Ata da Comissão JulgadoraOs trabalhos da comissão julgadora, do Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo para o Complexo do Sistema Fecomércio-RS, Sesc e Senac, para analisar e selecionar as quatro melhores propostas, de acordo com o item 4.3 do edital, foram realizados entre os dias 01 e 03 de julho de 2011, na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Rio Grande do Sul.
A primeira atividade da Comissão Julgadora, no dia 01 de julho, foi a realização de uma visita à área de intervenção, guiada por representante do Promotor Sistema Fecomércio-RS. Após a visita, a Comissão Julgadora dirigiu-se à sala de trabalho e exposições e formalmente às 18:00h do dia 01 de julho de 2011, foi recebida pelos membros da Comissão Organizadora: pelo IAB/RS os arquitetos e urbanistas Tiago Holzmann da Silva, Bruno Cesar Euphrasio de Mello e o acadêmico de arquitetura e urbanismo Carlos Eduardo Binato de Castro; e a representante do Sistema Fecomércio-RS Arquiteta e Urbanista Márcia Palma de Souza. Estavam presentes os membros titulares da comissão julgadora: indicado pelo promotor Sistema Fecomércio-RS, arquiteto e urbanista Edson Jorge Elito; indicados pelo IAB/RS arquitetos e urbanistas Isidoro Singer, Paulo Ricardo Bregatto e Rogério Malinsky; indicado pela AsBEA, arquiteto e urbanista Analino Zorzi.
Na seqüência foi feita uma apresentação pelos arquitetos Tiago Holzmann da Silva e Márcia Palma de Souza sobre as principais características do concurso para o Complexo do Sistema Fecomércio-RS, Sesc e Senac e sobre o cronograma de trabalho. Ao final da apresentação foram feitas considerações sobre as condições de recebimento dos 34 (trinta e quatro) trabalhos entregues. A coordenação do concurso comunicou à Comissão Julgadora a desclassificação de 1 (um) trabalho que não atendeu plenamente ao item 9 do edital, referente aos elementos de entrega e apresentação. Os demais 33 (trinta e três) trabalhos atendiam as determinações de envio indicadas no edital e foram analisados pela comissão julgadora.
Em ato contínuo a Comissão Julgadora reuniu-se para definir a sistemática a ser utilizada para o julgamento. Elegeu como presidente da Comissão Julgadora, o arquiteto Edson Jorge Elito e como relator o arquiteto Paulo Ricardo Bregatto. Foram considerados no decorrer do processo, na sistemática do julgamento, somente os votos dos cinco titulares. A sistemática adotada foi de selecionar progressivamente os trabalhos até que se chegasse às 4 (quatro) propostas selecionadas como finalistas que serão apresentadas à Comissão Especial de Licitação.
A Comissão Julgadora debateu e definiu como critérios aqueles descritos no item 12.1 do edital, quais sejam:
A – Conceito e inovação
B – Implantação geral e contextualização urbana
C – Clareza do conjunto do projeto
D – Funcionalidade e atendimento ao termo de referência do concurso
E – Exequibilidade, economia e viabilidade técnico-construtiva
F – Sustentabilidade sócio-ambiental
G – Soluções passivas de conforto térmico e eficiência energética
H – Acessibilidade, inclusão e adequação social
I – Adequação às normas
J – Aspectos plásticos, éticos e estéticos do projeto
Num primeiro momento, os membros da Comissão Julgadora analisaram individualmente todos os projetos e, após debates selecionaram os oito 8 melhores projetos, pela ordem de inscrição ainda não classificatória, quais sejam: números 02, 04, 06, 15, 16, 27, 29 e 32.
A seguir a comissão julgadora se reuniu novamente para analisar os 8 trabalhos selecionados afim de escolher as 4 propostas a serem premiadas e levadas à comissão especial de licitação, de acordo com o item 4.2 do edital para definição da classificação final.
Após exaustivas análises, debates e intercâmbios de idéias e conceitos entre os membros da Comissão Julgadora, esta definiu os 4 trabalhos finalistas, pela ordem de inscrição ainda não classificatória, quais sejam: números 15, 16, 27 e 29.
A proposta número 15 apresentou boa articulação entre os volumes e espaços. Apresentou caráter apropriado ao tema e ao programa. Boa implantação e ocupação das áreas do terreno. Bom zoneamento e organização funcional. Controle adequado dos acessos e circulações. Eficiência técnica e construtiva. Demonstra preocupação com os aspectos de eco eficiência. Apresenta homogeneidade formal. A proposta, em contrapartida, não apresentou uma solução de mitigação dos impactos sonoros gerados pela proximidade do bloco administrativo com a BR-290. O posicionamento do bloco administrativo, proposto para primeira etapa, na divisa oposta à do acesso principal compromete os aspectos de circulação.
A proposta número 16 apresenta boa implantação e ocupação das áreas do terreno e resolve bem os aspectos de circulação de veículos nos horários de grande movimento. Os volumes propostos possuem identidade própria atendendo a construção em etapas, conforme solicitação do concurso. Apresenta solução de proteção acústica para todos os volumes. A cobertura do centro de eventos minimiza o impacto formal a partir do uso das coberturas verdes. A praça central tem um desenho geométrico fragmentado e residual dificultando a interação entre as diversas atividades.
A proposta número 27 apresentou boa articulação entre os volumes e espaços internos, pela opção da distribuição das circulações, edifícios específicos e áreas livres em forma de malha. Apresenta homogeneidade de leitura da volumetria do conjunto constituído. Demonstra racionalidade e eficiência técnico-construtiva, embora transpareça a discrepância da volumetria do centro de eventos com as demais edificações.
A proposta número 29 destaca-se pela qualidade do plano diretor que atende a integridade do conjunto respeitando cada etapa de implantação da proposta, sendo que a primeira etapa já é formalmente representativa do conjunto. A modulação proposta para a estrutura apresenta racionalidade e eficiência técnico-construtiva permitindo rapidez na construção. A solução do eixo estruturador das atividades, que configura o setor de convivência, proporciona condições de flexibilidade de usos. A planta dos pavimentos do bloco administrativo oportuniza flexibilização de uso e alterações de leiaute. Destaque para o tratamento paisagístico adequado ao ambiente natural existente e articulado com as edificações propostas. Boa solução para os estacionamentos inclusive com relação a sua construção em etapas.
A seguir a comissão julgadora decidiu atribuir 4 menções honrosas ex-aequo aos seguintes trabalhos, quais sejam: números 02, 04, 06 e 32. A proposta número 02 apresentou solução para os aspectos de linguagem e caráter. A proposta número 04 apresentou destaca-e pela implantação em etapas. A proposta número 06 apresentou solução de compactação formal. A proposta número 32 apresentou boa articulação entre os volumes e espaços. A partir das qualidades acima descritas para os quatro finalistas, e no intuito de assessorar a comissão especial de licitação, de acordo com o item 4.3 do edital, a comissão julgadora decidiu classificar: em quarto lugar a proposta número 27, em terceiro lugar a proposta número 16, em segundo lugar a proposta número 15 e em primeiro lugar a proposta número 29.
A Comissão Julgadora, na totalidade dos seus membros, agradece ao IAB/RS as condições favoráveis para o desenvolvimento dos trabalhos de julgamento. Assim como enaltece a importância da promoção de Concursos Públicos de Arquitetura e Urbanismo, em especial pela iniciativa do Sistema Fecomércio-RS, SESC e SENAC.
Porto Alegre, 03 de julho de 2011.
Edson Jorge Elito (Presidente da Comissão Julgadora)
Paulo Ricardo Bregatto (Relator da Comissão Julgadora)
Isidoro Singer
Rogério Malinsky
Analino Zorzi