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projects ISSN 2595-4245


abstracts

português
Studio Sumo, um dos jovens escritórios mais inovadores de Nova York, realizou três projetos para a universidade japonesa Josai – Museu de Arte Mizuta, Escola de Administração e Alojamento Estudantil –, arquitetura contemporânea de herança modernista.

english
Through three projects in Japan, this article discusses the work of Studio Sumo, considered one of the most innovative young firms in New York.

how to quote

NEIVA, Simone; DEL RIO, Vicente. Um Sumo norte-americano no Japão. Três projetos de um jovem escritório de Nova York. Projetos, São Paulo, ano 16, n. 189.01, Vitruvius, set. 2016 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/16.189/6213>.


O convite para a projetar o Museu de Arte Mizuta nasceu da necessidade de abrigar a valiosa coleção de ukyo-e da Universidade Josai. O nome do museu é uma homenagem ao fundador da universidade e colecionador de xilogravuras japonesas, Mikio Mizuta. A ideia inicial era simplesmente adaptar três andares da biblioteca do campus, situada em um típico edifício de concreto da década de 1970. Contudo, no Japão qualquer pequena mudança estrutural em edifícios construídos antes de 1980 exige o retrofit de toda a estrutura conforme os rígidos códigos sísmicos atuais. O altíssimo custo de tal empreendimento levaria o Sumo a ater-se a uma solução simples, lidando apenas com pequenas reformas internas e acabamentos, o que acabaria desvalorizando a coleção de arte.

O Sumo decidiu apresentar uma contraproposta: envelopar os espaços interiores e criar, a partir deles, um pequeno edifício independente em um terreno vago ao lado da biblioteca. Com cerca de 700 m2em três pavimentos, servidos por elevadores, a proposta custaria mais mas constituiria-se em um verdadeiro museu. A proposta acabou recebendo uma terceira e definitiva versão, de orçamento mais enxuto, sem elevador de carga e uma rampa servindo a dupla função de acesso principal e de carga. Essa proposta agradou mas logo descobriu-se que, apesar do terreno estar bem no meio do campus, ele pertencia a um casal de velhos agricultores que, na época da formação da universidade não quiseram vende-lo, forçando o campus a ser construído a sua volta.

A universidade então propôs um outro terreno junto a entrada do campus e a um importante trajeto de pedestres, o que acabou por valorizar o edifício e gerou uma pequena alteração no programa original de modo a incluir um espaço de informações para visitantes. Além disto, este terreno era coberto por cerejeiras que, no Japão, são consideradas árvores sagradas: a flor de cerejeira representa a fragilidade e a beleza de nossas curtas vidas. Quando as cerejeiras florescem, os japoneses se reúnem sob elas para admira-las e refletir sobre o significado da vida. O hanami ou, a contemplação das cerejeiras em flor, é uma das tradições mais importantes do Japão. Acomodar o edifício entre as árvores, com o mínimo de perda possível e integrando-as ao projeto, tornou-se um objetivo fundamental.

O partido se manteve próximo ao original; o edifício é muito simples, constituindo-se basicamente de uma envoltória de concreto elevado em meio piso, que revela o seu interior aos poucos através de um jogo de luz natural. O acesso se dá por um pequeno gramado de onde se pode acessar duas rampas, uma ascendente e outra descendente . A articulação do plano da fachada principal, em madeira, sugere naturalmente ao visitante que a rampa da direita, ascendente, é a entrada “principal”. Ela leva a dois espaços principais: uma galeria “negra” para as gravuras da coleção de ukyo-e), e uma galeria “branca” para exposições itinerantes (respectivamente números 5 e 6 da planta). Ao mesmo nível do espaço intermediário entre essas duas galerias, um mezanino iluminado por claraboia e contendo uma estátua do buda projeta-se sobre a escada e a rampa descendente ao subsolo, ajudado a ilumina-las (número 4 da planta). A rampa descendente, a esquerda da fachada principal, leva a uma terceira galeria que concentra informações para o visitante e a uma sala com a história da universidade, além de salas de apoio e deposito. Essa galeria é circundada por amplas janelas e também pode ser acessada diretamente da rua através de uma escadaria integrada ao jardim. As rampas de acesso desenvolvem-se dos lados do edifício, entre o envoltório de concreto e os compartimentos interiores. Os rasgos verticais no concreto permitem um rico e cambiante jogo de luz ao longo das rampas, como que numa procissão. As rampas também criam um colchão térmico para as galerias e as protegem da luz solar direta.

Como na Escola de Administração, o Sumo tentou fazer com que o Museu Mizuta parecesse estar flutuando em referência, mais uma vez, aos antigos ukyo-e e sua função de retratar o mundo flutuante da época Edo. Essa sensação é sugerida através dos balanços do edifício, dos jardins e pátios em torno ao subsolo, e do espaço vazio sobre as rampas, entre o envoltório de concreto e as galerias no interior do edifício. Outra inspiração do Sumo, também relacionada ao ukyo-e, partiu das linhas de famosa xilogravura de Utagawa Kuniyoshi de 1850 que mostra três mulheres na chuva, representada por fortes traços verticais. A representação de algo tão efêmero como a chuva caindo acabou simbolizada no tratamento da envoltória de concreto assim como no painel de madeira da fachada principal. A envoltória foi feita com painéis pré-moldados de concreto, em formato de “L”, que variam apenas por seus rasgos verticais para iluminação das rampas de acesso.

Escola de Administração

Museu de Arte Mizuta

Alojamento Estudantil

source
Studio Sumo
Nova York

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original: português

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Sumo Studio
Nova York

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