Memorial
Considera-se a proposta pedagógica do ICA: um diálogo entre educação e arte. Simbiose entre o intelectivo e o expressivo, entre o lógico e o lúdico. A arquitetura de sua nova sede deve comunicar este mesmo sentido: espaço funcional, tecnicamente adequado para as atividades pedagógicas, sem deixar de ser um ambiente criativo, quer dizer, que traduza no espaço, ao mesmo tempo que estimula, a criatividade daqueles para quem o projeto se destina; os jovens.
1. A nova sede do ICA e a Cidade
É importante que, tratando-se da educação de jovens, o projeto enfatize uma relação com a cidade enquanto espaço público, começo e extensão do edifício, pois é na cidade, espaço de todos, que o sujeito contemporâneo existe em plenitude.
As atividades foram prioritariamente dispostas no perímetro do terreno, desenhando uma quadra urbana.
Na cota da Av. Brasil ( +100,0 adotada como referência 0,0) os dois volumes articulados pela cobertura marcam a esquina, onde encontra-se o acesso principal. Ponto de chegada e saída, faz a ligação da cidade com o pátio coberto sob o bloco suspenso que abriga as salas de aula (4 salas de aula no primeiro pavimento e três salas de aula com pé direito duplo no andar superior).
Da cota da R. Cientista Albert Sabin (+6,0), estende-se uma esplanada, área gramada, praça pública, dádiva à cidade. Sob ela abriga-se o setor administrativo e financeiro, os núcleos educacional e cultural, além do restaurante, localizado na cota térrea, diretamente ligado com o pátio central.
2. Bosque
Propomos, como programa do projeto, uma ampla área verde; um bosque, local de recreação, área sombreada e fresca. Espaço destinado a eventuais “aulas fora da sala”, ou mesmo um platô para novas atividades educacionais que busquem desenvolver a sensibilidade dos alunos para as inevitáveis questões relacionadas ao nosso meio ambiente.
3. Expansão
Propomos a extensão do programa num edifício de dois andares, paralelo ao edifício principal, em face da R. Cientista Albert Sabin (+6,0). Sua implantação e volumetria conferem coesão ao conjunto, fechando o desenho quadra urbana – pátio central. Este segundo bloco articula a cota da rua (+ 6,0) com o pátio (+3,0). No nível do pátio, sugerimos um auditório para eventos externos e desenvolvimento do Projeto Acorde, com uma grande biblioteca, onde ficaria o acervo do projeto Espiral da Leitura e uma sala de informática e acesso à internet para a educação dos jovens em novos meios de informação e comunicação.
Implantação
Imagem dos autores do projeto
4. Pátio Central
A implantação do conjunto desenvolve-se no perímetro da quadra: as diferentes atividades e programas formam um vazio descoberto – espaço a espera do acontecimento -, local destinado para atividades esportivas e recreativas e eventos ao ar livre. Área “semi-pública”, o pátio marca uma escala mais íntima do conjunto. Articulado em níveis, forma grandes espaços lúdicos, espaços de lazer e de fazer, que sugerem um campo para a experimentação: espaço livre para ser apropriado pelos alunos. As escadas, com mais de 8 m de extensão, configuram arquibancadas, e fazem do pátio uma arena de teatro, ideal para receber artistas e atividades do projeto Quinta Cultural.
5. Estrutura e construção
O edifício é construído em perfis metálicos pré-fabricados, dispostos em intervalos modulares, racionalizando o processo construtivo e facilitando a execução da obra. Os elementos de vedação são usuais: painéis de concreto para as empenas e paredes, ferro na caixilharia, e vidro nas áreas de iluminação.
6. Sustentabilidade
O projeto busca uma otimização energética desde os primeiros processos da construção.
O pátio descoberto central é nivelado no ponto médio do terreno, buscando compensar a movimentação de terra.
Questões relacionadas ao conforto ambiental ( termo-acústico ) são integradas ao projeto e sistema construtivo de edifício, garantindo adequabilidade do espaço às atividades pedagógicas sem onerar o custo da obra. O conforto dos alunos é garantido tanto pela orientação correta do edifício, quanto pelos seus artifícios de proteção contra luz do sol direta (fachada norte) e pela ventilação cruzada das salas de aula.
O bloco oeste tem como cobertura um teto jardim, elemento que garante uma conservação de energia ao bloco através do isolamento termo-acústico, mantém a estabilidade térmica e diminui a ocorrência de ilhas de calor.
Planta cota 0.0
Imagem dos autores do projeto
Planta cota +3.0
Imagem dos autores do projeto
Planta cota +6.0
Imagem dos autores do projeto
ficha técnicaAutores
Eduardo Costa, Paulo Tavares e Thiago Pilegi
