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português
O presente livro apresenta 101 regras para o controle do consumo energético uma otimização do aproveitamento da energia natural na arquitetura e formas de projetar uma edificação de modo direto e intuitivo com os princípios do baixo consumo energético.

english
The present book presents 101 rules for the control of energy consumption, optimization of the use of natural energy in the architecture and ways to design a building in a direct and intuitive way with the principles of low energy consumption.

how to quote

SANTOS, Lara Monalisa Alves dos. Dicas para minimizar o consumo energético de uma edificação. Resenhas Online, São Paulo, ano 17, n. 200.02, Vitruvius, ago. 2018 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/17.200/7068>.


Huw Heywood é inglês, nascido no Reino Unido. É arquiteto com mais de 20 anos de prática em nível internacional, no Reino Unido, na Alemanha e na China. Atualmente é professor de graduação e pós-graduação na Escola de Arquitetura da Universidade de Portsmouth. Escreveu outro livro com o mesmo formato ilustrativo, porém, com foco diferenciado, sendo este para os edifícios e cidades sustentáveis, 101 regras básicas para edifícios e cidades sustentáveis (1).

O texto é um guia narrativo no qual o autor descreve 101 regras de uma arquitetura de baixo consumo. Ele fornece exemplos, com ilustrações que aparecem em cada página do guia, detalhando os assuntos abordados. Essas ilustrações deixam o leitor familiarizado com os conteúdos, mesmo que ele não conheça os termos técnicos.

A obra contém cinco capítulos com temas que tratam desde observações do terreno, manipulação e forma arquitetônica, tipos de vedações, energia e o ambiente interno, além de regras e estratégias aplicáveis a diferentes regiões climáticas. Ao final o autor apresenta um glossário, no qual os termos são bem referenciados e explicados de forma sucinta.

Ao longo da história, de acordo com Heywood, as edificações sempre estiveram presentes com uma sensibilidade intuitiva em relação ao meio ambiente e ao clima dos locais em que eram construídas. O foco principal do livro é oferecer orientações sobre o design de edificações que precisam de pouca energia para sua calefação, refrigeração e iluminação. As 101 regras básicas são direcionadas a redução do uso de combustíveis fosseis (petróleo, carvão mineral, gás) para aquecer e resfriar as edificações. Antes de usar energias renováveis, as edificações devem consumir o mínimo de energia possível, já que toda energia resulta, em distribuição e consumo, e impactos negativos no planeta.

Essas regras básicas formam uma lista de soluções práticas para obter o baixo consumo de energia em novas edificações ou em edificações existentes que passam por reformas. As regras são sempre direcionadas à eficiência no consumo de energia, visando produzir um ambiente interno confortável e ao mesmo tempo promovendo edificações e cidades com baixo consumo energético.

O capítulo 01 focaliza a situação e a localização do terreno, mostrando a importância da direção solar, do clima local e das diferentes proteções contra o vento e a chuva. O autor destaca a importante informação de que as edificações consomem cerca de 50% de toda a energia gerada no mundo, seguidas pelas indústrias, com 25%, e transportes, com 25%. Esta informação, dada logo no início do texto, fundamenta a importância das medidas que devem ser tomadas para reduzir o consumo energético das edificações, que são grandes vilãs do consumo de energia.

Os capítulos 02 e 03 discutem a relação entre o sol e o vento, o impacto da forma arquitetônica e como as vedações externas contribuem para que as edificações se tornem de baixo consumo energético. Cada população de uma determinada região adota técnicas que tendem a alcançar um conforto térmico mediante o uso de recursos locais e energia limitados. Estudar uma arquitetura vernacular local é uma oportunidade de encontrar pistas sobre como funcionam as edificações e quais foram as técnicas utilizadas para a obtenção do conforto em determinadas épocas.

Ilustração encontrada no livro "101 regras básicas para uma arquitetura de baixo consumo energético"
Imagem divulgação/ Editora Gustavo Gili

O sol e o vento dominante são tratados de forma que o projetista institui um papel importante para manipular a orientação e a forma da edificação. Isso influência a distribuição dos espaços internos, a fim de tirar partido da calefação, do resfriamento e da ventilação gratuitos. Relações como a massa térmica dos materiais são tratadas de forma bastante didática, pois as edificações com grande massa termo-acumuladora apresentam um grande retardo térmico (ou atraso térmico), enquanto que edificações leves se aquecem e esfriam ao longo de um período pouco maior do que ocorre com o ambiente externo. O desempenho energético de edificações leves ou pesadas depende do clima local e do tipo de uso. As edificações perdem e ganham calor por meio de suas vedações externas - paredes, cobertura e o piso. O isolamento nas edificações é uma barreira aos fluxos de calor que entram ou saem de um prédio; ele é necessário para manter o conforto térmico.

Nas regiões chamadas de primeiro mundo, o usuário passa cerca de 90% do seu tempo dentro dos edifícios que consomem energia e emitem CO2para manter as condições de conforto. A esse propósito, o capítulo 04 apresenta (i) formas de minimizar do consumo da energia por meio da calefação gratuita com sistemas de ganho solar direto, isolado e indireto; (ii) formas para a refrigeração gratuita com o uso da terra, do vento e da água; e (iii) tipos de iluminação gratuita, tais como a luz natural e a cor. O autor enfatiza na maior parte do livro referências ao clima frio, citando formas de armazenar o calor no interior das edificações por meio dos ganhos térmicos. No entanto, ele propõe também diretrizes para o clima tropical, como de proteções solares e a diferença de pressão dentro da edificação, de forma que o ambiente seja refrigerado por meio das trocas de ventilação.

Heywood explica exemplos de como coletar o calor do sol e armazena-lo para ser utilizado como fonte de energia, usando de placas fotovoltaicas. Tratar a forma de como ventilar as edificações está relacionado a proporcionar um conforto térmico e oxigênio, a fim de eliminar odores e possíveis intempéries que aparecem em ambientes muito úmidos. Assim como o armazenamento do calor e da ventilação em uma edificação, existe a luz natural que ajuda a reduzir o consumo da iluminação elétrica no interior das edificações. Isso está relacionada com a quantidade de luz natural que entra em um edifício, que o autor define como sendo uma função da parcela do céu que o usuário consegue “ver” - o tamanho e a posição das janelas são questões cruciais nas tomadas de decisões projetuais, pois muita luz provoca o ofuscamento e pouca luz obriga a utilização da iluminação artificial.

Para os diferentes climas existem diversas regras apropriadas, como, por exemplo, em um clima frio deve-se buscar a retenção do calor nos interiores por meio do uso de isolamento térmico; em clima quente é preciso manter o sol do lado de fora por meio do sombreamento e do uso de cores claras. O capítulo 05 lista diferentes métodos de construção, fatores de planejamento por meio da distribuição dos recintos, formas arquitetônicas, orientações e técnicas naturais (passivas) de calefação e refrigeração - são regras e estratégias apropriadas para diferentes regiões climáticas.

O autor discute todas as 101 regras com embasamento teóricos que vão aparecer apenas ao final do livro, como notas, observações e fontes de consulta. Neste último “capítulo”, Heywood lista os principais autores que tratam dos diferentes assuntos apresentados. Ao longo de todo o texto o autor não faz referência a qualquer autor ou texto. Ele produz um texto no qual às vezes os assuntos ocupam várias páginas que contêm apenas explicação muito sucintas, o que pode dificultar o entendimento dos termos técnicos pelo leitor leigo.

Heywood afirma que “a implantação e orientação de um prédio é imutável uma vez que ele foi construído, ao passo que suas vedações podem ser aprimoradas com o acréscimo de isolamento ou como resposta à disponibilização de novas tecnologias” (2). Esta citação se refere a um ponto importante, que são as decisões tomadas no lançamento do partido arquitetônico, as quais acarretam por vezes irreversíveis no consumo de energia de uma edificação. As opções iniciais são cruciais na concepção projetual e as regras apresentadas no livro servem para orientar nas tomadas dessas decisões.

A leitura do livro será proveitosa para alunos de graduação e pós-graduação do curso de arquitetura e engenharias, pois a obra lista e discute temas importantes que passam despercebidos e que muitas vezes não são tratados em sala de aula, por falta de conhecimento sobre as regras de minimização do consumo energético. Esses temas são tratados pelo autor de forma sucinta e autoexplicativa, num texto direcionado para um público específico de estudantes e técnicos.

O texto de How é breve, intuitivo e explicativo. São muito úteis as suas ilustrações por meio de croquis. O livro merece ser adotado e discutido por pesquisadores, estudiosos e leigos da construção civil.   

notas

1
HEYWOOD, Huw. 101 regras básicas para uma arquitetura de baixo consumo energético. São Paulo, Editora Gustavo Gili, 2015. Tradução de Alexandre Salvaterra.

2
HEYWOOD, Huw. Op. cit., p.1.

sobre a autora

Lara Monalisa Alves dos Santos é Arquiteta e Urbanista (UCB), especialista em Arquitetura de Sistemas de Saúde (UCB) e mestranda em Estruturas e Construção Civil (UNB).

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resenha do livro

101 regras básicas para uma arquitetura de baixo consumo energético

101 regras básicas para uma arquitetura de baixo consumo energético

Huw Heywood

2015

200.02 livro
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original: português

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200

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