O Emiliano Hotel chega ao Rio de Janeiro e, assim como em São Paulo, possui a assinatura do Studio Arthur Casas, com concepção inicial de projeto em coautoria com o arquiteto americano Chad Oppehnheim.
A arquitetura contemporânea do edifício, localizado em frente à Praia de Copacabana, dá prioridade a luz natural, valoriza a vista e conecta os visitantes à Cidade Maravilhosa. Para atender as expectativas estabelecidas pelos clientes no briefing, em que consta um projeto de um hotel 5 estrelas cujo térreo pudesse ser desfrutado por hóspedes e não-hóspedes, um bar foi instalado diretamente na entrada. Assim, o fluxo de pessoas é redirecionado em dois caminhos diferentes: um leva ao restaurante ou ao centro de negócios, e outro leva à recepção, com uma área privada aos hóspedes.
O Hotel também abriga um spa, localizado no 11º andar, próximo às saunas, chuveiros especiais e academia. Há ainda uma área de lazer localizada na cobertura, na qual um deck e uma piscina de borda infinita foram instalados. Esse último andar oferece, ainda, uma vista espetacular que vai do Leme até o Forte de Copacabana.
De acordo com a lei que limita a altura e a distância de edifícios construídos próximos à orla – devido a sombra que podem lançar na praia -, o edifício localiza-se em um terreno de 956,35m² e tem um total de 9,734,37m² divididos em doze andares, dos quais noventa apartamentos variam de 42m² a 120m².
Com um design vibrante, a fachada merece ser destaque. Inspirado nas curvas da paisagem do Rio de Janeiro e desenhado exclusivamente para esse hotel, os elementos vazados (conhecidos como cobogós) sobrepõem todo o edifício e quebram a continuidade dos blocos de concreto das construções vizinhas. Esse gesto dá identidade ao projeto e eleva o Emiliano ao status de referência na Praia de Copacabana.
Os painéis, ventilados pelo ar marinho e à prova d’agua, foram desenvolvidos em moldes metálicos com fibra de vidro injetada em dois padrões diferentes, através de uma tecnologia específica. Fixados em esquadrias com abertura semelhante a de portas dobráveis, podem ser completamente abertos na varanda dos quartos, criando diferentes configurações de fachada. Quando fechados, os painéis garantem privacidade aos apartamentos, sem perder a ventilação e iluminação natural ou ainda a vista da paisagem. Do ponto de vista de um hóspede localizado na varanda, os cobogós funcionam como janelas nas quais se consegue avistar o mar perfeitamente.
O interior remete ao modernismo brasileiro e foi projetado a fim de harmonizar elegância e conforto com a informalidade carioca. Um painel do artista e paisagista Roberto Burle Marx é exibido na recepção, e serviu como inspiração inicial a Arthur Casas enquanto desenhava os ambientes internos. Os tecidos e texturas do saguão e do mobiliário dos dormitórios foram escolhidos em tons de verde presentes no painel, prestando homenagem à natureza da Baía de Guanabara. Toda a decoração do Hotel tem elementos que valorizam os tempos dourados da boemia carioca com peças de designers de renome dos anos 1950, como Sergio Rodrigues, até designers contemporâneos, como a italiana Paola Lenti.
Entre eles, alguns do próprio Arthur, como as banquetas metálicas tecidas com palha de banana, as mesas das suítes feitas com fragmentos de mármore e as Cadeiras Lampião, constituintes da decoração do restaurante principal. O arquiteto ainda desenhou os painéis tridimensionais em madeira, presentes nos elevadores. Quanto à iluminação, o objetivo é revelar a arquitetura através de lâmpadas lineares e luz indireta. Nos revestimentos, cores claras prevalecem sobre os materiais 100% brasileiros – como a palha natural, madeira de carvalho branco, mármore branco do Paraná, granitos e pedras. O paisagismo aparece no interior através de jardins verticais. Na cobertura, a vegetação foi cuidadosamente selecionada devido à ação do vento e da umidade marítima. No térreo, o verde abundante reproduz a ambiência da Floresta Atlântica e abraça o restaurante, enquanto uma segunda composição é criada na área privada dos hóspedes, remetendo a um passeio no Calçadão de Ipanema,
O projeto arquitetônico é, portanto, uma homenagem às belezas naturais da capital do Estado do Rio de Janeiro e um convite aos hóspedes para aproveitar, do melhor modo possível, os serviços e ambientes do Emiliano Rio.
ficha técnica
autor
Arthur Casas + Oppenheim Architecture (co-autor)
design de interiores
Studio Arthur Casas
coautores
Cristiane Trolesi, Nara Telles, Felipe Bueno, Adriana Yin, Nara Rosetto, Victoria Chaves, Renata Adoni, Raul Cano, Lucas Takaoka, Adriana Andugar
localização
Rio de Janeiro RJ Brasil
construção
Sig Engenharia
data do projeto
2013
data de conclusão
2017
área construída
9 734,37m²
área projetada
956,35m²