradicional, o que exige novas formas de abordagem do programa do edifício de escritórios.
O edifício, produto dessa nova realidade, se resolve em seus equipamentos, na eficácia energética, no posto de trabalho autônomo e auto-referente. A característica dos ambientes de escritórios terá assim, ao contrário dos modelos precedentes, a inexistência de um programa definido em termos espaciais.
Sendo assim, este edifício de escritórios não foi concebido como um objeto homogêneo, unifuncional, formalmente autônomo, produto da repetição de plantas tipo, e sim como uma organização acumulativa, multifuncional, formada por agregações, justaposições e superposições de espaços diferenciados, vinculados estreitamente entre si e ao sistema urbano no qual está inserido.
O edifício, produto dessa nova realidade, se resolve em seus equipamentos, na eficácia energética, no posto de trabalho autônomo e auto-referente. A característica dos ambientes de escritórios terá assim, ao contrário dos modelos precedentes, a inexistência de um programa definido em termos espaciais.
Sendo assim, este edifício de escritórios não foi concebido como um objeto homogêneo, unifuncional, formalmente autônomo, produto da repetição de plantas tipo, e sim como uma organização acumulativa, multifuncional, formada por agregações, justaposições e superposições de espaços diferenciados, vinculados estreitamente entre si e ao sistema urbano no qual está inserido.
2. A leitura urbana
Num âmbito urbano difuso onde o mais detectável são os horizontes e a competividade, optamos pela neutralidade e a autofagia.
3. Sobre o modus operandi
A forma não é nosso objetivo imediato senão somente seu resultado; assim a obra surge da resolução de problemas técnicos e não da aplicação de prioridades estéticas.
O paradoxo do vidro
Desde as primeiras torres curting wall propostas por Mies Van der Rohe o vidro se tornou uma exigência cultural: a transparência com o exterior, a integração da paisagem, a iluminação natural. No entanto o vidro trouxe sérios problemas de insolação com superfícies de grande desequilíbrio térmico, e hoje excesso de luz para as áreas de uso do computador.
Para este projeto estamos propondo superfícies de panos envidraçados compostos de vidros duplos com câmara de ar selada, para estabelecer apropriadas condições acústicas e térmicas, e venezianas externas móveis para regular a insolação direta no verão, e aproveitar o ar quente gerado no espaço intersticial entre as venezianas e os vidros no inverno.
A flexibilidade do sistema permite estabelecer diferentes aberturas de acordo com o as necessidades do usuário, dando como resultado uma qualidade externa peculiar.
ficha técnica
Autor
Vigliecca Associados
Responsável técnico
Héctor Viglieca Gani
Co-autores
Luciene Quel, Ruben Carlos Otero Márquez, Ronald Werner Fiedler e Pedro Livni Associados
Colaboradores
Lílian Hun, Ana Carolina Penna, Gabriel Azevedo Farias, Heloisa Domingues Neves, Pablo Braselli, Hilário Canessa, Fedrerico Parra, Paula Rial e Nicholas Sibille