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research

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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
O Seminário Lamemo 10, no qual ocorreu o lançamento do livro "Hospitais e Saúde no Oitocentos: diálogos entre Brasil e Portugal", reuniu pesquisas sobre o Patrimônio da saúde no Pará e o trabalho do laboratório nos últimos 10 anos.

english
The Seminar Lamemo 10, in which the book "Hospitais e Saúde no Oitocentos: diálogos entre Brasil e Portugal" was published, gathered research on the health patrimony in Pará and the work of the laboratory in the last 10 years.

español
El Seminario Lamemo 10, que fue la presentación del libro "Hospitais e Saúde no Oitocentos: diálogos entre Brasil e Portugal", se reunieron investigación sobre la equidad en salud en Pará y el trabajo de laboratorio en los últimos 10 años.

how to quote

MIRANDA, Cybelle Salvador; CARVALHO, Ronaldo Marques de; LOBATO, Beatriz Trindade de Oliveira. Seminário Lamemo 10 na FAU UFPA. Drops, São Paulo, ano 19, n. 140.07, Vitruvius, maio 2019 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/19.140/7363>.



Em 20 de março de 2019 foi realizado o evento em comemoração aos dez anos do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural, coordenado pela prof.ª. dr.ª Cybelle Salvador Miranda, tendo como local o auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará. – FAU-UFPA.

O seminário, composto por quatro mesas com enfoque na produção voltada ao patrimônio da saúde, culminou com o lançamento do livro Hospitais e Saúde no Oitocentos: diálogos entre Brasil e Portugal, organizado pela profª Cybelle e pelo prof. dr. Renato da Gama-Rosa Costa, publicação da Editora Fiocruz parte da Coleção História e saúde.

A mesa de abertura contou com a presença do Prof. Dr. Ronaldo Marques de Carvalho (FAU-UFPA), da prof.ª dr.ª Jane Beltrão (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará), do prof. dr. Luiz de Jesus Dias da Silva (diretor da FAU-UFPA), além da coordenadora do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural – Lamemo. As falas dos participantes da mesa enalteceram a trajetória do Laboratório, relembrando histórias e parcerias realizadas ao longo do seu percurso. Durante as falas, exibiram-se imagens representativas de eventos e sujeitos participantes das várias atividades realizadas pelo laboratório. A professora Cybelle Miranda discorreu sobre o tema "Estudos sobre o Patrimônio da saúde: diálogos entre a Antropologia e a Arquitetura".

Após a abertura iniciaram-se as exposições programadas para as quatro mesas.

Na primeira mesa foram apresentados trabalhos de conclusão de curso relacionados ao tema da Saúde, orientados no laboratório, tendo como mediador o Professor Ronaldo Marques de Carvalho, iniciando-se com o trabalho da arquiteta Laura Costa, Arquitetura e Memória em saúde: Projeto museográfico para o Instituto Evandro Chagas, no qual foi elaborado projeto de requalificação da edificação histórica para a função museológica. Em seguida, a arquiteta Larissa Leal apresentou seu trabalho de conclusão de curso – TCC, Subsídios para a caracterização do Hospital João de Barros Barreto como patrimônio da saúde no Pará, o qual, a partir do uso do método estratigráfico associado à pesquisa documental e iconográfica, demonstrou as alterações feitas no conjunto, de modo a criar subsídios para a patrimonialização do hospital. Encerrando-se a mesa, foi apresentado o trabalho da arquiteta Thayse Queiroz, Proposta de criação de um jardim terapêutico para o Hospital Barros Barreto, que possuía o intuito de proporcionar maior humanização no hospital, com enfoque na reabilitação psicoemocional dos pacientes por meio da criação de um jardim terapêutico.

A mesa seguinte, com tema "O patrimônio da saúde entre a etnografia e a história da arte", foi mediada pela arquiteta Cibelly Figueiredo, na qual foram expostas duas dissertações. A primeira, da arquiteta Lívia Costa, tratando o Sanatório Domingos Freire, sob a ótica das doenças e vigência dos hospitais de isolamento, adotando a etnografia como método para sondar a memória do hospital demolido nos sujeitos que vivenciam o atual Hospital Barros Barreto. A dissertação seguinte, Memória e Identidade: o complexo arquitetônico da Santa Casa de Misericórdia, da arquiteta Ana Valéria Barros, se propõe entender o complexo atual da Santa Casa e suas alterações ao longo do tempo, o qual vem sendo alvo de constantes modificações e adições, de modo que é necessário identificar quais setores e elementos arquitetônicos são valorizados neste complexo pavilhonar, de modo a propor a patrimonialização dos espaços de maior representatividade.

Na terceira mesa, mediada pela professora Dinah Tutyia (Universidade Federal do Amapá – Unifap), tratou de uma pesquisa com foco na tecnologia das construções denominada "Forros na arquitetura hospitalar em Belém e Portugal: o estuque decorativo eclético", coordenada pelo prof. dr. Ronaldo Marques de Carvalho com participação da arquiteta Larissa Leal, então bolsista de iniciação científica. O professor Ronaldo contou como iniciou este projeto, como desdobramento de seus estudos doutorais e que veio a abranger duas dimensões no estudo do estuque: artística e tecnológica. A pesquisa teve como princípio o estado da arte do estuque e por objetivo final desenvolver um protótipo de uma nova argamassa para a reabilitação de forros construídos com esta técnica. O espaço estudado foi a capela da Santa Casa de Misericórdia, com a análise histórica e física, além de serem realizadas caracterizações química e morfológica do estuque existente na capela. Foram demonstrados na exposição os resultados da pesquisa, desde a confecção de formas, corpos de prova, a posterior elaboração de placas, além do estudo de traços e ensaios para se chegar ao resultado mais próximo do original, preservando a identidade arquitetônica da obra. Foi relatado, por fim, o seu resultado final, que conseguiu produzir um material de acabamento para o teto da capela, mais leve e flexível que o original.

Apesar da simplicidade com que o prof. Ronaldo relatou o seu trabalho, a prof.ª Cybelle comentou sobre as várias dificuldades vividas no processo, desde a falta de maquinário e equipamentos, de espaço físico, e outras carências de infraestrutura e de técnicos que pudessem apoiar nos serviços de laboratório na UFPA. Esta pesquisa também originou o trabalho da bolsista de iniciação científica Ana Paula Figueiredo, “A arquitetura assistencial em Belém e a estética dos interiores ecléticos: Hospital D. Luiz I da Benemérita Sociedade Beneficente Portuguesa e Santa Casa de Misericórdia do Pará”.

A mesa final do evento contou com os organizadores e parte dos autores do livro Hospitais e saúde no Oitocentos. Inicialmente o Prof. Dr. Renato da Gama-Rosa Costa (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz) relatou seu trabalho no Rio de Janeiro, no qual a higiene pública está diretamente ligada ao urbanismo e a busca por melhoria da saúde da população da nova capital. Citou a influência francesa com grande força no Rio de Janeiro, assim como as fases do neoclássico e como isso repercutiu no trabalho dos arquitetos e nos projetos hospitalares. O organizador destacou ainda a oportunidade de produzir o livro como consequência de várias pesquisas desenvolvidas pelo Lamemo em parceria com a Fiocruz, tendo apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ.

Em seguida a arquiteta Cibelly Figueiredo abordou sua dissertação que tratou de estudos do Hospital D. Luiz I da Benemérita Sociedade Portuguesa Beneficente do Pará, a qual, com enfoque no classicismo, fez um relato histórico do hospital e sua associação com o contexto social, político e econômico de Belém, e, por conseguinte, retratando seu caráter religioso, social, assistencial e cultural, assim como sua constante proximidade com Portugal. Retratou também a inversão de influências decorrentes da mobilidade dos brasileiros de torna-viagem, as intervenções realizadas no hospital e a sua necessidade de preservação. Por fim, realizou-se a palestra de conclusão do evento com a prof.ª Cybelle Salvador Miranda, que em conjunto com a arquiteta Emanuella Godinho discorreram sobre o tema “Da instituição asilar ao Movimento antimanicomial: a reconstituição da memória do Hospital Juliano Moreira do Pará”. Este trabalho teve como base a busca pela memória, seja por imagens, relatos e descrições, que pudessem orientar a reconstituição digital do edifício, conhecido inicialmente como Hospício dos Alienados, e depois, Juliano Moreira. A investigação teve o intuito de mostrar não só os problemas, mas também as realizações e experiências da instituição, assim como entender a arquitetura do edifício, que culminaria em sua reconstituição. Tal imagem tem por objetivo reativar a memória do hospital demolido à população paraense.

Concluídos os trabalhos das mesas, realizou-se o lançamento do livro, com dedicatórias dos autores presentes, contando com o comparecimento de alunos, amigos e familiares, celebrando, com júbilo, o marco de dez anos de atividades do Lamemo.

sobre os autores

Cybelle Salvador Miranda é arquiteta e urbanista, doutora em Antropologia, pós-doutoramento em História da Arte (Universidade de Lisboa), professora associada (FAU-PPGAU-UFPA), coordenadora do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural (Lamemo) da Universidade Federal do Pará.

Ronaldo N. F. Marques de Carvalho é arquiteto e urbanista, professor associado III (FAU-UFPA), pesquisador associado do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural, mestre em Ciências da Arquitetura (Proarq-UFRJ), doutor em Engenharia de Recursos Naturais (Proderna), pós-doutoramento em Arte e Técnica de estucagem (Universidade de Lisboa).

Beatriz Trindade de Oliveira Lobato é graduanda em Arquitetura e Urbanismo e bolsista de extensão no Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural – Lamemo da Universidade Federal do Pará.

 

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140.07 evento
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