Assistimos a um crescente movimento mundial de desenvolvimento de edificações, geralmente com funções culturais, de grande impacto na paisagem, imediatamente convertidas em pontos de visitação turística. Estas obras além da assinatura de renomados arquitetos, são de alto custo, utilizam-se da mais alta tecnologia e trazem também em seu bojo polêmicas políticas. Não é novidade a força que representam grandes obras quando associadas a mandatos políticos e homenagens em sua denominação. Parece que depois do ciclo Niemeyer, iniciado na Pampulha e cujo ponto alto foi Brasília, nossos dirigentes buscam formas elegantes e criativas de deixar suas marcas na paisagem urbana e, ao contrário dos Faraós, ainda em vida. A Cidade da Música, o belo complexo cultural projetado por Chistrian de Portzamparc no Rio de Janeiro, com 85 mil m² de construção, seria uma destas pirâmides modernas?