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projects ISSN 2595-4245


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IAB-MG cria concurso para revitalização do Mercado Distrital do Bairro Cruzeiro, patrimônio municipal localizado em Belo Horizonte. Objetivo da “Premiação Viva o Mercado!” é evitar planos da Prefeitura Municipal de demolição do edifício.

how to quote

ANDRADE, Ulisses Morato de. Frutas, legumes, arquitetura e democracia! O caso do Mercado Distrital do Cruzeiro, Belo Horizonte – MG. Projetos, São Paulo, ano 11, n. 132.01, Vitruvius, dez. 2011 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.132/4165>.


Equipe de arquitetura apresenta solução alinhada com conceitos de ecologia e sustentabilidade que prevê o Mercado do Cruzeiro como um novo parque urbano.

No memorial descritivo abaixo, em formato de entrevista, seguem os principais pontos deste projeto:

P: Quais os principais pontos que nortearam o projeto?
R:
O projeto nasce a partir da discussão a respeito do atual Mercado de Cruzeiro e entorno, seus problemas e potenciais. Analisando o local percebemos que a principal área de implantação seria o longo ‘talude’ que separa o mercado da Universidade Fumec e do parque Amilcar V. Martins, o parque da Caixa D’Água.

Este ‘talude’ é terreno de propriedade da Prefeitura Municipal e não acrescenta qualquer beleza à área, em grande parte é impermeabilizado e não vegetado.

Outras possíveis áreas livres de implantação seriam o subsolo sob o atual estacionamento/acesso do mercado ou o talude junto à rua Opala, mas estes setores foram descartados por apresentarem bastante árvores e serem mais descontínuos.

Uma análise deste ‘talude’ nos remete à natureza topográfica do local, ao antigo monte, anterior a qualquer construção, e ao perfil ondulado sobre o qual se localizam hoje a universidade e o parque da Caixa D’Água.

Este perfil natural se completa com a paisagem construída das ruas Ouro Fino, que tem características mais comerciais e de serviços, e da rua Oliveira que é mais residencial.

A figura resultante do corte deste ‘talude’ natural sugere o linha escalonada que definiu a imagem do edifício, que será destinado a garagens e lojas no térreo, também a garagens nos demais pavimentos, e se completa com dois edifícios nos extremos do conjunto com alturas e usos compatíveis com as já praticadas e/ou permitidas em cada uma destas ruas.

A idéia foi em nenhum momento barrar a visão da universidade para a cidade, triplicar a área do mirante existente criando a grande praça superior, criar um acesso natural de pedestres ao parque da Caixa D’Água, além de resolver os problemas funcionais do entorno.

As áreas de estacionamento poderão ter acessos e saídas pelas ruas e pela universidade não gerando tráfego no interior da praça a ser criada ao nível do mercado.

P: Como as atividades se distribuem ao longo do projeto?
R:
O ponto de partida foi a total liberação da área em frente ao mercado onde será criada uma praça com nome sugerido de Praça Éolo Maia prevendo entre generoso paisagismo: arena para apresentações culturais, espaço para playgrounds, área de ginástica e caminhadas, horta orgânica e caramanchão para permanência dos moradores que dá seqüencia ao volume do restaurante Parrilla que será mantido.

Ainda nesta praça está o início da rampa que é o percurso lúdico que leva ao parque da Caixa D’Água, onde as pessoas podem caminhar, permanecer ou pedalar, desde a praça em frente ao mercado até o parque em rampa específica para pedestres de inclinação não superior a 10%.

No andar térreo do edifício estão as novas lojas que, junto a parte do estacionamento, trarão recursos à administração do mercado e duas torres de escada e elevadores que dão acesso ao mirante do parque e aos andares dos estacionamentos.

P: Quais os atributos ecológicos e de sustentabilidade da proposta?
R:
O projeto prevê ampla acessibilidade universal e social a todas as áreas, reaproveitamento de águas servidas e pluviais, requalificação paisagística, com criação e integração de horta orgânica para fins de educação e abastecimento, áreas para ginástica e promoção da saúde, criação de usina solar fotovoltaica no teto do mercado que fornecerá parte da energia ao conjunto, criação de programas e espaços de educação ambiental, e integração social e ambiental da Vila do Pindura Saia.

P: Como ficam solucionados os problemas de trânsito e estacionamento no entorno?
R:
O fator de maior impacto no tráfego da área é a universidade que congestiona as ruas durante o dia e parte da noite.

Nosso projeto cria 936 vagas de estacionamento cobertas e descobertas ao longo de seus pavimentos ligados por rampas de veículos.

Estes estacionamentos poderão ser acessados desde as ruas ou até, se for o caso, pela universidade em sua parte mais elevada.

As áreas internas de acesso aos estacionamentos serão dotadas de faixas de acumulação nas entradas não impactando as ruas de acesso.

Nas áreas de maior tráfego nos pavimentos inferiores haverão rampas específicas de subida e descida de veículos.

O uso destas vagas será dividido entre os usuários do mercado, dos edifícios propostos, da universidade e dos moradores e visitantes da área.

P: Como será a integração da comunidade do Pindura Saia?
R: Esta comunidade interage muito bem com o mercado sendo que vários de seus moradores trabalham lá, mas apresenta problemas de qualidade ambiental em alguns de seus espaços devido a sua ocupação e construção espontânea e irregular. A idéia é que sejam mantidas as principais construções mas que se abram espaços vazios no interior desta comunidade, e até de criação de alguns serviços. Estes novos vazios trarão mais ventilação e iluminação às construções remanescentes e incentivará o dialogo desta comunidade com os moradores da região propondo um convívio integrado, e até educativo, sugerindo que diferentes tipologias e classes sociais podem interagir no espaço urbano democrático. A praça defronte a OAB junto a esta comunidade será também integrada. Estas ações de integração do Pindura Saia serão objeto de um sub-projeto específico dentro do projeto do novo Mercado do Cruzeiro.

P: Como o projeto vai qualificar o seu entorno?
R:O entorno sofrerá visíveis melhorias através da criação da nova praça em frente ao mercado com acessibilidade ao parque, o mercado propriamente dito será restaurado e ganhará novos espaços de uso, os problemas de tráfego e estacionamento serão enfrentados, a vila Pindura Saia será integrada, o entorno ganhará mais áreas verdes, de permanência e de prática de esportes e cultura. O novo mercado será um novo pólo atrator de encontros, cultura e educação.

P: Quais as vantagens para os feirantes do mercado?
R:Como contrapartida para a disponibilização da área pública para implantação dos empreendimentos, os investidores deverão fazer a reforma e revitalização do mercado atual, construção de novos mezaninos, se necessários destinados a espaços gourmets e outros, urbanização e integração, como praça e área de lazer, da atual área de estacionamento do mercado e ainda disponibilizar aos feirantes vagas de estacionamento no edifício garagem e as 39 novas lojas neste edifício  que serão exploradas comercialmente por eles.

Os feirantes desta maneira terão seu estimado mercado mantido e requalificado, e contarão com novas áreas de atividades e de aportes de recursos para a manutenção do mercado e de sua associação.

P: Quais as vantagens para a Prefeitura de Belo Horizonte?
R:Esta é uma grande oportunidade da administração municipal demonstrar seu espírito democrático ao adotar um projeto que tem apoio dos feirantes e dos moradores do bairro.

A prefeitura, nesta operação, estará disponibilizando novos equipamentos urbanos à comunidade, restaurando o mercado, revitalizando um espaço público e tradicional da cidade sem gastar nada do seu orçamento ou seja com endividamento privado.

A seção da área do talude e aprovação do projeto deverá ser objeto de uma operação urbana integrada entre setores públicos e privados, fora dos padrões vigentes, mas inovadora o que agregará visibilidade e repertório de novas soluções à administração pública.

Algumas das novas áreas criadas no projeto poderão trazer um aumento da receita atual da prefeitura que recebe o aluguel das bancas do mercado. Todo o patrimônio construído após o prazo da concessão, que pode variar entre 20 e 30 anos, de exploração da área publica por parte dos investidores passará a ser de propriedade da prefeitura e da cidade de Belo Horizonte que terão para si todo este ativo.

P: Como explicar construtivamente o edifício?
R:
O edifício ocupa a faixa de 15 metros ao longo de todo o talude existente. Paralela ao edifício será construída a cortina/arrimo de concreto afastada 2,5 metros do edifício para ventilação cruzada das garagens. O edifício está modulado em 10,00 x 15,00 metros e as rampas de veículos e pedestres serão em balanço. Haverão duas torres de circulação vertical com elevadores e escadas sendo que uma destas torres dá acesso ao Parque da Caixa D’Água.

O pergolado alinhado com o edifício do restaurante Parrilha será em madeira ecológica criando áreas sombreadas atirantadas com cabos de aço.

P: Como o projeto será viabilizado economicamente?
R:A sustentabilidade econômica e financeira deste empreendimento se dará pelo equilíbrio entre os investimentos exigidos no projeto, as receitas geradas aos investidores e o prazo da concessão.

Os recursos para o projeto e construção virão da iniciativa privada, através de investidores imobiliários que acreditarem e se associarem ao projeto.

O empreendimento gerará receitas provenientes da exploração comercial do estacionamento, das novas lojas e dos dois edifícios que compõem o conjunto.

Os investidores terão a posse e legitimidade de exploração dos dois edifícios  e da garagem, Os feirantes têm a posse e legitimidade de exploração de parte das vagas de estacionamento e das 39 lojas, além de ter, sem ônus, o espaço do mercado e atual área de estacionamento reformados, ampliados e urbanizados.

P: Como e em que proporções será a exploração dos espaços do projeto?
R:
O projeto básico proposto prevê a implantação de um edifício garagem com disponibilidade de 936 vagas e 39 lojas, equipamento urbano de apoio à comunidade, usuários do mercado, usuários da faculdade e todo o entorno. Estão previstos também a implantação de dois edifícios com 60 unidades cada gerando área construída que completará a sustentação econômica para o empreendimento e terão usos compatíveis com a legislação e necessidades funcionais da área tais como apartamentos residenciais, moradias estudantis, e até usos comerciais e/ou hoteleiro (estes na rua Ouro Fino, que já apresenta características de uso misto) se for permitido e aprovado pela prefeitura municipal e comunidade local.

ficha técnica

local
Belo Horizonte MG Brasil

área total
24.710 m2

projeto
2011

área total dos estacionamentos (cobertas e descobertas)
30490m²

número total de vagas
936

área total das rampas externas (veículos e pedestres)
2908m²

área total das 39 novas lojas
655m²

área do edifício 1 rua oliveir (60 unidades em 9 andares)
2968m²

área do edifício 2 rua ouro fino (60 unidades em 9 andares)
2633m²

área total urbanizada
10864m² (praça)
1100m² (mirante)

área total construída
38999m²

autores

Arquiteto
Antônio Valle Diniz

Equipe
José Luiz Baccarini Neto
Pedro de Carvalho Guadalupe
Marcílio Gazzinelli (fotógrafo)

source
Equipe premiada
Belo Horizonte MG Brasil

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132.01 Prêmio
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original: português

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Ulisses Morato de Andrade
Belo Horizonte MG Brasil

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