No dia 29 de maio de 2011 eu postei no meu Facebook, abaixo da foto que ilustra este texto, a seguinte mensagem:
“Quiz Show: quem sabe o nome do arquiteto que projetou este prédio? Fica na Av. Higienópolis, próxima da Av. Angélica... Eu não sei e gostaria de saber!”
Logo a seguir, dezenas de mensagens começaram a pipocar na caixa de diálogo, com diversos amigos tentando matar a charada. Vasco Caldeira começou: “eu já soube mas esqueci...”, para logo depois as pessoas arriscarem Affonso Reidy (“não, Reidy não tem obras em São Paulo. Mas de fato tem cara de arquiteto carioca”, respondi de pronto), Rino Levi, Victor Reif, Henrique Mindlin, Franz Heep... Nenhuma resposta convincente! Diego Viana Gomes arriscou que o mural seria do Bufoni, opinião logo confirmada pela especialista no assunto, a paisagista Bel Ruas, com uma mensagem com ar de memorial técnico:
“Edifício Nobel, Av Higienópolis, 375. Penso que é da arquiteta Maria Bardelli. O Mural é do Buffoni. s/d s/título. Mede 2,45 x 8,45 m. Uma coisa interessante: Buffoni usava alguns desenhos tanto nas propostas artísticas como em propagandas da Pirelli. Tem uma propaganda dele na Pirelli, chamada "Été en Italie", que tem uns pássaros desenhados iguaizinhos aos deste painel”.
A afirmação peremptória acerca da autoria do mural deixava nua a afirmação da autoria do edifício: “penso que é da arquiteta Maria Bardelli”. Penso?! A dúvida não estava esclarecida de forma cabal.
Logo mais outros assuntos mais interessantes surgiram na lista infindável do Facebook e todos se esqueceram da minha pergunta. O poderoso potencial de comunicação das redes sociais, que tornam qualquer fato – seja ele importante ou corriqueiro – em um fenômeno midiático instantâneo, tem como contraponto a provisoriedade do efêmero. A fluidez constante das informações, brincadeiras, conversa fiada etc. coloca tudo e todos em fluxo contínuo, que não para, não sedimenta, não enraíza. Uma virtualidade sedutora, mas que não substitui o fenômeno físico. O edifício de autoria desconhecida continua lá, lindo, como quase todos os edifícios de Higienópolis.
Portanto, mantenho a pergunta: “quem sabe o nome do arquiteto que projetou este prédio?”