Marisa Barda: E o projeto do Guggenheim de Veneza, não se teve mais noticias....
Vittorio Gregotti: O Guggenheim está sendo de longa elaboração porque a Ponta della Dogana (alfândega) era de propriedade do Estado e naturalmente foi uma longa discussão para poder transferir esta propriedade à Prefeitura de Veneza. A condição da passagem de propriedade foi o restauro das edificações existentes da Ponta della Dogana para abrigar um museu. O Guggenheim de NY entrou na discussão querendo construir em Veneza um novo Museu de Arte Contemporânea, financiando o restauro. Como tudo o que se faz na Itália, tudo isto foi muito longo, durou 5 anos. Agora finalmente foi tudo acordado entre as várias partes e a semana que vem vou para Nova York para aprovação do projeto pelo Guggheinheim e para liberar os 15/20 milhões de dólares que servem para o restauro.
MB: Pode descrever o partido adotado ?
VG: O edifício esta em péssimas condições mas é uma construção muito clara, formado por uma série de galpões paralelos construídos no século XIV, com uma fachada transversal do século XVI. Os galpões devem ser reconstruídos porque, além de estarem em péssimas condições estruturais, foram muito alterados. Com uma área total de 2500 metros quadrados, a edificação é formada por uma série de galerias paralelas das quais a mais longa tem 140 m e a mais curta 40 metros, destinados à coleção permanente e em parte destinadas às exposições temporárias, mais serviços e bar aberto para o exterior. O conceito básico é fazer um restauro muito rigoroso e construir o mínimo possível: o contrário do que fez o meu amigo Gehry em Bilbao.