Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

reviews online ISSN 2175-6694

abstracts

português
Gilberto Menezes Côrtes comenta o livro Vazou. Crônicas do urbanismo carioca que, segundo o jornalista, têm o dom de oferecer, junto com o olhar arguto de quem escreve flanando pelas ruas da cidade, uma luz de esperança.

how to quote

CÔRTES, Gilberto Menezes. Arquitetura & urbanismo trazem poesia ao caos. Resenhas Online, São Paulo, ano 18, n. 212.02, Vitruvius, ago. 2019 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/18.212/7430>.


Rio de Janeiro RJ, centro, vista a partir da ponte Rio-Niterói
Foto Rodrigo Soldon [Wikimedia Commons]

A ficção, em livros ou no cinema, nos brinda com imagens ora de caos, ora de extrema beleza estética e poética. Em meio à desordem urbana das cidades brasileiras, que se agrava tanto pelo inchaço desordenado da migração rural quanto pela crise de desemprego causada por uma economia disfuncional e incapaz de absorver mão de obra despreparada, pelo descaso das elites para com a Educação de qualidade, a palavra de urbanistas nos traz uma sensação de esperança.

Além da leveza poética, os textos de Carlos Fernando Andrade, alguns dos quais foram publicados na volta do Jornal do Brasil às bancas, em 2018, têm o dom de oferecer, junto com o olhar arguto de quem escreve flanando pelas ruas da cidade, uma luz de esperança.

Sempre impliquei com a tentativa de alguns urbanistas e arquitetos de copiar, para as grandes e desordenadas regiões metropolitanas brasileiras, soluções que deram certo em cidades e regiões metropolitanas europeias. Fora Londres, Paris e Moscou, as grandes capitais da Europa têm população baixa. E isso faz toda a diferença, se não bastasse o abismo cultural ante civilizações solidificadas há milênios.

Soluções de Amsterdam são únicas, como a bicicleta e o VLT, para uma cidade que tem tradição do transporte fluvial entre os canais, onde barcos servem de moradia. Mas a população da Grande Amsterdam não passa dos 2,5 milhões de habitantes. Estocolmo, outra cidade tida como exemplo, não tem um milhão de moradores.

As cidades e regiões metropolitanas brasileiras estão mais próximas das da Índia, da Nigéria, da Indonésia (o quarto país mais populoso do mundo, com 240 milhões, contra nossos 209 milhões) ou às do Paquistão. Com a diferença que o caos já faz parte da realidade desses países, onde o automóvel não virou uma febre que mata e polui o meio ambiente como no Brasil. Pensar as cidades brasileiras não é simples. Há uma carga de dívida social de mais de um século que tão cedo será paga. Ao contrário, a sensação é de que um gigantesco calote social está em marcha.

Carlos Fernando Andrade, com sua formação de cientista social, percebe isso com o olhar do urbanista e arquiteto que logo vislumbra o que está fora de ordem. Quando a gente imagina que a luz no fim do túnel é a das máquinas reparando a viga que desabou pelo descaso na gestão da cidade, Carlos Fernando acende um farol de esperança. Compreender o que se passa é ótimo para enfrentar tempos difíceis. Em meio ao caos e à desorganização, há o belo. E é possível até sorrir e imaginar dias melhores na próxima esquina.

sobre o autor

Gilberto Menezes Côrtes é vice-presidente editorial do Jornal do Brasil.

comments

resenha do livro

Vazou

Vazou

Crônicas do urbanismo carioca

Carlos Fernando Andrade

2019

212.02
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

212

212.01 livro

A cidade em disputa

Olhares críticos sobre o PDDU de Salvador

João Soares Pena

212.03 livro

Sobre túmulos e arquivos, cadáveres e documentos

Ensaios de Giselle Beiguelman comenta facetas de um país fadado à amnésia

Agnaldo Farias

212.04 homenagem

Chico de Oliveira, o marxista furtadiano

Ou o intelectual que viu o Brasil virar um ornitorrinco

Alexandre Freitas Barbosa

212.05 exposição

Verger e Carybé

Entre as duas margens do Atlântico

Luiz Gustavo Carvalho

212.06 filme

Deus e o diabo no Fausto de Goethe

Ou sobre quando Bacurau deglutiu Hans Staden

Abilio Guerra

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided