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architectourism ISSN 1982-9930

Praia do Rio Vermelho, Salvador. Foto Guilherme Maia

abstracts

português
O relato presente nas páginas que se seguem descreve a nossa breve experiência de visita a renovada Praça Mauá, o Museu de Artes do Rio e o recém inaugurado Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.


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SOMBRA, Fausto. Uma manhã de sol na renovada Praça Mauá. O Museu de Arte do Rio, de Bernardes & Jacobsen, e o Museu do Amanhã, de Santiago Calatrava. Arquiteturismo, São Paulo, ano 09, n. 106-107.01, Vitruvius, jan. 2016 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/09.106-107/5870>.


Em uma uma sexta-feira ensolarada de dezembro passado, tive a oportunidade de viajar para o Rio de Janeiro. Tratava-se da comemoração de final de ano do escritório, buscando a confraternização dos grupos de trabalho paulista e carioca do escritório Bernardes Arquitetura, tendo dentre outros sócios Thiago Bernardes (1974).

Saímos cedo do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, e logo pousamos no simpático Aeroporto Santos Dumont. Nossa turma era grande e já no saguão do aeroporto nos dividimos em distintos grupos. Muitos queriam disfrutar das praias até o momento da reunião, marcada para o início da tarde na sede do escritório carioca, no bairro Jardim Botânico, e outros, como eu, optaram por visitar o Museu de Arte do Rio – MAR, o qual Thiago Bernardes é autor do projeto juntamente com os arquitetos Paulo Jacobsen (1954) e Bernardo Jacobsen (1980).

Museu de Arte do Rio – MAR, fachada frontal do conjunto formado pelo Edifício Escola à esquerda e o Museu à direita, Rio de Janeiro. Escritório Bernardes & Jacobsen
Foto Fausto Sombra

O grupo ao qual me juntei se resumia a apenas mais dois colegas: o arquiteto Daniel e a estudante de arquitetura Juliana. De pronto optamos por recorrer aos serviços do Uber e rapidamente embarcamos em um sedan preto que nos esperava do lado de fora do Aeroporto. Em aproximadamente 15 minutos e desembolsando R$16,00, percorremos uma pequena parte das antigas ruas do centro do Rio, sentido à renovada e bela Praça Mauá, reinaugurada em setembro deste ano, após quatro anos de obras e o desmonte do antigo elevado, a Avenida Rodrigues Alves.

Praça Mauá, estatua do Barão de Mauá ao centro e Museu do Amanhã ao fundo, Rio de Janeiro
Foto Fausto Sombra

 

Era cedo ainda, 10 horas. Desembarcamos junto ao edifício moderno com pilotis (1) que compõem o MAR no extremo sul da Praça e onde atualmente funciona o Edifício Escola do Olhar. Caminhamos sentido ao centro da praça, nos distanciando do museu para que o projeto, que é composto também pelo edifício eclético vizinho – o Palacete D. João VI (2), de corpo central dotado de cúpula afrancesada e local onde atualmente se localizam as salas expositivas –, pudesse ser compreendido em sua totalidade.

Museu de Arte do Rio – MAR, contraste do Edifício Escola do Olhar com os sobrados antigos no entorno próximo, Rio de Janeiro. Escritório Bernardes & Jacobsen
Foto Fausto Sombra

 

Inevitavelmente, ao fundo, já observávamos o grandioso Museu do Amanhã, do arquiteto espanhol Santiago Calatrava (1951), com sua arquitetura branca, longilínea em oposição ao traço vertical definido pela estátua em bronze em homenagem ao importante industrial brasileiro no período do Império: Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá (1813-1889), monumento concebido pelo escultor Rodolfo Bernardelli (1852-1931) e inaugurado em 1910 por iniciativa do Clube de Engenharia (3). Esse generoso espaço público, de poucas árvores, projetado para receber eventos de grandes aglomerações parece já funcionar como uma grande antessala para ambos os museus, recebendo recentemente grande atenção por parte da mídia, fruto da proximidade da inauguração do Museu do Amanhã, que coincidentemente ocorreu para convidados ilustres no dia anterior a nossa visita.

Museu de Arte do Rio – MAR, visão parcial da passarela de interligação dos edifícios novo e antigo, Rio de Janeiro. Escritório Bernardes & Jacobsen
Foto Fausto Sombra

 

Passado esse nosso primeiro e positivo contato, mais uma vez voltamos a nossa atenção ao MAR. Andando vagarosamente ao seu encontro buscamos observar as relações do Museu/Escola com o seu entorno, o contraste com o gabarito do primeiro arranha-céu carioca – o edifício A Noite, de 1930 –, o contraste com os diversos antigos sobrados que compõem a Rua Sacadura Cabral e a Ladeira do João Homem, bem como a grande cobertura em concreto armado, de desenho delgado e formas sinuosas, estruturada sobre apoios metálicos, elemento de profunda expressão projetual e formal do projeto, “instaurando o sentido de um único objeto conjugado”. Esse termo, emprestado do recém artigo publicado pelo o meu colega de mestrado, André Balsini (4), com seu longo e bem argumentado texto, que além de nos informar acerca do contexto histórico e o recente processo de intervenções sobre o Porto Maravilha – oriundo de 2009 em um “inédito entendimento político entre os três níveis de governo” – , aborda, entre outros temas, a condição dos espaços de transição em edifícios e o polêmico tema referente à importação de arquitetos europeus para elaboração de projetos em nosso país.

Museu de Arte do Rio – MAR, cobertura esvoaçando sobre os edifícios novo e antigo, Rio de Janeiro. Escritório Bernardes & Jacobsen
Foto Fausto Sombra

 

Deixando de lado a sua rica e detalhada análise, por logicamente não ser esse o tema principal de nosso breve relato, nos parece oportuno, contudo, enfatizar a conclusão a qual o pesquisador nos apresenta, ou seja, a de que o MAR assume um papel importante na revitalização do centro carioca, inserindo-se adequadamente no tecido urbano existente, abrindo possibilidades na interatividade e conexão do edifício com a Praça e o Museu do Amanhã, materializada, na nossa percepção, pelo visual do terraço na cobertura do Edifício Escola, conforme nos aponta a foto em questão tirada após percorrermos as bonitas exposições em homenagem aos fotógrafos Evandro Teixeira e o austríaco Kurt Klagsbrun.

Logo após a nossa visita ao Museu de Arte do Rio, de quase duas horas, atravessamos a Praça Mauá sentido ao museu vizinho, o Museu do Amanhã. Ao sol do meio dia, curiosos já ocupavam a frente e os passeios que circundam o edifício de generosos balanços estruturais. Nesse instante, seguindo o que nos foi relatado, o interior do museu era aberto apenas para os operários, profissionais e seus respectivos familiares envolvidos na construção do edifício.

Vista geral da Praça Mauá a partir do balcão superior do MAR, com Museu do Amanhã e, ao fundo, a ponte Rio-Niterói sobre a Baía da Guanabara, Rio de Janeiro
Foto Fausto Sombra

 

Felizmente, por acaso de nossa curiosidade, e devido ao que nos pareceu um descuido por parte da segurança, acabamos acessando o interior do edifício através de uma das portas laterais de saída de emergência, fato que nos deu acesso ao belíssimo interior na companhia dos demais convidados. Lá, percorremos parte das incríveis instalações em exposição, as quais pudemos observar brevemente até o fechamento do museu às 13 horas.

Saímos pela mesma porta de emergência, na lateral esquerda do edifício, e de lá novamente caminhamos sentido a porção sul da Praça Mauá. Antes disso, felizes por termos entrado no grandioso museu, eternizamos a nossa sorte com a foto dos três colegas ao lado da estrutura de entrada principal. De lá, nos despedimos mais uma vez do Museu de Arte do Rio, oportunidade que nos garantindo mais uma distinta perspectiva deste conjunto.

Museu de Arte do Rio – MAR. Vista frontal e da lateral direita do conjunto a partir da Praça Mauá, Rio de Janeiro. Escritório Bernardes & Jacobsen

Um último comentário

Ainda que contentes com a nossa visita ao Museu do Amanhã, nos parece importante relatar a percepção que tivemos com o certo grau de excessos e faltas cometidas no projeto desse edifício por parte de seu idealizador, desde os extensos espelhos d'água presentes ao redor e no fundo do conjunto, como o frágil diálogo com o seu entorno e o contexto histórico local. Por vezes, difícil não recordarmos de questões similares observadas no projeto da Cidade das Artes em Valência na Espanha, onde tantos os grandes panos de água como a falta de conexão – no nosso entendimento – entre os próprios edifícios e o seu entorno, nos chamaram atenção em nossa visita no ano de 2008. Talvez ainda seja prematuro elaborarmos maiores análises e críticas, mas o saudável ou custoso envelhecimento do museu erguido sobre a bonita Baía de Guanabara, bem como o reconhecimento e a identificação ou não por parte da população e os frequentadoras do centro carioca, nos responderão adequadamente, com o devido tempo, a esta questão.

notas

1
Edifício que abrigava o antigo Hospital da Polícia Civil José da Costa Moreira. Website Rio de Janeiro Aqui. Verbete “Praça Mauá” <www.riodejaneiroaqui.com/portugues/praca-maua.html>.

2
Edifício erguido entre 1913 e 1918 para sediar a Inspetoria de Portos Rios e Canais, o prédio foi usado por várias empresas e autarquias até a década de 80, quando então entrou em um lento processo de degradação, até ser abandonado definitivamente. Website Cidade Olímpica. Rio de Janeiro, Prefeitura do Rio de Janeiro, 20 maio 2011 <www.cidadeolimpica.com.br/palacete-dom-joao-prestes-a-receber-museu-de-arte-do-rio-2>.

3
Estátua concebida em comemoração a construção do novo porto carioca entre os anos 1903-1910. Enciclopédia Online Wikipedia. Verbete “Praça Mauá” <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Mau%C3%A1>

4
BALSINI, André. Museu de Arte do Rio – MAR. Um híbrido na Praça Mauá. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 185.01, Vitruvius, out. 2015 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.185/5771>.

sobre o autor

Fausto Barreira Sombra Jr. (1979) é arquiteto formado pela Universidade Belas Artes de São Paulo (2002). Cursou o master “El Proyecto: aproximaciones a la arquitectura desde el medio ambiente histórico y social”, pela UPC Barcelona (2008). Mestrado, com apoio da Fapesp, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie: SOMBRA JUNIOR, Fausto Barreira. Luís Saia e o restauro do Sítio Santo Antônio: diálogos modernos na conformação arquitetônica paulista. Orientador Abilio Guerra. São Paulo, FAU Mackenzie, 2015.

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