O objetivo mais geral desse ensaio é refletir sobre certas técnicas construtivas baseadas no empilhamento de blocos. Mais especificamente, sobre aquelas que se utilizam desse recurso para a construção de estruturas edilícias compostas e conformadas pela disposição de partes menores, de um mesmo ou de distintos materiais, em composições e formas cuja estabilidade e permanência é obtida em parte pelo próprio peso dos blocos, em parte pelo modo como são dispostos e, em parte — mas não necessariamente —, pelo uso de argamassas de assentamento.
De um modo geral, e independentemente do uso de argamassas de assentamento ou revestimento, trata-se, nesse ensaio, de refletir sobre as estruturas ditas de alvenaria, sobre as técnicas construtivas envolvidas em sua produção, em alguns de seus aspectos teóricos e práticos.
De um modo mais específico, procura-se refletir sobre a importância dessas técnicas para o desenvolvimento da cultura construtiva ocidental e sobre as contribuições das culturas construtivas grega e romana ao desenvolvimento dessas tecnologias.
O interesse por esta contribuição é resultante do grande avanço, verdadeira revolução, introduzida pelos construtores romanos nas técnicas de alvenaria, em particular na pesquisa e descoberta de agregantes inorgânicos e argamassas moldáveis e modeláveis, de assentamento, enchimento e revestimento.
Diversas tecnologias, das alvenarias, do concreto simples ou ciclópico, ao concreto armado, cujo uso se mantém em perfeita vigência até os dias atuais, tiveram origem nessas pesquisas e práticas técnicas.
Outro fator determinante desse interesse é a existência e fácil disponibilidade de documentação textual e gráfica primária sobre o tema, no amplamente conhecido, estudado e discutido tratado sobre arquitetura de Marcos Vitrúvio Polião.
Por fim, trata-se esse ensaio do aproveitamento de uma viagem e estadia de estudos na região atualmente conhecida como Costa Amalfitana, situada nas partes mais ao sul da costa ocidental italiana para o Mediterrâneo, ou a parte deste mar conhecida como Mar Tirreno (Etrusco). Tal estadia permitiu observações e levantamentos fotográficos e iconográficos in situ de importantes sítios arqueológicos, nos quais ainda se faz presente uma extensa coleção de exemplares em diferentes estados de conservação e com muitos fragmentos que permitem o exame acurado da interioridade material e de aspectos da processualística construtiva de elementos básicos da obra arquitetônica.
Tal região se estende de Nápoles (Neo-polis — cidade nova em grego) até a Sicília e compõe parte das áreas colonizadas por culturas helênicas de línguas dórica e jônica, ao longo do período compreendido entre os séculos VIII e VI a.C., nos amplos movimentos migratórios que caracterizaram a formação dos territórios conhecidos como Magna Grécia (Megale Hellas) (1).
Os povos helênicos reproduziram nas colônias as formas de vida material e intelectual que lhes eram próprias, o que inclui sua tectônica, suas linguagens e cânones. A formação da Magna Grécia coincidiu cronologicamente com o nascimento de Roma e com o domínio etrusco sobre o mar Tirreno, o que produziu o complexo tecido cultural no qual, sobre essa base helênica e etrusca, a região se desenvolveu no milênio seguinte. Nesse período, nasceram e morreram diversas cidades e civilizações. Por diversas razões e, nos sítios arqueológicos em que se desenvolveram, podemos encontrar inúmeros exemplares do modo como cada uma construiu e assimilou ou recusou as influências tecnológicas e legados técnicos das anteriores e das contemporâneas, nas diversas formas de intercâmbio, em particular o comercial, que deram forma e caráter à antiguidade mediterrânea.
Nossas observações e levantamentos fotográficos se desenvolveram principalmente em dois desses sítios: Paestum (Pesto) e Herculaneum (Ercolano). A primeira foi uma importante cidade grega na costa do Mar Tirreno. Suas ruínas são muito estudadas por seus três antigos templos gregos da ordem dórica, datados de cerca de 550 a 450 a.C., que estão em excelente estado de conservação. As muralhas da cidade e o anfiteatro estão praticamente intactos, e as fundações das paredes de muitas outras estruturas permanecem — inclusive sobrepostas —, assim como as estradas pavimentadas. Solinus escreveu que foi estabelecida por dórios (2). Após sua fundação por colonos gregos sob o nome de Poseidonia, acabou sendo conquistada pelos lucanianos locais e mais tarde pelos romanos. Os lucanianos a renomearam como Paistos e os romanos deram à cidade seu nome atual (3). Começou a entrar em declínio entre os séculos 4 e 7 d.C., e foi abandonada durante a Idade Média. O declínio e a deserção foram provavelmente devidos a mudanças nos padrões locais de drenagem da terra, levando a condições pantanosas de malária. Incursões de piratas e traficantes de escravos sarracenos também podem ter sido um fator decisivo (4).
Herculaneum, ou Hercolano, ou ainda Ercolano, a comuna da Campânia atual onde se localiza o sítio arqueológico, deve seu nome ao herói grego Herakles (Hercules em latim). Segundo Dionísio de Halicarnasso, foi por ele fundada (5). De acordo com Strabo, os oscos fundaram o primeiro assentamento (6). Os etruscos assumiram o controle da área e mais tarde foram derrubados pelos gregos. Os gregos batizaram a cidade de Heraklion e a usaram como posto comercial por causa de sua proximidade com o Golfo de Nápoles. No século 4 a.C., Herculano caiu sob o domínio dos samnitas até se tornar um município romano em 89 a.C. Nessa condição, a cidade permaneceu até 79 d.C., quando foi soterrada sob cinzas e lama vulcânica pela erupção do Vesúvio. Se tratava de uma cidade pequena para a época (aproximadamente cinco mil habitantes), mas habitada pela elite romana, com exemplares magníficos de arte e arquitetura da época (7). O soterramento produziu um corte instantâneo das manifestações culturais e da expressão construída das técnicas do período, que tornam o sítio do maior interesse para os estudos nestas áreas.
A parte e o todo
O que se destaca na observação das ruínas legadas ao longo desse largo período de aproximadamente um milênio é a constante redução das dimensões e regularização das formas dos blocos constitutivos das estruturas construídas.
É evidente, nesse processo, o deslocamento do interesse dos construtores dos aspectos simbólicos para os tectônicos e instrumentais das estruturas, sem que, em suas composições, deixasse de estar sempre presente e visível o equilíbrio entre os caráteres estático e estético das composições empilhadas.
Junto com a redução da dimensão dos blocos, a evolução dos processos aponta para a introdução de blocos cerâmicos (mais leves) e para composições mistas destes com os de pedra. Também para formas mais elaboradas e amarradas de disposição dos blocos.
O empilhamento de blocos para a edificação de partes maiores de um edifício, ou mesmo a sua totalidade singular, foi certamente uma das mais importantes aquisições da história da técnica. Há inúmeros exemplos das dificuldades e limitações impostas ao artista e à obra de arte pelas técnicas através das quais a obra final era composta por um só bloco de algum material, diretamente extraído de seu contexto natural.
O adobe, a madeira e a pedra se destacam, mas a superior durabilidade da última permitiu a permanência de muitos exemplares. Os megalitos de Göbekli Tepe, os menires celtas, os obeliscos egípcios e os moais na Ilha da Páscoa estão entre os exemplos mais antigos de obras modeladas ou esculpidas em uma escala de dimensões e proporções que denotam claras intenções simbólicas.
Apenas esse valor simbólico (8) atribuído a tais obras poderia justificar os significativos esforços e recursos nelas investidos. Toda a problemática do transporte da coisa material de que se constitui o objeto, desde seu lugar de origem até seu posicionamento e implantação no sítio no qual foi instalada, envolveu desafios técnicos cujos meios e formas de resolução não estão, até hoje, devidamente esclarecidos.
Não passa de suposição, no entanto, a hipótese de que, antes de que fossem capazes de edificar estruturas compostas por partes, ou mesmo partes de estruturas com o empilhamento de blocos, tenham os homens edificado apenas através da extração e disposição de blocos singulares e únicos de matéria.
Há inúmeros sítios arqueológicos onde se encontram, coabitando, tanto peças megalíticas quanto composições de conjuntos de blocos, dispostos de modo a conformar elementos singulares compostos. Mesmo em sítios como Göbekli Tepe, ou Stonehenge, ou em vários dolmens e menires espalhados pela Europa atlântica, nos quais se destacam as soluções megalíticas, se fazem também presentes elementos compostos por partes menores.
Se, por um lado, não é possível verificar uma relação evolutiva clara das soluções megalíticas para as compositivas é claramente possível a verificação de que, entre culturas onde houve intercâmbio técnico, ocorreram processos históricos de evolução das técnicas construtivas nos quais, para os mesmo elementos arquitetônicos, as soluções originais, baseadas na manipulação de partes singulares ou blocos maiores, foram substituídas por soluções baseadas no empilhamento e consolidação de blocos e partes menores e mais facilmente manipuláveis.
O exemplo das colunas canônicas
Um exemplo notável dessa evolução são as transformações nas técnicas construtivas das colunas de templos e outros edifícios cujas formas e sistemas de proporção são baseados nas ordens canônicas gregas.
Em Paestum, onde se encontram ruínas muito bem conservadas de edifícios construídos ao longo de mais de um milênio, é possível observar bem tal evolução. O mesmo ocorre em cidades como Pompeia e Herculano, cujo soterramento conservou intocadas características construtivas muito típicas e singulares de certos períodos das culturas grega e romana.
Certamente muitas distinções podem ser feitas entre as culturas construtivas destas civilizações. Vitrúvio alerta em seu tratado quanto à importância de suas corretas distinções sob muitos aspectos (9).
Mas um notável é a distinção entre a estrutura material das coisas e seu revestimento.
Em uma coluna grega do período clássico — como nos três templos de Paestum —, as partes são esculpidas a partir de blocos maciços, até figurarem sua forma canônica final. Embora uma coluna possa ser composta de alguns blocos (seções), estes tem dimensões megalíticas. Em uma romana e de período posterior, a forma final é obtida através do revestimento, por uma argamassa de emboço, de uma estrutura de miolo formada pelo empilhamento de blocos de pedra e cerâmica, cortados ou moldados em dimensões de mão. É uma variação da técnica de emplekton, que será oportunamente discutida.
Na verdade, ocorreram duas fases distintas de figuração, na tectônica daquilo que veio a ser uma coluna de uma ordem grega em um edifício romano. Na primeira fase, formas canônicas esculpidas em pedra figuram elementos originalmente construídos em madeira, como esclarece Vitrúvio em seu tratado (10). É uma fase por assim dizer grega da transformação de um elemento estrutural originalmente de caráter estritamente instrumental em um signo linguístico, que expressa esta origem material da cultura helênica. Na segunda fase, o que é figurado é a coluna maciça de pedra, pelo revestimento, da estrutura composta pelo empilhamento consolidado por argamassa, dos blocos empilhados.
Do ponto de vista estritamente técnico, tal diferença se caracteriza pelo domínio, por parte dos romanos, das argamassas cimentícias, ou pozolânicas. Tais materiais agregantes, compostos em argamassas de grande plasticidade durante o período anterior à cura, permitiram tanto a consolidação de estruturas formadas pelo empilhamento e sobreposição de blocos menores, como o revestimento de diversas estruturas arquitetônicas, dando a estas a aparência de blocos singulares e íntegros de matéria. Blocos esses que, dessa forma, puderam, inclusive, simular a aparência de outros materiais: troncos aparentemente de madeira, ou blocos aparentemente de pedras, ambos moldados em argamassa de concreto, por exemplo.
Do ponto de vista linguístico, o avanço de tais técnicas de representação sobre estruturas originalmente instrumentais demonstra uma evolução no sentido da compreensão de que, do ponto de vista dessas civilizações, uma estrutura arquitetônica, um edifício ou suas partes, tanto quanto um instrumento de uso, ou utensílio, é um signo expressivo cujo sentido existencial é a comunicação.
Nas palavras do próprio Vitrúvius, na arquitetura de uma forma especial, “se verificam estas duas realidades: o que é significado e o que significa” (11). O que é significado, segundo Vitrúvio, “é a coisa proposta, da qual se fala”. O que significa é “a evidência baseada na lógica dos conceitos” (12). Há inclusive uma nota de M. J. Maciel (13), tradutor desde o latim e comentador, citando H. Geertman que comenta a leitura precursora e clarividente de Vitrúvio sobre o significante (quod significat) e o significado (quod significatur) na arquitetura (14).
Mais do que nos sítios visitados, esse entendimento da obra arquitetônica como expressão linguística, introduzido de modo mais evidente pela civilização romana, se faz presente em várias obras, como no Coliseu, ou em arcos comemorativos, onde edifícios claramente estruturados em arcos, abóbodas e cúpulas tinham suas fachadas e ornamentações baseadas e proporcionalmente ordenadas por elementos das ordens canônicas gregas, cuja origem eram as estruturas arquitravadas, que caracterizavam a expressão tectônica helênica nos edifícios simbólicos e rituais.
Esse modo, por assim dizer barroco da arquitetura romana, que fez uso de elementos deslocados de seus contextos estruturais e de argamassas para dar às coisas formas que se originaram na utilização de outros materiais, foi muito longevo. Nas culturas ocidentais, tais técnicas declinaram durante o período medieval, quando a busca das características góticas de leveza da arquitetura levou à expressão não revestida das estruturas, mas retornou com o renascimento e particularmente no barroco, e persistiu nas diversas fases em que se manteve na agenda artística da sociedade ocidental da época, naquilo a que John Summerson designou como "A linguagem clássica na arquitetura" (15).
Pedras, tijolos e civilização
Os restos de tijolos de adobe mais antigos conhecidos datam de 7.500 a.C. e foram encontrados em Çayönü Tepesi, na Anatolia. Dessa época ou pouco mais recentes, também foram encontrados restos na Anatólia em Çatalhüyük (16). Também em Jericó. Os primeiros tijolos cozidos aparecem no Oriente Médio por volta do terceiro milênio antes de Cristo. Por volta de 1.200 a.C. seu uso generalizou-se na Europa e na Ásia (17). No livro do Gênesis o uso de tijolos e a fabricação de alvenarias já são mencionados, inclusive o uso de argamassas de betume (18).
Vitrúvio associa a própria origem do processo civilizacional ao uso de tijolos e alvenarias. Ao refletir sobre essa passagem da condição de “besta fera que vive em florestas, cavernas e bosques” (19) para a de habitante capaz de habitar e construir uma habitação completamente artificial, Vitrúvio a associa à emergência da linguagem e à facilidade de trabalhar com as mãos e os dedos. Segundo ele, tais habilidades logo levaram alguns homens a escavar tocas sob os montes e alguns, imitando os ninhos de andorinhas e o seu modo de construir, a fazer habitações com lama e pequenos ramos (20).
A imitação de outros seres da natureza, que construíam ninhos ou tocas, de seus sons e práticas construtivas está, para Vitrúvio, na origem tanto da tectônica quanto da linguagem. Esse é um tema desenvolvido por Walter Benjamin ao discutir o comportamento mimético humano e descrever a faculdade mimética (das mimetische Vermögen) que o caracteriza. O mimetismo, segundo ele, já demonstra o quanto a natureza é capaz de produzir semelhanças, mas é no homem que encontramos esta faculdade elevada ao seu mais alto grau. A própria linguagem tem, para Benjamin, sua origem nessa faculdade (21). Não temos conhecimento de nada, no âmbito do conhecimento científico contemporâneo, que possa desqualificar a tese vitruviana de que foi pela mimetização de abrigos construídos por animais que chegou o homem às suas habilidades e capacidades construtivas.
O fundamental para Vitrúvio, no entanto, era a natureza social dos homens pois, “observando as construções alheias e juntando coisas novas aos seus projetos”, a cada dia melhoravam as formas das choupanas (22).
O mesmo no parágrafo seguinte, pois “como os homens estavam dispostos por natureza a imitar e a aprender”, vangloriando-se das suas descobertas “mostravam uns aos outros” os acabamentos dos edifícios e, “exercitando assim em competições as suas capacidades, progressivamente atingiam os melhores resultados” (23).
Assim, primeiramente com forquilhas levantadas e pequenas varas entrelaçadas, construíram paredes com lama. Trata-se de uma tectônica muito primitiva, da taipa, ou do pau a pique, que se elabora com madeira e barro (24).
Do ponto de vista da tectônica, no entanto, não há, nesses momentos iniciais, qualquer formulação de Vitrúvio que diga respeito ao empilhamento de blocos. De um modo geral, suas hipóteses se mantêm em torno da mimese de práticas animais e, estes, não empilham blocos previamente esculpidos ou modelados. Esse tipo de técnica, que é baseada na composição de um todo a partir do empilhamento de partes, é exclusivamente humana.
O empilhamento de blocos, no entanto, não é, para Vitrúvius, uma técnica originária, mas um passo cultural evolutivo. É assim que se encontra ainda no livro dois, no sétimo parágrafo, que, “progredindo com reflexões mais profundas”, e desenvolvidas a partir da multiplicidade das artes, começam a levantar “já não cabanas, mas casas (domi), com alicerces, construídas com paredes de tijolos ou pedras” e cobertas com telhas de barro e, também, passando dos “juízos vagos e incertos a certa racionalidade das comensurabilidades através da observação das obras (25).
As técnicas de empilhamento de blocos são, para Vitrúvio, portanto, um sinal do espírito e uma manifestação da razão. Uma capacidade de superação da mais simples imitação da natureza, para a mais sofisticada produção de algo completamente artificial. Para um artifício: uma obra de arte, pois, “caminhando gradativamente da construção de edifícios até as outras artes e disciplinas”, os homens passaram “de uma vida selvagem e inculta à civilizada humanidade” (26).
Tectônica e matéria
No Livro 2, dedicado à tectônica e aos materiais de construção, Vitrúvio apresenta, inicialmente, uma espécie de relatório sobre o estado das ciências da natureza na perspectiva de sua época, em particular da física, que permite verificar, por um lado, o caráter especulativo e empírico desses conhecimentos, mas, por outro, a dimensão enciclopédica de suas pesquisas e estudos. Também, o quanto, no essencial, esses conhecimentos se originaram na filosofia grega.
Em primeiro lugar, cita Tales, que pensou que a água era o princípio natural de todas as coisas. Mas contrapõe Heráclito de Éfeso, que julgou que era o fogo. Também Demócrito e Epícuro sobre os átomos que entre eles foram catalogados de corpos indivisíveis. Porém, segundo ele, a ciência dos pitagóricos acrescentou à água e ao fogo o ar e a terra (27).
Levanta ainda a discussão de Demócrito, relativa a uma menor e indivisível parte da matéria (28), que ainda anima a física contemporânea nos experimentos em torno do Bóson de Higgs e correlatos.
Os capítulos seguintes, de três a sete, tratam dos materiais, de onde e como obtê-los, transformá-los, produzi-los e o oitavo de como utilizá-los. Em sua ordem, inicialmente os tijolos crus (adobe)e as terras adequadas à sua produção, o processo de secagem, os tipos e dimensões e suas origens.
As areias são o tema do quarto capítulo. Sua adequação às estruturas do concreto romano é a preocupação do autor. Para tanto, deverão estar isentas de terra e materiais de origem orgânica. Discute a inadequação das areias marinhas em função do salitre, das dificuldades de secagem e das falhas estruturais que produzem. Destaca as propriedades das areias fosseis relativas ao secamento e à resistência na construção de abóbadas (29).
O quinto capítulo trata da cal (óxido de cálcio — CaO), usada como agregante de argamassas, que deve ser queimada a partir da pedra branca ou de tufo calcáreo. Das qualidades da extraída de pedra dura para obras estruturais e de pedra porosa para obras de revestimento. Dos diferentes traços de mistura da cal apagada com as areias de diferentes origens e, até mesmo, com cerâmica cozida em forno, moída e peneirada, que melhora a plasticidade de aplicação (30).
O sexto capítulo trata da pozolana, da qual veio a se originar o atual cimento e o seu uso no concreto armado contemporâneo. Segundo Vitrúvio, existe também uma espécie de pó que produz naturalmente soluções admiráveis. Surge nas regiões de Baias e nos territórios dos municípios que estão em torno do monte Vesúvio. Está ele a se referir, segundo nota do tradutor, a uma areia vulcânica, mais tarde chamada pozolana, por ser abundante em Pozzuoli, nas proximidades de Nápoles, que desde a Antiguidade foi usada nas construções, designadamente em estruturas portuárias, por adquirir grande solidez sob a água (31).
Isso ocorre, segundo Vitrúvio, por causa da abundância de enxofre, alúmen ou betume que se originam de fontes de lava vulcânica (32). A mistura de tal pó com a cal resulta no que chamamos de cimento romano. A composição química está na base do que atualmente chamamos de cimento Portland que é formado pela reação térmica da mistura de calcário (carbonato de cálcio) e argila (silicatos de alumínio e ferro) (33).
As origens precisas da utilização da pozolana na construção são desconhecidas, mas as especulações de Vitrúvio quanto aos processos físicos e químicos envolvidos em sua formação, na localização geográfica de suas fontes e nas formas de sua utilização, como material de construção, estão entre os relatos mais antigos conhecidos e demonstram o alto grau de desenvolvimento do conhecimento pela cultura romana da época.
O uso do concreto, ou formigão, ou argamassa composta por agregados minerais unidos por um agregante pozolânico, tanto para ligação de blocos cerâmicos ou de pedra, como para revestimentos ou mesmo a formação de blocos sólidos modelados (opus caementicium) aparece, segundo Braudel, no início do segundo século a.C. (34) e é, sem dúvidas, a grande contribuição da engenharia romana para a arquitetura de sua época, e a que mais impactou os desenvolvimentos da história da tectônica até a atualidade.
A possibilidade da moldagem de um volume construído com uma argamassa plástica, que venha a enrijecer posteriormente por meio de reações químicas de cura, abriu horizontes praticamente ilimitados para a criação e construção da forma arquitetônica. Os romanos deixaram inúmeros exemplares, dentre os quais se destaca a cúpula do Panteão, construído por Adriano, por volta de 126 d.C. em Roma.
A associação desse material ao aço, e o modo como o daí derivado concreto armado foi levado à expressão arquitetônica pelos irmãos Perret (35), no fim do século 19, transformaram o panorama construtivo em todo o mundo.
As paredes
As paredes ou muros são os elementos arquitetônicos essenciais dos assentamentos humanos nos quais, desde a antiguidade, foram aplicadas as técnicas construtivas baseadas no empilhamento de blocos.
Em uma visão instrumental, são elementos reativos que servem, em princípio, ao objetivo de impedir a passagem. Sua função paradigmática é a proteção e a defesa. Posteriormente, foram utilizadas para a organização dos espaços e para a interiorização e artificialização de ambientes. Produzir interioridades artificiais protegidas e politicamente controladas dificilmente não foi a sua utilidade inicial nas fases proto-históricas e proto-urbanas das civilizações (36).
Poder-se-ia dizer que isso é assim praticamente desde sempre ou, pelo menos, desde que, através da escrita, e, por decorrência, da história pode se fazer presente através de documentos.
O documento escrito mais antigo já encontrado, a epopeia de Guilgamesh, é também o primeiro texto conhecido a trazer uma referência a este dispositivo arquitetônico. Trata-se das muralhas da cidade de Uruk, cuja construção, por este mítico personagem, é um de seus principais feitos. Por derrubar as intransponíveis muralhas de Jericó, a cidade mais antiga conhecida, também Josué tornou-se um personagem mítico, como registra a bíblia.
A bíblia e o texto da epopeia de Guilgamesh fazem uma apologia exacerbada, cada um de sua muralha. Através desses documentos históricos, podemos perceber que, mais do que um instrumento de proteção, a muralha foi um símbolo. Um símbolo da força e do poder de seus construtores, de seus destruidores e das cidades que cercaram.
No tratado vitruviano, as paredes, como muralhas, figuram entre as obras de defesa que tem em vista “repelir continuamente o ataque dos inimigos” (37). Esse aspecto, por assim dizer instrumental, definido por sua utilidade, não é, no entanto, o único a partir do qual tal dispositivo arquitetônico é considerado pelo tratadista. Também aspectos relativos à praticidade ou à pragmática construtiva e à estética são objeto de suas considerações.
Na verdade, o problema da disposição dos blocos, de suas articulações e materiais é tratado como uma arte. E não se usa aqui a palavra arte como um eufemismo. Nem tampouco como uma forma de destacar sua qualidade técnica. Se trata, antes, de que a razão estética estava entre os fundamentos que ordenavam muitas formas de composição, que se firmaram como tipos construtivos mais ou menos estáveis, durante largo período histórico. E, isso, em que pese o fato de que muitas vezes essas alvenarias eram revestidas e decoradas por finos afrescos ou mosaicos, principalmente em interiores e espaços de transição, e sua visualidade não era prevista na obra final e acabada. E isso é verificável nos parques arqueológicos, quando intrincadas composições são reveladas em áreas de parede cujo revestimento se deteriorou e foi removido pelo tempo.
No tratado, Vitrúvio destaca alguns destes tipos a partir de sua perspectiva histórica. Segundo ele, são os seguintes: “o reticulado (opus reticulatum) que agora todos usam e o antigo, chamado incerto (opus incertum)”. Dentre estes dois, segundo ele, o mais elegante é o reticulado, mas este potencializa a abertura de fendas, porque apresenta assentamentos e junturas que se desagregam para todos os lados. Já as pequenas pedras de disposição irregular, assentes umas sobre as outras e imbricando-se entre si, que caracteriza a opus incertum, proporcionam uma estrutura deselegante, porém mais estável que a reticulada (38). Em que pese isso, e em razão de sua menor qualidade estética, foi superada por essa última.
O aparelho isódromo e o emplekton
Ao longo de todo o tratado, Vitrúvio faz muitos paralelos entre as técnicas gregas e romanas, e comenta amplamente as influências das primeiras sobre as segundas. O mesmo nesse oitavo capítulo, onde discute os tipos construtivos, e a durabilidade das estruturas executadas com diferentes técnicas e materiais.
Neste contexto, Vitrúvio chama a atenção aos aparelhos gregos executados em sílex, o isódromo (fieiras de mesma altura) e o pseudo-isódromo (fieiras de diferentes alturas).
Nesses aparelhos, usam-se blocos ortogonais (orthostatae) regulares. A disposição dos mesmos é de tal modo que os de ambas as faces do muro estão amarrados e apoiados entre si, fazendo com que o muro responda estaticamente como se fosse maciço. Para que se aumente ou reduza a espessura do muro, basta que se modifique a largura e o comprimento dos blocos. Tal espessura será necessariamente o somatório de uma largura e um comprimento, no contexto de uma certa padronização modular de proporções.
O por assim dizer entusiasmo de Vitrúvio com o aparelho isódromo grego, em particular nesta passagem de seu tratado, reside em que ele, a seguir, irá apresentar aquela que foi a solução técnica romana para a construção de paredes mais largas e robustas, o emplekton. E no fato de que, embora evidentemente mais prático de construir, esta última não seja, de modo algum, nem mais resistente e nem mais duradora.
O emplekton, não se refere propriamente ao que, em arquitetura e engenharia, designamos como um aparelho. Este último é uma técnica para disposição ou forma de disposição de blocos de pedra ou cerâmica ou ambos, através da qual compõe-se uma parede ou um muro, ou mesmo um arco ou uma cúpula dentro de um certo padrão que acaba por formar uma textura regular de face.
A técnica do emplekton se distingue por ser o modo ou forma pela qual se dispõe três folhas de paredes paralelamente entre si, duas faces e um miolo, de modo a compor um dispositivo que, ao fim, se apresenta e funciona como uma só parede maciça. A espessura da parede pode variar com a do miolo, independentemente de qualquer variação dos blocos das paredes de face.
As folhas ou paredes de face do emplekton podem ser compostas, e de fato o foram, com os mais variados aparelhos e, comumente com composições de mais de um aparelho e distintos materiais (tijolos e pedras), inclusive em uma mesma folha de parede (opus mixtum).
Em sítios arqueológicos como os visitados nessa pesquisa a variedade é desconcertante e tende a levar o pesquisador a supor que a presença de diferentes aparelhos em uma mesma parede corresponde à presença de intervenções em distintos momentos históricos e de desenvolvimento das técnicas edilícias.
Isso de fato pode ocorrer, mas os relatos oriundos da arqueologia (39) dão conta de que razões instrumentais e ou estéticas também justificaram a presença de diferentes aparelhos em uma mesma parede ou dispositivo de paredes, como o emplekton.
Tal dispositivo de paredes cumpre as funções instrumentais da simplicidade e velocidade de execução (40), pois apenas as folhas de face precisam ser dispostas de modo ordenado. Dependendo de circunstâncias diversas, e relativas ao uso ou ao momento histórico de desenvolvimento da técnica, a parede de miolo era composta pelo enchimento de entulho, terra, pedras irregulares consolidadas com argamassa posolânica ou mesmo apenas com essa, traçada ou com pedras graúdas (concreto ciclópico) ou miúdas(concreto).
A disjunção romana entre essência e aparência
Notamos anteriormente, quando analisávamos comparativamente as tectônicas grega e romana para a construção de colunas canônicas, que muitas distinções podem ser feitas entre as culturas construtivas destas civilizações. Mas que a mais notável é a distinção entre a estrutura material das coisas ou do âmago destas e seu revestimento ou aparência exterior.
No caso do emplekton, ocorre, em relação aos aparelhos isódromos gregos, a mesma distinção que ocorre nas colunas. Tanto nos aparelhos gregos quanto nas colunas, aquilo que, materialmente, ocorre no interior é o que se expressa no exterior. No dispositivo de paredes romano, como nas colunas canônicas construídas por esta cultura técnica, há aquilo que se expressa nas faces para o exterior e há aquilo que, material e compositivamente, é a estrutura que ocorre no interior, e que não se expressa nas faces para o exterior. Não há, na tectônica romana, qualquer compromisso material e compositivo ou formal entre o que e como as coisas são e o que e como elas expressam ser.
Na construção romana parece que há uma dissociação entre a sua face simbólica e sua face instrumental ou, em outras palavras, entre o que é estético e o que é estático. Tanto nas colunas, como nas paredes, com suas faces externas figurando algo que não corresponde ao que as constitui internamente, acontece, na escala das partes, o mesmo que acontece na escala do todo em obras muito relevantes como o Coliseu, o Panteão ou os arcos comemorativos.
Como destacamos anteriormente, nesses edifícios, cujas fachadas são compostas e reguladas com elementos e regras pertinentes às ordens canônicas dos sistemas arquitravados gregos, as cargas estruturais são descarregadas por sistemas de arcos, abóbodas e cúpulas que, como os âmagos das colunas e dos sistemas de paredes armadas em emplekton, não se expressam ou não são dominantes no sistema simbólico que compõe a face exterior dos componentes (os aparelhos).
O emplekton não é uma invenção romana. Tanto os primeiros fenícios quanto os gregos usavam paredes de alvenaria cheias de entulho. A palavra emplekton foi emprestada do grego ἔμπλεκτον e originalmente significava "envolver", mas passou a se aplicar também à técnica de construção.
Tais desenvolvimentos levam à consideração de que o dispositivo emplekton tem uma origem cultural comum tanto a gregos quanto a romanos, talvez fenícia, e que se difundiu por grande parte das culturas mediterrâneas.
O que parece explicar as diferenças entre as soluções das tectônicas grega e romana, e o modo como trataram o problema da expressão tectônica do âmago das coisas, que não está dissociado do problema filosófico da relação entre essência e aparência, não é, portanto, uma questão de origem, mas de escolha entre distintas maneiras de conceber tal relação.
Como escolha positiva, ou como resíduo restante de influências culturais mais amplas e difusas, é notável, tanto na escala dos edifícios, como na de suas partes, a disjunção feita pelos romanos entre o que as coisas são e o que parecem ser. Isso é, por assim dizer, um traço de seu caráter cultural.
A objetividade romana na busca e aplicação de soluções eficientes do ponto de vista executivo é, de fato, muito consistente com a tradução romana do conceito grego expresso pela palavra logos, que em latim se diz através do termo ratio.
O logos, de lógica, se origina em legein, falar ou reunir. Também significa palavra, verbo. É possível que a origem de logos, em reunir, ou recolher, tenha lhe atribuído o sentido, ou o significado, de ser uma combinação, ou uma ordenação ou organização que porta um certo significado.
A relação entre causa e efeito, ou entre forma e significado, que é evidente na lógica grega de expressar a essência na forma não faz, de fato, qualquer sentido no âmbito de uma racionalidade (ratio de razão no sentido matemático do conceito) que é pensada quantitativamente a partir da medida.
A banalidade do essencial
Nada é mais banal do que um muro de alvenaria. Um muro, os muros, o muro está por toda parte. É absolutamente impossível, do interior de um compartimento ao interior da cidade, abrir os olhos e não ver um muro ou uma parede. Não é possível pensar a vida civilizada na ausência de ambientes murados. Os muros existem tanto que nem existem. Podemos passar toda uma vida entre eles sem que sua existência nos venha à consciência.
Os muros são tão presentes em nossa vida, que nos parecem naturais. Mas não são. Na verdade, são o artifício maior. Em importância para a vida civilizada, como disse Vitrúvio, só são superados pela ideia de que podem ser feitos pelo simples empilhamento de pequenos blocos. E pela ideia de que praticamente não há limites para o tamanho e a complexidade do que pode ser construído e simbolizado desse modo, do compartimento à cidade. Da coisa concreta à ideia abstrata.
notas
1
Cf. Magna Grécia <https://bit.ly/3Bgbz1V>.
2
Cf. Topos Text <https://bit.ly/4go5ZcC>.
3
Cf. Lesky, Michael (Tübingen); Muggia, Anna (Pavia) (October 2006). Cancik, Hubert; Schneider, Helmuth (eds.). "Poseidonia, Paistos, Paestum". Brill's New Pauly. Retrieved 5 November 2013. Apud: nota 5 in: https://en.wikipedia.org/wiki/Paestum#cite_note-bril-5
4
Cf. Paestum <https://bit.ly/41PQ9Dt>.
5
Cf. Herculaneum, nota n. 5 <https://bit.ly/407LaN2>.
6
Cf. Strabo, Geography V, 4, 8 <https://bit.ly/407LaN2>.
7
Cf. Herculaneum (op. cit.).
8
BRAUDEL, Fernand. Memórias do Mediterrâneo. Pré-história e antiguidade. Lisboa, Terranova, 2001, p. 107.
9
VITRUVIUS POLLIO, Marcus. Tratado de Arquitetura/Vitrúvio. São Paulo, Martins Fontes, 2007, p. 138–139; 171–172; 319–323.
10
VITRUVIUS POLLIO, Marcus. Op. cit., p. 138–139; 171–172; 208.
11
VITRUVIUS POLLIO, Marcus. Op. cit., p. 62.
12
Idem, ibidem, p. 62
13
Idem, ibidem. Nota 6 ao terceiro parágrafo, do primeiro capítulo do primeiro livro (p. 62 na edição adotada).
14
H. Geertman, J. J. de Jong. Review by: Guy P. R. Métraux. Munus Non Ingratum: Proceedings of the International Symposium on Vitruvius' "De Architectura" and the Hellenistic and Republican Architecture. Journal of the Society of Architectural Historians, v. 51, n. 3, University of California Press, set. 1992, p. 325-327.
15
SUMMERSON, John. A linguagem clássica na arquitetura. 4ª edição. São Paulo, Martins Fontes, 2006.
16
SCHIRMER, Wulf. Some aspects of Building at the ‘aceramic-neolithcs’ settlement of Çayönü Tepesi. World Archaeology, v. 21, n. 3, 1990, p. 363–387.
17
BRAUDEL, Fernand. Op. cit., p. 59–64.
18
Gênesis 11:3.
19
VITRUVIUS POLLIO, Marcus. Op. cit., p. 112–113.
20
Idem, ibidem, p. 112–113.
21
BENJAMIN, Walter. Teoria das semelhanças. In Sobre arte, técnica, linguagem e política. Lisboa, Relógio d’Água, 1992, p. 59.
22
VITRUVIUS POLLIO, Marcus. Op. cit., p.112-113.
23
Idem, ibidem, p. 113.
24
Idem, ibidem, p. 113.
25
Idem, ibidem, p. 116–117.
26
Idem, ibidem, p. 115–116.
27
Idem, ibidem, p. 119.
28
Idem, ibidem, p. 119.
29
Idem, ibidem, p. 119; 124–125.
30,
Idem, ibidem, p. 127.
31
Cf. N.T. n. 42, p.128 na edição adotada.
32
Idem, ibidem, p. 128.
33
Cf. CASTRO, V. G. Cimento Portland. In Compósitos madeira-cimento: um produto sustentável para o Futuro [online]. Mossoró, EdUFERSA, 2021, p. 13-21 <https://bit.ly/3PtMaW1>.
34
BRAUDEL, Fernand. Op. cit., p. 329.
35
FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. 4ª edição. São Paulo, Martins Fontes, 2008, p. 36.
36
MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. 4ª edição. São Paulo, Martins Fontes, 1998, p. 37.
37
VITRUVIUS POLLIO, Marcus. Op. cit., p. 81.
38
VITRUVIUS POLLIO, Marcus. Op. cit., p. 136.
39
TOMLINSON, Richard A. Emplekton Masonry and ‘Greek Structura. The Journal of Hellenic Studies, v. 81, 1961, p. 133–140.
40
VITRUVIUS POLLIO, Marcus. Op. cit., p. 139.
sobre o autor
Luiz Felipe da Cunha e Silva é arquiteto e urbanista (Universidade Santa Úrsula), mestre em Saúde Pública (Ensp Fiocruz), doutor em Psicologia (PUC Rio), doutor em Urbanismo (ProUrb FAU UFRJ) e professor associado do DPA FAU UFRJ.