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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Novo Parque Tancredo Neves em Vitória ES. Projetos, São Paulo, ano 07, n. 073.01, Vitruvius, jan. 2007 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/07.073/2756>.


Ata do julgamento do Concurso Nacional de Arquitetura e Urbanismo para o Novo Parque Tancredo Neves, organizado pelo Departamento Espírito Santo do Instituto de Arquitetos do Brasil, em Vitória, ES, realizado nos dias oito e nove de dezembro de dois mil e seis, nesta capital.

Ao meio-dia da sexta-feira, dia oito de dezembro de dois mil e seis, com a presença dos Arquitetos Tito Livio Frascino, Joel Campolina, Regina Signorelli e Tarcísio Bahia de Andrade, e da dirigente comunitária Márcia Tânia Ribeiro Santana, membros titulares da Comissão Julgadora; e dos arquitetos João Marcelo Moreira, coordenador do Concurso, e Marco Romanelli, membro suplente da Comissão Julgadora; foi iniciada a visita ao Parque Tancredo Neves, para conhecimento do local objeto do concurso. Naquela ocasião, os arquitetos convidados solicitaram informações gerais sobre o Parque, que foram prestadas pelos jurados locais e pelo coordenador do concurso. Finda a visita, o grupo encaminhou-se para o almoço, do qual retornou diretamente para as instalações da Faculdade de Arquitetura da UNIVIX, onde os trabalhos se encontravam dispostos em sala exclusivamente reservada para o julgamento.

Às quinze horas do mesmo dia oito de dezembro, teve início a primeira reunião da Comissão Julgadora, onde foram solicitados esclarecimentos gerais sobre o edital do concurso, que foram prestados pelo coordenador. Em seguida, o arquiteto João Marcelo leu os resultados da verificação inicial procedida pela coordenação durante a abertura dos trabalhos, no tocante ao atendimento dos requisitos quanto à embalagem, componentes, formato e conteúdo da apresentação. Os jurados opinaram em consenso que o resultado desta verificação habilitava todos os trabalhos expostos ao julgamento.

Em seguida, o arquiteto João Marcelo relatou a situação de três trabalhos que chegaram ao IAB-ES no dia sete de dezembro, dia seguinte ao estipulado no regulamento como prazo final de entrega do concurso e que não foram abertos pela coordenação. O assunto foi debatido e ficou decidido não abrir os trabalhos que chegaram depois do prazo, que ficaram excluídos do julgamento.

O arquiteto Tito Livio Frascino foi aclamado presidente do júri, encaminhou os trabalhos de definição do procedimento inicial de julgamento, em que cada jurado percorreria a exposição dos trabalhos e selecionaria um grupo de sua preferência, de acordo com o especificado no Edital do Concurso, o que foi feito. Finalizada esta tarefa, a Comissão Julgadora procedeu à contagem das indicações de cada jurado.

Em seguida, os jurados decidiram rever, em conjunto, os trabalhos que receberam somente uma indicação, quando o jurado que indicou cada trabalho o defenderia e os demais decidiriam se a este atribuiriam mais um voto, o que foi feito. Este procedimento não resultou em alterações nas indicações e todos os trabalhos que receberam somente um voto na primeira seleção permaneceram assim e foram excluídos do grupo de trabalhos para julgamento final.

Pelo adiantado da hora, a Comissão decidiu encerrar os trabalhos do dia, deixando encaminhado para o dia seguinte a revisão em grupo dos trabalhos que receberam duas indicações.

Às nove horas e trinta minutos do sábado, dia nove de dezembro de dois mil e seis, com a presença da Comissão Julgadora completa, e do Coordenador do Concurso teve início a segunda reunião da do julgamento, na sala especificamente reservada na Faculdade de Arquitetura da UNIVIX.

Conforme deliberado na reunião anterior, foi realizado o procedimento de revisão em grupo dos trabalhos que tiveram duas indicações na rodada inicial, do qual resultou a atribuição de mais um voto os trabalhos de números dez e vinte, que passaram a integrar o grupo de julgamento final, junto com os trabalhos de números quatorze, vinte e quatro, e vinte e oito.

Em seguida, a Comissão Julgadora apreciou em conjunto cada trabalho do grupo de julgamento final e decidiu que cada jurado faria a sua indicação de classificação e menções honrosas, que poderia incluir trabalhos que não constassem deste grupo de julgamento final. Após este procedimento, em função dos argumentos que fundamentaram as indicações individuais, a Comissão Julgadora chegou ao resultado do concurso.

Pela boa implantação dos equipamentos que compõem o Parque, pelo eixo de vivência criado entre o centro esportivo e o complexo de lazer e área de praça onde se introduziu pergolados, quiosques, espaços de animação e feiras livres; foi atribuída uma menção honrosa ao trabalho de número dez.

Outra menção honrosa foi atribuída ao trabalho que define eixos e setores com localização coerente para os equipamentos, com destaque para os elementos que avançam sobre o canal, que aponta uma solução estética diferenciada e marcante para as edificações a serem contempladas no programa de necessidades, na construção de um bloco único; e também compreende a importância da orla e a valoriza com a introdução de elementos paisagísticos e espaços de estar. Este é o trabalho de número quatorze.

O terceiro prêmio foi atribuído a uma solução instigante, que cria uma nova topografia para o local e resulta numa seqüência de redescobertas. Prioriza o redesenho da paisagem em relação ao edifício e particulariza a orla enquanto lugar público. Os conteúdos funcionais demandados pelo edital configuram espaços interiorizados que geram ambientações ricas e variadas. A cobertura do ginásio poliesportivo, a ser construtivamente melhor equacionada, se destaca como o único elemento construído sobressalente. Este é o trabalho de número vinte.

O segundo prêmio foi atribuído a uma proposta que se destaca pela correta interpretação do Programa e seu rebatimento nas soluções adotadas assim como na distribuição das atividades principais na área objeto do concurso. O monobloco linear implantado transversalmente congrega os principais usos e áreas edificadas , em sucessão que vai da arena junto à rua até a água com a feliz sugestão de um palco flutuante.

No parque publico linear ao longo da orla, a calçada pavimentada libera uma ampla faixa verde junto à água, compondo um espaço de fruição livre e espontânea da paisagem. Este passeio consolida-se como elemento de interação das atividades propostas na área pública e a Comissão enaltece ainda o conjunto de proposições que se relacionam à sustentabilidade e à gestão do novo parque, no trabalho de número vinte e quatro.

Finalmente, a Comissão Julgadora atribuiu o primeiro prêmio ao trabalho do qual se destacam os seguintes aspectos: trata-se de um projeto que organiza o espaço a partir de duas estratégias básicas, o zoneamento de funções claramente definidas e organização espacial em torno de uma passarela elevada que vence o espaço no eixo leste-oeste.

Tal passarela configura-se como uma promenade, através da qual os usuários do parque podem desfrutar visualmente das atividades ocorridas no centro esportivo e da paisagem circundante, em função da posição privilegiada desta via de circulação de pedestres.

A orla recebe um tratamento de certo modo convencional, em conformidade com tendências contemporâneas encontradas em projetos desta natureza. Tal solução, obviamente, permite uma maior empatia do espaço arquitetônico-paisagístico projetado por parte da população, futura usuária do espaço.

Entendeu-se, também que a praça “seca”, posicionada no acesso principal do parque, alcançará o resultado almejado, isto é, um lugar de eventos e encontros, permitindo uma flexibilidade de usos. O projeto demonstra controle das soluções técnicas e construtivas propostas, e adequação destas ao custo estimado da obra, conforme definido pela Prefeitura Municipal de Vitória.

Foi observada a necessidade de aprimoramento no tocante ao palco para shows, aos sanitários e vestiários da academia popular e ao estacionamento, tendo sido considerado que o projeto assimilará com facilidade tais recomendações.

Deste modo, por tais qualidades, a Comissão Julgadora declarou vencedor do Concurso Público de Arquitetura e Urbanismo para o Novo Parque Tancredo Neves o trabalho de número vinte e oito. Nada mais havendo a tratar, eu, João Marcelo Moreira, lavrei a presente ata, que segue assinada pelos jurados.

Vitória, nove de dezembro de dois mil e seis.

(assinam)

Tito Livio Frascino, Presidente
Joel Campolina
Regina Signorelli
Márcia Tânia Ribeiro Santana
Tarcisio Bahia de Andrade
João Marcelo Moreira, Relator

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IAB-ES
Vitória ES Brasil

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073.01 Concurso
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