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interview ISSN 2175-6708

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A líder comunitária Carmem Silva, do Movimento Sem-Teto do Centro – MSTC, conversa com Bruno Ramos, Débora Sanches, Eliane Caffé e Luiz Gonzaga “Gegê” da Silva, com mediação de Giovanni Pirelli e transmissão ao vivo pelo Facebook.

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PIRELLI, Giovanni; et. al. Carmen Silva, nascida para liderar. Transa Marieta – episódio 8. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 084.03, Vitruvius, nov. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.084/7931>.


Carmen Silva na cozinha coletiva da Ocupação 9 de Julho
Foto Abilio Guerra

Bloco 01. Travessias e movimentos

Eliane Caffé: Qual foi o momento decisivo que te impulsionou pra mudar-se pra São Paulo?

Gegê: Gostaria de saber o que foi que a levou a vir fazer a luta na região central, isso porque por um longo período só nós do MMC que atuávamos nesta região.

Bruno Ramos: A senhora começou na luta por moradia, mas foi conhecendo outras lutas no decorrer dos anos. Qual tema, fora a moradia, que mais impactou a caminhada da Sra?

Débora Sanches: Como é ser mulher e negra, liderar um grande movimento de moradia? Quais as dificuldades? E o machismo dentro e fora do movimento? Existe sororidade feminina?

Nelson Félix, “Esquizofrenia da Forma e do Êxtase”, Galeria Reocupa, Ocupação 9 de Julho
Foto Abilio Guerra

Bloco 2: Morar na cidade?

Eliane Caffé: Em sua trajetória, a rua chegou a ser a única opção. Como foi essa experiência e o que ela deixou como aprendizado?

Débora Sanches: O incêndio e queda do edifício do Wilton Paes revelou inúmeras situações, a primeira, a falta de conhecimento por parte dos governos do que são as ocupações de moradia na cidade de São Paulo, e principalmente, as diferenças entre os movimentos sociais de moradia. O que é uma ocupação de moradia para o MSTC? Quais são os objetivos? Além da moradia, quais outras atividades são importantes?

Gegê: Como a companheira Carmen vê esse fatiamento dos movimentos populares, que a cada momento surgem novas siglas e movimentos na região central?

Bruno Ramos: Tanto o movimento de moradia quanto os movimentos de cultura periférica são criminalizados. O que podemos fazer institucionalmente pra que isso acabe de uma vez?

Espaço coletivo da Ocupação 9 de Julho
Foto Abilio Guerra

Bloco 3: Academia, cultura e meio ambiente

Débora Sanches: Você sempre recebeu de braços abertos a presença da universidade nas ocupações com alunos de graduação, de pós-graduação, do Brasil e Exterior, é incrível o interesse dos jovens sobre a dinâmica das ocupações e seus objetivos. Já orientei e oriento diversas pesquisas e projetos de TFG, mas sempre tenho a preocupação de como esta relação pode ser uma troca de aprendizado, no sentido de uma extensão universitária. Por que você acha importante?  Você sempre diz que aprende com os arquitetos, mas nós e que aprendemos com você, sobre a dinâmica da cidade, dos seus problemas. Por que esta troca de saberes é importante para formação cidadã?

Bruno Ramos: A senhora discute muito o direito à cidade do ponto de vista do movimento social e academicamente, como levar o tema pra institucionalidade sem perder a combatividade?

Eliane Caffé: Como o MSTC se coloca hoje em relação a questão ambiental da cidade?

Ocupação 9 de Julho em antigo edifício abandonado e fechado de propriedade do INSS
Foto Abilio Guerra

 

Bloco 4: Militância e política

Bruno Ramos: Em sua luta política, como a senhora pensa em se relacionar com a juventude periférica e qual é o nicho que mais necessita de recursos para o desenvolvimento de políticas públicas?

Débora Sanches: Em conversa com o Aparelhamento (rede de amigos e amigas que atua pelo reestabelecimento da democracia) que virou um livreto em junho de 2019 – A terra prometida – você afirmou: “o caminho do movimento social, para alcançar a terra prometida, acima de tudo, é dialogo, é ideologia, é cautela e acima de tudo persistência e não negar a sua existência. Hoje eu escuto muito a palavra resistir, mas eu não quero resistir. Eu já resisto, eu quero só reexistir”. Neste sentido, o texto foi impresso antes desta difícil fase de sua vida e de sua família, inclusive com a prisão da sua filha a Preta (atriz, cantora, que trabalha com cultura), uma rede enorme de apoiadores, manifestos, estiveram juntos neste período difícil. Como foi esta fase? Como a Carmen se restabelece? Reaparece com uma potência gigante, e é candidata a vereadora? Ainda neste texto, você diz “A sabedoria de um bom líder é a de saber o que é que os seus liderados necessitam”. Como você pretende concretizar estas ideias?

Eliane Caffé: Como você vê a relação campo/cidade para a politica nos dias atuais?

Gegê: A companheira reconhece que a questão da criminalização dos movimentos populares veio pra ficar e que não fomos nós os movimentos urbanos a sermos os primeiros a sofrer da criminalização?

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084

084.01

Gilberto Gil, o homem que sabe ouvir

Abilio Guerra, Giovanni Pirelli, Chico César, Djamila Ribeiro, Keyna Eleison and Luiz Fernando de Almeida

084.02

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