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drops ISSN 2175-6716

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Alfredo Britto critica a opção dos responsáveis pelo filme "Flores Raras" ao ambientar a residência de D. Lota na casa Cavanelas, projeto de Oscar Niemeyer, e não na Casa Lota, de Sergio Bernardes.

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BRITTO, Alfredo. Flores raras e equívocas. Drops, São Paulo, ano 14, n. 072.02, Vitruvius, set. 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.072/4864>.


Sai-se do cinema com a sensação de haver assistido a um bom filme. Respeitoso com seus personagens, delicado, tecnicamente bem feito. Ouve-se comentários: “Puxa nós tivemos uma arquiteta fantástica e ninguém sabia”. Calma gente, não é bem assim. D. Lota , realmente, morou numa bela casa em Samambaia, Petrópolis projetada e construída pelo arquiteto Sergio Bernardes, expoente da segunda geração de modernistas entre nós. Mas não é aquela que aparece no filme. A que permeia a trama como coadjuvante principal, “o paraíso nos trópicos”, não fica em Samambaia e sim em Pedro do Rio; é a casa Cavanelas projeto de Oscar Niemeyer de 1954, internacionalmente reverenciada por sua excepcional beleza e vanguarda tecnológica. Mas para o simples expectador passa como tendo D. Lota colocado seu talento em “cada centímetro“ daquela obra genial. Assim , também, com o Parque do Flamengo, o “nosso Central Parque”. Todos nós cidadãos cariocas e brasileiros devemos gratidão eterna a D. Maria Carlota de Macedo Soares pela existência dessa grandiosa área verde, fundamental para a auto-estima e alegria da população carioca e que muito contribuiu para a eleição de nossa cidade ao patamar de Patrimônio da Humanidade. Foi pela persistência, tenacidade, energia, devoção de D. Lota que o aterro transformou-se em parque. E, sobretudo, por sua visão premonitória em convencer o Governador: “você, Carlos,  tem que transformar o Grupo de Trabalho em Fundação e consagrar o tombamento do Parque; se não o fizer, quando se afastar do governo, vão transformar tudo numa outra Selva de Pedras”. Não por ter saído de sua prancheta (que ela nunca teve) o traçado genial de sua concepção urbanística, de seus objetos arquitetônicos, de seu paisagismo, de seus postes altaneiros. Para essa tarefa criativa ela teve o privilégio de, como presidente do Grupo de Trabalho para Urbanização do Aterrado, liderar uma equipe pioneira, um luxo: Affonso Eduardo Reidy, arquiteto e urbanista autor dos projetos arquitetônicos e da concepção urbanística cujo contorno já estava lançado em seu Plano Urbanístico para a Cidade em 1947, muito antes portanto do evento decisivo junto ao governador para realização do parque; Roberto Burle Marx, o grande inovador do paisagismo no século XX; Jorge Machado Moreira, arquiteto pioneiro junto com Reidy e responsável por todo o desenvolvimento e detalhamento do projeto do parque; a eng. Berta Leitchic e o arquiteto Helio Mamede. 

A grandiosidade da personalidade de Lota de Macedo Soares não precisava de um falso reforço de brilhante arquiteta de sua época. Ela foi uma mulher brasileira extraordinária; uma empreendedora de exceção.

É lamentável que uma equipe de larga experiência de nossa produção cinematográfica estimule a desinformação da platéia e falte com a devida consideração a seus parceiros culturais da arquitetura e urbanismo.

notas

NA
Artigo originalmente publicado no jornal O Globo no dia 7 de setembro de 2013.

sobre o autor

Alfredo Britto, arquiteto, professor de PUC-Rio e membro do Conselho Superior do IAB.

Cartaz filme "Flores Raras" [divulgação]

 

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072.02 crítica
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