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PORTAL VITRUVIUS. Concurso para a Nova Biblioteca Central da PUC-Rio. Projetos, São Paulo, ano 06, n. 069.01, Vitruvius, set. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.069/2715>.


A proposta que apresentamos para a Nova Biblioteca da PUC-Rio considera as duas cotas de nível que caracterizam a área destinada à sua implantação. Elas são definidas pela rua dos Diretórios e sua extensão para os estacionamentos – esta cota está anotada no projeto como nível 0,00m – e pelo pilotis do edifício Amizade – anotado como nível 4,00m. A possibilidade que este duplo térreo oferece se coaduna muito bem com a natureza bi-partida do programa proposto para a biblioteca, a saber:

– acervo, ou armazém, e administração;– áreas de público, ou o edifício.

Acervo e administração

Estas funções foram dispostas junto à rua dos Diretórios, num piso elevado de 50cm acima do nível natural do terreno naquela área. Ali elas têm adequada independência de acesso para o uso rotineiro de quem trabalha na biblioteca e também grande facilidade para as funções eventuais de carga e descarga para aquisição, manutenção ou transporte de livros.

O acervo ocupa um retângulo de 1.216m2 no núcleo desta área.

As funções administrativas giram em torno deste núcleo fechado com vidro e, desta maneira, o conjunto destas salas formam uma antecâmara que distanciam o acervo das fachadas externas colaborando assim para o rigoroso controle de temperatura e umidade que é necessário na área de guarda dos livros. Por outro lado, as funções administrativas periféricas se mantêm sempre próximas à luz natural desejável e necessária às áreas de trabalho.

A planta deste conjunto é feito pelo retângulo regular do acervo e pelo polígono irregular das áreas administrativas circundantes. Essa irregularidade oferece liberdade ao desenho, que preserva a arborização existente e acomoda sem dificuldades as especificidades, e eventuais alterações, do programa administrativo. Além disso, esta disposição torna simples a futura ampliação da capacidade do acervo através da adição de um novo depósito, térreo ou verticalizado, associado ao primeiro.

Nestas condições, o sistema construtivo projetado para o conjunto Acervo e Administração prevê uso de estrutura de concreto armado, com lajes maciças, sem vigas, intercolúnio de 7,50m e algumas seções de paredes de concreto no perímetro externo para contraventamento horizontal.

Por fim, nesta configuração o conjunto Acervo e Administração constitui um embasamento para a implantação da área de público da nova biblioteca. O teto do acervo é coincidente com o nível do “pilotis” do Edifício Amizade e faz uma extensão daquele nível para ser, ali, a Praça da Biblioteca.

Áreas de público, ou o edifício

A Praça da Biblioteca é a extensão, em nível, do “pilotis” do edifício Amizade por sobre a laje de cobertura do embasamento feito pelo conjunto Acervo e Administração. Ela também concilia os dois térreos existentes naquele trecho, pois se liga diretamente tanto com a rua dos Diretórios como com os estacionamentos através de escadas e rampas.

O desenho proposto procura fazer convergir para esta Praça os diversos fluxos de pessoas existentes nesse trecho do campus – rua dos Diretórios, pilotis do Amizade, estacionamento, refeitório e outros – , e dali, estrategicamente, se faz o acesso de público à Biblioteca.

O Acolhimento – área interna de 830m2 + 300m2 do terraço – é feito num primeiro nível acessível por rampa e disposto a 1,50 m acima do piso da Praça, cota 5,50m. Ali está a recepção e o controle de acesso. Ainda fora da área controlada, as áreas de estudo em grupo. Já dentro da área controlada, há um terraço externo, que se oferece à leitura de periódicos ou como um estar descontraído e o setor de circulação, onde estão o balcão dos livros solicitados do acervo. Arquitetonicamente, a área de Acolhimento desempenha um papel de transição, isto é, com seu pé direito restrito ela aclimata e prepara o leitor para o ingresso, através de rampa, no Salão Principal com nove metros de altura.

O Salão Principal – 1.300m2 – com 15m de largura, 90m de comprimento e 9m de altura é o grande espaço da biblioteca. Por toda a sua extensão, espalham-se as áreas de leitura e o acervo de livre acesso. As grandes aberturas nos extremos, com orientações norte e sul devidamente protegidas da radiação direta do sol, iluminam com luz natural suficientemente a uma profundidade de cerca de 15m. O vazio central, da varanda, funciona como uma lanterna de luz natural no trecho central do grande salão. Além disso, justo nos dois trechos intermediários entre a lanterna e as fachadas iluminantes norte e sul, os dois pisos transparentes do andar superior trazem a luz natural dos dois sheds da cobertura. Desta maneira, o Salão Principal tem luz natural adequada e, ao mesmo tempo, evita as desvantagens climáticas das aberturas leste e oeste. O Salão Principal conta ainda com o apoio de duas outras áreas: a Varanda – 225m2 – e o Mezanino – 225m2. A Varanda de Leitura, espaço externo e coberto, oferece uma área alternativa aos usuários com vistas para jóias arquitetônicas, como o Solar do Grandjean de Montigny ou edifício Marques de São Vicente de Afonso Eduardo Reidy, ou paisagísticas, como o Corcovado, os Dois Irmãos e a Pedra da Gávea.

A Área de Estudo Concentrado – 1330m2 – foi desenhada para abrigar as funções de trabalho dos usuários da biblioteca, oferece maior concentração e espaços com mais especificidades. Está aí, devidamente independente, a Cátedra UNESCO / PUC-Rio de Leitura. Também, um pequeno auditório, sala de pesquisa, leitura individual, e uma área sugerida para exibições temporárias temáticas ou de coleções do acervo da biblioteca (como o acervo pessoal Lauro Cavalcanti e outros, ou títulos ligados a temas de exposições).

Acolhimento, Salão Principal e Área de Estudo Concentrado fazem as áreas de público da biblioteca de um modo rico porque oferecem diversas ambiências para abrigar as múltiplas atividades que um programa desta natureza deve contemplar.

Enfim, por uma opção arquitetônica, são as áreas públicas da biblioteca que configuram o edifício.

O edifício

Este edifício pousa sobre o embasamento em apenas quatro pontos de apoio.

A estrutura que o realiza foi estudada em concreto armado e aço. Diante dos resultados destes estudos considerando preços, técnicas construtivas, controle de obra e outros aspectos, julgamos que, neste caso, a opção pelo aço oferecia importantes vantagens.

A treliça em aço desenhada usa a altura do edifício para realizar os vãos necessários, servindo-se antes da geometria do que da massa de material empregado nas peças estruturais. Daí, o vão de 45m e balanços de 15m e 30m, não impõem dificuldade. O par de treliças dispostas na direção norte–sul definem as duas grandes fachadas longitudinais leste e oeste. Cada par de pilares está solidarizado entre si por uma viga transversa, portanto os quatro pilares formam dois pórticos que estabilizam as treliças transversalmente.

A estanqueidade das duas fachadas longitudinais é garantida pela aplicação de chapa de aço de espessura suficiente para permitir solda corrida e vedação perfeita. Esta chapa, além de proteção às intempéries também funciona como sombreamento para o fechamento interno. Portanto as paredes de fechamento das fachadas leste e oeste são compostas por uma seqüência de elementos construtivos: chapa de aço para estanqueidade e sombreamento, camada de ar ventilado, isolamento térmico, duto técnico para ar condicionado e instalações e painel de madeira interno. Cada um destes elementos tem uma função específica. A grande vantagem desta opção construtiva é que ela nos permite graduar o desempenho termo-acústico conforme o resultado de ensaios de modelagem do edifício através de ferramentas computacionais avançadas, CFD – como TAS, Radiance e outros – ou seja, a partir do resultado destes ensaios é possível equalizar a parede através da adição, ou correção, de cada um dos seus componentes garantindo o seu desempenho ambiental de acordo com as normas nacionais e internacionais.

Os pisos serão armados sobre vigas transversais, espaçadas de 2,50m, em pré-lajes metálicas com capa de concreto armado. Todos os pisos da biblioteca terão canaletas transversais de elétrica e lógica para oferecer versatilidade de arranjos de disposições de mobiliário.

Por fim, os desenhos que seguem descrevem os múltiplos aspectos deste projeto de modo mais claro e objetivo do que este texto poderia fazer.

Por fim, valeria a pena destacar tão somente que o projeto que apresentamos para a Nova Biblioteca da PUC-Rio quer, mais do que atender plenamente as suas exigências programáticas, mais do que desfrutar das possibilidades técnicas que a construção civil no Brasil dispõe atualmente, ele quer, mais que tudo, corresponder à importância simbólica e cultural que uma realização desta natureza pode fazer através do seu projeto de arquitetura.

ficha técnica

Arquitetura
Angelo Bucci, Ciro Miguel, João Paulo Meirelles Faria e Juliana Braga / SPBR Arquitetos

Estrutura
Jorge Zaven Kurkdjian e Jairo Fruchtengarten / Kurkdjian & Fruchtengarten Engenheiros Associados

Paisagismo
Fernando Chacel e Sidney Linhares / CAP RIO Consultoria Ambiental Paisagística

Conforto e eficiência energética
Joana Carla Gonçalves e Denise Helena Silva Duarte / LABAUT FAUUSP

Luminotécnica
Ricardo Heder

Ar condicionado
Carlos Massaru Kayano / Thermoplan Engenharia Térmica

Acústica
José Augusto Nepomuceno / Acústica e Sônica

Instalações
Wang Mou Suong e Ulisses Tavano / PHE – Projetos Hidráulicos e Elétricos

Lógica
Marcelo Marciano / Marciano Engenharia

Quantitativos e pré-orçamento
Alberto Costa Sousa Neto / Alberto Costa Engenharia

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Equipe premiada
São Paulo SP Brasil

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Comissão organizadora
Rio de Janeiro RJ Brasil

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