Em terreno de aproximadamente 19x150, situado em zona degradada, sem referenciais solidificados ao redor, pode ser considerado como sítio difícil para receber uma edificação com a importância da sede do PMDB/RS. Certamente esta nova edificação vai se tornar referencial para o futuro desenvolvimento da área.
Com esta preocupação estabelecemos um parâmetro de sobriedade, equilíbrio e controle para o projeto ao mesmo tempo em que determinávamos um caráter de interiorização dos espaços, mesmo os abertos, como forma de proteção e gestão do desenho em face da pouca qualidade e deterioração da vizinhança.
A análise do programa, por outro lado, permitia pensar que o auditório e restaurante poderiam constituir núcleo com independência de acesso o que, alem do mais, possibilitaria uma possível construção por etapas. Propõe-se, também, que o auditório, por adição de pequena área ligada ao palco, seja pensado como um pequeno teatro transformando-se junto com o restaurante e a praça do parlatório em novo espaço cultural da cidade.
Problema mais complicado era a resolução de um acesso para um provável prédio comercial ao fundo do terreno. A solução de um percurso que fosse se integrando aos diversos espaços, oposto a um “corredor” estanque, ajustou-se adequadamente à proposição final.
A solução final em dois blocos separados por um grande espaço aberto, a praça do parlatório, resolvia bem a questão posta inicialmente da interiorização dos espaços e controle de seu desenho independentemente das cercanias.
Ao mesmo tempo a colocação de ambientes envidraçados no pavimento térreo - recepção e restaurante – na tradição modernista de “pilotis” proporcionava a necessária fluidez e percepção que adiante o espaço continua e novos eventos acontecem.
A face voltada para a rua, a “cara” da edificação, foi resolvida sem concessões ou arranjos formais, a partir das premissas estabelecidas de sobriedade, equilíbrio e controle. Com um espaço intermediário de circulação de ar, a duplicação do painel de esquadria resolve dois problemas: a proteção solar (os vidros do painel externo são refletivos) e o uso como “outdoor” por meio de colocação de película plástica adesiva colada nos vidros, que são pivotantes, permitindo esta colagem e limpeza a partir do interior.
Coerentemente, o uso de materiais é restrito, sóbrio e os painéis exteriores jogam com o contraste entre o gres, pedra de baixo custo existente no estado, e a pastilha cerâmica.
ficha técnica
Arquitetos
Cesar Dorfman, Carlos Fraga, Andreoni Prudencio, Rodrigo A. Barbieri.
Colaboradora
Acadêmica Cláudia Titton