Sempre tive mania de colecionar moedas, chaveiros, etc, mas como sou comunista, descobri na leitura da cartilha mais radical que colecionar seria mania de pequeno burguês. Como sou fotógrafo e um pequeno burguês querendo disfarçar, comecei a colecionar ícones que de alguma forma mostrassem a personalidade do brasileiro. E tudo começou com um dos temas fotográficos que eu passava para os meus alunos do Colégio Pré-Universitário, em Brasília, nos idos de 1972. E que é uma das bandeiras da comunicação visual: mostrar o todo pela parte, ou seja, pelo detalhe. Dentro desse espírito comecei a colecionar rosto e pés do brasileiro. Hoje devo ter em minha coleção algo em torno de 10 mil imagens e como o brasileiro só usa sandálias havaianas, este trabalho virou um tema de rostos e pés com havaianas. Esta coleção visual, que pretendo um dia publicar em livro, é um corte mostrando a tipologia facial brasileira, e como anda este povo. Dai para frente, fui fazendo coleções e como um dia quis ser arquiteto e depois trabalhei com muitos deles como Paulo Magalhães, Sylvio Sawaya, Paulo Zimbres, Luis Fernado Teixeira (Xibiu) e meu irmão Carol Stalin, comecei a arquitetar com imagens. Primeiro foram as igrejas, depois as janelas, as cozinhas.... Aqui e ali, quero mostrar um pouco dessa arte criativa e alegre do Brasil.
sobre o autor
Kim-Ir-Sen, 55 anos, 34 em fotografia profissional. Pós-graduado em Antropologia Visual pela Universidade Católica de Goiás, realizou 38 exposições coletivas e sete individuais no Brasil e no exterior. Nos anos 80 participou da fundação da AGIL Fotojornalismo, agência que foi referência no jornalismo investigativo no Brasil. Atualmente morando em Goiânia, investe nos projetos do seu Banco de Imagens Kimage e na MidiaMix, empresa dedicada a desenvolver DVD interativo multimídia.