1. Naturalizando o vertical
O aumento da urbanização e a necessidade de melhorar a qualidade do ambiente urbano tornam fundamental ações mais sustentáveis. Uma agenda de desenvolvimento urbano sustentável (1) reconhece os papéis e os valores dos espaços verdes e a sua contribuição para as políticas ambientais, sociais e econômicas. Um atributo muito importante, porém negligenciado, no desenvolvimento das nossas cidades é o da cobertura vegetal (Nucci, 2008), embora já seja amplamente reconhecido o papel que a vegetação desempenha e pode desempenhar no que se refere à qualidade ambiental.
A crescente preocupação com a saúde ambiental das nossas cidades ocupa lugar de destaque em todo o mundo e vem acompanhada de uma incessante procura de novas soluções para minimizar esses problemas. O crescimento urbano desordenado, a intensificação no uso e ocupação do solo, seguindo critérios estritamente econômicos, provoca a escassez do solo urbano e a carência de áreas verdes, tais como parques, reservas florestais, matas ciliares, etc. e de áreas propícias ao lazer e recreação ao ar livre.
No presente trabalho propomos refletir sobre a questão de usar as abundantes paredes nuas, resultantes de uma verticalização intensa das nossas cidades e as possibilidades de implementar os chamados jardins verticais à luz de vários exemplos. Com estes jardins pode-se assim melhorar a qualidade do ambiente urbano, bem como criar novas e inovadoras tipologias de verticalidade.
Como já constata Nucci (2008) a vegetação, diferentemente do asfalto e do concreto, não é uma necessidade óbvia no cenário urbano e precisa, portanto, ser planejada e “trazida” às nossas cidades. Hoje, entre os materiais de um projeto, o elemento vegetal pode ser incluído como um elemento técnico: trepadeiras crescem sobre paredes, a vegetação cria sombreamento, nos telhados verdes e jardins de cobertura usam-se plantas que valorizam o projeto, não somente paisagisticamente e/ou por motivo meramente estético, mas também contribuem para amenizar/melhorar o ambiente urbano.
Diversos termos vêm sendo usado para designar a cobertura vegetal em edificações: paredes verdes, fachadas vivas, jardins verticais, mur vert, mur vegetal, facade garden, living walls, green curtain, Fassadenbegrünung etc. Para simplificar a leitura, doravante será usado somente o termo jardim vertical, já que jardim é um artifício humano, como termo genérico, onde todos os tipos de paredes cobertas por vegetação mencionados acima estão incluídos. A gama de jardins verticais vai desde paredes internas a grandes fachadas externas – o que neste artigo é mais relevante, e vai desde um acessório estético de pequeno formato, até áreas plantadas com centenas de milhares de plantas.
2. Jardins verticais - alguns exemplos de uma ideia emergente
Os jardins verticais podem ser mais que um adendo estético, mas podem também trazer relevantes benefícios ambientais e climáticos. Aqui também vale: Quanto maior a superfície coberta, maiores também podem ser esses benefícios.
Enquanto os “tetos-jardim” (2) já são amplamente usados, apoiados em vastas experiências e estudos em diferentes países e situações na Europa e especialmente na Ásia, onde se destacam principalmente em Cingapura e em Hong Kong (as duas cidades-estado com áreas para expansão restritas), os jardins verticais são incipientes – faltando ainda uma prática maior.
Enquanto os tetos-jardim, localizados na maioria das vezes em áreas não ou pouco acessíveis e quase sempre sem proporcionar contato visual, os jardins verticais oferecem o conforto visual, pouco importando a função que eles tenham.
O aumento de superfícies concretadas e impermeabilizadas nas cidades contribui não apenas para elevar as temperaturas, mas também para o aumento do escoamento de águas pluviais, além de ser uma das causas da redução da biodiversidade urbana. Em áreas urbanas, também é significativo o uso de energia para o aquecimento e/ou refrigeração em um número crescente de prédios.
O princípio destes jardins pode ser visto na construção de treliças e suportes, normalmente de madeira ou cabos de aço inoxidável, montados junto a paredes como suporte para plantas trepadeiras. O desenvolvimento tecnológico permitiu o uso de uma variedade maior de plantas e com isso a criação de um grafismo inexaurível.
O interesse em jardins verticais pode ser justificado não só pelo enriquecimento ornamental – o que não deve ser subestimado, como por ser uma tecnologia relativamente nova e por necessitarem de pouco espaço. O que é uma grande vantagem, já que na maioria das cidades espaços para ajardinamento são escassos, principalmente em áreas de alta densidade populacional. Este é o caso típico em muitas cidades: há falta de espaço para criar mais áreas verdes, mas sobram paredes nuas. Um jardim vertical não faz, assim, concorrência à construção de imóveis. Mas deixemos aqui bem claro que os jardins verticais não substituem de forma alguma os espaços verdes. Mas considerando o que o crescimento urbano nos lega: concreto, aço e torres de vidro, o desejo de pelo menos visivelmente tornar estes locais mais “naturais” é perfeitamente compreensível.
A valorização de fachadas com abundância de plantas é relativamente recente. Várias cidades na Alemanha, no entanto, já têm programas de incentivo às construções mais ecológicas – o que também inclui as fachadas verdes, como parte dos programas de melhoria do clima urbano. Supõe-se que os jardins verticais podem num futuro próximo se tornarem uma exigência, como já ocorre com os tetos-jardim. Inúmeras cidades já determinam nos licenciamentos para a execução de obras a instalação de cobertura vegetal – muitas vezes com exigências quanto à composição e ao volume do substrato, tipo de vegetação, etc.
Vejamos alguns exemplos de jardins verticais:
O destaque do Terminal 3 do Aeroporto Changi em Cingapura é um jardim vertical, cobrindo a fachada interna do edifício principal, com cinco andares e 300 metros de comprimento. A chamada "cortina verde" pode ser admirada tanto das áreas de embarque como das salas de chegada e esteiras de bagagem – e abriga 25 diferentes espécies de plantas trepadeiras, sendo intercalada por quatro cascatas.
Na capital britanica há pelo menos três objetos dignos de nota: o muro do shopping Westfield Shopping Centre, as fachadas de um hotel em frente ao Hyde Park e a de um pub. O shopping faz parte de um dos mais significativos projetos de regeneração urbana em Londres. Inaugurado em 2008 ele compreende uma nova área residencial e o maior shopping britânico. Para separar a zona residencial existente da entrada, cheia e barulhenta do shopping foi construído um muro de aproximadamente 170m de comprimento e 4m de altura. Aqui foram utilizadas 200.000 plantas de diversas espécies, como samambaias, violetas e narcisos.
Na cidade de Frankfurt está sendo construído um muro verde ondulado, obra de Patrick Blanc, com uma extensão de 1,3 km de comprimento e cinco metros de altura, que será recoberto com plantas, muitas das quais nativas do Brasil. Esse muro funcionará como uma barreira de proteção para o pulmão verde da cidade – um complexo formado por suas mais importantes áreas verdes (Jardim de Palmeiras, Jardim Botânico da Universidade de Frankfurt e o Parque Grüneburger) - e deverá proteger esse oásis verde de uma das mais movimentadas vias expressas de Frankfurt. Segundo Blanc, o motorista quando estiver dirigindo por esta via deverá se sentir como se estivesse numa estrada pela floresta brasileira. O início do plantio está previsto para a primavera de 2011.
Em Tóquio, a maior cidade do mundo, o projeto Tokyo Green Spaces (http://tokyogreenspace.com), financiado por firmas privadas, em uma tentativa de aumentar a diversidade biológica e melhorar o meio ambiente, vem analisando o potencial de micro espaços para transformá-los em espaços verdes. Além dos pocket green, o projeto incentiva a instalação das chamadas cortinas verdes, onde plantas cultivadas em treliças protegem as construções, janelas e paredes do sol. Do Japão também se relata do projeto da firma Kyocera, um enorme conglomerado com várias divisões e fábricas espalhadas pelo país. A Kyocera desenvolveu um programa de criação de “cortinas verdes”, e já conta com 12 destas instaladas, compreendendo uma área de 775 m2. A solução permitiu que os escritórios e fábricas beneficiados pelo programa parassem de usar ar condicionado. No site da empresa existem várias informações a respeito, bem como um manual para a instalação de cortinas verdes.
No Brasil, há poucos exemplos de integração de construções na natureza e uso “planejado” de plantas na arquitetura, mas estes não fizeram escola. Lina Bo Bardi, em esboços datados de 1965, usa plantas epífitas na fachada principal do MASP de São Paulo. A ideia, porém não saiu do papel.
Provavelmente o exemplo mais conhecido no nosso país seja a Casa das Canoas, no Rio de Janeiro, planejada por Oscar Niemeyer para ser sua residência. Construída entre 1951 e 1953, esta obra é conhecida por sua vital simbiose com o ambiente e pela forma como o denso jardim tropical invade o espaço construído. Talvez este seja um dos únicos trabalhos do arquiteto onde houve interesse em manter a natureza existente no local e inseri-la no contexto de uma obra. A meu ver, Niemeyer pouco se preocupa com o espaço externo – exceto em posicionar seus projetos em imensas áreas impermeabilizadas.
Exemplos clássicos que ilustram esta crítica são o Memorial da América Latina, em São Paulo, e o Conjunto Cultural da República (espaço entre o Museu Nacional e a Biblioteca), em Brasília. Em ambos os casos, as edificações estão locadas em imensas superfícies impermeabilizadas sem nenhuma preocupação paisagística ou com o conforto ambiental de quem usa ou cruza estes espaços. O caso de Brasília é o extremo, por tratar-se de um espaço público e considerando as características climáticas da cidade. Aqui não houve – além dos espelhos d´água - nenhuma preocupação em usar estes espaços para melhorar o microclima urbano. Na Europa, uma área impermeabilizada deste porte, sem uma única planta sequer, muito provavelmente jamais seria aceita ou a sua construção permitida.
Outro projeto, mais recente, é o "Harmonia 57”, um edifício com escritórios e galerias em São Paulo, concluído em 2008 pelo atelier franco-brasileiro Tryptyquee. As paredes externas são cobertas com plantas que crescem em "poros", inseridos na fachada de concreto, e que são irrigadas por um sistema de nebulização. O prédio possui um sistema próprio de tratamento e reutilização de água. Este projeto foi agraciado com o prêmio Zumtobel 2010, na categoria "Ambiente Construído”, um dos prêmios mais importantes para arquitetura sustentável em todo o mundo (http://www.zumtobel-group-award.com).
3. Benefícios
Investigações feitas mostram que a incorporação de jardins verticais na concepção de edificações traz vários benefícios ambientais. O jardim vertical é um meio ativo de proteção ambiental e oferece muitas vantagens, tanto para os habitantes como para os edifícios. Já que estes benefícios são cumulativos, assim como os espaços verdes em geral, são normalmente difíceis de serem compreendidos de um simples ângulo. Há uma gama enorme de interações entre os benefícios e as suas causas e nem sempre queremos que elas sejam claramente monofuncionais. Para fins de uma melhor compreensão, podemos mencionar os seguintes benefícios, isoladamente:
- Climatização e proteção de construções
A cobertura vegetal protege a parede das intempéries; ela evita a incidência direta da luz solar, da chuva, protegendo assim a capa externa da edificação. Atuando como um escudo contra calor e frio, a cobertura vegetal isola o edifício, e o deixa menos à mercê de influências das temperaturas externas. Graças a esse efeito de isolamento térmico, os jardins verticais proporcionam um sistema de refrigeração natural e, dependendo da estação, evitam o acúmulo ou perda de calor. No caso da Kyocera, verificou-se uma diferença de 15 graus Celsius entre as paredes nuas e aquelas protegidas pelas plantas.Com um melhor desempenho térmico dos edifícios, pode-se reduzir o consumo de energia, gerando com isso uma baixa de custos;
- Melhorias microclimáticas e da qualidade do ar
O jardim vertical pode ser uma maneira eficaz de purificar o ar urbano. As plantas, associadas aos micro-organismos, atuam como uma grande superfície de limpeza. Gases e partículas poluentes são retirados do ar e são lentamente decompostos e mineralizados, tornando-se adubo.
Normalmente um jardim vertical não tem uma vegetação espessa ou densa, mas mesmo assim ela já é suficiente para gerar créditos de carbono visíveis e mensuráveis. Segundo pesquisa, no Japão calculou-se que 1m2 de folhagem absorve anualmente 3,5kg de CO2. Assim, por ano, um jardim vertical de 4m2 irá absorver o equivalente de CO2 a um cedro (14 kg/ano de CO2) (3).
Os jardins verticais ajudam também na redução das emissões de CO2, já que eles, ao equilibrarem a temperatura ambiente em edificações, reduzem a necessidade de uso de aparelhos de ar condicionado ou aquecimento. Além desta pele externa, os jardins verticais geram conforto térmico, através da evaporação da umidade armazenada em suas folhas.
Um jardim vertical é, portanto, uma ferramenta eficiente para melhorar a qualidade do ar, usando as superfícies planas abundantes em todas as cidades.
- Regulador das ilhas de calor
Com a purificação do ar, a sua contribuição para a redução dos efeitos das ilhas de calor também são dignos de nota, pois a água da chuva pode ser absorvida ou retraída pelo substrato, as plantas aumentam a umidade do ar e agem como isolantes térmicos, impedindo que as paredes se aqueçam e armazenem calor;
- Redução da poluição sonora e visual
A cobertura vegetal também proporciona um isolamento contra ruídos e uma redução de reflexões sonoras, além de ser um agente de despoluição visual;
- Aumento da biodiversidade
Como um jardim vertical permite recriar um sistema semelhante a ambientes naturais, ele representa uma maneira de acrescentar elementos naturais a lugares onde estes foram uma vez removidos pelo homem. Com bons conhecimentos de botânica, é possível recriar paisagens naturais, mesmo que estas sejam altamente artificiais. As experiências mostram que, em qualquer cidade, uma parede nua pode ser transformada em um jardim vertical e, portanto, tornar-se um refúgio importante para a biodiversidade;
- Efeitos ornamentais e estéticos
Embora objetivamente seus efeitos sejam de difícil mensuração, os jardins verticais são elementos ornamentais e de valorização visual. Eles são uma forma de adicionar elementos naturais à vida quotidiana em meios urbanos. O verde e as plantas, como sabemos, têm um excelente potencial antiestresse e são relaxantes, sendo ambos importantes para a renovação espiritual. Além de proporcionar a oportunidade de contato com a natureza, os jardins verticais com a estabilização da temperatura e purificação do ar aumentam o nosso conforto ambiental colaborando para o bem-estar e a saúde psíquica do homem. Com uma sábia escolha de plantas, com contraste de texturas e riquezas de detalhes, os jardins verticais quebram a monotonia das nossas cidades.
- Benefícios econômicos
Apesar da sua importância, esse aspecto ainda é pouco pesquisado, embora ele possa ser o argumento definitivo numa tomada de decisões. As poucas evidências empíricas provam, porém, que, ao se reduzir o uso de aparelhos de ar condicionado ou aquecimento, se diminui o consumo de energia. A Kyocera usa nas suas cortinas verdes a planta Momordica charantia, que produz uma vagem comestível. As vagens colhidas são usadas pelas cantinas nas refeições dos funcionários da companhia, evitando assim sua compra (4).
Assim pode-se supor que os jardins verticais, como outras benfeitorias, podem agregar valor à edificação e ao mercado imobiliário em suas imediações.
A crítica comum aos jardins verticais é que os custos de construção e manutenção não são compatíveis com os benefícios gerados. Ainda não há muitos dados empíricos que demonstrem efetivamente os benefícios, principalmente ao meio ambiente. Muitos dos benefícios citados são baseados em experiências com os tetos-jardim e, portanto, trata-se mais de uma suposição. Mas como há muitas analogias entre os tetos-jardim e os jardins verticais, torna-se fácil perceber estes benefícios. Assim, um jardim vertical, além de um enriquecimento estético, traz uma importante contribuição para um clima mais agradável nas nossas cidades.
Mesmo estando a questão sobre o custo-benefício ainda em aberto, a cidade de Frankfurt está disposta a investir cerca de três milhões de Euros em seu muro verde.
4. Experiências e políticas públicas de incentivo à implementação de jardins verticais
O autor desconhece políticas públicas diretamente voltadas à instalação de jardins verticais, provavelmente devido, como mencionado acima, ao fato de seu uso ser ainda incipiente. Mas, levando em consideração o seu potencial e as experiências com os tetos-jardim, considera que seja somente uma questão de tempo para que medidas e programas para o seu incentivo sejam criados. Vejamos por exemplo alguns incentivos existentes para os tetos-jardim em outros países, que também podem ser facilmente adaptados para os jardins verticais.
Na Alemanha, políticas de incentivo aos telhados verdes podem ser rastreadas desde os anos 1980. Em três décadas, uma grande variedade de incentivos foi criada, como por exemplo, estímulos financeiros diretos ou indiretos (redução de taxas de tratamento de esgotos). Mas talvez o mais eficaz seja a sua aceitação como medida de compensação ecológica, já que os telhados verdes podem ajudar a mitigar os danos à natureza e à paisagem causados pela impermeabilização do solo. A lei alemã de Proteção à Natureza (Bundesnaturschutzgesetz) exige que qualquer tipo de intervenção deva evitar danos desnecessários à natureza e que aqueles inevitáveis devam ser compensados, preferencialmente direto no local.
Muitas cidades na Alemanha já introduziram taxas especiais para o tratamento de águas pluviais torrenciais, bem como algumas já fazem a implementação de telhados verdes obrigatórios em construções novas. A separação de taxas para o tratamento de águas pluviais e de esgoto, de fato, promove a gestão mais sustentável destas águas. Por exemplo, águas pluviais procedentes de grandes superfícies impermeabilizadas, como estacionamentos em shoppings ou grandes áreas industriais, causam muitas vezes no sistema de tratamento de esgotos local o excesso temporário no escoamento. A base para o cálculo das taxas é o volume de águas residuais lançadas ao sistema. Assim, os responsáveis arcam com os custos. Por outro lado, os telhados verdes, com alta capacidade de retenção de água, reduzem sensivelmente o volume de águas pluviais a serem drenadas no sistema de tratamento. Várias cidades alemãs recompensam os prédios com telhados verdes com a redução em até 50% das taxas de tratamento de águas residuais. E no caso em que a água pluvial não é lançada ao sistema de esgotos, mas sim a sua infiltração é induzida no solo dentro da própria propriedade, o bônus pode chegar a até 100%. A redução do volume de águas residuais leva também à redução de despesas públicas na construção e manutenção do sistema de tratamento de esgotos e, consequentemente, pode vir a baixar as taxas públicas em geral.
A cidade holandesa de Rotterdã lançou em 2008 um intenso programa de incentivo à instalação de telhados verdes como meio de melhorar o microclima urbano. Além de dar o bom exemplo ao ajardinar os edifícios municipais, a cidade oferece subsídio financeiro direto para proprietários que instalem telhados verdes. Dependendo do tipo de telhado (quanto maior o benefício ambiental, maior o subsídio) e área total do projeto, a cidade oferece até € 30,00 por m2 (€ 25,00 provêm de fundos municipais e € 5,00 da Companhia Municipal de Saneamento).
Os resultados das investigações feitas pela Universidade de Hong Kong a respeito da contribuição e dos benefícios ecológico-ambientais dos telhados verdes, especialmente o desempenho térmico e usabilidade como áreas de lazer, despertaram o interesse da própria cidade de Hong Kong. A Agência Habitacional (Housing Authority) iniciou em 2004 um extensivo programa para implementar telhados verdes como um meio para amenizar a poluição do ar e atenuar os efeitos das ilhas de calor. Os novos edifícios públicos já devem ser construídos com telhados verdes e nos já existentes, dependendo das capacidades estáticas e técnicas, eles vêm sendo paulatinamente implementados. Os esforços futuros visam a estabelecer políticas e incentivos, além da remoção de obstáculos administrativos e técnicos para incentivar a sua instalação também em imóveis privados. Com apoio da universidade, são ministrados cursos de aperfeiçoamento para melhorar a habilidade e a qualidade dos construtores e jardineiros.
Outro exemplo de como parcerias (indústria, empresas e instituições de pesquisa) geram soluções inovadoras para as questões de sustentabilidade vem da Austrália. De Melbourne, há relatos sobre boas práticas de como organismos públicos e privados se uniram para criar mais tetos-jardim na área central de negócios (CBD). Em março de 2009, a cidade lançou o projeto Growing Up, pelo qual proprietários de imóveis podem se candidatar a um teto-jardim, criado e adaptado para a sua construção. A cidade arca com as despesas de planejamento e instalação, enquanto o proprietário se prontifica a manter o jardim.
Este projeto visa, usando a imaginação dos habitantes de Melbourne, melhorar o clima urbano e provar que a natureza pode coexistir com o ambiente construído. O que é bastante significativo, pois os telhados compõem 17 por cento da área total da cidade. Os tetos-jardim são um conceito relativamente novo na Austrália, e assim há ainda muitas lacunas de conhecimento a serem preenchidas. Assim, o projeto facilita a investigação por cientistas da Universidade de Melbourne sobre as espécies de plantas e da tecnologia mais adequadas para o clima típico da cidade.
Não há nenhuma dúvida sobre os efeitos benéficos dos jardins verticais, e que estes sejam semelhantes àqueles que os telhados verdes trazem para o balanço hídrico, do solo, do ar, do clima, da flora e da fauna.
5. Patrick Blanc e os seus muros vegetais
Na Europa, pode ser detectado um entusiasmo crescente pelos jardins verticais. Várias estrelas da arquitetura já procuram paisagistas para uma valorização “verde” dos projetos. Uma tendência que é tida como uma necessidade para arquitetos de observarem um padrão mais natural e ecológico em suas obras, para além da questão de inovação e de adorno. O botânico francês Patrick Blanc, cujos projetos se espalham por vários continentes, é sem dúvida o representante mais significativo dos paisagistas que atuam na área. Blanc que se auto-donomina inventor do jardim vertical, utiliza uma tecnologia própria e patenteada, e chama os seus trabalhos de muro vegetal (mur vegetal).
Botânico de formação e pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique francês, Blanc cria verdadeiros mosaicos, através da combinação gráfica de plantas, de uma complexidade e amplitudes nunca antes realizadas. Inspirado por comunidades vegetais que se desenvolvem naturalmente em superfícies rochosas e úmidas em todo o mundo, Blanc criou um sistema próprio para reproduzir verticalmente esta combinação – tanto no interior como exterior de edifícios. Uma parede verde de Blanc não é apenas uma obra ornamental, é de uma suntuosidade e exuberância surpreendentes. É um pedaço inesperado de selva na cidade.
Um dos seus exemplos clássicos e impressionantes são os jardins verticais do Musée du quai Branly em Paris, inaugurados em 2005. A construção de Jean Nouvel, de quatro pavimentos, tem suas paredes, do telhado à calçada, cobertas por um tapete verde. Em uma profusão quase alucinante, Blanc criou ali uma das paisagens verticais mais estupendas. Em outro trabalho representativo, Blanc criou um exuberante mosaico de 600 metros quadrados, com 24 metros de altura e com cerca de 20.000 plantas de 300 diferentes espécies para o CaixaForum em Madrid, uma obra dos arquitetos Jacques Herzog e Pierre de Meuron.
Blanc conta com grandes fãs entre vários arquitetos de renome internacional. Para Jean Nouvel, por exemplo, Blanc criou um novo conceito na linguagem da arquitetura. Mas também entra em confronto com alguns deles: "Muitos querem me atribuir apenas uma pequena parede. Claramente o que lhes interessa é o uso de novos materiais e ideias que tornem a sua obra mais sexy ou mais ecológica. Mas deixa estar, se um jardim vertical rouba a grandeza de uma das suas fachadas! (citado por Schumacher, 2009)
Ousado, Blanc costuma dizer que o jardim do futuro é o vertical, que ele inventou. Com um sistema patenteado com painéis de feltro acrílico irrigados automaticamente, ele vem dando vida a fachadas de edifícios e criando uma pintura real. A sua visão é transformar, mesmo o mais triste dos subúrbios, em ilhas de exuberância verde.
6. Características e pressupostos técnicos
Se permitimos que plantas e suas raízes cresçam revestindo uma parede, dependendo da espécie, elas podem facilmente danificar a construção, vindo até a causar a sua destruição. Um bom exemplo disso é o que acontece com os templos de Angkor Wat no Camboja, que estão recobertos por raízes, que aos poucos estão rompendo as estruturas.
Pode-se prevenir este tipo de dano preparando adequadamente as paredes e escolhendo as plantas mais adequadas. Assim, raízes, gravinhas e raízes adventícias só se espalham pelo suporte, deixando as construções intactas. Na escolha das plantas, deve-se ter em conta o volume das suas raízes, suas formas de crescimento e o seu comportamento dentro da comunidade vegetal, além de ser imprescindível prestar atenção a aspectos como insolação, iluminação, irrigação e manutenção.
Os pressupostos são:
Substrato
O substrato é o coração de todo o sistema. Para a maioria das plantas, quanto maior for o seu volume, tanto melhor. Mas um grande volume também significa um peso maior – o que dever ser considerado nos cálculos estáticos. Bastante comuns são substâncias hidropônicas, pois elam têm menor peso em relação ao solo comum.
Outro tipo de substrato que já vem sendo largamente usado nos tetos-jardins é a argila expandida (ou pérolas de argila), especialmente desenvolvida para plantas. As esferas homogêneas têm uma porosidade ideal e garantem uma capilaridade adequada às plantas. Por serem bastante leves, reduzem bastante o peso do substrato.
Irrigação
Quase nenhum jardim vertical pode sobreviver sem um sistema de irrigação, principalmente em áreas internas ele é imprescindível. É também um fator econômico importante - pois deve estar permanentemente em bom estado, para garantir o desenvolvimento do jardim. Há vários tipos de sistemas de irrigação. Por exemplo: por gotejamento, aspersão ou geração de neblina.
Um sistema de irrigação eficiente fornece benefícios significativos. Há sistemas aperfeiçoados que permitem regular a quantidade de água, bem como assegurar o transporte de nutrientes, segundo a necessidade das plantas e para estimular o seu crescimento. Um fator importante é a questão do uso de água tratada (encanada) para irrigar as plantas, aqui as vantagens e as desvantagens devem ser bem ponderadas (custos, a cloração pode ser maléfica para muitas plantas, etc.). O mais ecológico seria armazenar águas pluviais para irrigar o jardim.
Manutenção
Uma grande diversidade de espécies é a receita básica para manter o jardim vertical vivo. Essa diversidade, além do aspecto decorativo, ajuda na prevenção de doenças e contra a proliferação de insetos nocivos.
No que diz respeito à manutenção, as opiniões divergem. Enquanto alguns acham que inspeções corriqueiras são mais do que suficientes, há aqueles que consideram que no caso ideal as inspeções corriqueiras sejam acompanhadas da revisão de todos os elementos e tratamento das plantas, incluindo poda, substituição daquelas mortas ou adubação. Essencial para a manutenção é acessibilidade, e isto deve ser levado em consideração já no seu planejamento. Em muitos casos, devido à sua estrutura, esses jardins, principalmente aqueles em paredes altas, não podem ser facilmente inspecionados. Neste caso serão necessários elevadores, plataformas de trabalho ou similares, o que pode aumentar significativamente os custos. Assim, tanto a escolha das plantas como do sistema e tipo de irrigação devem ser feitos de forma acurada.
Para Blanc, não é necessário nenhum tipo de manutenção. Um jardim vertical é um mini ecossistema independente, um espaço silvestre dentro de um ambiente urbano altamente artificial – uma mescla dos dois mundos, como Blanc gosta de declarar. Diversos microorganismos e fungos fazem a decomposição de folhas e raízes mortas, fornecendo húmus rico em nutrientes – mas essa reposição não é suficiente a longo prazo, fazendo com que a irrigação e a adubação sejam necessárias.
Plantas
Plantas crescem em quase todos os lugares possíveis. Aquelas que crescem em penhascos, sobre rochas ou em entradas de cavernas, segundo Blanc (2008), são as ideais para o uso em jardins verticais. Mas, em geral, quase todas as espécies de plantas podem ser usadas. O fator limitante é o volume das suas raízes, pois estas devem estar aptas a se desenvolverem no substrato disponível. O volume do substrato é também um fator importante a ser considerado, já que ele é relevante no peso da estrutura que vai suportar todo o sistema. No caso de áreas externas, as plantas também têm que estar aptas a sobreviver em condições adversas, como p. ex. maior insolação, menor umidade do ar e mais vento. Nestas condições, um sistema de irrigação é quase imprescindível. O regime de ventos é um fator importante na escolha das plantas, pois elas estarão constantemente sujeitas aos seus efeitos. O vento reduz a umidade, causando seca mais rápido, tanto do ar como do substrato, e sujeita as plantas a movimentos mecânicos (balanço) intensos, principalmente em andares superiores. Em Cingapura, no projeto do edifício Fusionopolis, um complexo de três arranha-céus com vários terraços ajardinados, após três meses foi necessário substituir pelo menos 25% das espécies vegetais originais. Pois nem todas aquelas escolhidas se adaptaram a viver sob os ventos fortes reinantes no local.
Em áreas internas, em geral, há escassez de luz solar, iluminação artificial, ar refrigerado, menor umidade e a falta de água pluvial, que torna a irrigação inevitável. Em geral, as plantas com mais probabilidade de se propagar são aquelas provenientes de zonas áridas, como algumas espécies de Sedum, e alguns musgos, bem como as epífitas, já que essas sobrevivem com um restrito volume de substrato, se fixam em superfícies porosas e necessitam de pouca irrigação suplementar.
7. Sistemas para jardins verticais
Alguns autores (Loh 2008, Köhler 2010) classificam os jardins verticais (tanto internos quanto externos), segundo a sua tecnologia, em três sistemas – note-se que aqui somente os jardins verticais com várias espécies de plantas foram considerados, deixando-se de fora aqueles compostos somente por trepadeiras:
- Sistema painel: compostos normalmente por painéis, com o substrato distribuído por câmaras no seu interior, já vêm pré-plantados e são afixados em uma estrutura de suporte (normalmente armação de metal) previamente fixa na parede. Geralmente é adicionado um sistema de irrigação.
- Sistema com superfícies porosas: as plantas são colocadas em bolsões, p. ex. de feltro, que contêm o substrato. Estes bolsões são fixados por trás na estrutura de suporte (como acima), e uma folha de PVC garante a impermeabilização da construção. Os bolsões são mantidos permanentemente umedecidos. O sistema utilizado por Patrick Blanc se enquadra neste tipo.
- Sistema de containers / ou vasos: as plantas são cultivadas em recipientes e podem subir pelas treliças. O sistema de irrigação, geralmente feita por gotejamento, é acionado por sensores mantidos nos recipientes, permitindo tanto o controle de água como o de nutrientes.
Levando-se em conta o fator custo – segundo Köhler (2010), seguindo a mesma ordem acima, eles podem ser respectivamente alto, médio e baixo-médio. Köhler considera de mais baixo custo o uso de plantas trepadeiras apoiadas em treliças.
Um jardim vertical pode adquirir peso considerável. Além de se considerar o peso da estrutura e o das plantas, deve-se também considerar o sistema de irrigação e o vento. Não existem regras sobre quando usar um desses sistemas, eles podem ser implantados em qualquer situação, embora o fator estático seja talvez o determinante.
8. Considerações finais e necessidades de investigação
Paredes nuas são abundantes nas nossas cidades, o que pode causar a degradação visual, além de contribuir para elevar a temperatura em áreas urbanas e para o escoamento rápido de águas pluviais. Existe aí um grande potencial a ser descoberto. A criação de áreas cobertas por vegetação nestas paredes – jardins verticais - traz vários e diferentes benefícios. Elas podem aumentar o conforto ambiental e ser um elo de interação com a natureza, além de poder trazer importantes melhoras ambientais. Os jardins verticais podem ser parte de uma estratégia para melhorar o desempenho térmico de edifícios, já que contribuem para a redução do uso de energia para o aquecimento e arrefecimento de construções, reduzindo assim as emissões de gases de efeito estufa. Os jardins verticais podem ser um paliativo para aumentar a reduzida biodiversidade urbana, além de valorizar o imóvel. Talvez este seja o melhor argumento para convencer proprietários a investir em jardins verticais.
Ainda faltam referências que comprovem empiricamente todos os efeitos benéficos que os jardins verticais podem proporcionar. E é justamente a isto que os críticos se apegam. Pois nem todos veem os jardins verticais positivamente, para muitos trata-se de uma moda passageira. Segundo eles, a tendência somente se manterá enquanto houver pessoas e instituições que queiram ganhar prestigio com este tipo de projetos e estejam dispostos a gastar o necessário. Para os críticos, os jardins verticais nada mais são do que uma ornamentação da fachada, uma cosmética cara e inútil.
Mas, no mínimo, com os jardins verticais ganharíamos com um aspecto visual mais agradável e convidativo em áreas urbanas. O que não seria nada desprezível, considerando a profusão de paredes nuas na selva de concreto em que vivemos.
Também há necessidade de uma observação, a longo prazo, dos custos de manutenção e de como as plantas se desenvolvem em um longo período, digamos de 10 a 15 anos. Ambos os aspectos são fundamentais na discussão custo-benefício, considerando-se que a maioria dos jardins verticais se encontra em lugares expostos e muitos de difícil acesso. Esta observação é só uma questão de tempo, já que muitos dos projetos realizados ainda estão no seu período inicial.
Outro aspecto técnico a ser solucionado é o de uso de água tratada para irrigação. Os jardins verticais de Patrick Blanc são espetaculares, mas é necessário se chegar a uma melhor maneira de (re)utilizar a água, já que o seu sistema precisa de grandes quantidades. Os jardins verticais deveriam ser projetados para funcionar com um sistema de irrigação com água não tratada, o que, além de ser mais ecológico, reduziria significativamente os custos de manutenção. Também faltam experiências na quantidade exata de água necessária para manter um jardim vertical, pois, como foi visto, em muitos casos a água sobressalente da irrigação pinga sobre passantes ou escorre sobre calçadas, o que, além de provocar o desperdício de água e nutrientes, causa um aspecto pouco agradável.
As possibilidades de se implementar jardins verticais são imensas. Aproveitar esta ideia exige, entretanto, não só se conscientizar das oportunidades, mas também dos seus limites. Jardins verticais representam potenciais para reduzir os impactos da urbanização sobre o meio ambiente e uma oportunidade de melhorar o clima urbano. No entanto, medidas neste sentido necessitam de uma ampla discussão, pois os jardins verticais são apenas um, embora importante, componente nas estratégias de melhoria da qualidade de vida urbana.
notas
1
Entenda-se como agenda de desenvolvimento urbano sustentável a larga gama de programas e projetos orientados para melhorar o desempenho ambiental, econômico e bem-estar social de uma cidade como um todo. É fundamental que esta agenda seja apoiada por fortes coligações e com parceria da comunidade local. Veja: Smaniotto Costa (2010)
2
Para simplificar a leitura, será usado o termo teto-jardim para denominar todo o tipo de cobertura vegetal na laje exterior de uma edificação. Entre as várias denominações usadas em português para os “tetos-jardim”, como telhado verde, telhado ecológico, terraço-jardim, parece que não se dá muita importância à função que eles possam ter. Nos países anglo-saxões, por exemplo, se faz uma clara distinção entre o uso primário para o lazer ou para os benefícios ecológico-ambientais. Lá se distingue ente roof garden – o jardim, geralmente na laje externa da edificação, com função estética e/ou de lazer; e green roof - geralmente construídos para cobrir com plantas grandes áreas de telhados planos, e com ênfase na melhoria ambiental e/ou do isolamento ou para melhorar a eficiência energética da construção, normalmente sem uso recreativo. O termo alemão Dachbegrünung vem geralmente acompanhado dos adjetivos intensivo ou extensivo – expressando a mesma distinção como no termo em inglês.
3
Veja: http://global.kyocera.com/ecology/greencurtains/about.html
4
No site http://landscapeandurbanism.blogspot.com/search/label/green walls estão apresentadas, com inúmeras interessantes imagens, propostas para a agricultura vertical.
5
O CaixaForum foi instalado na antiga Central Eléctrica del Mediodía, de 1899 e faz parte da reformulação arquitetônica da area central de Madrid, área que se transformou no chamado Triángulo del Arte com nada menos que 14 museus, tendo os Museus do Prado, Reina Sofia e Thyssen-Bornemisza como seus vértices. Esse muro verde consiste em uma composição com 15.000 plantas de 250 espécies diferentes, instaladas na parede nua de um prédio adjacente.
bilbiografia complementar
Blanc, P. (2008) “The Vertical Garden“, New York e www.murvegetalpatrickblanc.com
GreenKeys-Team (2008) “GreenKeys @ Your City - A Guide for Urban Green Quality”, IOER. Dresden, , ISBN 9783933053329; www.greenkeys-project.net
IGRA - International Green Roof Association (2010) “Fusionopolis, Singapore (Phase 2A): A Green Roofer’s Perspective”. Green Roof News 01/2010
Köhler, M. (2010) “Lebende Wände – Dekoration versus Klimatisierung“. Garten und Landschaft, 9, pp 34-37
Loh, S. (2008) “Living Walls – A Way to Green the Built Environment”. Australian Council of Built Environment Design Professions, TEC 26
Nucci, J. C. (2008). “Qualidade Ambiental e Adensamento Urbano. Um estudo de Ecologia e Planejamento da Paisagem aplicado ao distrito de Santa Cecília”. UFPR, Curitiba
Pegurier, E. (2009) “Cortinas verdes abaixam temperatura em até 15 graus” http://www.oecocidades.com/2010/09/14/cortinas-verdes-abaixam-temperatura-em-ate-15-graus-celsius/ em 29.09.10
Schumacher, D. (2009) “Der Steilwandgärtner“. Financial Times Deutschland, Edição 13.10.2009
Smaniotto Costa, C. (2010) “Áreas Verdes: um elemento chave para a sustentabilidade urbana - A abordagem do Projeto GreenKeys”. In: arquitextos, Nov. 2010, http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.126/3672
Smaniotto Costa, C. (2007) “Ökonomische Argumente für eine Grünflächenentwicklung“. In: Stadt und Grün, 2, 13 -18