Anexo da Fundação Biblioteca Nacional
Estar envolto a um rodamoinho de novidades, cuja intensidade e velocidade raramente foram vistas na história urbana carioca. Este é o contexto do Anexo da Fundação Biblioteca Nacional, situado entre a nova Via Binário e a Avenida Rodrigues Alves que, com a demolição da Perimetral, revela um plano de fachadas antes encoberto e a necessidade de uma arquitetura de qualidade para a nova orla da Zona Portuária.
Proteger e conservar o conhecimento são funções seminais de uma biblioteca, de tal modo que o projeto parte de um núcleo para guarda de publicações ocupando os três pavimentos do bloco central existente. O que circunda este miolo – térreo, laterais e cobertura – é um invólucro protetor, cuja multiplicidade programática e escolhas projetuais (no desenho e nos materiais) fazem com que ali se estabeleça uma dinâmica de mediação entre o núcleo de armazenamento e a cidade.
As áreas atualmente ocupadas pelos blocos leste e oeste passam a dar lugar a novas construções: ambas com a mesma altura do bloco central existente, mas mantendo certa distância dele. O que qualifica este projeto são os distintos modos como se articulam as partes acrescidas e as existentes.
Paralela à Via Binário, faz-se uma espécie de anel vertical de interligação das partes: o saguão linear no térreo com acessos para todas as vias que circundam o edifício, do qual partem dois núcleos de circulação vertical, que conformam as extremidades de um prisma (destinado ao setor administrativo) sobreposto ao bloco central existente.
Ocupando o perímetro junto à Rodrigues Alves e à rua Rivadávia Correa, propõe-se uma pele, a qual vai além de um fino plano composto por brises cerâmicos verticais. Constitui-se como um eixo linear curvo com tripla função: circulação periférica que liga todas as construções do conjunto, proteção aos raios solares e solução técnica para passagem de instalações. Esta pele proverá a imagem do novo Anexo da BN, a qual a Perimetral, se ainda existisse, nunca nos permitiria ver.
ficha técnica
autores
Eduardo de Almeida, Helena Ayoub, Cesar Shundi Iwamizu, Bruno Valdetaro Salvador e Eduardo Pereira Gurian
arquitetos colaboradores
Andrei Barbosa da Silva, Alexis Arbelo, Cecília Prudencio Torrez, Fernanda Britto, Francesco Perrotta Bosch, Gustavo Madalosso Kerr, Leonardo Nakaoka Nakandakari, Marcelo Arend Madalozzo, Rafael Carvalho, Thomas de Almeida Ho.
estagiários
André Ariza, Luca Caiaffa, Valeria Waligora