José Wolf: Quanto aos veículos de comunicação do IAB (site, boletim impresso, cartazes, banner´s etc. ), há algumas propostas de inovação? Há a possibilidade da contratação de uma assessoria de imprensa?
José Armênio de Brito Cruz: O fortalecimento da entidade passa pela organização e construção de uma política de comunicação. Comunicação com os seus associados, o conjunto dos arquitetos e a sociedade como um todo. Com o entendimento de que a entidade deva ser um nó de uma rede de informações relativas à arquitetura e a construção da cidade. Tanto a sua sede deve comunicar isto (a materialização no espaço real) como também o seu espaço virtual. Assim deve ser com relação a todos os outros instrumentos de comunicação com vistas a gerarmos um processo integrado nas suas diversas frentes.
Com relação à contratação de uma assessoria de imprensa, não temos elementos hoje que nos possibilitem afirmar se existe ou não a possibilidade, pois infelizmente, a situação financeira da entidade não tem sido objeto de comunicação e esclarecimento nas últimas gestões. De qualquer forma, reconhecemos a importância deste tipo de consultoria que uma vez integrada com os objetivos estratégicos da direção da entidade, pode ser muito útil no cumprimento destes objetivos. Através dos veículos de comunicação bem como a mídia de uma forma geral o IAB-SP poderá superar episódios vergonhosos como o recente acontecimento de uma divulgação contraditória entre uma representação da entidade e uma posição expressa na imprensa pelo seu presidente (acompanhado por alguns ex-presidentes) na questão do edifício anexo ao MASP. Sem entrar no mérito da questão, é inadmissível que uma entidade com tão poucas oportunidades de exposição tenha produzido duas manifestações opostas, uma a favor e outra contra. Isto demonstra não só falha de comunicação como principalmente uma desintegração de procedimentos na direção da entidade.
É justamente isto que gostaríamos de mudar.
JW: Como profissionalizar, enfim, o IAB e torná-lo financeiramente viável e ágil?
JABC: A viabilidade financeira do IAB é uma preocupação, pois sem ela nenhuma política ou ação poderá ser implementada. Fala-se na profissionalização, mas precisamos definir como entendemos este conceito, pois não entendemos o IAB como um prestador de serviços que deve se equalizar aos parâmetros profissionais de outras entidades.
Em primeiro lugar, entendemos que o IAB-SP deve ter uma direção política clara na sociedade. Uma direção política não significa filiação a um ou outro partido político, mesmo porque podemos observar a distância que estes guardam com relação à pauta que estamos propondo no IAB. Uma direção política clara significa a estruturação da entidade como voz pública da arquitetura na sociedade, o que exige canais de comunicação e participação dos arquitetos na sua definição. A construção desta direção deve ser um princípio sobre o qual a estruturação da entidade deve se pautar fundamentada nos seus estatutos nacionais (o IAB é uma entidade federativa).
Se o que se chama de profissionalização é a viabilidade de ação política forte? Sim, vamos profissionalizar a nossa ação. Acho melhor mencionar a profissionalização da ação do que do Instituto porque a ação política é afirmação da cidadania, não uma prestação de serviços. A viabilidade financeira da entidade passa pela estruturação de programas e projetos que irão além dos profissionais arquitetos, ainda que estruturados por estes.
A hipótese é a seguinte: os recursos não devem ser levantados para o IAB, pelos seus belos olhos, mas sim para seus programas e projetos que contemplem o interesse público.