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PORTAL VITRUVIUS. Concurso de Arquitetura e Paisagismo para a Praça Central e Portal de Canela/RS. Projetos, São Paulo, ano 06, n. 071.02, Vitruvius, nov. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.071/2730>.


Em análise à cidade de Canela destacou-se dois problemas fundamentais a serem resolvidos com elaboração de um projeto:

1. A desfragmentação dos espaços urbanos centrais;2. A falta de identidade local.

A proposta elaborada visa em primeiro lugar que o visitante já inicie por identificar o limite da cidade, através da criação de um pórtico, que em perfeita sintonia com o local (uma pedreira) e a mão de obra especializada na região, surge mais como uma escultura em pedra e madeira, um mirante convidando a vislumbrar a paisagem, trazendo também por elementos verticais que podem ter distintos usos que vão desde a simples iluminação diferenciada até seu uso com estandartes e bandeirolas evidenciando eventos. Segue pela identificação dos espaços públicos existentes, visando integrá-los e democratizar seu uso, dotando-o de condições tais que permitam a diferentes grupos sociais – turistas, colonos e moradores – a utilizá-los e a identificá-los como próprio desta cidade Canela. Neste sentido, prioriza-se a escala humana, ligando espaços públicos hoje desvinculados visual e em termos de linguagem, o que dificulta sua identificação como tal, tornando a circulação entre eles e sua própria identificação confusa.

Procuramos ressaltar com as propostas de desenho urbano a identificação da cidade de Canela como promotora da cultura local, que hoje fica muito vinculada aos valores de Gramado, sem ter uma identidade específica. Espaços com tal flexibilidade são criados, visando estimular a apropriação de quem por eles circula, podendo fazer uso destes da maneira que lhe convier.

Para resolver a questão da desfragmentação, propusemos a criação de um anel viário em torno da parte central, toda ela sendo tratada com piso especial (blocos intertravados) permitindo entretanto a permanência da via principal que tem como ponto focal a igreja e que já permite o acesso a este centro e sua própria identificação como espaço de lazer.

Neste anel entretanto, identificamos a necessidade de fortalecer um segundo eixo, este totalmente para o pedestre, que ligaria o Centro de Eventos à área de comércio existente.

Tudo isto ocorrendo em torno da praça, que passa por alterações importantes como a pavimentação, a iluminação, a chegada de um café (aposto na casa yosta – transformada em museu).

Para resolver a questão de identidade e da própria identificação dos espaços de interesse público, foram criados caminhos com piso que dá continuidade e ligação entre os espaços que se deseja atingir. Também se imaginou a possibilidade de projeto de um totem que seria repetido em cada local de importância cultural e/ou turística, identificando o local e ao mesmo tempo criando uma certa regularidade, hoje inexistente, entre eles.

Justamente por haver um grande contingente de pessoas, de distintos locais que aportam à cidade, muitas vezes por um curto espaço de tempo, é que se torna fundamental que a identificação dos espaços seja praticamente imediata.

A curiosidade foi incentivada como sentimento impulsionador do visitante ao uso doa espaços, assim, elementos aparentemente díspares como o vidro e a madeira velha unem-se compondo um café, um lago formado de lascas de pedras com luzes coloridas é emoldurado por deck onde aparecem distintos bustos de personalidades locais. Os próprios desenhos de piso estimulam a uma brincadeira de “onde vai dar?”.

Nosso principal instrumento foi a definição de um ponto focal que é o encontro destas duas trajetórias: uma que leva até a igreja, a outra que liga dois pontos comerciais, ponto este que fica no quarteirão da praça. Fundamental foi aproveitar a “clareira” existente junto a esta praça, hoje quase que passada despercebida pela maioria das pessoas, dada a sua pouca importância como elemento focal do centro da cidade. Além disso, jamais poderíamos pensar em “desmatar a praça existente” para criar apenas um espaço de estar ensolarado, dentro da proposta de ecologia compactuada por todos da cidade. Pela proposta, este ponto passa a agregar as diversas atividades que ocorrem ao seu redor: atividades culturais, de comércio, de encontro e lazer e de descanso, removendo-se apenas 3 árvores de toda a praça. As diversas atividades foram sendo vinculadas umas às outras pelo próprio piso e elementos que se repetem e que criam uma unidade ao longo do percurso, cada uma abrindo-se para a próxima de forma a convidar o usuário a percorrê-la por inteiro.

A não criação de uma ciclovia teve como justificativa o fato de a cidade ser de relevo bastante irregular, ser de uso intensivo principalmente nos meses de inverno, ter famílias ou idosos como turistas principais, ter as compras como interesse principal e não possuir vias com largura que permitissem sua criação sem prejudicar em muito o estacionamento dos veículos – imprescindível para o comércio e o lazer com as características elencadas acima.

Em nosso entender, a bicicleta deve ser incentivada, mas certamente será utilizada mais como passeio que como visita turística.

ficha técnica

Autora
Arq. Léa Maria Dornelles Japur

Co-autora
Arq. Carolina Dornelles

Colaboradores
Jean Grivot Avancini e Lucas Rocha Obino Martins

notas

1
Vista do conjunto central onde aparece o anfiteatro totalmente voltado para a praça, as feiras de colonos com novo design e pérgola que os unifica e favorece a circulação, a evidência do segundo eixo criado, que convida uma exploração maior e apropriação do espaço, a velha estação, a casa de pedra, os elementos verticais que se repetem, os trabalhos de piso

2
A verticalidade das matas de araucárias como memória, a pedreira como local e a alta capacidade técnica da mão de obra local em lidar com pedras e madeira, aliados ao aspecto lúdico que todos temos de ficarmos sobre a via e vislumbrando o vale que se estende à direita, levou-nos a um projeto de pórtico-escultura, que avança sobre a via, sem no entanto delimitar uma entrada ou saída como a maioria dos pórticos existentes. É antes de tudo um marco e um convite, apoiado nos conceitos expostos

3
Aqui uma mostra da paisagem vista do mirante que avança sobre a via, possibilitando ao turista não somente uma visão da natureza exuberante do vale, mas também a ilusão de domínio sobre os veículos que passam por baixo

4
Na figura maior o eixo principal existente mantido, de acesso à igreja, passando pelo centro, já com o ponto focal estabelecido.Este grande polígono ficaria, com exceção do eixo em laranja e dos acessos aos estacionamentos, reservado para o pedestre. Em detalhe, em verde, a necessidade de ligar o centro de feiras com o comércio local existente – segundo eixo criado; a rua aberta reduzindo o quarteirão e possibilitando acesso a novos atrativos da cidade. Em rosa, as ampliações que podem ocorrer ao longo do tempo, com o crescimento do comércio local

5
Na imagem, o tratamento de piso sugerindo caminhos e estabelecendo espaços. Observar que os estacionamentos foram reservados justamente onde há menor interferência com a paisagem do conjunto, mas facilitando compras. As árvores preservadas, apesar do piso totalmente alterado. Os equipamentos existentes e sua integração uns com os outros. Nota-se ainda a acessibilidade mantida à esquerda, onde existe no local um posto de gasolina e um supermercado, ambos exigindo a chegada constante de veículos de maior porte. O “calçadão” começa posteriormente, e denuncia que ali o carro é uma concessão

6
Vista da praça mostrando a Casa Oppitz, pensada como elemento de resgate histórico, mas não uma transposição literal da mesma. Parte de sua fachada, em estado de deterioração é substituída por placas de vidro (para sul), possibilitando assim duas vantagens: 1- Aproveitamento de parte das tábuas removidas para preencher áreas degradas do restante da fachada; 2- Permeabilidade visual para o uso proposto para a casa – exposição de fotos antigas da cidade

7
Planta Baixa do anfiteatro proposto, e do multipalco hoje existente e tratado para integrar-se àquele. O anfiteatro, imenso “L”, surge como uma parede em pedra paralela ao Teatro, formando com este um corredor que passa a lhe funcionar como foyer e café. Ao mesmo tempo, ao fundo cria-se sanitários públicos, acesso ao palco e fechamento de visual lateral de prédio existente não agradável, através de tela recoberta de vegetação. Os morrotes que aparecem proporcionam um pouco de privacidade ao espaço, sem no entanto impedir a visão do evento que pode estar ocorrendo no palco

8
Planta baixa do primeiro espaço das feiras, que seria o espaço de produção do colono, visualmente aberto mas protegido, e dos módulos agrupados. Ao longo da pérgola são dispostos bancos, mesas e floreiras com temperos; além do pomar proposto na área de solo permeável. A idéia é valorizar a cultura local e a produção, tornando este o grande atrativo turístico do passeio urbano

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Equipe premiada
Porto Alegre RS Brasil

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071.02 Concurso
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original: português

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IAB-RS
Porto Alegre RS Brasil

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071

071.01 Concurso

Concurso de Arquitetura para o Centro Integrado da Carris

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