Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

reviews online ISSN 2175-6694


abstracts

how to quote

LAMAS, José. As duas tradições no ensino de arquitetura no Brasil. Resenhas Online, São Paulo, ano 02, n. 015.03, Vitruvius, mar. 2003 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/02.015/3220>.


O interesse pela Arquitetura, o seu estudo e compreensão têm constituído nos últimos 20 anos um tema em franco desenvolvimento. Assim se têm multiplicado os levantamentos e registros, as dissertações e investigações sobre a produção arquitetônica nas diferentes regiões, culturas e períodos da História. Esta reflexão sobre os edifícios antigos é também uma forma de preservação, repropondo sua conservação e reutilização nas cidades contemporâneas nas quais têm imprescindível lugar.

Alberto Sousa propõe uma abordagem diferente e inédita para o estudo da arquitetura no período do “Brasil Imperial”: vai procurar e identificar as características das escolas e do ensino onde os autores / arquitetos aprenderam, e verificar as influências que essas mesmas Escolas e sua formação tiveram na produção arquitetônica desses autores nesse período.

Através das origens da aprendizagem e formação, encontra em diversos autores e obras um denominador comum, de influências e afinidades, para além de outros mais recorrentes e circunstanciais, como o meio geográfico e cultural ou as correntes européias que exportavam modelos e arquitetura.

Já se conhece suficientemente a existência de “modelos” e o seu importante desempenho no processo de criatividade e trabalho por “imitação”, que sempre caracterizou a concepção da arquitetura e das artes. Mas Alberto Sousa coloca o papel (até aqui pouco estudado) que as Escolas e o Ensino vão ter na produção da Arquitetura. Remetida neste trabalho a um período estrito (o Brasil Imperial), esta questão é extensiva a diversas épocas e contextos. Abre também um importante caminho para o estudo da produção arquitetônica em diversos períodos e contextos em que se deverá recorrer à noção de “Escola de Arquitetura” para compreender as obras e os seus autores. Obras cujo denominador comum se explica pela aprendizagem que os seus autores terão recebido na sua formação e continuado na profissão.

É assim que Alberto Sousa nos expõe duas tradições (e formações) que se vão confrontar nas construções realizadas no Brasil – a tradição portuguesa do Arquiteto-Engenheiro e a tradição francesa do Arquiteto das Academias (Belas Artes) –, aí gerando duas correntes na arquitetura produzida que resulta fundamentalmente de escolas também diferentes: a Arquitetura produzida por Arquitetos-Engenheiros militares formados no Rio de Janeiro, e a arquitetura produzida por arquitetos brasileiros ou emigrantes, e formados no estrangeiro em ensino artístico de Belas Artes.

Ressaltam as diferenças estilísticas entre ambas as correntes, com maior severidade e despojamento na arquitetura projetada por Arquitetos-Engenheiros militares, e o mais elaborado e decorado produto da formação artística nas academias de Belas Artes. Finalmente, as contribuições de arquitetos estrangeiros, também esses de formação em Belas Artes, que se fixam no Brasil e aí constroem.

A validade do método e hipótese propostos por Alberto Sousa lança pistas para a explicação e também para reflexão sobre a arquitetura e compreensão dos fenômenos que produzem as responsabilidades (que são tremendas) do ensino na construção da noção de “Escolas de Arquitetura”.

Anos mais tarde, e com o advento da Arquitetura Moderna no Brasil, ressoam de novo as mesmas questões – a importância da Escola num dos mais importantes e fascinantes momentos da arquitetura moderna – a Arquitetura Moderna Brasileira. Aí talvez (mera hipótese) se poderá encontrar um elo de ligação no arrojo da Arquitetura Moderna Brasileira, só possível pela integração de profundos saberes de engenharia, como se de renovados Arquitetos/Engenheiros se tratasse. Um século após a produção desses grandes construtores que foram os Arquitetos-Engenheiros militares.

Da leitura do trabalho de Alberto Sousa sai o leitor enriquecido e mais esclarecido – como foi o meu caso – pela contribuição do método e hipóteses propostas, que são extensivas a outros períodos da arquitetural! Mas também pela demonstração da existência de uma Escola de Arquitetura Portuguesa, que continua neste período do Brasil Imperial, pela formação do “Arquiteto-Engenheiro militar” contraposta à outra formação – a do “Arquiteto-Artista” -, que, através de ensaios como este, se vai atualmente consolidando e reconhecendo no seu valor histórico e documental.

sobre o autor

José Manuel Ressano Garcia Lamas é arquiteto, nascido e formado em Lisboa, Portugal, e doutor em urbanismo (Aix-en-Provence, França, e Lisboa). Autor do conhecido livro Morfologia Urbana e Desenho da Cidade, é Professor Catedrático da Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. Realizou numerosos projetos de arquitetura e planos de urbanismo, tendo recebido, em 1997/98, o “Prêmio de Mérito Especial” do Conselho Europeu de Urbanistas.

comments

resenha do livro

O ensino da arquitetura no Brasil Imperial

O ensino da arquitetura no Brasil Imperial

Alberto Souza

2001

015.03
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

015

015.01

Tradição e tecnologia: uma convivência harmoniosa

Anita Regina di Marco

015.02

Paradoxos explicados

Carlos Kessel

015.04

A lavagem do rio

Jeanne Marie Gagnebin

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided