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projects ISSN 2595-4245

texto crítico memorial

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português
O Centro Cultural Lá da Favelinha tornou-se marco identitário do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte MG: a proposta compreendeu cuidadosamente dinâmicas existentes, e foi capaz de contemplar toda a pluralidade cultural que o centro abriga.

english
The Lá da Favelinha Building has become an identity mark of the Aglomerado da Serra, in Belo Horizonte MG: the building carefully understood the existing dynamics, and was able to contemplate all the cultural plurality that the center houses.

español
El Centro Cultural Lá da Favelinha se convirtió en un marco de la identidad del Aglomerado da Serra, en Belo Horizonte MG: la propuesta fue capaz de contemplar toda la pluralidad cultural que el centro aloja.

how to quote

BARREIRA, Marina Vilela; LOBATO, Anna Gabriela Alves. Centro Cultural Lá da Favelinha: uma ponte morro-asfalto-morro. As redes cíclicas de colaboração e o papel da arquitetura. Projetos, São Paulo, ano 22, n. 257.01, Vitruvius, maio 2022 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/22.257/8543>.


Terceiro maior aglomerado de favelas do Brasil, com 50 mil habitantes, o Aglomerado da Serra é o território que abriga o Lá da Favelinha, um centro cultural, artístico e educacional já destacado por sua potência criativa e fundado pelo artista Kdu do Anjos. O edifício vermelho, que emerge da paisagem com sua fachada têxtil de tela agrária, foi vencedor do Prêmio de Arquitetura do Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel e da Premiação de Arquitetura do Instituto de Arquitetos do Brasil Departamento Minas Gerais — IAB MG, ambos em 2021, além da Premiação de Arquitetura do Instituto de Arquitetos do Brasil Departamento Nacional — IAB BR, em 2022. No entanto, o que há de mais notável neste projeto não se resume às belas fotos registradas por Leonardo Finotti e Matheus Angel. Para além das virtudes estéticas, o prédio do Centro Cultural Lá da Favelinha reflete e reafirma a alegria, a vibração e a potência criativa das pessoas que ali frequentam.

Centro Cultural Lá da Favelinha, Belo Horizonte MG, 2021. Arquitetos Fernando Maculan e Joana César Magalhães (autores) / Coletivo Levante
Foto Leonardo Finotti

O prédio é convergência de artistas e oportunidades; é reafirmação de existências e resistências; é presente e também futuro. Não à toa vestiu tão bem o Lá da Favelinha: os espaços internos, pensados como corpos de cor, formam a arquitetura cênica para a exaltação dos bailarinos, modelos, empreendedores e artistas que encontram ali uma ponte para o mundo. A fachada têxtil, que (re)veste o prédio, ressalta mais um talento do morro: o ateliê de moda upcycling Remexe, que transforma roupas usadas em peças exclusivas e autênticas. No primeiro andar funciona a loja, que vende diversos produtos, todos feitos dentro da favela. O segundo andar abriga aulas de línguas, música, escrita, costura, além da administração empreendedora e profissional do centro — tudo isso imerso no verde enérgico que vai do piso ao teto. Finalmente, no grande terraço do terceiro andar, há aulas de dança, capoeira, yoga e diversos outros encontros viabilizados por aquele amplo espaço multiuso. No Centro Cultural Lá da Favelinha a arquitetura busca entender o contexto que a circunda, abraçando suas dinâmicas e abrindo espaço para que o mais incrível possa ter lugar: uma pulsão criativa organizada em rede. Oportunidades de desenvolvimento e aprimoramento de talentos caracterizam o papel da edificação, que, por tudo isso, se transforma em marco identitário da favela.

Centro Cultural Lá da Favelinha, Belo Horizonte MG, 2021. Arquitetos Fernando Maculan e Joana César Magalhães (autores) / Coletivo Levante
Foto Matheus Angel

Além disso, o processo de elaboração e construção do prédio mostra-se como mais uma experiência enriquecedora dessa obra. Desde o início, o projeto tem a orientação de ponte: articula várias pessoas e grupos de dentro e de fora do Aglomerado da Serra em uma mesma ação, ativando relações humanas que vão, cada vez mais, gerar novas ideias, projetos e ações — impressiona observar a capacidade magnética e aglutinadora que o centro carrega. Dessa rede cíclica de construção coletiva, criam-se teias de desenvolvimento de projetos, de captação de recursos, de execução de obras e de gestão. No centro de tudo isso: as pessoas, sobretudo aquelas que vivem e trabalham no aglomerado.

Centro Cultural Lá da Favelinha, Belo Horizonte MG, 2021. Arquitetos Fernando Maculan e Joana César Magalhães (autores) / Coletivo Levante
Foto Fernando Maculan

A reforma do Centro Cultural Lá da Favelinha foi ponto de partida para o desdobramento de outros projetos dentro do morro, que já estão sendo desenvolvidos pelo Coletivo Levante — grupo heterogêneo composto por moradores do Aglomerado da Serra, arquitetos, professores, engenheiros, topógrafos e designers. Essa intervenção pontual gerou impacto crescente e multiplicador no sistema urbano da favela, contribuindo para além das transformações espaciais visíveis. Numa lógica de acupuntura urbana, a reforma do centro produz a centelha de origem do processo de inovação que o define.

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