O edifício sede da FAPERGS, dada a importância da instituição para a sociedade e sua missão diante dela, deve representar um marco de relacionamento com a cidade, um exemplo de ocupação que pode contribuir para o desenvolvimento urbano da região onde está inserido.Nesse sentido, entendemos que a implantação do edifício deve permitir e potencializar a conexão entre as duas tipologias urbanas presentes no local – aquela representada pela Av. Ipiranga, importante via de ligação da cidade e entendida como a face urbana da instituição, e a praça de bairro com características mais intimistas e contemplativas.Por essa razão, o nível de acesso ao terreno se desdobra, formando praças, rampas, varandas e vazios, que convidam o usuário a percorrer a nova topografia e, nesse movimento, “descobrir” o edifício, cujos espaços estão articulados à essa espiral.Esse partido, além de propiciar a inserção urbana desejada, cria naturalmente espaços adequados à acomodação do programa. Assim, aquelas funções que têm um caráter coletivo e que guardam relação com o público ocupam os espaços de subsolo que estão francamente conectados ao acesso, como é o caso do auditório e do refeitório, articulados pelo saguão de pé-direito duplo.As áreas de apoio, como cozinha, sanitários, vestiários e depósitos, se organizam em um bloco colocado em meio-nível em relação ao saguão, tendo o vazio entre eles. O arquivo, posicionado na base do edifício, tem pé-direito tal que permite o empilhamento das estantes, criando um mezanino metálico que otimiza o aproveitamento do espaço em planta, praticamente dobrando a capacidade de armazenamento.Os espaços de uso executivo, de natureza mais reservada, foram posicionados no volume superior. Embora também esteja articulado ao conjunto, esta parte do prédio proporciona um ambiente preservado e introspectivo, aberto para o grande patio descoberto formado pela empena de concreto da divisa leste. Insistimos que o volume superior deve ser formado por plantas livres, que permitam flexibilidade na disposição das salas e facilidade na alteração dos lay-outs. A organização que sugerimos neste momento é apenas especulativa e deve ser discutida com os usuários no momento oportuno. Entendemos ainda que, por se tartar de um corpo de três andares, as relações de proximidade podem ser consideradas também verticalmente e não só entre espaços que ocupam o mesmo plano.
ficha técnica
Arquitetos responsáveis
Vinicius Andrade e Marcelo Morettin
Equipe
Marcio Guarnieri, Renata Azevedo, Thiago Natal Duarte
Estrutura
Mauricio Farias
Custos
Aluizio Leite
Programação visual
Renata Domingos
Maquete eletrônica
Leonardo Sette