Parque da Lagoa Carapicuíba SP
A metrópole
A Região Metropolitana de São Paulo é uma das maiores concentrações urbanas do mundo, com mais de 18 milhões de habitantes, distribuídos numa área de aproximadamente 8.000 km2. O intenso e desordenado processo de urbanização dos municípios que integram a Metrópole resultou na ocupação de áreas impróprias ao assentamento humano e às atividades urbanas. Por conseguinte, porções significativas do patrimônio natural metropolitano foram inexoravelmente comprometidas.
A várzea do Tietê
A ocupação das várzeas do Tietê, principal rio que corta a metrópole, se insere nesse contexto. As grandes várzeas inundáveis, leitos ou "bacias de inundação", atuam como reservatórios naturais na regularização das enchentes em áreas localizadas a sua jusante. Sem as várzeas alagadiças, as inundações tomam proporções alarmantes na Região Metropolitana de São Paulo comprometendo seriamente a função natural da várzea e a qualidade das águas do rio.
A lagoa
A lagoa de Carapicuíba é fruto desse processo predatório.
A intensa e descontrolada atividade de extração de areia junto aos meandros do Tietê nessa região culminou com a inundação das cavas quando da retificação do rio no início dos anos de 1970.
A APA
Em 1987, a fim de reverter esse processo de degradação ambiental, foi aprovada a lei que instituiu a APA Várzea do Rio Tietê, declarando os territórios ao longo do curso do rio Tietê, no âmbito da região metropolitana de São Paulo, como área de proteção ambiental. O objetivo dessa medida legal é disciplinar a utilização dos recursos naturais e o uso do solo, visando assegurar a sustentabilidade ambiental.Seu recorte procura identificar as áreas parcialmente desocupadas ao longo do rio, dividindo-as em duas porções: uma a oeste e outra a leste da capital.
A lagoa de Carapicuíba integra o território compreendido pela APA Vetor Oeste e, seja por suas dimensões, seja pelo intenso e desordenado processo de urbanização do seu entorno, é o núcleo dessa unidade de conservação.
O parque linear
O projeto para o parque da lagoa integra um meticuloso Diagnóstico sócioambiental visando a recuperação da lagoa de Carapicuíba e se insere no processo de retomada do rio Tietê para a metrópole.
As diretrizes básicas desse projeto de intervenção recuperadora são:
Propor o parque da lagoa como núcleo de um sistema de áreas livres que se organizam ao longo do antigo leito do rio Tietê - eixo estruturador do projeto - em sua maior parte desocupado.Esse sistema de áreas livres comporá o que denominamos parque linear, uma área de aproximadamente 300 ha confinada entre o rio e a ferrovia entremeando a ocupação existente. Tal sistema, aberto, poderá estender-se no sentido leste-oeste, incorporando novas áreas. Assim, o projeto se apresenta como uma idéia modelar podendo ter desdobramentos ao longo de toda a APA.
O parque da lagoa
O projeto parte de uma idéia básica: propor a recuperação ambiental da lagoa de maneira a dotar o parque de infra estrutura que lhe permita transformar-se num equipamento de porte metropolitano. Uma nova conformação para a lagoa, visando a proteção de suas margens, será o elemento balizador da ocupação do parque, possibilitando um ganho de cerca de 40 ha de áreas livres.
ficha técnica
A proposta apresentada foi elaborada a partir do Diagnóstico Sócio-Ambiental da Lagoa de Carapicuíba, executado pela FESP e Instituto Ecoar, por solicitação do DAEE, e teve coordenação geral de Reginaldo Forti.
Projeto
Parque da Lagoa Carapicuíba – São Paulo
Inscrição
P DP 0365
Autora
Arquiteta Katia Bonfim Pestana, Cláudio Diaféria e Reginaldo Forti (São Paulo SP)
Colaboradores
Mariana Corrêa Soares, Janaína Yamamoto, Vinícius Madazio e Luciana Lopes