Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

projects ISSN 2595-4245


abstracts

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público Nacional para o Anteprojeto de Urbanização e Paisagismo do Campus On-Mast. Projetos, São Paulo, ano 08, n. 086.02, Vitruvius, fev. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/08.086/2876>.


O Campus e as transformações do tempo, da cidade e da paisagem urbana

Desde 1822, quando o Observatório Nacional foi transferido do Morro do Castelo para o Morro de São Januário, até os nossos dias, a região de São Cristóvão, onde se insere o campus do Observatório Nacional e do Museu de Astronomia e Ciências Afins, passou por profundas transformações urbanas. Como conseqüência dessas transformações, alteraram-se substancialmente as suas funções originais, ligadas mais especificamente à observação do céu, à implantação de equipamentos e à instalação de pesquisadores e funcionários. Nesse período, reforçaram-se as vocações relacionadas à pesquisa científica e à preservação de importante seu acervo cultural, expresso através de seu patrimônio material (os artefatos tecnológicos, as edificações, os elementos vegetais originais e aqueles intencionalmente plantados) e de seu patrimônio imaterial (de natureza memorial, ligado ao acervo e à evolução das ciências no Brasil, e de natureza simbólica, ao resistir como referência  imagética na memória e no afeto coletivos da população).

A importância patrimonial desse conjunto veio a ser reconhecida na década de 1980, após a criação do Museu de Astronomia e Ciências Afins, em 1985, através da iniciativa federal, em ato registrado pelo Iphan em 14/08/1986, no Livro Histórico Volume I - Inscrição nº 509 e no  Livro Arqueológivo e Paisagístico - Inscrição nº 95, e através  iniciativa estadual, em registro do Inepac em 18/11/1987, Resolução SEC nº 34 de 21/10/1987, Do Estado de 18/11/1987.

A oportunidade do presente concurso vem de encontro a uma nova vocação: a abertura desse rico ambiente à visitação mais efetiva por parte da população, que poderá, além de conhecer e interagir com parte do rico acervo do campus (material e imaterial), observar a cidade e a paisagem à sua volta.

O suporte físico e a história urbana como contexto sócio-espacial

A evolução urbana da região durante os séculos XIX e XX acompanhou o ritmo de crescimento da área central, por representar seu vetor de expansão imediata, reforçando ou exercendo funções complementares. À função de escoamento da produção agrícola do interior ao porto,  agregaram-se, durante o século XIX e início do século XX, a localização residencial da corte imperial e da elite política, social e econômica da capital, e a localização preferencial do iniciante parque industrial.

O suporte físico que apresenta áreas planas e de cota baixa, outrora enxarcadas, ocupadas até o início do século XX pelo Mangue de São Cristóvão, e áreas de relevo acidentado, com  morros de baixa e média estatura, direcionou a ocupação urbana: nas áreas planas observou-se a construção dos ramais de ferrovias e estradas, equipamentos industriais, infra-estrutura de grande porte e diversas instalações militares. Junto à Baía, além dos trapiches e ancoradouros, instalaram-se também igrejas, cemitérios e espaços de convívio e recreação.

Nas áreas elevadas, a ocupação inicial destinou-se a residências da corte e da elite palaciana e a equipamentos públicos, relacionados à cultura, à educação, à recreação e à saúde. Nesse expressivo conjunto, que compreende o Palácio da Quinta da Boa Vista, o Jardim Zoológico e o Hospital Frei Antonio da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, se inscreve o Observatório Nacional. Durante o século XX, a chegada de indústrias e a demanda por transporte, emprego e habitação acabaram por atrair a concentração de moradias de renda média e baixa, destacando-se diversos conjuntos históricos importantes (Vila Santa Genoveva e o Conjunto do Pedregulho) e favelas de grande porte nos morros da região, como Morros da Mangueira, Telégrafo, Candelária e Tuiuiti.

São Cristóvão foi uma das áreas em que o processo de transformação urbana, causado pela crescimento do setor indusrial, foi mais intenso. Bairro nobre, local de residência da corte e da elite carioca, a partir do final do século XIX testemunhou a reutilização de antigos solares e casarões para estabelecimentos fabris, realizada por empresas que aproveitaram os serviços de infra-estrutura instalados e em bom funcionamento, além da proximidade do Centro, dos eixos ferroviários e dos diversos portos que serviam ao Rio de Janeiro.

Diagnósticos e diretrizes de intervenção

Sub-setorização

Ao analisar as informações do Plano Diretor do Campus e os dados fornecidos e relacionados no Termo de Referência e ao percorrermos o campus, confrontando seu ambiente com o entorno em que se insere, procuramos estratificar o estudo do espaço do campus, para melhor embasamento das intervenções previstas e da logística de implantação. Nesse sentido, subdividimos os Setores Paisagísticos definidos no Plano Diretor, levando em conta as características específicas dos aspectos paisagísticos e  ambientais locais e a possibilidade de faseamento das obras.

Setor A – Visitação e platô principal do campus – miolo de terreno

Sub-setor A1:  Visitação preferencial
Sub-setor A2: Entorno do edifício sede do Mast
Sub-setor A3: Setor periférico à visitação

Setor B – Acesso existente e edificações novas - frente de lote à Rua General José Cristino

Sub-setor B1: Acesso viário principal
Sub-setor B2: Entorno e acesso ao anexo da Geo-Física.

Setor C- Área de expansão e integração – frente de lote à Rua General Bruce

Sub-setor C1- Entorno e acesso e à área de expansão
Sub-setor C2- Área de vivência e integração

Setor D- Acesso proposto e acessibilidade pública – frente de lote à Rua General Bruce

Sub-setor D1- Entorno e acesso ao anexo do Mast
Sub-setor D2- Entorno e acesso ao Centro de Visitantes proposto

Perfis viários
Imagem dos autores do projeto

A sub-divisão acima visa a autonomia de implantação do projeto, podendo ser iniciada pelos setores e sub-setores que se mostrarem mais prioritários e/ou viáveis, de acordo com as prerrogativas das instituições gestoras – Observatório Nacional e Museu de Astronomia e Ciências Afins, resguardando-se, no entanto, os princípios estabelecidos no Plano Diretor e a unidade de conjunto proposto pelo Projeto Urbanístico e Paisagístico, objeto deste concurso.

Diagnóstico e diretrizes urbanísticas

Ao analisarmos o sistema existente de fluxos de pedestres e veículos, as demandas por novos acessos e estacionamento e a necessidade de se adotar critérios de desenho universal e acessibilidade plena e de melhor integrar paisagisticamente os sub-setores, em especial os sub-setores A1, A2 e D2, propusemos as seguintes reformulações:

  • Implantar novo sistema de circulação veicular uni-direcional em anel periférico ao Sub-Setor A1, de visitação preferencial, mantendo o acesso principal bi-direcional à Rua General José Cristino, revendo a geometria das articulações, estruturando a praça de retorno, junto à sede e ao anexo do Mast, implantando a via de serviço prevista pelo Plano Diretor ao anexo do Mast e mantendo o acesso eventual de veículos junto a sede do On e seu anexo, pela Rua General Argolo, a ser restrito a cargas especiais, veículos de socorro e rota de fuga de incêndio.
  • Implantar sistema de rota acessível preferencial para pedestres, conectando o acesso existente junto à Rua General José Cristino (sub-setor B1), às áreas de visitação pública (sub-setores A1/A2 e A3), ao Centro de Visitantes e ao acesso de visitantes proposto, à Rua General Bruce (sub-setor D2).
  • Reverter para uso de pedestres o trecho de via existente que atravessa o setor A, junto às Cúpulas, a ser destinado como rota acessível preferencial, deixando delimitado o antigo leito, atendendo aos princípios de preservação paisagística e ambiental e aos critérios de reversibilidade (Cartas de Florença e Veneza).
  • Implantar e melhorar condições dos passeios laterais e rotas de acessibilidade complementares, conjugando dispositivos de travessia segura e universal, com sistemas de nivelamento de piso e redução de velocidade (“traffic-table” e “traffic-calming” ) e rampas acessíveis para transposição de desníveis existentes.
  • Atender às necessidades de vagas previstas no Plano Diretor e definidos no Edital, com a localização das faixas e bolsas de estacionamento, buscando com isso evitar o impacto de veículos estacionados ao longo das vias e junto às edificações tombadas.

Diagnostico da área
Imagem dos autores do projeto


Diagnóstico e diretrizes paisagísticas

O perfil paisagístico e as diretrizes formuladas para o campus foram analisados em relação às suas características visuais e ambientais internas e também em relação aos impactos negativos e positivos do entorno. Foram também observadas as novas áreas de expansão e edificações previstas visando a sua inserção que deverá obedecer: aos critérios de a adequação ambiental; à manutenção das visuais principais; às demandas de manejo vegetal; às prerrogativas de acessibilidade universal e ao conforto e a segurança dos usuários.

Com base nas diretrizes para setorização do campus e para circulação viária e nos dados e condições propostas pelo Plano Diretor, foram por nós estabelecidas as seguintes diretrizes:

  • Implantar barreiras vegetais como forma de minimizar os impactos negativos relativos a interferências de edificações junto às divisas, principalmente a norte e oeste, mediante a implantação de jardineiras e canteiros plantados com vegetação arbustiva de médio e grande porte.
  • Melhorar e enfatizar as relações visuais e paisagísticas com o entorno, principalmente a sul e leste, com a proposta de substituição de muros por gradis e plantio de espécies, atuando como cercas-vivas e vegetação pendente e  favorecendo a recomposição do plantio das encostas e afloramentos rochosos.
  • Implantar diretrizes para harmonização paisagística do conjunto, integrando a leitura diferenciada dos setores, das circulações de veículos e pedestres, dos estacionamentos, das áreas de vivência e das áreas e pátios de acessos, selecionando para cada uma dessas áreas, resguardadas a localização e as condições dos indivíduos existentes, espécies adequadas em termos de perfil estético, porte, dimensões e comportamento de copa, galhamento e raízes.

Planta Cobertura
Imagem dos autores do projeto


Sobre a proposta de plantio vegetal

O anteprojeto de plantio vegetal foi baseado nas diretrizes de manejo da vegetação segundo o zoneamento proposto, tendo em vista as demandas funcionais do campus (circulação, expansão, visitação, vivência e acessos), as prerrogativas ambientais locais e as recomendações provenientes da Diretoria de Arborização da Fundação –Parques e Jardins, que direcionaram a especificação de novos indivíduos a partir de espécies em sua maioria nativas e predominantemente do sistema da Mata Atlântica.

A implantação de novas espécies de forração, de estrato rasteiro, é uma forma de quebrar o mono-plantio de grama, aumentando a diversidade de flora e diminuindo custos e serviços de manutenção. O estrato semi-arbustivo, onde ocorrem espécies com folhagem e floração ornamental, foi usado para marcação estética em locais de atratividade visual. O estrato arbustivo foi direcionado para a implantação de barreiras físicas e visuais, nos locais necessários a essas funções. O estrato arbóreo foi usado de forma a atender aos requisitos funcionais, estéticos e ambientais, característicos desse estrato.

Planta Piso
Imagem dos autores do projeto


Em termos de planejamento paisagístico, foram estabelecidos os seguintes padrões para o plantio:

a) Barreira vegetal para bloqueio visual do entorno, com estrato arbustivo de grande e médio porte a ser implantado.

Espécies usadas
Helicônia, Caliandra e Bela Emília

b) Preservação da cobertura vegetal existente, com a manutenção de indivíduos arbóreos de grande porte, sendo previsto tratamento emergencial das espécies com injúrias (Mangueiras, principalmente) e o remanejamento de indivíduos de pequeno DAP para áreas mais propícias (Goiabeiras, principalmente).

c) Regeneração de encostas com plantio corretivo, com a utilização de estratos arbustivo, forrageiro e pendente, integrados a áreas de permeabilidade visual (gradis), e com a formação de um bosque composto por estrato arbóreo de médio e pequeno porte, com predomínio de espécies frutíferas

Espécies usadas
Pitangueira, Goiabeira, Jabuticabeira, Amoreira, Ameixeira, Gravioleira, Alamanda Amarela,  Alamanda Rosa, Bela Emília, Caliandra, Margaridão, Trapoeraba, Grama Amendoim, Jaburão e Onze Horas

d) Plantio integrado a áreas de utilização intensa nos percursos de pedestres e nas áreas de vivência e acessos, com predominância de espécies de porte arbóreo, sub-arbustivo e rasteiro:Espécies arbóreas usadas
Nas circulações de pedestres –Mulungu, Ipê Roxo e Ipê Branco
Nas áreas de vivência – Ipê Amarelo,  Mirindiba
Nas áreas e pátios de acessos principais -  Palmeira Imperial e Sibipiruna

Espécies sub-arbustivas e forrageiras
Nas áreas de vivência, pátios e acessos principais – Hemerocális, Singônio, Jaburão, Furcréia, Lantana, Trapoeraba, Mararidão, Grama Amendoim, Onze Horas

e) Plantio funcional: arborização de acessos viários e estacionamentos
Espécies arbóreas usadas
Nas circulações de veículos - Cassia Aleluia
Nos estacionamentos – Córdia Branca

Espécies arbustivas, sub-arbustivas e forrageiras
Sagu, Bela Emília, Clorofito, Margaridão, Grama Amendoim e Onze Horas.

Como ponto de partida para o detalhamento do projeto executivo, prevê-se o levantamento atualizado da condição fitossanitária das espécies vegetais existentes e dos indicativos de tratamento, remoção e manejo necessários.

Planta dos Subsetores
Imagem dos autores do projeto


Sobre a proposta de geometria viária e revestimento de pisos

Para viabilizar as diretrizes ambientais e paisagísticas previstas, as demandas  funcionais e a abertura do campus à visitação e fruição mais efetiva por parte da população, foram propostas as seguintes medidas quanto a geometria e revestimento de pisos, divididas por sub-setor:

Sub-setor A1
Será o setor com maior transformação viária devido ao caráter patrimonial e ao potencial de visitação pública previstos, sendo proposta a reformulação do sistema atual, com a implantação de alça periférica e adoção de sistema de circulação unidirecional em anel, reduzindo os atritos entre percursos de pedestre e veículos e integrando a área das Cúpulas, a área das Lunetas e setor dos pavilhões do serviço da Hora. Essa nova via deverá ter o nível elevado para facilitar travessias de pedestres, sendo feito a proteção física, através de elementos de mobiliário (balizadores), sinalização, iluminação e arborização.

É prevista a reversão da via existente para circulação de pedestres, transformando-se no eixo da rota acessível preferencial, articulando as áreas de visitação e de observação. Em complemento a esse eixo, foi proposta um percurso de pedestres secundário, que deverá ser mais intensamente utilizado pelos funcionários e visitantes especiais.

Sub-setor A2
Nesse sub-setor, prevê-se maior ênfase na circulação de pedestres, com a proposição de novo acesso pela Rua General Bruce, voltado ao Centro de Visitantes proposto.

Foram objetivadas: a melhor integração com os Sub-setores A1, C2 e D2, dando continuidade à rota acessível preferencial; a  melhor estruturação dos usos dos pátios de estar e acessos; a valorização do entorno da Sede do MAST, melhorando as visuais da edificação; a manutenção da vegetação arbórea de grande porte existente, e o recolocação das vagas existentes.

A caixa de rolamento da via nesse Sub-Setor deverá ter seu nível elevado para conjugar-se melhor aos percursos de pedestres. 

Sub-setor A3
Considerado como setor periférico à visitação, conjuga atividades importantes do campus, como Sede do serviço da Hora e Oficinas de Manutenção. Para esse sub-setor, foi prevista a revisão geométrica e dimensional da caixa de rolamento do acesso viário principal, com sentido unidirecional, viabilizando a construção de passeio lateral, conjugado à mureta de contenção, possibilitando o manejo das raízes afloradas dos indivíduos arbóreos existentes e a estabilidade do solo dos canteiros ajardinados.

O desenho de vagas de estacionamentos condicionou-se à condição de geometria e à localização de indivíduos arbóreos, tendo sido evitado ao máximo, replantio e poda.

Planta Diretrizes
Imagem dos autores do projeto


Sub-setor B1
È prevista a revisão geométrica e dimensional da caixa de rolamento do acesso viário principal, a partir pela Rua General José Cristino, viabilizando a construção de jardineiras para plantio de barreira vegetal, integrada ao novo desenho de passeios laterais, de estacionamentos, de acessos a edificações, existentes e futuras, e de áreas de convivência.

Sub-setor B2
È prevista a revisão geométrica e dimensional da caixa de rolamento do acesso viário eventual, a partir da Rua General Argolo, conjugada à proposta de elevação de nível da caixa de rolamento, como intuito de reverter seu uso preferencialmente a pedestres, sem desníveis ou barreiras, sendo previsto o acesso de veículos ao estacionamento do edifício do Anexo da Geofísica.

Sub-setores C1 e C2
Serão as áreas de maior visibilidade e acessibilidade pública e, por estarem localizados na vertente sul, em nível topográfico abaixo da maior parte do conjunto do campus, encontram-se desconectados deste. A proposta foi de integrá-los fisicamente aos sub-setores A1, A2 e D2, por meio de percursos acessíveis de pedestres, conjugando o acesso pelo elevador existente a passeios, escadas e rampas.

A área reservada para expansão nesse Setor apresenta as melhores condições de edificação, se comparadas às demais áreas previstas no Plano Diretor, por se situar em terreno plano e sem vegetação de porte significativo. A proposta conjuga o acesso à área de expansão e seu estacionamento a duas praças que deverão ser usadas pelos funcionários e visitantes especiais e poderão ser, eventualmente, em ocasiões especiais, revertidas a uso público.

Plantas dos Acessos
Imagem dos autores do projeto


Sub-setor D1
Pode ser considerado o sub-setor mais isolado do campus, devido ao acesso e à topografia do terreno. A edificação que comportará o Anexo do Mast, em fase final de acabamento, deverá ter seus acessos viários e de pedestre implantados.

A proposta viária previu sua melhor integração com os Sub-setores A2 e D2, através da ligação com a Praça de Retorno, com a via de serviço e com os novos passeios a serem implantados.

Sub-setor D2
De forma condicionada à implantação do Centro de Visitantes e ao novo acesso de pedestres, através de módulo com elevadores e escadas, esse Sub-setor deverá sofrer uma grande transformação que demandará novas conexões por circulações de pedestres, integrando-o principalmente ao Sub-setores A2, C2 e D2.

Em termos viários, entre a Sede do Mast, seu anexo e o novo Centro de Visitantes, foi proposta a Praça de Retorno, finalizando o sistema viário principal. Da Praça de Retorno, foi prevista a via de serviço para atender ao Anexo e as áreas de Reordenamento Especial, que deverão receber um fluxo eventual de veículos.

Proposta para a área de vivência 1
Imagem dos autores do projeto


Perfil viário 1
Via de acesso principal – 1o trecho – Sub-setor B1

As principais intervenções compreendem a revisão de geometria da caixa de rolamento para viabilizar a implantação de jardineira lateral e a conexão com novo acesso proposto, junto ao Sub-Setor A1.

Prevê-se também a melhoria de passeios e da iluminação funcional.

Será mantida a circulação bi-direcional.

Perfil viário 2
Via de acesso principal – 2o trecho – Sub-setor A3

As principais intervenções incluem a revisão de geometria para permitir a implantação de passeio lateral, estacionamento e dispositivo de proteção às raízes das árvores existentes, com a proposta de construção de mureta de arrimo.

São também previstos o plantio de barreira vegetal, junto à divisa, e a nova iluminação funcional.

Será implantada a circulação uni-direcional.

Perfil viário 3
Via de acesso principal – 3o trecho –Sub-setor A1

Prevê-se a implantação de nova via periférica, junto ao limite do platô principal, com piso no nível de percursos de pedestres, e pavimentação especial, conjugando placas de granito serrado e paralelepípedos.

A nova iluminação funcional deverá estar integrada às áreas de mirante para observação do entorno.

Será implantada a circulação uni-direcional.

Proposta para a área de vivência 2
Imagem dos autores do projeto


Áreas  de vivência 1, 2 e 3

Área de Vivência 1
Essa área foi implantada junto ao acesso principal, buscando conjugar as diversas situações quanto à proximidade de edificações existentes, a serem mantidas, e de novas edificações previstas. Optou-se pela manutenção de espécies de porte médio e grande em canteiros especialmente configurados para esse fim.

Foi prevista a implantação de bancos e mesas e de plantio de Mirindibas nas áreas de estar, tendo sido observados os acessos às edificações, as demandas por vagas e a revisão geométrica da via.

Como forma de orientar os usuários, a proposta de desenho de pisos busca configurar os diferentes recintos com a formação de panos e enquadramentos especiais. Essa pavimentação deverá ser em placas de granito serrado com entremeio de pedras portuguesas e o plantio será feito em canteiros com o uso de forrações e folhagens ornamentais diversificadas.

Área de Vivência 2
Localizada na parte de fundos do edifício da sede do Mast, foi prevista a implantação de duas áreas de alimentação, definidas de forma simétrica, respeitando as condições arquitetônicas dominantes da edificação.

Devido à presença das Mangueiras de grande porte, não foi proposta arborização complementar.

Privilegiaram-se o acesso e a permanência de visitantes e funcionários, sendo necessária a reformulação do sistema de drenagem nos passeios junto ao edifício.

No pátio de acesso frontal, é proposta a revisão dos desenhos dos canteiros existentes, para valorizar a fachada principal e as escadarias da edificação e melhorar os percursos de pedestres que poderão fruir melhor desse espaço.

A proposta de desenho de pisos busca enfatizar a geometria dominante da edificação e a presença das Palmeiras Imperiais. A pavimentação deverá ser placas de granito serrado com entremeio de pedras portuguesas e o plantio será feito em canteiros com o uso de forrações e folhagens ornamentais, definindo os diferentes recintos.

Proposta para a área de vivência 3
Imagem dos autores do projeto


Área de Vivência 3
Foi implantada no local do edifício atualmente ocupado pela Diretoria do Observatório Nacional, cuja demolição é prevista pelo Plano Diretor. Deverá funcionar como uma área de vivência e integração conectando-se com o Pátio de Acesso à sede do Mast e com a futura área de expansão do Setor C.

Foram propostas duas praças:

  • A praça de forma circular, na cota de nível estimada em 31.00 m, com banco conjugado ao canteiro, plantio de Ipês Amarelos, dando acesso, por passeio em nível, ao Sub-setor D2, por rampa, ao Sub-setor A1, e por escadaria, ao Sub-setor C1;
  • A praça de acesso no nível da Rua General Bruce, com previsão de mesas e bancos, quiosque de alimentação e plantio de Córdias Brancas.

A pavimentação deverá ser em pedras portuguesas, conjugadas a placas de granito serrado e rampas de concreto rugoso, e plantio em canteiros e jardineiras, com o uso de forrações e arbustos diversos.

Cortes e detalhes

Materiais e equipamentos empregados
A definição dos materiais empregados para acabamento, construção, revestimento de pisos e equipamentos  buscou atender aos requisitos de intervenção no entorno de bem tombado, previstos nas cartas internacionais e nos diretrizes do IPHAN. Nesse sentido, procurou-se respeitar a ambiência e a integridade paisagística, a durabilidade, a facilidade de manutenção e a neutralidade necessária à valorização das edificações de significação patrimonial. Nas caixas de rolamento de veículos e estacionamentos, deverá ser empregada a pavimentação por paralelepípedos, sendo previstos o  reaproveitamento e o reassentamento das peças onde ocorrer o redesenho geométrico e/ou a elevação de nível da pista. Os blocos de paralelepípedos atendem a performances quando a drenagem, redução de velocidade, durabilidade, adequando-se ambientalmente ao campus.

Nos passeios é previsto o uso de mosaicos em pedra portuguesa e placas de granito serrado, em conjugação a rampas em concreto rugoso. As pedras portuguesas, quando bem assentadas, são duráveis e condicionam-se paisagisticamente bem em relação ao entorno edificado, além de terem boa performance climática, de execução e de manutenção. No caso da reversão de via de veículos para uso de pedestres, no sub-setor A1, é proposta a composição de piso em placas de granito serrado, que possibilitam utilização adequada por portadores de deficiência temporária ou permanente, e faixas laterais em paralelepípedos, facilitando a drenagem e se mantendo como marco de referência do leito original.

Na jardineira do acesso principal, é prevista a utilização de revestimento texturizado, tipo Fulgé, por oferecer aparência neutra e bom acabamento, otimizando a manutenção. As jardineiras deverão ser impermeabilizadas nas laterais e receber dreno externo, evitando problemas de infiltração em muros divisórios.

A troca de muros de vedação será feita através da implantação de gradis de ferro, montados em perfis chatos e tubulares de ferro galvanizado, pintados em cor grafite, segundo módulos com larguras entre 1,50 e 2,00 m, facilitando a execução e futura manutenção. Serão fixados em muretas de concreto, de h=40 cm, que serão chapiscadas, sendo encobertas pela vegetação arbustiva e rasteira. As muretas de contenção junto a passeios laterais do acesso viário, deverão ser executadas em pedras de mão, com alturas variando entre 60 e 80 cm, resguardando a ambiência local.

O sistema de iluminação pública deverá atender aos requisitos de iluminação funcional de vias e de passeios, integrando-se à arborização e aos elementos de sinalização. É prevista a iluminação ornamental de edificações significativas, integrada à iluminação funcional. No caso do Sub-Setores A1, A2 e A3, é prevista a separação de circuitos elétricos e sistemas de iluminação tendo em vista as atividades de observação do céu, que ocorrem atualmente às quartas e sábados, podendo, nesses dias, ser desligada a iluminação funcional no período em que durarem as atividades de observação.

A opção quanto uso de elementos de mobiliário urbano e de iluminação já homologados e de fácil aquisição no mercado visa a atender às prerrogativas de custo e manutenção, devendo-se escolher famílias com desenhos simples que definem claramente a época atual da intervenção. Em algumas situações, onde são previstos jardineiras e bancos moldados in loco, visando sua adequação ao desenho e a flexibilização para atuarem também como elementos de proteção e barreira,  poderá ser realizada a moldagem em módulos, o que otimiza o canteiro de obras e minimiza entulhos e resíduos.

Os elementos de mobiliário, de sinalização e iluminação deverão ser implantados de forma conjugada evitando criar obstáculos quanto à circulação de pedestres e interferências quanto às visuais do campus. O projeto de sinalização deverá responder à setorização proposta, conjugando elementos de informação direcional a elementos de informação sobre os equipamentos, edifícios e área de convivência propostas, devendo ser desenvolvidos juntamente com os funcionários das instituições presentes no Campus On-Mast.

ficha técnica

Coordenadores
Jonathas Magalhães Pereira da Silva - Arquiteto e Urbanista
Vera Regina Tangari - Arquiteta e Urbanista

Equipe
Perspectivas
Ricardo Guerra Florez - Arquiteto e Urbanista

Desenho das Plantas
Frederico Trevisan - Arquiteto e Urbanista

Quantitativo
Mariana Ripoli - Arquiteta e Urbanista

Infra-estrutura
Werner Bess D`Alcântara - Engenheiro Civil

Topografia e infra-estrutura
Mario Ribeiro da Cruz Moura - Engenheiro Civil

source
Organização do concurso
Rio de Janeiro RJ Brasil

comments

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided