Caracterizada pelo clima de condições extremas, a região da Baía do Almirantado na Ilha Rei George é um desafio para a resolução do partido arquitetônico, no qual alguns fatores são claros e determinantes.
O primeiro e mais importante fator é a redução ao mínimo possível do impacto do conjunto arquitetônico sobre o território, levando em consideração o caráter científico que o programa abriga e a questão de geração e alimentação de energia. Outro fator condicionante do projeto é atenção às questões de segurança e funcionamento, minimizando os riscos de colapso em caso de acidentes.
O partido adotado surgiu da interpretação das condições sugeridas no termo de referência e da distribuição dos espaços em blocos pelos setores: privativo, social, serviços, operação/manutenção e laboratórios. Considerou-se ainda a questão das limitações de logística tanto para a execução quanto para a manutenção e futuras modificações, o que indicou como solução mais eficaz um sistema modulado com perfil constante que permite a potencializaçãodo desempenho da construção em termos de conforto térmico e acústico, além de fácil ampliação.
O conjunto arquitetônico, implantado paralelamente às curvas de nível e à faixa de praia, está divido em quatro blocos distribuídos em dois eixos paralelos. No conjunto de blocos maior estão distribuídos os setores de laboratórios, convivência e serviços, e o setor habitacional privativo. No bloco mais distante da praia estão alocadas as funções técnicas e operacionais.
O conjunto dispõe de quatro acessos, sendo um no bloco dos laboratórios, um no bloco habitacional/convívio, e dois no bloco de serviços. Todos os acessos estão previstos com o sistema de isolamento térmico e a câmara de troca de roupas e secagem. No conjunto frontal, os acessos estão dispostos num piso abaixo do principal, que não toca o solo, envoltos pela casca de isolamento.
O sistema construtivo visa à simplicidade e facilidade de operação e manutenção. Os módulos são montados lado a lado. Após a execução das fundações, a estrutura metálica modulada é lançada e, conforme a montagem avança no sentido longitudinal, as partes da casca de revestimento/isolamento são conectadas à estrutura. Nestas partes da casca já estarão fixados os caixilhos e as conexões, cabendo à mão de obra do local apenas a montagem dos componentes através de encaixe e aparafusamento.
ficha técnica
Biselli Katchborian
Mario Biselli
Cassio Oba Osanai
Cassia Lopes Moral
Marcelo Checchia
Ana Carolina Mendes
André Biselli Sauaia
São Paulo Arquitetos
Tais Cristina da Silva
Paulo Roberto dos Santos
Nave Arquitetos
Roberto Fialho
Valéria Fialho
Consultores
SP Project