Navegante destemido que viajou rumo ao futuro. Curioso pertinaz, lá encontrará o que já sabia, e o que já fazia. Vento impetuoso e contínuo, que soprava em direção a novos caminhos que davam de cara com a liberdade de criação. Liberdade ainda que tardia, porta-bandeira. Existência de um vitorioso e corajoso guerreiro barroco ouropretano. Carnavalesco do Balanço da Cobra, mestre de escolas de samba e arquitetura, garimpeiro de sonhos, mineiro universal.
– Sou mais Brasil, dizia, sempre.
Visionário de um mundo especial, movido a energia eólica; tempo todo agitando pás e velas na terra, mar e ar. Quixote tropical, gambá perfumado, ave noturna, vagalume brilhante iluminando a madrugada radiante dos fraternos companheiros da boa mesa.
Amigo do bem, amante da vida. Vida breve. Coração de um poeta apaixonado, obstinado na busca incessante de uma arquitetura singular, poesia concreta. Casas e capelas, praças e edifícios, arquiteturas várias, dançantes, mutantes e coloridas, esparramadas pelo chão e desenhadas no céu.
Referências que atravessaram vales, montanhas e fronteiras; inscritas no livro definitivo da história de uma determinada época. Cartões postais inventados que enriquecem e embelezam a paisagem, prenunciando um tempo que ainda virá, brevemente, amanhã. Inspirações sem fim, idéias com fim.
Parcerias feitas a quatro mãos com a companheira Jô – e, com tantos outros gambás –, sempre inventando coisas com a clara intenção e o firme desejo de arquitetar um projeto definitivo que ajudasse a transformar o Brasil num país mais justo, belo e feliz.
sobre o autor
Álvaro (Veveco) Hardy é arquiteto em Belo Horizonte