Quando cheguei pela primeira vez em Nova York, em 1979, tive uma sensação que vem se reafirmando a cada vez que volto à cidade: todos parecem figurar numa eterna filmagem.
O cinema e a televisão fizeram de nossas cabeças um mega-arquivo de cenas desta cidade. Elementos da paisagem urbana nova-iorquina fazem parte de nosso imaginário, como os arranha-céus, os táxis amarelos, o metrô barulhento e muito pichado, as caixas d’água de madeira, os rios que emolduram Manhattan, a arquitetura dos museus, a forma de dispor os alimentos, inusitados e inesperados espaços semipúblicos, esculturas que parecem que foram deixadas na rua, luminosos piscando e muita gente de todos as etnias e tribos possíveis.
Nesta viagem, ao flanar sem destino pelas ruas de Nova York (1), tentei fazer registros de detalhes, para reconhecer o todo pelas partes. Às vezes alguns ícones aparecem num plano secundário.
Será que consegui?
nota
1
GORSKI, Michel; GUERRA, Abilio. Flanar na cidade. Perambulando sem destino por caminhos sem fim. Arquiteturismo, São Paulo, 04.045, Vitruvius, nov 2010 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/04.045/3675>.