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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
O artigo se volta para a discussão dos diversos campos disciplinares que dariam origem a nova disciplina formulada no final do século XIX – o urbanismo, com estudo de caso da atuação de Carl Friederich Joseph Rath na Imperial cidade de São Paulo

english
Ivone Salgado introduces the disciplines that originate in the end of 19th Century the concept of urbanism- using as a study case the work of Carl Friedrich Joseph Rath in the city of São Paulo

español
Ivone Salgado discute los campos disciplinares que origina en finales del siglo 19 el urbanismo - usando como estudio de caso a Carl Friedrich Joseph Rath en la ciudad imperial de São Paulo


how to quote

SALGADO, Ivone. Carl Friederich Joseph Rath: o ‘higienismo’ na formação do corpus disciplinar do urbanismo na cidade de São Paulo. Arquitextos, São Paulo, ano 10, n. 113.01, Vitruvius, out. 2009 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.113/18>.

Carl Friederich Joseph Rath, na condição de engenheiro, quer da Província de São Paulo, quer da Câmara da Imperial Cidade de São Paulo, quer para o que denominava seus ‘serviços particulares’, atuou durante muitos anos nesta cidade e em obras públicas na então Província de São Paulo. Seus trabalhos se referiam, entre outros, à realização de uma cartografia, à elaboração de pareceres e projetos, à participação em comissões técnicas, ao parcelamento de glebas e, substancialmente, na orientação sobre a localização de diversas obras públicas a serem construídas e dos novos parcelamentos de glebas a serem urbanizadas. Em muitas das consultas e solicitações de serviços que lhe fez a Imperial Câmara da Cidade de São Paulo, esta recorre ao que denominava ser os seus conhecimentos ‘médicos’ a fim de decidir o melhor local para a construção de alguns edifícios públicos.

Este é um período de constituição do ‘higienismo’, que a então Câmara denominava ‘conhecimentos médicos’, como campo de saber pretensamente científico sobre a cidade que encontrará nos países de língua germânica a emergência de duas disciplinas relacionadas entre si e em formação em meados do século XIX, a saúde pública e a ‘higiene’. A primeira, marcada pela figura de Rudolf Virchow, considerado o fundador da ciência da saúde pública e a segunda, a ‘higiene urbana’, marcada pela figura de Max Von Pettenkofer, autor da teoria localista, boden theorie como seria conhecida e na qual os conhecimentos da geologia são imprescindíveis. Estas concepções são chaves para o entendimento sobre os saberes profissionais de Carl Friederich Joseph Rath no campo do ‘higienismo’ quando de sua atuação junto a obras públicas da Imperial Cidade de São Paulo, incluindo a realização da sua cartografia.

Carl Friedrich Joseph Rath nasce em 1802, em Stuttgart, reinado de Württemberg, Alemanha, e em 1845, viaja para a Província de São Paulo, chegando no Brasil pelo Rio de Janeiro. Naturaliza-se como brasileiro com o nome de Frederico Carlos Jose Rath e durante sua vida profissional em São Paulo assina e é conhecido como Carlos Rath. Falece em 1876, na cidade de São Paulo. Portanto, sua atuação profissional na Província de São Paulo e na Cidade de São Paulo transcorre por um período de 31 anos

A vinda de Carl Friederich Joseph Rath para o Brasil se inseriu numa política mais ampla da imigração alemã estabelecida inicialmente pelo governo do Império e posteriormente, especificamente pela Província de São Paulo.

Com a expansão da lavoura cafeeira a partir de 1840 e com a proibição do tráfico de escravos, em 1850, o governo brasileiro sentiu a necessidade de aumentar a quantidade de trabalhadores livres, o que se intensifica com leis que pré-anunciavam a abolição por completo da escravidão. Para suprir a falta de mão-de-obra, medidas foram tomadas para atrair mão-de-obra européia. Posteriormente, a concentração da colonização alemã se daria no Sul do Brasil, aonde os colonos se dispersariam.

Primeiramente, é possível identificar que a atuação profissional de Carl Friederich Joseph Rath na construção do território e da cidade na Província de São Paulo no século XIX se fez com base em um saber técnico no campo das ciências naturais, especificamente no campo da emergente disciplina da geografia moderna mas também na ampla área de atuação que um cientista natural neste período abarcava, amplitude esta revelada pelo seu interesse pela paleontologia, pela geologia, pela mineralogia, pela antropologia, de interesses estes característicos deste tipo de profissional neste momento em que se constituía a geografia moderna.

Na construção desta geografia moderna, a idéia da formação de associações de geógrafos foi bastante difusa a partir do início do século XIX e estava diretamente ligada à procura de um saber geográfico especializado que respondesse aos interesses imperialistas do desenvolvimento econômico e político da burguesia econômica européia voltada às trocas comerciais e à crescente difusão industrial.

Os trabalhos de Carl Friederich Joseph Rath revelam sintonia com os princípios de atuação definidos pela primeira associação de geógrafos formada no mundo em 1821, a Société Geographique de Paris, que visavam, entre outros, relatar aspectos geográficos, geológicos, mineralógicos, antropológicos e paleontológicos do território.

De fato, Carl Friederich Joseph Rath viveu em um período em que foi muito estreita a relação entre a ciência geográfica e a colonização européia e no qual as associações de geógrafos foram instituídas visando contribuir ao progresso da geografia, promover viagens em territórios desconhecidos, colocar-se em relação com outras sociedades científicas e de viajadores e publicar os resultados inéditos em livros e periódicos, além de confeccionar cartas geográficas.

Nas primeiras décadas de atuação profissional de Carl Friederich Joseph Rath, 1830 e 1840, é possível conferir como ele estava imbuído de todos estes objetivos, por exemplo quando realizou uma expedição exploratória na Guiana Holandesa, Suriname, na América Central, em 1833, assim como em suas expedições exploratórias que realizaria no sul da Província de São Paulo a partir de 1845.

Sua aproximação com a geografia moderna revela-se também pela sua filiação à Associação de Geógrafos de Franckfurt - Frankfurter Geographische Gesellschaft, da qual seria correspondente a partir de 1838, a segunda associação deste gênero fundada na Alemanha e a quarta mais antiga do mundo, depois daquela de Paris, Berlim e de Londres.

Todavia, a identificação da atuação profissional de Carl Friederich Joseph Rath como um ‘geógrafo’ não coloca em segundo plano outra identificação profissional pela qual será contratado e conhecido, aquela no campo da engenharia civil. Carl Friederich Joseph Rath foi contratado pelo governo da Província de São Paulo como ‘engenheiro da província’ sendo encarregado da administração de estradas num período em que a economia do café na província se encontrava em um ciclo de expansão e no qual o governo da província adotara uma política de construção de uma rede de estradas para escoar a produção. Na mesma condição de engenheiro civil, Carl Friederich Joseph Rath também atuaria, por muitos anos, prestando serviços à Câmara da Imperial Cidade de São Paulo. Ainda, em muitas das consultas e solicitações de serviços que lhe fez a Câmara de São Paulo, se recorre aos seus conhecimentos ‘médicos’. Esta ampla gama de campos de saberes na atuação de Carl Friederich Joseph Rath revela um domínio no campo de atuação sobre a cidade, característico da metade do século XIX, domínio este pautado nas concepções médicas fundamentadas pela ‘teoria miasmática’. Estas concepções são chaves para o entendimento sobre os saberes profissionais de Carl Friederich Joseph Rath no campo do ‘higienismo’ quando de sua atuação junto a obras públicas da Imperial Cidade de São Paulo, incluindo a realização da cartografia da cidade no período.

Para o historiador da medicina, Bernardo Fantini, Max von Pettenkofer é o mestre e o mais importante higienista da segunda metade do século XIX e introduz o método experimental no campo da higiene e cria e dirige em Mônaco de Baviera, em 1878, o Instituto de Higiene dotado de laboratório de pesquisa e de pessoal especializado, que assinala a passagem à higiene científica. (1)

O movimento higienista, apesar de alguns sucessos importantes, é todavia fortemente limitado pela falta de um conceito de especificidade das doenças e de conhecimentos fundados metodologicamente nas suas etiologias. No contexto higienista uma doença epidêmica pode ser causada por uma série supostamente infinita de fatores diversos: o terreno, o ar, a água, os alimentos, os ‘miasmas’, o lixo, a urbanização, o trabalho, a sexualidade ou a má educação. Dado que nenhuma causa se apresentava como verdadeiramente segura, e além do mais, parecia se misturar e agir ao mesmo tempo, as medidas tomadas para combater as doenças epidêmicas deveriam ser, no mais, diversas e numerosas. A eficácia das medidas, por falta de objetivos precisos, é muito rarefeita e o estilo de intervenção dos higienistas é na verdade caracterizado, sobretudo, por uma variedade de conselhos e de remédios empíricos.

Max von Pettenkofer , químico de formação, se esforça para aplicar aos estudos dos problemas sanitários rigorosa metodologia científica e experimental que havia permitido o sucesso da escola química de Justus Liebig. O seu interesse se volta, sobretudo, no estudo químico do ambiente, do terreno em particular e das suas modificações como causa das epidemias. Para explicar a epidemia de cólera em 1869, Pettenkofer introduz uma tríade de fatores: um fator X, devido ao contato entre as pessoas; um segundo fator Y devido ao terreno; ambos indispensáveis para produzir Z, o verdadeiro agente patógeno do cólera (2). Mesmo admitindo a hipótese de um germe transmissível, o germe sozinho não poderia causar a doença. (3)

Pettenkofer sugere uma profilaxia baseada sobre as intervenções que poderiam reduzir drasticamente a impregnação do solo de excrementos humanos e animais. Para prevenir o cólera o higienista alemão propõe um controle rigoroso do solo mediante: sistemas de drenagem e de esgotos (que ele mesmo coordenou para a cidade de Munique), o fornecimento de água potável, a canalização do esgoto, o recolhimento do lixo e a pavimentação e asfaltamento das ruas, visando favorecer a limpeza do terreno, medidas que tiveram realmente um impacto positivo sobre as condições higiênicas da cidade. (4)

A difusão da concepção higienista alemã fortemente marcada pelas considerações sobre as qualidades geológicas do terreno terá grande repercussão entre os higienistas italianos. Mesmo em 1908, Donato Spataro (5), representante desta escola alemã de higienismo, ao recomendar as precauções que deveriam ser tomadas na escolha dos terrenos a edificar julga que muitas das recomendações de Max Von Pettenkofer de 1854, ainda eram válidas. Estas recomendações também estão presentes na atuação de Carlos Rath em São Paulo

Data de 1855 a confecção do ‘mappa’ da cidade de São Paulo, no qual o próprio Carlos Rath assinala que o mesmo fora “levantado particularmente para os meus servisos geodésicos e hydraulicos”(6). Singela observação anotada de forma manuscrita pelo próprio Carlos Rath, logo abaixo do nome do mapa, portanto complementar ao mesmo, de fundamental importância, todavia, para a compreensão da sua confecção.

Para realizar seus serviços “científicos” na cidade de São Paulo Carlos Rath empreende, portanto, a confecção de um mapa no qual levanta as referências hídricas da região, ou seja, os diversos cursos e fontes d’água que alimentavam a cidade, visando sobretudo, como o próprio Carlos Rath afirmou, que estas informações pudessem orientar os seus serviços de “hydráulica”, lembrando que esta ciência trata das propriedades mecânicas, físicas e químicas das águas. Tão importante quanto as questões hidráulicas, são as questões geodésicas para a compreensão da obra de Carlos Rath na cidade de São Paulo, lembrando que a ciência geodésica é definida como aquela que se dedica ao estudo da forma simplificada da Terra e das suas dimensões, a partir tanto de questões teóricas como da medição direta (geodésia geométrica) ou de medida de gravidade (geodésia gravimétrica) ou aplicada à determinação de coordenadas geográficas (geodésia astronômica).

Uma memória de Carlos Rath sobre as águas da cidade de São Paulo (7) data de 1855 é complementar ao referido ‘mappa’, confeccionado no mesmo ano. A partir deste trabalho, e de outras memórias que se referem aos seguintes temas: cemitério (8), matadouro (9), limpeza urbana (10) Carlos Rath empreendeu diversos serviços na cidade orientando a construção das obras públicas de caráter higiênico – cemitério municipal, matadouro municipal, mercado municipal; ainda, a canalização da várzea do rio Tamanduatehy, o calçamento da cidade, a canalização e o abastecimento de água potável, a remoção do lixo e o parcelamento de glebas para a expansão da área urbana.

No discurso presente nas diversas memórias sobre estes temas, assim como na correspondência entre Carlos Rath e a Câmara Municipal de São Paulo e nas atas desta Câmara, é possível identificar os princípios que orientaram os seus pareceres pautados nos seus conhecimentos científicos no campo do higienismo.

O estudo da memória de Carlos Rath sobre as águas da cidade de São Paulo, uma peça complementar ao mapa da cidade elaborado em 1855, revela as diversas variáveis consideradas para o entendimento do problema que motivou estas peças, qual seja, o do abastecimento de água potável da cidade de São Paulo.

Nesta memória, Carlos Rath destaca os aspectos geológicos do solo, sobretudo os mineralógicos, os aspectos geodésicos, os aspectos químicos, os aspectos hídricos e hidráulicos e também as obras que já haviam sido realizadas até aquela presente data para fornecer água à população, através de chafarizes e encanamentos.

Carlos Rath observa nesta memória que, desde que havia começado a residir na cidade de São Paulo havia “occupado” a sua atenção a formação “mineralógica e geognóstica” do solo da cidade e das suas “visinhanças”; assim como observara as águas “telluricas e principalmente as vertentes” que forneciam água potável ao público. (11)

Neste período, estava em debate a necessidade de ampliar o fornecimento de água potável à capital. Para Carlos Rath, diversos planos apresentados para este fornecimento lhe pareciam insuficientes, mas ele apenas havia se limitado a comunicar suas idéias a alguns amigos. Todavia, “tendo sido commissionado pela Camara Municipal para em companhia do Snr. F ... Gloria Domingues proceder a um exame das águas da cidade”, examinara “as vertentes e os encanamentos das águas potáveis, bem como as águas das vertentes da cidade das partes de S. Francisco e dos chafarizes da rua Direita, das freiras de Sta Thereza e da Forca”. (12)

Carlos Rath examina os aspectos mineralógicos do solo de São Paulo destacando a existência de “Granitos, Gneis, e Argilas” que, ali presentes se dispõem em camadas específicas, por ele classificadas, com destaque para as suas alturas (13). Destaca ainda nos seus estudos a composição do solo a partir na análise amostral. (14)

Depois de analisar as características do solo de São Paulo, classificando-o em 14 camadas, e de identificar todas as vertentes e poços d’água então existentes na cidade, descreve como se encontravam estas diversas vertentes e os pontos de captação d’água (os poços) em relação à qualidade das águas, atribuindo os seguintes conceitos na sua classificação: água com “gosto térreo e desenchavido, água boa, água muito boa, água salobra” (15).

Para realizar a análise da qualidade das águas de São Paulo, Carlos Rath descreve a origem das mesmas. As conclusões do seu estudo levam à indicação sobre a melhor água para ser distribuída ao consumo na cidade: “Em conseqüência d´isto a melhor água para beber é aquella que é formada pelas fontes d´agua clara, sem cheiro, de bom gosto, que contem as mesmas quantidades de matérias férreas e a maior de gaz carbônico” (16). Como já se pode perceber pela classificação que fez das vertentes d’água presentes nas 14 camadas geológicas identificadas para a cidade de São Paulo, o seu parecer é de que a qualidade da água encontrada em São Paulo era boa: “Esta propriedade tem felizmente a nossa fonte da cidade, e algumas outras da cochilha” (17). Todavia, observa que ainda se fazia necessário analisar os locais de enterros dentro da cidade: “Ainda é preciso examinar os declives dos differentes jazigos, principalmente as camadas de argillas, que guardão sobre si as águas telluricas, que queremos approveitar para o uso domestico” (18), revelando sua participação no processo de definição das áreas urbanizáveis da cidade.

Quanto aos aspectos geodésicos de seus levantamentos, Carlos Rath apresenta na descrição dos aspectos topográficos da cidade de São Paulo, os aclives e declives, as planícies e os morros, sempre aliando a sua descrição, complexa, com os aspectos geológicos do terreno, como o caso da região do morro do Caguaçu.

Portanto, para a identificação das vertentes d’água e dos diversos pontos de captação utiliza-se Carlos Rath da peça cartográfica, o mapa, e da peça manuscrita, a memória, peças imprescindíveis para um geógrafo. Algumas destas medidas, que ele chama de ‘mappa dos comprimentos dos aguaductos da cidade’ são anotadas na memória.

Confrontando estas medidas apresentadas nas ‘memórias’ com aquelas anotadas no ‘mappa’ (peça cartográfica) é possível identificar os seus esforços em descrever cientificamente as características ‘geodésicas’ da topografia de São Paulo.

É possível perceber que os princípios que nortearam os pareceres de Carlos Rath sobre as escolhas relativas à localização dos equipamentos públicos e à expansão da cidade pautavam-se na escola germânica de higienismo. Dentre os seguidores desta escola, encontramos Donato Spataro, que afirmava que a fim de subsidiar as decisões relativas à escolha dos terrenos sobre os quais se pretendia implantar as construções em uma cidade, se deveria realizar um estudo geológico, visando detectar o que denominou a influenza della tettonica del terreno’

“La natura, la potenza, la direzione degli strati, la strutura, la porosità del terreno, il suo contento in aria, acqua e calore; le sue qualità mecaniche, fisiche e chimiche, la sua vitalità microbica (19), sono tutti elementi di cui è bene rendersi conto nella scelta del terreno da fabbricare. Occorre perciò, oltre a uno studio generale geológico che può farsi con l’aiuto di rilievi esistenti, procedere a terebrazioni speciali nel sito d’impianto del fabbricato, lo che há il triplo vantaggio di far conoscere il sottosuolo dal punto di vista della profonfità dello strato solido su cui devono spiccarsi le fondazioni, e di dar notizia sulla struttura del terreno, e la profondità della falda acquifera. Queste terebrazioni serviranno purê per lo Studio físico, chimico e biológico del terreno”. (20)

Estas observações foram pautadas na obra de Max Von Pettenkofer que, relacionando a ocorrência das epidemias em terrenos com formações geológicas diversas, havia demonstrado, em princípio, que as epidemias eram favoráveis a certas espécies de terreno. Segundo Donato Spataro, para Pettenkofer, as diversas formações geológicas, rochas, argilas e terrenos de aluvião, comportavam-se de formas distintas.

Para o abastecimento de água da capital, alguns serviços específicos neste campo foram contratados junto a outros profissionais, mas percebe-se que estes foram realizados a partir dos pareceres que Carlos Rath forneceu, sempre atento à melhor maneira de realizar os encanamentos. Uma correspondência da Câmara Municipal de 1856, por exemplo, revela que Carlos Rath havia encaminhado à mesma uma manifestação sobre a necessidade de alterar o curso de algumas águas:

“... em resposta a representação feita por V. Sa. Sobre a prejudicial direção da corrente das águas do Curro e ruas superiores ao Tanque do Zunega, deliberou autorizar a V. Sa. A fazer dirigir as águas pelo curso antigo, ou por onde julgar mais conveniente.” (21)

A localização de equipamentos públicos considerados insalubres na cidade de São Paulo também seria definida nesta época com base nos saberes científicos de Carlos Rath. Em 1855, ele sugeriu o Alto da Consolação como o local mais apropriado para o primeiro cemitério municipal da cidade de São Paulo, o Cemitério da Consolação. A estrada da Consolação, vertente de duas bacias hidrográficas definiria posteriormente o processo de ocupação da região oeste e no seu prolongamento, na Avenida Municipal, hoje Dr. Arnaldo, será construído, em 1881 o segundo cemitério público de São Paulo, o do Araçá.

Contrapondo-se a outras propostas em discussão na época, em sua memória sobre os cemitérios Carlos Rath justifica, entre outros argumentos, que em função dos regimes de ventos do local a região do Campo Redondo não era adequada para a implantação do cemitério público:

“O campo redondo, lugar que me foi indicado como definitivamente destinado ao futuro cemiterio d’ esta cidade não parece próprio para isso pois o vento do Nordeste que quase constantemente reina e que acarretará sobre a maior parte da cidade colocada na mesma altura exalações cadavericas. Quasi por 8 mezes no anno temos este vento, um mez o Norte os outros três o Sul, e raramente o Leste”. (22)

Carlos Rath concluía que o lugar mencionado, ou seja, o Campo Redondo, parecia-lhe “ser mais apropriado para edificação para o futuro aumento” da cidade (23). Considerava que os locais mais apropriados para a implantação do cemitério municipal eram, em princípio, o alto da Consolação e a região elevada da Glória, em parte pelos seus aspectos favoráveis relativos à ventilação:

“Os terrenos altos a cima da Consolação, e os mais elevados da chácara da Glória, ao lado direito da entrada são os mais convenientes para este fim. Os primeiros ficam próximos a cidade, pouco mais distante que o campo redondo; e já que fallo em distancias deverei lembrar que os antigos paulistas enterrarão os cadáveres dos bexigentos a mais de 800 braças ainda distante d’ este lugar, no meio do matto, e a respeito dos ventos direi que o lugar que eu indico é tão alto que o seu nível passa a sima de 400 palmos sobre as torres mais altas d’ esta cidade, sendo tal a sua colocação que o Nordeste, que é como digo, o vento que mais constantemente reina da compto ?, o morro do Caguaçue o sul fazem de ato sobre os terrenos do lado esquerdo de Campo redondo e da Luz, o Norte da contra o mesmo morro e o Leste sobre os terrenos posande actualmente e para a estrada de Jundiahy, ao lado do Caguaçu”.(24)

Outro argumento levantado por Carlos Rath para aconselhar o alto da Consolação como o local mais apropriado para a construção do cemitério municipal eram as condições geológicas do terreno:

“As terras barrentas e um pouco calcareas e ferrosas como as da Consolação consomem lentamente, porém fazendo-se covas sufficientemente fundas penetra a água pluvial e isso contribue para o consumo mais rápido sempre ... emergir desenvolvimento dos gazes. Terras calcarias ou misturadas com minas de chumbo, terrenos de argilla férreos não temos para promover a consumação... dos corpos”.(25)

Concluía que tal implantação era “prejudicial a saude publica em consequência dos miasmas que podiam levar sobre os lugares povoados”. (26)

O mapa da cidade de São Paulo de 1855, realizado por Carlos Rath, será utilizado como uma peça importante na explicação do seu parecer; através dele pode não só esclarecer a posição geográfica do terreno da Consolação, em relação aos ventos dominantes, à hidrografia do terreno e em relação à distância do centro povoado, mas também, pode demonstrar como a região do Campo Redondo seria mais adequada para a ocupação urbana, considerando as mesmas variáveis.

A Câmara decidiu então que o novo Cemitério fosse edificado no alto da Consolação e deliberou que se procedesse de imediato à edificação dos muros e que se construísse a Capela. Incumbiria ainda ele mesmo da confecção dos “planos” do Cemitério e da Capela provisória”. (27)

As outras duas regiões da cidade, o Campo Grande e os terrenos do Alto da Glória, cogitadas inicialmente para receberem os cemitérios públicos, são apontadas também na cartografia que Carlos Rath realizou para a cidade, tanto na de 1855, como na de 1868, como áreas propícias para a urbanização.

Para os terrenos da região do Alto da Glória, pertencentes à Santa Casa da Misericórdia, Carlos Rath realizaria o parcelamento a pedido da própria Santa Casa que visava destinar estas terras ao uso urbano.

No projeto deste parcelamento é possível conferir a qualidade técnica do levantamento cartográfico realizado por Carlos Rath, que destacou as edificações então existentes e seus respectivos limites de propriedade, os recursos hídricos e a topografia do local, o que permitiria uma inserção adequada do parcelamento proposto e que formaria o futuro bairro da Glória.

No ano de 1856, a Câmara da Imperial Cidade de São Paulo solicita a Carlos Rath o planejamento da região do Palácio requisitando-lhe:

“... formular um plano e planta sobre a base d’uma grande praça e ruas nos fundos do quintal do Palacio, que vá terminar na margem do rio e canal, assignalando as linhas de modo que a todo o tempo se possa distinguir.” (28)

Em outras ocasiões, a Câmara Municipal da Imperial Cidade de São Paulo evocou os conhecimentos científicos de Carlos Rath para realizar projetos de novas ruas e praças da cidade, como aquela do ano de 1855 relativa ao prolongamento do traçado entre a região da Cadeia Pública e a então denominada região da Pólvora:

“A Camara Municipal d’esta Imperial Cidade, certa dos conhecimentos scientificos que ornão a pessoa de V. Sa., e de quanto esforça pelos melhoramentos do nosso paiz, roga-lhe que se preste a fazer o alinhamento em prolongação da rua de traz da Cadea, em direção a casa da Pólvora, tomando por baliza a chácara do Fortunato José dos Santos e que levante uma planta d’esta mesma rua, afim de a Camara avista d’ella tomar certas deliberações acerca do aformoseamento da Cidade n’esse logar.” (29)

Os terrenos pertencentes à Santa Casa da Misericórdia ficavam a Oeste da Rua da Glória, também chamada de Rua da Santa Casa ou Rua da Misericórdia; e o arruamento entre a rua atrás da Cadeia e a região da Casa da Pólvora, a Leste desta mesma rua. Pode-se perceber, em decorrência, que Carlos Rath, respondendo às solicitações da Câmara para realizar os alinhamentos e o prolongamento da rua atrás da Cadeia e respondendo à Santa Casa da Misericórdia para parcelar a gleba de sua propriedade, realizava o planejamento de toda esta região da cidade.

Tem-se ainda que, nas propostas dos higienistas da escola alemã do período, as condições do solo eram fundamentais para alcançar a saúde publica e das medidas necessárias para atingir tal objetivo a drenagem do solo era muito recomendada, geralmente se fazendo através da canalização das águas. No caso de São Paulo, esta preocupação voltava-se para a extensa área alagadiça da Várzea do Carmo. Em decorrência, muitas foram as providências para a canalização do rio Tamanduathey que formava esta várzea.

Donato Spataro, a partir da obra de Max Von Pettenkofer, recomendava ainda a necessidade de realização de um estudo geológico dos terrenos onde se pretendia implantar as edificações, para detectar a influência da tectônica do terreno na propagação das epidemias. Recomendava, a necessidade de considerar que:

“...un terreno impregnato con escrementi umani e animali e acque di rifiuto è un terreno di fondazione cattivo per l’igiene e per la solidità. Astraendo che un tale terreno è facilmente cedevole, i sali di cloro e le sostanze che esso contiene, influiscono sfavorevolmente sulle murature. Lo stesso dicasi pei terreni di riempimento formati da detriti e refiuti.” (30)

Para Donato Spataro e Max Von Pettenkofer, seria necessário, portanto, sanear os terrenos para implantar as construções, e isto se faria com a desinfezione del terreno, contra o inquinamento do mesmo se recomendando para tal a pavimentazione generale impermeabile, assim como a impermeabibità delle fondazioni. (31)

Estes mesmos princípios podem ser verificados nos serviços que a Câmara Municipal da Imperial Cidade de São Paulo solicitou a Carlos Rath relativos ao calçamento da cidade; por exemplo, revelados num ofício de 1856 sobre o orçamento do calçamento da rua da Tabatinguera no qual a Câmara lhe solicitava:

“...prestar-se a confeccionar o orçamento da despesa com um atterro e abaulamento cuberto de pedregulho na rua da Tabatinguera” (32)

No mesmo ano de 1855 a Câmara Municipal da Imperial Cidade de São Paulo nomeia uma comissão, da qual fará parte Carlos Rath, para se ocupar do problema do lixo na cidade. O presidente da Câmara, Luiz Antonio Gonçalves, encaminha ao doutor Ernesto Benedito Ottoni um ofício comunicando a formação da comissão pois a Câmara, “attenta à possibilidade de ser esta Capital invadida pela devastadora epidemia de cholera-morbus”, havia tomado algumas medidas preventivas de salubridade pública e considerava que uma das primeiras providências seria a remoção do lixo dos lugares em que se encontravam, levando-os para um lugar conveniente. (33)

A participação nesta comissão em função da nomeação estabelecida pela Câmara, deve ter sido a origem da confecção da memória de Carlos Rath sobre o tema a remoção do lixo revelando, mais uma vez, o seu método de trabalho. (34)

Os esforços de Carlos Rath para realizar o levantamento da cartografia de São Paulo em 1855 visavam, portanto, a constituição de uma base científica do território geográfico e geológico da cidade de São Paulo, para realizar os seus serviços, ‘tanto particulares como junto à Câmara’, como ele dizia. Este conhecimento científico abrangia tanto as ciências naturais, sobretudo a geografia e a geologia, para as quais possuía amplo domínio, como o ‘higienismo’ que, pretendendo-se o status de uma ciência, alimentaria por muitas décadas as propostas dos higienistas, perdendo sustentação somente após a formulação da microbiologia. A constituição de uma base científica para a fundamentação dos serviços de Carlos Rath também pode ser observada na construção de monografias sobre temas específicos para os quais ele seria consultado.

Decorre destas considerações, ser possível afirmar que a obra de Carl Friederich Joseph Rath na Imperial Cidade de São Paulo revela o domínio deste profissional de dois campos específicos diretamente relacionados à construção do território e da cidade: o primeiro é aquele que compreende a ampla área das ciências naturais do período, com destaque para a constituição da geografia física como disciplina e que se revela na sua obra, por exemplo, quer através do levantamento da carta da Província de São Paulo, publicada em 1877, quer pela cartografia da cidade de São Paulo, de 1855 e de 1868; o segundo, objeto do presente artigo, que não prescinde de seus conhecimentos geográficos e geológicos, e que se revela nas intervenções sobre a cidade pautadas pela formação de um saber específico especializado sobre a cidade – o higienismo - que desconhece a futura disciplina da microbiologia e que explicará o combate às epidemias através da ‘teoria miasmática’, com especial atenção à formação da boden theorie, nas províncias germânicas na metade do século XIX.

notas

1
FANTINI, Bernardo. “La microbiologia medica”, in: GRMEK, Mirko D. , Storia del Pensiero Medico Occcidentale, volume 3. “Dall’ Eta Romantica alla Medicina Moderna”. Editori Laterza, Roma, 1998, p. 183.

2
Mas von Pettenlkofer,Boden und Grundwasser in ihren Beziehungen zu cholera und Typhus, Munchen, 1872; e Beziehungen der Luft zu kleidung, wohnung und Boden, Braunschweig, 1872; trad. Ingl: London, 1873. Ainda: Cholera: How to Prevent and Resit It. With Introdution and Appendix on the International Cholera-Conference of Vienna. Braunschweig, 1875.

3
FANTINI, op.cit. p. 183.

4
Penttenkofer, 1872 e 1875.

5
SPATARO, Donato, Trattato Generale teórico pratico dell’Arte dell’Ingenere Civile, Industriale Ed Architetto: Architettura Sanitaria – Igiene Generale della Casa., Casa Editrice Dotor Francesco Villardi, Milano, 1908.

6
RATH, Carlos, Mappa da Imperial Cidade de São Paulo – leventada particularmente para os meus servisos geodésicos e hydraulicos. São Paulo, 1855. Original pertencente ao Museu Paulista USP.

7
RATH, Carlos, Dissertação sobre as águas da cidade, São Paulo, 4 de julho de 1855. Localização: Arquivo Municipal Washington Luís – Papéis avulsos.

8
RATH, Carlos, Memoria sobre os cemitérios e sobre o uso de enterros nas igrejas e suas origens. Manuscrito, São Paulo, s/d (1856?). Localização: Arquivo Municipal Washington Luís , Papéis avulsos.

9
RATH, Carlos, Memoria sobre a maneira de matar as rezes e a sua influencia sobre a perfeição e quantidade nutritiva, Manuscrito, São Paulo, s/d (1856). Localização: Arquivo Municipal Washington Luís , Papéis avulsos.

10
RATH, Carlos, Estercos, Manuscrito, São Paulo, s/d (1856). Localização: Arquivo Municipal Washington Luís , Papéis Avulsos. Ainda: RATH, Carlos, Memorias sobre a limpeza da Cidade de São Paulo. 1856. Localização: Arquivo Municipal Washington Luís , Papéis avulsos

11
RATH, Carlos, “Dissertação sobre as águas...” , p. 8.

12
RATH, Carlos, “Dissertação sobre as águas ....”, p. 8.

13
Carlos Rath observa que já havia analisado as terras argilosa, d´este morro; cujo resultado acha-se na minha descrição mineralógica da fabrica de S. João do Ypanema dedicada a S. M. o Snr. D. Pedro II no ano de 1853.

14
RATH, Carlos, “Dissertação sobre as águas...” , p. 3.

15
RATH, Carlos, “Dissertação sobre as águas...” , p. 3.

16
RATH, Carlos, “Dissertação sobre as águas...” , p. 4.

17
RATH, Carlos, “Dissertação sobre as águas...” , p. 4.

18
RATH, Carlos, “Dissertação sobre as águas...” , p. 5

19
Interessante observar que o texto de 1908 faça referência à microbiologia e mantenha as formulações teóricas válidas apenas para o período anterior às descobertas científicas da década de 1880; revela, como em diversos outros casos, o lapso de tempo entre novas descobertas científicas e a aceitação e/ou convencimento das mesmas.

20
“A natureza, a potência, a direção dos estratos, a estrutura, a porosidade do terreno, o seu contento em ar, água e calor; a sua qualidade mecânica, física e química, a sua vitalidade microbiótica, são todos elementos dos quais deve-se ter em conta na escolha do terreno para receber construções. Ocorre porém, além de um estudo geral geológico que se pode fazer com a ajuda dos levantamentos existentes, proceder as perfurações especiais no local onde se implantarão as construções, o que dá a tripla vantagem de conhecer o subsolo do ponto de vista da profundidade do estrato sólido do qual se deve ergueras fundações, e de dar notícia sobre a estrutura do terreno e a profundidade da fralda aquífera. Estas perfurações servirão entretanto para o estudo físico, químico e biológico do terreno.” SPATARO, Donato, op. cit. p. 38.

21
Correspondência de 6 de março de 1856 do Presidente da Câmara de São Paulo, Anacleto José Ribeiro Coutinho, ao Dr. Carlos Rath. Localização: Manuscrito do Instituto Martius Staden: G IV b Nr. 43.

22
RATH, Carlos, “Memoria sobre os cemitérios...”, op. cit., p. 6.

23
RATH, Carlos, “Memoria sobre os cemitérios...”, op. cit., p. 6.

24
RATH, Carlos, “Memoria sobre os cemitérios...”, op. cit., p. 6.

25
RATH, Carlos, “Memoria sobre os cemitérios...”, op. cit., p. 8.   

26
RATH, Carlos, “Memoria sobre os cemitérios...”, op. cit., p. 8.

27
Ata da Câmara Municipal de São Paulo de 13 de setembro de 1855. Vol. XLI, p. 139, Arquivo Histórico Municipal de São Paulo.

28
Ofício de 13 de fevereiro de 1856 do Presidente da Câmara de São Paulo, Anacleto José Ribeiro Coutinho, ao Dr. Carlos Rath. Localização: Manuscrito do Instituto Martius Staden: G IV b Nr. 43.

29
Ofício de 19 de maio de 1855 do Presidente da Câmara de São Paulo, Anacleto José Ribeiro Coutinho, ao Dr. Carlos Rath, no qual a Câmara recomenda que para elaborar tais serviços que Carlos Rath se entenda como o Vereador Carlos José da Silva Telles, Inspetor do distrito no qual deveria ser aberta a rua, e com o Fiscal Francisco Antonio de Borba. Fonte: Fundação Martius Staden: G IV b Nr. 43.

30
SPATARO, Donato, op. cit. p. 39.

31
“Um terreno contaminado com excrementos humanos e de animais e com águas de esgoto é um terreno de fundação inadequada em relação à higiene e à solidez. Considerando que tal terreno é facilmente permeável, os sais de cloro e as substâncias que esse terreno contém influenciam desfavoravelmente nas construções. O mesmo diga-se a respeito dos terrenos formados com aterros sanitários.” SPATARO, Donato, op. cit. p. 39.

32
Ofício de 13 de fevereiro de 1856 do Presidente da Câmara de São Paulo, Anacleto José Ribeiro Coutinho, ao Dr. Carlos Rath. Localização: Manuscrito do Instituto Martius Staden: G IV b Nr. 43.

33
Ofício de 28 de julho de 1855 do Presidente da Câmara de São Paulo, Luiz Antonio Gonçalvez, dirigido ao Dr. Ernesto Benedicto Ottoni, que deveria compor a comissão, juntamente com o Pharmaceutico Leandro Jose de Sá, o Dr. Carlos Rath, e alguns membros da própria câmara, o Dr. Gabriel José Rodrigues dos Santos , o Coronel Ignacio José de Araujo e o Major Gabriel Marques. Localização: Manuscrito do Instituto Martius Staden: G IV b Nr. 43.

34
RATH, Carlos, Memórias sobre a remoção do lixo. Localização: Arquivo Municipal Washington Luís, Papéis avulsos.
35
Reprodução a partir da versão publicada pela Comissão do IV Centenário de São Paulo, em 1954, do original pertencente ao Museu Paulista USP.

sobre o autor

Ivone Salgado é arquiteto pela FAU USP (1978), doutora em Urbanismo pelo Institut d’ Urbanisme de Paris (1985) e possui Pós-doutorado no Istituto Universitario di Architettura di Venezia – Itália (2008). É atualmente professora do Mestrado em Urbanismo e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do CEATEC da PUC-Campinas, Bolsista Produtividade CNPQ-2 e Pesquisadora Principal de Projeto Temático-FAPESP com pesquisa sobre a formação da disciplina Urbanismo no século XIX.

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