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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público Nacional Complexo Hotel Paineiras - Parque Nacional da Tijuca. Projetos, São Paulo, ano 09, n. 106.01, Vitruvius, set. 2009 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/09.106/2984>.


O Complexo do Hotel Paineiras representa um contexto de intervenção bastante especial. Situado em meio ao Parque Nacional da Tijuca e contíguo ao monumento do Cristo Redentor, o sítio demanda atenção bastante cuidadosa em relação a uma série de questões. A relação com o meio ambiente, o caráter histórico dos edifícios existentes e a visitação turística representam importantes fatores que devem ser considerados para a formulação de uma estratégia projetual coerente.

Conceito

Em primeiro lugar, dentre as diretrizes de projeto, há de se considerar o delicado ambiente no qual o Complexo está inserido, apesar de sua intensa visitação. Assim sendo, o impacto ambiental da proposta de intervenção deve ser o mínimo possível. Além disso, o projeto deve também servir para a conscientização dos visitantes como exemplo de posturas corretas no que diz respeito à intermediação entre homem e meio ambiente.

Em segundo lugar, há a importância do caráter histórico do edifício do Hotel Paineiras, o qual está intrinsecamente relacionado à memória do local e tornou-se uma importante referência para a visitação do Parque. O edifício encontra-se bastante degradado e obsoleto em relação às demandas de funcionamento de um hotel contemporâneo. Esta situação exige uma intervenção incisiva mais respeitosa à memória do edifício.

Enfim, há a questão do funcionamento do complexo como plataforma de apoio turístico para a visitação do Parque e do Monumento do Cristo. A infra-estrutura existente atualmente encontra-se saturada, com constantes congestionamentos e pouco conforto ao turista. Visando uma melhora destas condições, o Complexo deve proporcionar espaços condizentes para o desafogo deste intenso tráfego, ao mesmo tempo possibilitando ao turista novas experiências de fruição da vista panorâmica e do contato com a natureza.

Partido Projetual

A estratégia de projeto adotada reflete uma intenção de mimetizar a intervenção nova com o contexto existente, sem, contudo, negar o caráter contemporâneo desta intervenção ou disfarçar-lhe a presença em meio à floresta e junto ao edifício antigo. Assim sendo, prevalece a postura de manter a configuração espacial geral do complexo, com o edifício do Hotel assumindo uma postura hierárquica superior perante o restante do conjunto.

A maior parte do volume novo construído representa a área referente à estação de transferência e usos de apoio. Evitando dispor os níveis destinados aos veículos completamente enterrados ou acima do nível do solo, o que incorreria em grande impacto visual ou ambiental, decidiu-se enterrar um pavimento abaixo do nível do solo e, com os dois pavimentos restantes, vencer o desnível entre a entrada da Estrada do Corcovado e o platô do Hotel Paineiras.

A laje de cobertura deste volume torna-se assim uma extensão da praça de acesso ao hotel, sobre a qual os diversos volumes destinados à fruição do visitante (bilheterias, lojas, lanchonete e espaço de exposições) foram dispostos. Estes usos foram organizados de maneira a constituir um fluxo organizado de visitação, articulando espaços de passagem e de permanência. Para este espaço da praça propôs-se uma cobertura com uma laje verde, a fim de sombrear e proteger os espaços destinados ao público, restaurar visualmente a extensão da cobertura vegetal da floresta e reduzir o impacto visual do volume construído da Estação de Transferência.

O novo Hotel foi reconfigurado considerando seu valor histórico, porém adaptando-o às demandas técnicas de um hotel de alto padrão. A proposta é de manter apenas as paredes externas, frontal e posterior, e a modulação de pilares. Entre estas duas paredes, com uma distância de dois metros das mesmas, será erguido o novo hotel, cuja estrutura será metálica com lajes pré-moldadas de concreto.

Ao invés da organização funcional original (com quartos dispostos para ambos os lados do edifício e um corredor central), o novo hotel terá um corredor junto à fachada posterior e todos os quartos dispostos para a frente, desfrutando a vista panorâmica do local. O acesso do hotel será mantido no mesmo local, mas o saguão agora contará com pé-direito alto que se estende até o topo do edifício. No meio deste saguão pretende-se manter soltos os antigos pilares originais de concreto do hotel, como testemunho da estrutura que lá havia anteriormente.

As paredes originais, agora destacadas do corpo do novo edifício, servirão para proteger os quartos da insolação excessiva, tal como uma grelha protetora. Cumprem ainda a função de resguardar os quartos do hotel de qualquer perturbação que as atividades do complexo possam causar. Por detrás desta “pele-memória”, surge a segunda pele do edifício, esta composta de vidro e protegida por lâminas móveis de chapa perfurada.

A área do alpendre será mantida desobstruída permitindo que o visitante deslumbre da vista para o Cristo e para a cidade do Rio de Janeiro e acesse o restaurante panorâmico, posicionado abaixo do alpendre.

Sustentabilidade / Conforto Ambiental

O conceito de um edifício novo protegido pelas paredes de um Hotel antigo, contribuindo na proteção da luz excessiva e do calor provenientes do ambiente externo, bloqueando em 80% a radiação solar que incide sobre a face oeste da edificação, criando espaços confortáveis sem prejudicar a vista do entorno. O espaçamento entre a parede nova e antiga do Hotel estabelece um colchão de ar ventilado, evitando que o calor seja transferido diretamente para o interior do edifício.

Os ventos predominantemente do Sudeste, colaboram no resfriamento das superfícies atingidas pelo sol diretamente. A troca de ar nos quartos é favorecida pela diferença de pressão existente nas faces opostas do Hotel.

Organização

O programa foi disposto longitudinalmente em relação à extensão do terreno, ocupando a área previamente desmatada para uso do estacionamento existente. A estação de transferência ocupa esta parcela do terreno e foi organizada em três pavimentos. O pavimento de acesso de vans foi disposto na mesma cota de chegada da Estrada do Corcovado (+452,19).

Neste pavimento de acesso, as vans direcionam-se diretamente para uma plataforma de desembarque (plataforma Cidade-Paineiras) e seguem para dois bolsões das vagas: um neste mesmo pavimento (destinado a vans em trânsito rápido) e outro no pavimento inferior (cota +448,23), que abriga as vans de longa permanência. Para a saída, há ainda outra plataforma independente (embarque Paineiras-Cidade). Neste nível, ainda é operado o embarque-desembarque do sistema Paineiras-Cristo, cuja circulação é independente do restante das vans.

Os visitantes individuais que chegam em veículos particulares são diretamente direcionados para o pavimento superior (+456,15), desta maneira evitando qualquer conflito com o intenso trânsito de vans. Neste nível encontram-se ainda áreas técnicas e de serviços.

Após desembarcar, o visitante dirige-se através da circulação vertical para a praça na cobertura da estação de transferência (cota +460,20), onde se localizam as atividades de caráter público: bilheteria, lojas, lanchonete e espaço de exposições. Para acessar o trem, o visitante sobe uma rampa rumo à plataforma na cota 464,70.

O centro de convenções foi disposto na intersecção entre a praça pública e o hotel, servindo igualmente a ambos. No pavimento térreo localizam-se as salas modulares de reunião e o foyer, enquanto no pavimento superior encontra-se o auditório reversível.

O Hotel caracteriza-se da seguinte forma: no nível do térreo encontra-se o saguão de acesso, o lobby social, um restaurante para hóspedes, além de áreas de serviço e administrativas relacionadas à operação do hotel, que se comunicam com a circulação vertical de serviços e com a cozinha no subsolo – a qual também é compartilhada com o restaurante panorâmico. Nos 3 pavimentos acima, foram dispostos 42 apartamentos. Na laje de cobertura encontra-se a piscina e o bar panorâmico.

O acesso ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade se dá através de uma praça de caráter mais restritivo. Desta praça também é possível acessar a trilha que segue rumo à nascente do Rio Cabeça.

ficha técnica

Autores
Arq. Alexandre Hepner
Arq. Denis Cossia
Arq. João Paulo Payar
Arq. Rafael Brych
Arq. Ricardo Gonçalves

Consultor Design Ambiental
Arq. Ricardo Messano

source
Equipe vencedora
São Paulo SP Brasil

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