Costura urbana. A relação com o espaço urbano
A idéia é configurar o Paço Municipal de Hortolândia como um espaço aglutinador, caracterizado por uma Praça Cívica emoldurada pelos edifícios do conjunto, tendo a circulação de pedestres como prioridade.
Tendo no lado Norte do terreno a Estrada Municipal SMR 281 que conduz à cidade de Campinas e no lado Sul a continuação da Rua José João da Silva, procuramos dispor as edificações de forma a permitir passagens diretas, sem barreiras, no sentido transversal, estabelecendo a costura urbana desejada, ligando efetivamente os dois lados do sítio, tendo a Praça Cívica no centro como ponto de convergência.
O lado Oeste da Praça é ligado diretamente ao acesso público pela via SMR 281, no nível 10, sem barreiras. Estamos prevendo uma via de serviço no nível 7, sob os blocos das secretarias. Neste nível praticamente não haverá corte no terreno e o benefício é substancial, já que a via abastece todas as secretarias e ainda permite acesso exclusivo à Prefeitura, tudo isso sem interferência no fluxo de pedestres.
Os boxes comerciais estão colocados nas bases dos edifícios das Secretarias, conectando-se diretamente com a Praça Cívica, alternando espaços cheios e vazios, garantindo permeabilidade ao conjunto.
A orientação, o conforto e a sustentabilidade
As orientações escolhidas para todos os ambientes de permanência foram Norte e Sul, facilitadas ainda pelo sentido das curvas de nível do terreno, o que pode acomodar os níveis propostos sem grandes movimentos de terra. Para as fachadas Norte propomos brises a serem dimensionados posteriormente. As empenas Leste e Oeste permanecem cegas ou sem aberturas significativas.
Para o Fórum, a Câmara e Biblioteca estamos prevendo vazios internos com aberturas na cobertura, sobrepostas por pérgulas e vidro, facilitando a retirada de ar e possibilitando a entrada de luz difusa. Para as Secretarias, com plantas em forma de "H", estamos utilizando recursos semelhantes, sobrepondo lajes com brises nos espaços vazios entre as lâminas de escritórios. Para a Prefeitura o mesmo efeito é obtido pela laje mais alta, funcionando ainda como Heliponto.
A idéia é obter o maior aproveitamento da luz e da ventilação naturais, visando a economia de energia. Nos blocos do Fórum, Câmara e Biblioteca, dispostos em três pisos, estamos utilizando rampas além de escadas, reduzindo o uso nos elevadores, dispostos nas extremidades.
O pórtico, partindo da via SMR 281, convida o transeunte a adentrar o conjunto, margeando o Teatro e dirigindo-se para a Praça e Prefeitura.
O Teatro foi posicionado de forma a também permitir apresentações em palco externo, voltado para a Prefeitura. A platéia interna acomoda-se no declive natural do terreno.
As edificações: estruturas, materiais e industrialização
Adotamos um partido pavilhonar onde cada edifício tenha uma certa autonomia dentro da composição, mantendo um afastamento em relação aos demais, sem contudo perder o caráter de conjunto. A estrutura é modulada e as áreas molhadas tentam seguir uma mesma tipologia, sempre que possível.
Propomos, de forma preliminar, estrutura metálica e lajes protendidas alveolares, pré-fabricadas. As vedações nas empenas em placas de concreto pré-moldado.
ficha técnica
Autor
Nonato Veloso