Parabéns São Paulo! O primeiro edifício modernista de São Paulo (1), projeto do arquiteto Júlio de Abreu, de 1927, depois de anos de muito sofrimento, acaba de passar por um retrofoot, uma recuperação no chute.
Retrofoot é um termo derivado de retrofit, que por sua vez é mais uma daquelas palavras mágicas, como foi a reengenharia, e como é a sustentabilidade, que já chegam acompanhadas de muitos expertos, selos de autenticação e um novo estoque de termos a serem traduzidos.
A edificação, cheia de referências históricas, foi abençoada pela vizinhança do minhocão, que deteriorou toda a região, mas mesmo assim merecia um resgate arquitetônico, que respeitasse a originalidade de sua divisão interna e a fachada, que deveria ter sido tombada há muito tempo.
Mas o risco que o predinho correu foi ainda maior, pois nos ensaios artísticos ele chegou a ficar azul.
Cabe destacar, na versão final, a instalação externa da canalização de gás, com inspiração nitidamente art déco.
nota
1
Ver XAVIER, Alberto; CORONA, Eduardo; LEMOS, Carlos. Arquitetura moderna paulistana. São Paulo, Pini, 1983.Ver também: LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. O modernismo arquitetônico em São Paulo. Arquitextos, São Paulo, n. 06.065, Vitruvius, out. 2005 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.065/413>.
sobre o autor
Michel Gorski é arquiteto e co-editor da revista Arquiteturismo do portal Vitruvius.