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PORTAL VITRUVIUS. Premiação CSN na Construção Civil. Projetos, São Paulo, ano 04, n. 037.02, Vitruvius, jan. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.037/2267>.


Centro de Cultura e LazerO tema a ser desenvolvido aborda a criação de um centro de cultura e lazer na Baixada do Glicério e de uma requalificação urbana na região, tentando reestruturar sua organização funcional, espaço-ambiental e seu sistema viário, abandonado pelos interesses políticos e econômicos.

O terreno escolhido para esta intervenção, delimitado pela Av. do Estado e as ruas Luis Gama e Alexandre Levi, é a área onde se localiza o antigo edifício da Mesbla, atualmente ocupado pela Igreja Deus é Amor, do fundador David Miranda, que, até onde se sabe, deixará o local em breve, por considerar o espaço insuficiente.

A forte especulação imobiliária, além de muito pouco incentivo político e econômico, que direciona os investimentos apenas visando o acúmulo de capital, faz com que a região se encontre em estado de abandono, aumentando cada vez mais o índice de violência e degradação em função da inexistência de áreas culturais e destinadas ao lazer.

O papel exercido pela cultura

A distribuição e difusão da cultura implicam a noção do fazer cultural, ou seja, de estender ao maior número possível de pessoas a possibilidade de criar e expressar sua criação, de pensar e de externar seus pensamentos, de julgar e de comunicar seus julgamentos acerca da criação individual ou coletiva.

A construção da cultura exige a participação ativa e vigorosa de todos. Numa sociedade que continuamente se complexifica, que permanentemente se reestrutura sob o impacto da tecnologia, ausentar-se da vida cultural equivale a marginalizar-se, a renunciar ao direito de cidadania.

O Cambuci e sua propensão cultural

A forte característica do bairro para manifestações culturais nasce por volta de 1906 com o teatro Guarani, que foi por muito tempo o centralizador das atividades culturais no Cambuci, pois, além de apresentações teatrais, seu espaço era utilizado para projeções cinematográficas, bailes e ringues de patinação. Em 1937, surge no Cambuci a primeira escola de samba de São Paulo, a Lavapés, e, bem mais tarde, o Império do Cambuci. Os festejos religiosos, que criaram tradições ao longo dos anos, tiveram início também no Cambuci. São famosas até hoje as festas cristãs e pagãs do bairro, como o Carnaval, as quermesses e a malhação do Judas.

As áreas de várzea dos bairros da cidade de São Paulo, formadas principalmente ao longo dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, foram tradicionalmente utilizadas de forma espontânea pelos habitantes desses bairros para atividades recreativas de esporte e lazer, tais como passeios e piqueniques aos fins de semana , natação e remo. A principal atividade era a prática do futebol, dada a facilidade de instalação de um campo adequado graças a topografia favorável dessas áreas.

O futebol foi trazido ao Brasil pelos ingleses, no final do século XIX. Na época, era considerado um esporte de elite e a organização de campeonatos era restrita aos clubes elegantes da cidade. O bairro do Cambuci exerceu o pioneirismo de criar os primeiros times de várzea, estimulando a formação de clubes e organizando campeonatos entre grupos formados nas Uniões Operárias, como eram chamados os primeiros sindicatos formados no Brasil. A partir de então, já o chamado "esporte britânico" perdia o seu cunho elitista e se transformava no mais popular do país.

Conjunto habitacional do Carmo

0 Conjunto Residencial da Várzea do Carmo, próximo ao centro de São Paulo, de autoria do arquiteto e urbanista Attílio Corrêa Lima, sobressai por sua rigorosa composição racionalista e disposição dos blocos médios e altos, cujo paralelismo e regularidade lembram as propostas de Hilberseimer, na Arquitetura da Grande Cidade, e os esquemas e diagramas apresentados por Gropius no 3º CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna). Trata-se de um dos mais significativos conjuntos projetados no período, onde se expressam alguns dos conceitos mais importantes do movimento moderno, articulando de forma integrada a arquitetura e o urbanismo.

Attílio e sua equipe não fizeram concessões, ou seja, buscaram rigorosamente obter o máximo de economia e adensamento para viabilizar o atendimento a operários de baixa renda numa área central, excepcionalmente localizada. Não é por acaso, portanto, que os blocos dão a sensação de precisão. Segundo Lima, seu projeto representa a união entre economia, higiene e conforto, sendo imprescindível que haja disposição, orientação e dimensionamento dos compartimentos.

Atualmente, a situação desse conjunto residencial não é muito ruim, já que os edifícios se encontram em bom estado.

O projeto, no entanto, não foi totalmente concluído. O desenho ao lado nos mostra a inexistência de um bloco maior a cada dois blocos residenciais, contrariando o projeto do arquiteto Attílio Corrêa Lima.

Este conjunto fez parte de um importante período de nossa história, mas creio que não seja interessante propor a construção dos blocos não construídos, reconstituindo o projeto original, mas sim adequar o conjunto ao período atual em que estamos, pois a sociedade mudou e junto com ela a maneira de pensar a cidade.

A proposta da construção do centro cultural valorizaria o espaço central existente entre os edifícios, hoje abandonado, na tentativa de incorporá-lo ao projeto de intervenção através de uma praça.

Implantação

A preocupação com a identidade e a preservação do passado tendem a se tornar cada vez mais importantes na medida em que se aceleram as transformações no espaço urbano, provocadas pela dinâmica econômica capitalista.

Diante deste conceito, os edifícios A, B e C seriam mantidos e incorporados ao projeto, de maneira que a conversão destas edificações históricas em centros de cultura seriam importantes para contribuir com o fortalecimento desta área atualmente degradada e principalmente da cidade.

O remanejamento do uso dos edifícios será voltado para promover uma requalificação destes a serviço da integração social, da convivência e do lazer.

Edifício A: Oficinas de Criatividade e Cursos de Desenvolvimento Cultural em grande variedade de áreas: cerâmica, marcenaria, caricatura, gravura, desenho, pintura, teatro, escultura, fotografia, música, vídeo, teatro, danças, entre outras.

Edifício B: Biblioteca com disponibilidade de vários gêneros de livros, revistas e jornais, além de outras atividades como oficinas de criação literária, artes-plásticas, encontro com escritores, concursos e feiras de livros.

Edifício C: Área de administrativa do centro cultural.

A implantação e as conseqüentes formas arquitetônicas dos edifícios propostos D,E e F, originaram-se de um estudo volumétrico feito na região. O projeto do Centro de Cultura e Lazer esta inserido na cidade e portanto, deve ser pensado como um todo e não como uma intervenção pontual.

Através deste estudo verifica-se que a maioria dos edifícios construídos ao longo da margem do Rio Tamanduateí são de baixo gabarito, inclusive os que estão sendo preservados no projeto. Por este motivo, a proposta é de se criar um edifício extenso (E) um pouco mais baixo, que marque o alinhamento com a Avenida e que sua implantação esteja alinhada com o edifício preservado A, deixando assim um passeio largo e arborizado na tentativa de requalificar a Avenida do Estado.

Um edifício com gabarito maior (D) será implantado perpendicularmente ao edifício B e ligado ao A através de passarelas. A implantação deste edifício é muito rica e importante, pois a partir desta, são criados diversos espaços e diferentes perspectivas, caracterizando desse modo, um projeto contemporâneo.

O edifício de estacionamento (F) terá mesmo gabarito e será implantado junto ao edifício preservado B, porém, com um certo recuo do alinhamento da rua, marcando a diferença de períodos existentes entre eles. O motivo desta implantação é acabar com a fachada cega do edifício mantido. A caixa de escadas desta edificação é aberta para a praça, estabelecendo um sentimento de continuidade, importante em um projeto arquitetônico.

A pequena marquise existente no edifício B, se estende agora pelo edifício do estacionamento e também ao longo praça, tendo fim em uma caixa de concreto que serve de elevador de serviço para um dos auditórios do edifício E. Esta marquise proposta gera uma unidade aos edifícios e marca uma entrada para o centro cultural.

Edifício D – Esportes

O acesso ao edifício acontece pelo hall de elevadores e escada com pé-direito duplo, localizado no mesmo nível da praça. A partir deste pode-se acessar a piscina e os andares superiores. O deck que se encontra no centro da praça só pode ser acessado a partir da piscina.

As quadras poliesportivas localizam-se sobre a piscina e ocupam os andares pares da edificação (2,4 e 6), junto de amplo terraço e vestiário masculino. Nos andares intermediários (3 e 5) existem salas fechadas com vidro para jogos e dança e um vestiário feminino.

Seu sistema construtivo consiste em fazer com que vigas soldadas de aço, com 1 metro de altura, descarreguem a carga distribuída proveniente da laje em treliças com perfis i dispostas na extremidade longitudinal da quadra. Estas treliças metálicas estão apoiadas nas suas extremidades em grandes pilares de concreto, possibilitando que a edificação ganhe grandes vãos livres em seu corpo principal.

As treliças são revestidas por placas de gesso acartonado e alucobond somente para fora, estando totalmente aparente no nível da quadra. Abaixo desta, uma grande cortina de vidro veda cada andar, fazendo com que a edificação adquira uma certa leveza.

Edifício E – Exposição e auditórios

O acesso a este edifício será feito somente pela praça pavimentada e é marcado pelas caixas de escadas externas a ele. Essas escadas, junto de elevadores hidráulicos internos ao edifício,conduzem aos andares superiores.

No térreo, existe uma ampla sala de exposições e, em meio a esta, um espelho d`água com o desenho original do Rio Tamanduateí naquela região. Há também neste andar uma lanchonete e sanitários dispostos em uma das extremidades da edificação.

No primeiro andar, estão as salas destinadas à internet livre, clínica odontológica e um restaurante, cada uma acessada por um ramal de escadas diferente. O restaurante se estende por um mezanino sobre o sanitário do nível térreo através de uma passarela inclinada. A dispensa é abastecida por um monta-cargas existente no andar térreo.

No segundo andar, encontram-se as salas de trabalho social com a terceira idade, programas de saúde, sanitários e uma choperia, localizada acima do restaurante.

Finalmente, no terceiro andar, estão localizados os halls que dão acesso às salas de cinema e auditórios. Uma saída de emergência, disposta no nível mais baixo dessas salas leva a uma varanda com estrutura independente que chega nas caixas de escadas.

Este edifício, por ser muito comprido, tinha que ser o mais permeável possível. Dessa maneira, o partido arquitetônico adotado foi o de aproveitar a forma geométrica proporcionada pelas salas de cinema e auditórios, colocando-as na parte superior de uma grande sala de exposições vedada por vidro.

Seu sistema estrutural em aço é basicamente igual ao do edifício de esportes, porém com uma diferença: a treliça metálica não é ortogonal, e sim segue a geometria proposta.

A alvenaria será feita de dry-wall com placas duplas de gesso acartonado, recheadas com lâ-de-vidro, garantindo dessa maneira, o isolamento acústico das salas de cinema. A estrutura da cobertura será constituída de rool-on e isolante térmo-acústico. O revestimento desta edificação será de chapas de madeira tratada tipo pinos, fixadas a uma estrutura secundária também de madeira.

Suas fachadas são diferentes em razão de escalas. Na Av do Estado a escala é do veículo e na praça a escala é humana, isto define a opção por se fazer a circulação ser externa ao edifício.

Edifício F – Estacionamento

O acesso a este edifício acontece em dois momentos. A entrada e saída de veículos se faz através da rua Luis Gama e o acesso de pedestres se dá através do hall de elevadores e caixa de escada aberta para a praça pavimentada. Esta edificação é constituída por 5 andares ligados por rampas planas que se encontram na parte central do interior do prédio.

Por apresentar um sistema construtivo convencional em aço, esta edificação ganha destaque por sua alvenaria de tijolos alemães (12,5 X 25 X 6,25 cm). Este tipo de alvenaria foi muito usado na Alemanha por ser mais bonito e facilitar a ornamentação harmônica e será utilizada neste edifício de maneira que se consiga gerar uma unidade entre o antigo e o novo, marcando, entretanto, seus diferentes períodos históricos.

A edificação será completamente vedada e revestida com esta técnica, formando assim uma grande caixa de tijolos. As aberturas estarão dispostas aleatoriamente pelos andares como conseqüência da técnica construtiva empregada e serão feitas através de espaços deixados entre os tijolos, criando vários buracos no edifício.

O uso desta alvenaria no edifício projetado esta vinculado ao fato do edifício B apresentar esta característica em seu aspecto construtivo e, como estão juntos, foi importante criar uma unidade entre eles.

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Equipe premiada
São Paulo SP Brasil

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037.02 Prêmio
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Participantes premiados
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037

037.01 Concurso

Concurso de requalificação 1º Reservatório de Água Potavél

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